Estava sentada na mesa da sala em frente aos livros e concentrada em estudar para os exames, desta vez precisava terminar o ano em primeiro e quem sabe tentar uma bolsa em algum hospital escola privado.
Tinha saído mais cedo antes de encontrar Darcelle, queria a todo custo evitar aquele olhar esperto e sábio de descobrir o que tinha feito com Christian Dash, mas durante a noite não teve como se esconder, pois a prima entrou em casa toda com um ar cansado mas sempre a parecer estar de bem com a vida. Existia uma clara diferença entre as duas. Sequer levantou o rosto para a cumprimentar, ficou concentrada numa montanha de livros grossos e de cadernos.
― Boa noite ― Darci deixou a bolsa e o casaco no cabideiro e foi até a cozinha para preparar um chocolate quente. Precisava aquecer o seu corpo do frio lá de fora. ― Eu liguei para você todo dia.
E tinha ligado! Não só ela, como o número privado que insistia em tocar a cada dez minutos. Começava a ter curiosidade, mas sabia que não iria gostar. Lorenzo também lhe ligara, menos Dash, seria de bom-tom telefonar a uma mulher após terem tido relações? Riu da própria ideia, era no mínimo estúpida.
― Não sei se esqueceu, mas eu sou uma aluna de medicina — respondeu evasiva, como sempre, Jamie não gostava de dar muitos detalhes pessoais.
― Que mau humor! O que tens? Ainda zangada comigo pelo que falei do Lorenzo? — Perguntou a prima, sempre com aquele sorriso bobo no rosto, como se a vida fosse um mar de rosas. Não imaginava sequer que ela tinha aberto as pernas para um estranho e melhor amigo de seu patrão.
Jamie parou de escrever e levantou os olhos escuros para a prima. Muita gente de tanto as ver juntas, pensavam que fossem irmãs, apesar das diferenças gritantes entre as duas. Respirou fundo.
― Estou a estudar, tenho exame esta semana.
― Queres ir a festa de noivado do Beauchamp? Talvez fosse bom para espairecer um pouco. Parece que estás a precisar! ― Convidou e serviu o chocolate para a chávena, caminhando até se sentar junto da prima. ― Os exames vão até sexta-feira, não?
― Não tenho vontade. — Mentia. Tinha medo de se cruzar com Chris, pois apesar de parecer forte, escondia muitas fraquezas.
Darcelle estranhou as respostas escapatórias, como conhecia a peça, decidiu usar de outras formas para a obrigar a contar o que tinha acontecido.
― Eu realmente não queria estar lá sozinha, e a senhora Charlton já disse que posso levar companhia. Por favor! Recebi um bónus, podemos comprar uma roupa nova.
― Darci minha querida, eu não sei se ainda não entendeu que estou a tentar estudar. ― Levantou os livros na altura da cara, uma forma óbvia de fazer a teimosa perceber. Mas foi em vão.
― Viste o carro que está parado aí na porta? Um Porsche! Será que é da...
― É meu! ― Jamie não hesitou em responder. A voz pareceu ainda mais amargurada ao dizer tal coisa. Como explicar tal facto? Um carro que nem era o valor dos seus rendimentos anuais.
Sentiu a mão da prima baixar o seu livro para lhe encarar.
― Como? ― Admirou. ― Foi o Lorenzo?
― Não. Eu e o Lorenzo terminamos, está bem? — E eu traí ele. — Agora chega de perguntas! ― Levantou da mesa e reuniu alguns livros no braço, rumando para o quarto ainda de mau humor. O constrangimento era maior e não conseguia encarar a sua prima para contar a verdade.
Ouviu a campainha tocar algum tempo depois e a prima saiu de casa, deixando um ar menos pesado no lar. Deitou na sua cama de casal, apreciando seu quarto tão bonito e bem decorado, tudo para agradar o bobo do Lorenzo. Como podia ter-se enganado tanto? Havia uma mágoa em seu coração que iria demorar a passar, pois os sentimentos não morrem da noite para o dia.
O número estranho tocou mais uma vez no seu Nokia antigo. Ainda tinham botões, mas duvidava poder saber usar aqueles Touch Screen que todo mundo parecia utilizar. Decidiu atender.
— Alô?
— Jamie, minha querida. Até que enfim, preciso da sua ajuda.
— Mãe?
Aquela voz débil e arrastada, o pedido de ajuda, a forma como pronunciava seu nome. Parecia um filme de terror sem fim, e a mão chegou a tremer.
— Esqueça! Não tenho nada para lhe dar — ripostou com frieza, e sentiu a mão tremer com uma preocupação automática e crescente. Se não era o pai a ligar, era a mãe.
— Por favor meu amor, não preciso de muito, apenas algum dinheiro para comer.
— Eu sei muito bem o que a senhora quer comer, eu não tenho nada! — Desligou zangada e engoliu em seco para reprimir as lágrimas. Tinha raiva do pai, com a sua família perfeita, e da mãe com os seus vícios infinitos. Por que razão tinha tido tanto infortúnio?
Algum tempo depois, Jamie foi para a sala preparar algo para comer, pois pretendia virar a noite a estudar, fez duas sanduíches com picles, queijo, tomates e maionese e aguardou Darci regressar. Esta entrou toda afobada, tinha as pupilas dilatadas e não continha o sorriso nos lábios.
— Viste um passarinho verde? — Levantou a sobrancelha escura e bem cortada, em toda sua vaidade, Jamie era de uma beleza avassaladora.
— Fui promovida, vou trabalhar na Beauchamp e diretamente com Christian Dash. Adoro aquele psicólogo, é tão desbocado! — Estava visivelmente empolgada e tinha as mãos a tremer, mas ouvir aquele nome fez o coração da mais velha dar um pulo. Contudo disfarçou, e ficou a ouvir sobre a conversa que a prima tivera com o Monstro Du Camp, encontrando naquele relato algo mais especial do que um salário substancial.
Ainda quis questionar aquela súbita promoção e sobre ela não ter passado a noite em casa, contudo sabia que Darci era muito correta, e que se ganhara tudo aquilo era porque merecia.
— Tudo bem, eu vou a essa festa contigo. — Jamie cedeu por fim.
***
Uma bela mulher de cabelos escuros e grandes olhos verdes à contrastar com a sua pele dourada encarava Christian, nua, deitada na cama do quarto luxuoso do hotel. Mordia os lábios vermelhos de forma sensual com a mão de unhas longas e bem pintadas a passear pelo próprio peito pequeno e redondo.
— Não estás no clima hoje? — Perguntou se arrastando até o corpo másculo e perfeito, passando as unhas nas costas definidas e a beijar o pescoço lentamente.
— Não sei o que se passa — murmurou quase sem graça, com a garrafa de cerveja na mão e a olhar o membro nada animado no meio de suas pernas. — Algo está errado!
Estava errado, tinha nome e endereço! Era a terceira noite em que se encontrava com uma mulher diferente e nada do amigo de baixo querer funcionar. As bochechas arderam, se soltando dos carinhos de Paola e se levantando até as janelas do quarto.
— Quer uma massagem? Ou podemos ir por outro buraco... Você sempre...
— Eu sei o que se passa! — Chris se irritou do nada e virou o corpo na direção da mulher. — É essa sua cabeça oca, posso soprar no seu ouvido que sai ar do outro lado.
— Christian! — Ofendeu-se. Os olhos estavam abertos e incrédulos por ouvir tamanhos desaforos. — Eu não vim aqui para isso.
— Então veio para quê, porque como já viste o meu pau não está entretido! — Vociferou a descontar na amiga, mas a culpa não era dela, e sim dele próprio. — Já sei!
Andou até ao bolso das calças e procurou o volume de notas, contando alguns milhares com rapidez e as jogou contra a cama. Aguardou.
— Você é que sabe. — Paola deu de ombros e recolheu cada nota espalhada pela cama e pelo chão. Não se irritou e muito menos se sentiu insultada com o gesto dele.
— Vou embora. — Deixou a garrafa em cima do criado mudo e tratou de se vestir às pressas, sem esconder o desapontamento.
Desceu o elevador do hotel, pagou as contas e só quando entrou no Ferrari é que se sentiu ridículo. O que esperar de suas amigas se era ele quem ditara aquelas regras do jogo? Abanou a cabeça e rumou para o seu apartamento, ainda a murmurar blasfémias e quando chegou no corredor de sua casa, encontrou Constance.
— Vim buscar você para jantar, maninho — disse com um sorriso meia boca. Era muito alta, com um rosto angular a parecer uma modelo raquítica.
— Bem, preciso de sua companhia. Vamos entrar um pouco? Preciso de um banho e de um vinho fresco.
— Ótimo! — Concordou.
***
Jamie acabava de participar de uma pequena cirurgia de remoção de uma apendicite, coisa rápida e que qualquer estudante aspirante a cirurgião saberia fazer, quando Lorenzo apareceu no Hospital Central. Parecia cansado pelas altas horas da noite, e um pouco bêbado também. Ia dar meia volta sem querer olhar na cara dele, porém o jornalista correu para lhe segurar pelo braço. Parecia nervoso.
— Por favor, só quero conversar. — Pediu ainda a segurar o braço da ex namorada. Para ela, nunca aquela mão que tanto gostava lhe pareceu tão fria, tão sem graça e irritante.
— Está certo. Vou apenas me trocar — Acabou por concordar, era melhor deixarem as coisas bem esclarecidas para depois não se acusarem de nada, e saiu para a área privada.
Alguns minutos depois foram para um café logo em frente ao hospital, havia muitos colegas da Johnson, por isso tiveram que procurar encontrar um canto mais discreto.
— Podes não querer me ver nunca mais, eu aceito. Tenho sido injusto com você, Jamie. Mas meu sentimento é verdadeiro. Eu juro. — Procurou as mãos da namorada para as segurar, mas não as encontrou em lado nenhum. Algo estava estranho pois ela nunca reagia assim.
— Quem gosta não sente vergonha. — Repetiu àquelas palavras que tinha escutado de uma outra boca bem mais interessante. — E nem digas que não tens, eu sei que sim. Não conheço teus amigos, tua família pensa que és solteiro, bem, agora és. Isso de namoro a dois pode ser correto até certo ponto, mas passam dois anos Chris.
— Chris?
O rosto dela se contorceu num espanto, e o coração falhou uma batida no processo. Bebeu um gole da cerveja e olhou para os lados só para fugir do contacto visual.
— Lorenzo, eu não vou voltar se for para ser nas mesmas condições. Não vou mesmo!
— Espere, você me chamou Chris? Na verdade ainda não me disseste o que fazias na Beauchamp naquela tarde.
— O Christian me deu boleia na noite em que me deixaste na chuva no meio do restaurante. E aquilo para mim foi o cúmulo. — Jamie tentou contornar a situação. — Só fui lá para agradecer.
— Ah, se está falando do Christian Dash, tudo bem, eu acredito. Era impossível ter-me traído com ele.
— Mas eu traí. — Afirmou após ouvir as palavras dele que a atingiram como uma mina no deserto e sentiu todo o seu ego se abalar. A revelação chocou Lorenzo por alguns instantes antes deste se recompor e rir da piada.
— Com o Dash? Não.
— Por quê?
— Sem querer ofender, mas você já viu o tipo de mulheres que andam com o Christian? Você não o conhece direito, só está inventado. Modelos perfeitas, atrizes e Socialites. — O jornalista riu com gosto e bebeu a sua cerveja. — Boa tentativa para me fazer ciúmes.
Johnson sentiu sua garganta a arder e segurou os nervos que cresciam por dentro. Lo a subestimava.
— Se eu sou tão sem graça assim, o que estás aqui a fazer? — Arqueou o sobrolho.
— És linda, inteligente... E com um pouco menos de gordura aqui e ali, serias perfeita. Eu quero ficar ao seu lado, Jamie. Sempre tive um sentimento muito grande, mas não sou capaz de assumir algo, pelo menos não agora. — Os caracóis caiam para a testa de Lorenzo, os olhos beiravam a sinceridade. — Estava tudo bem como era antes.
— Eu... sou perfeita. E se isso é o que tens para me oferecer, dispenso.
Johnson se levantou do café e saiu sem olhar para trás, decidida a nunca mais querer ouvir falar de Lorenzo Wright. Acabava de apagar um capítulo bem podre da sua vida, pois a falta de capacidade de seguir em frente e deixar uma relação sem futuro, estava ligada a baixa auto estima.
Quando chegou a casa viu o carro parado ali em baixo, todo no seu maior esplendor e nunca tinha tocado nele. Procurou as chaves dentro da bolsa e sorriu ao se aconchegar no veículo importado. Era como se um novo poder começasse a crescer dentro de si. Não ia temer nada dali em diante, algumas coisas eram bem merecidas.
O primeiro lugar para onde dirigiu foi até ao apartamento de Christian Dash. Tocou a campainha ainda envergonhada, sem saber o que estava a fazer.
— Oi? — Uma bela mulher que era uns sete centímetros mais alta e com longos cabelos escuros e sedosos abriu a porta. Usava um vestido curto de marca que lhe demarcava o corpo magro e esbelto. — Queres falar com o Chris?
— Não, eu... Eu acho que me enganei. — Pareceu ter levado um tiro no peito e muito rapidamente as palavras do jornalista lhe vieram à cabeça.
— Chris! Está aqui uma pessoa deve ser do condomínio. — A jovem virou para o chamar lá dentro, sua voz era estridente. — Não demora senão atrasamos para o jantar. Vai atender!
Jamie correu para o elevador. A vergonha cobria todo o corpo e pisou no botão do elevador com tanta força como se assim fosse subir mais rápido.
— Jamie? — Christian a chamou assim que saiu do apartamento.
Quando os olhos se encontraram, o peito da jovem parou a meio do processo de respiração. O viu caminhar na sua direção com um ar inquisidor e um pouco admirado, com o cabelo acabado de lavar e a barba pela primeira vez cortada.
— Eu vim devolver o carro — justificou a fingir um ar aparentemente normal, olhou para todos os lados possíveis, menos para os olhos verdes.
— É mentira! — Chris riu, se aproximando ainda mais dela. — Veio aqui para me ver.
— Por favor, não se dê tanta importância!
— Aí sim? Então por que saíste a correr ao invés de terminar o que vinhas fazer?
— Er... eu... Bem... — As palavras sumiram da boca de Jamie e a vergonha passou nos seus olhos. — Eu não queria que a tua namorada pensasse algo.
— Constance? — Apontou para a porta do apartamento e meneou a cabeça em discordância. — Eu não te falei que não namoro?
— Isso não é de minha conta, até porque já estava de saída.
— E o carro?
Johnson respirou fundo e abriu a bolsa com as mãos a tremer, mas sentiu as mãos masculinas segurarem os seus braços e encontrou o riso divertido no rosto do administrador da Beauchamp.
— Calma. — A arrastou até dentro do apartamento. O coração dela batia com tanta força que quase pareceu poder explodir. Lá dentro Constance bebia uma taça de vinho e mexia no celular. Sorriu para eles quando ouviu a porta fechar.
— Já vi que vais desmarcar o jantar. — A jovem deu de ombros e andou até próximo dos dois. — Olá, eu sou Constance Dash. Irmã do Chris.
Ela ficou ainda mais embaraçada por ter julgado tudo da sua maneira e começou a lembrar de a ter visto a mexer o celular, como sempre, no outro dia no restaurante. Se sentiu ridícula.
— Er... Prazer, Jamie Johnson. — Estendeu a mão para a apertar e não sabia se ria ou se fazia um buraco bem fundo para se esconder dentro dele.
— Bem, vou sair e deixar vocês dois. Não existe nada que mova o Chris quando está com uma mulher... muito menos eu! — Piscou o olho para a amiga do irmão e saiu do apartamento a vestir um casaco de couro.
— Única coisa em comum que temos: os dois gostamos de mulher. — Explicou que a irmã era lésbica enquanto andava até ao bar e servia o que restava da garrafa aberta do vinho. Ofereceu uma a taça. — Agora que me deixaste sem companhia, vais ter que me levar a jantar fora.
— Jantar? Só se for numa das esquinas lá do bairro. — É um convite? Quer mesmo sair comigo?
— Ótimo. — Chocou a taça de vinho levemente contra a dela. — Já estou curioso para lá ir.
— Não sejas tolo. — Revirou os olhos de forma encabulada, ainda mais por o sentir tão próximo de si.
— Então convido eu, pode ser? — A medida que Dash dava um passo para frente, Jamie dava dois para trás, até encostar o corpo contra uma parede. — Gostei que tenhas feito uma visita.
— Já disse que vim devolver o carro!
— É melhor ficar com ele, assim vens sempre para devolver.
Dash apertou Johnson contra a parede, e não demorou a juntar os lábios cheios de ansiedade. Com a mão livre apertou a cintura feminina e deixou escapar um gemido atrevido quando as línguas se enroscaram. Ela perdia a noção do certo e do errado quando estava com Chris, e sequer sentiu quando a taça de vinho foi retirada da sua mão e seu corpo erguido para longe do chão.
Quando abriu os olhos estava sentada sem roupa em cima do balcão da cozinha, o corpo estremecia a cada toque e as pequenas mordidas e chupões que lhe eram dados por todos os lados. As bocas se uniram novamente, enquanto um dos dedos atrevidos descobria o canal molhado, arrancando um longo grito dos lábios de Jamie. Ela não tinha ido ali para aquilo, não, não podia se entregar assim. Agarrou os ombros dele, apertando-os com toda força para demonstrar a quão excitada estava.
Christian adorava o cheiro daquele corpo volumoso e como se contorcia cada vez que enfiava o dedo bem fundo e voltava a retirar. Seu membro estava duro como um cajado, a qualquer momento parecia furar as calças, e lhe causou uma certa inquietação. Meu pau só quer a ela.
— Você me enfeitiçou — provocou como sempre, ficou a olhar para os olhos escuros e brilhantes e para os lábios volumosos e delineados. Era uma beldade única. — Gostas assim?
Jamie não respondeu, se limitando a gemer nas mãos dele, o que o obrigou a parar.
— Mas você é uma aproveitadora, só vem aqui me usar e nem fala comigo. — Retirou o dedo de dentro dela, cheio de malícia e viu o rosto contorcido de Jamie em exasperação. Riu.
— O que queres saber? — Perguntou aflita, achando-o inoportuno por massacrá-la vivamente, apenas para poder enerva-la.
— Perguntei se gostavas. — Levou o dedo molhado pela excitação dela e o colocou na boca, chupando devagar.
— Adoro. Gosto muito. Eu juro. Agora vem aqui — implorou, pois sentia o doce latejar no seu baixo-ventre.
Chris baixou as calças até aos joelhos e retirou o membro duro, passando a acaricia-lo levemente, como quem não vê um bom amigo há algum tempo. Em seguida segurou a cintura e a puxou mais para frente, até a borda do balcão e encostou-se na entrada.
Beijaram-se carinhosamente, os corpos vibravam pela ansiedade tal como um imã atraído por metal. Sem hesitar mais Christian se inseriu dentro dela, sentido o membro roçar toda cavidade interna enquanto alargava o canal feito a sua medida. Os dois se contemplaram por alguns instantes enquanto se encaixavam, antes de iniciar a dança dos corpos.
Jamie gemeu em alto e bom-tom, enquanto era penetrada com vigor e seus seios balançavam com os movimentos frenéticos. Todas suas células pareciam corresponder às dele, tamanha era a química e perfeição que os unia. Entrava e saía com estocadas regulares e que tocavam no ponto certo, causando-lhe mais uma vez sensações esquisitas. Escutou-o dizer algum palavreado ofensivo, enquanto a apertava com toda a força, conseguia senti-lo por completo.
— Ai Chris! — O nome escapou de seus lábios a medida em que o calor crescia e seu corpo se misturava pelo suor e pelos líquidos sexuais. Gritou e mordeu o ombro dele com força ao sentir o orgasmo atingir-lhe como um choque elétrico e o viu de cara amarrada enquanto estremecia e vibrava contra o seu corpo, expelindo o líquido para dentro de si.
— Chamando meu nome assim, não tive como aguentar — murmurou ainda trémulo e a sentir o pénis palpitar de forma autónoma, dentro dela. Respirou fundo.
Retirou-se e foi buscar toalhetes para se limparem, enquanto pensava em como manter aqueles encontros sem ter nenhum compromisso. Era certo que gostava de Jamie e do seu corpo quente e maravilhoso, mas não a poderia enganar.
— Vais a festa do noivado de Beauchamp? — Ela arranjou conversa e se admirou ao vê-lo limpar suas partes íntimas sem nenhuma hesitação. Era como se fosse um ato natural.
— Eu sou o padrinho não é? — Retorquiu cheio de ironia e riu quando ela rolou os olhos e tirou a língua fora. — Posso ser sincero?
— Não é como se eu fosse dizer que não! — Redarguiu igualmente cheia de graça.
— Já te livraste daquele sem vergonha do teu namorado jornalista idiota de meia tigela? — Perguntou e deitou os panos molhados no lixo e ainda nu foi buscar as taças esquecidas e serviu mais vinho para as refrescar.
— Felizmente. — Ainda tinha uma ponta de mágoa lá no fundo, mas não era apenas pelo fim do namoro e também por ter-se submetido àquela situação.
— Eu não vou ser seu namorado. — Foi curto e grosso e lhe estendeu a taça.
— Quem disse que eu quero namorar contigo? — Bebeu um gole para engolir a deceção por ouvir aquilo. Esboçou um sorriso fraco.
— Você pode procurar outra pessoa que lhe queira dar algo mais estável, mas quando isso acontecer apenas me avise para eu me afastar. — Acariciou o rosto dela sem pressa. — Até lá, podemos ser bons amigos eu creio. E lembre-se que estou aqui para o que precisar.
O orgulho fez com que Johnson fingisse não ter-se incomodado com o que ouvira, muito pelo contrário, inventou um sorriso despreocupado e vasculhou o chão com os olhos a procura de suas roupas.
— Fique nua por enquanto, gosto de apreciar-te assim com o rabo em cima do meu balcão, onde costumo comer. — Christian riu e piscou o olho para Jamie.
Não resistiu e retribuiu com um sorriso, pelo menos ali, podia se sentir a vontade.