Unnamed

By itsjuni91

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Unnamed: nenhum nome e ao mesmo tempo vários. Cada capitulo é uma short independente, podendo ou não repetir... More

My Way | Sebastian Rode
Sweet | Matze Ginter
You found me | Roman Bürki
You deserve |Matze Ginter
Blue Sky | Nils Petersen
All the small things | Max Meyer
Shirt | Luke Shaw
right things | Chad le Clos
Right Girl | Ryan Hartman
Ela era assim | Gabriel Medina
A goodbye sometimes it's a new Hello | Maximilian Philipp
That Should be me | Erik Durm

Daydreaming | Thomas Müller

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By itsjuni91


Antes

Era um sábado de manhã e um garotinho de 7 anos assistia a televisão. O aparelho exibia um jogo de futebol. Dois times disputavam a taça de um campeonato, o título de ser campeão da copa da Alemanha, a chamada Pokal.

O garotinho torcia para o seu time vestido de vermelho e azul. Ele mantinha os olhos presos na TV, sem desviar nem quando a sua mãe o chamou para lanchar. Agradeceu educadamente no momento seguinte em que escutou o narrador soltando o grito de gol. Seu time tinha marcado.

Ele começou a correr pela sala imitando o som do narrador. Suas mãos estavam calçadas com luvas de goleiro. Aquele garotinho sonhava em jogar no time que havia acabado de conquistar o título. Sonhava em ter uma taça nas mãos, vestir aquele mesmo uniforme de frente a milhares de torcedores.

- Thomas, você não vai jogar hoje?

Seu melhor amigo, Klaus, havia chegado na hora em que o apito final soou. Todo sábado depois do jogo eles iam para o campo improvisado na rua de baixo e tentavam copiar os lances feitos pelos seus ídolos. Thomas se destacava frente aos seus amigos. Brincava com a bola nos pés como se ela fizesse parte do seu corpo.

Ainda vestido a camisa do seu time do coração, ele marcou um gol. Saiu em disparada do meio do campo, sem chance para os "zagueiros" adversários. Quando ele corria com a bola, ninguém conseguia alcançar. Colocou toda a sua força naquele chute, e a bola passou direito pelo goleiro, balançando a rede.

- Goooool – ele gritou, correndo para encontrar os seus amigos. Segurou a sua camisa e ali se prometeu: um dia marcaria pelo Bayern de Munique.

Thomas voltou para casa e, naquela noite, sonhou estar em campo junto com seus ídolos. Correndo pelo gramado com a torcida gritando o seu nome. Sendo o artilheiro do campeonato, conquistando o maior numero de gols possíveis. Mas o que ele não sabia, era que naquele jogo improvisado, um homem de terno o observava de longe. Um homem enxergava todas as suas jogadas e em como Thomas tinha uma característica própria e individual para marcar.

Pouco mais de um mês depois, Thomas jogaria pelo campeonato da sua escola. Os times tinham sido divididos entre azul e verde. Ele defenderia o time azul. Seus pais estavam na arquibancada improvisada. E também, aquele senhor de terno.

Muitos garotos jogaram bem aquela final, mas nenhum deles tinha driblado outros do dobro da sua altura. Nenhum deles tinha marcado um gol de falta enganando o time adversário tropeçando. Nenhum deles tinha a atenção do homem de terno.

O time azul ganhou graças a seu artilheiro, o pequeno Thomas Müller.

O garoto comemorava com seus amigos, quando o homem de terno se aproximou.

- Olá Thomas, parabéns.

- Muito obrigado senhor.

- Pode me chamar de Schlesinger.

- Muito obrigada Mr. Schlesinger.

- Você sabe quem eu sou Thomas? – Ele agachou para ficar da altura do garoto.

- Não...

- Eu sou um olheiro de um time da cidade. Já ouviu falar no Bayern de Munique?

Thomas arregalou os olhos. Estava surpreso com quem era o homem a sua frente. E se ele estava ali, só podia significar uma coisa: seu time do coração tinha interesse em treiná-lo nas categorias de base.

Era seu primeiro dia de treino. Ele apareceu com sua camiseta surrada, mas uma chuteira nova. Mr Schlesinger veio falar com ele, e o entregou um uniforme completo. Thomas sentiu, pela primeira vez, que estava no caminho certo. E ali, no meio de todos aqueles garotos que também entravam nos primeiros treinos da categoria de base, surgia o próximo artilheiro que aquele time veria em muitos anos.

Agora

A multidão gritava o seu nome. A torcida explodia cantando as músicas motivando o time. Era final da Champions League Thomas sabia que o time contava com ele. Ia ser o primeiro título que ele conquistaria na sua carreira. Se lembrou daquele garotinho de 7 anos, e como ele estaria orgulhoso de se ver ali.

Era sua vez de bater o pênalti. Não se sentia nervoso. Estava extremamente calmo, por mais estranho que isso pudesse ser. Sabia que estava realizando um sonho, e tudo dependeria dele fazer aquele gol. Já tinha marcado milhares de pênaltis, não era impossível.

Foi andando calmamente até a marca onde a bola o aguardava. Olhou para a torcida e encontrou sua namorada, Alice Krauss, que o olhava com apreensão. Ela jamais tirava os olhos dele durante o jogo. Sabia que suas unhas recém pintadas já estariam estragadas. Ele sorriu para ela e fez a sua tradicional piscadela. Era quase que um código secreto dos dois para "não se preocupe, vou fazer algo que ninguém espera, mas vai dar certo".

Ela achava que era apenas porque ele estava indo bater um pênalti, mas não imaginava o que a aguardava mais tarde. Ele sabia preparar surpresas, e elas iam desde deixar a torcida maluca com suas jogadas imprevistas a festas de aniversário.

Ele sorriu quase que em tom de deboche ao encarar o goleiro. Este ficou com bastante raiva e quase saiu de sua posição para arrumar uma briga. E se tinha uma coisa que Thomas Müller sabia fazer, era aceitar uma briga. Ele era naturalmente explosivo. Mas naquele dia em especial, nada tiraria sua calma.

O juiz apitou. Estava autorizado a chutar. Olhou para o gol. Correu da esquerda para a direita, como se fosse chutar reto. Jogou a bola para o lado oposto que o goleiro caiu. Era o fim. O Bayern de Munique tinha ganhado a Champions League.

Seus companheiros de time começaram a correr em sua direção. Eles gritavam seu nome, gritavam para si mesmos, comemoravam como se não houvesse amanha. Rapidamente seus familiares se juntaram a eles. Alice foi ao encontro de Thomas.

- Você ainda vai me matar do coração um dia, sabia?

- Ótimo.

- Você quer que eu morra Müller? – Alice olhou para ele com cara de brava, mas ela sabia que era uma piada. Assim como ele sabia que não tinha nada de raiva sem seu olhar.

- Não. Mas quero que você tenha o máximo de emoções que puder na sua vida, principalmente se eu for o motivo de todas elas.

Alice sabia que ele seria sim o motivo de todas as emoções mais intensas que sentira na vida. Thomas podia a levar da calma a loucura em segundos. Ele a tirava do sério, mas também estava ali quando ela achava que tudo estava perdido.

- Eu te amo sabia? – Ele sorriu para a namorada, que sem se importar com o suor, o abraçou.

- Eu também te amo seu chato.

Ele a beijou sem se importar com as milhares de câmeras que registrariam o momento. Com os anos, eles tinham parado de se importar com imagens suas estampando todos os jornais.

Eles foram para o apartamento que dividiam já há alguns anos. Ainda na entrada, ele parou com a chave na mão. Sabia que ela suspeitaria que havia algo de diferente, mas pela primeira vez ele estava nervoso. A calma com que havia batido na bola há alguns minutos atrás não existia mais. E ele sabia que era porque Alice causava mais emoções do que qualquer partida que já tivesse disputado na vida.

- O que foi Thomas?

- Nada.

Ele sorriu para ela, mas ela havia percebido que tinha algo de errado. Ele não estava normal. Sempre fazia piadas sobre todas as coisas ao seu redor, e hoje, apesar do excelente resultado, ele havia ficado calado em todo o percurso entre o estádio e seu apartamento.

Alice Krauss era uma mulher segura de si. Não se deixava abalar por qualquer motivo, e talvez seja por isso que ela fosse uma excelente psicóloga. Ela havia conhecido Thomas pouco depois do seu jogo de estreia pelo time principal do Bayern de Munique.

Antes

Ele e mais alguns amigos do time tinham ido a um bar comemorar a vitória. Não era um jogo importante, mas tinha sido o seu primeiro jogo. O primeiro defendendo para valer o seu time do coração. Tinha sido a realização de seu sonho de infância.

O bar não estava lotado, mas tinham alguns conhecidos e torcedores do Bayern de Munique. Entre eles, uma mulher de 1, 70, olhos claros e cabelos da cor de mel. Thomas nunca foi o tipo de cara que corria atrás de mulheres. Ele sempre preferiu relacionamentos estáveis, mas aparentemente, jogar para o principal time da Alemanha não o ajudava a achar a dona do seu coração.

Mas aquela moça havia chamado a sua atenção. O garoto de apenas 18 anos se surpreendeu quando ela não aceitou o seu convite para dançar. Ela era fã do time, afinal, vestia a camiseta vermelha da temporada. Ele particularmente preferia o uniforme azul e vermelho, mas a blusa combinava com a cor dos olhos de Alice.

- Aceita pelo menos uma bebida?

Ela sinalizou para a taça de chope que já estava em sua mão.

- Não há necessidade.

Planejava ignorá-lo. Ela sabia como era jogadores de futebol, já tinha escutado histórias. Porém ela não conhecia Thomas Müller, e o jovem era bem diferente do que se dizia por ai.

Ele não desistiu, até porque, se tinha uma coisa que Thomas Müller não fazia, era desistir.

Ele tentou de todas as formas puxar assunto com aquela garota. Ela estava claramente sozinha no bar. Provavelmente tinha saído da faculdade e ido direto até ali para acompanhar o jogo. Talvez, se tivesse se atrasado por alguns minutos, Thomas não teria conhecido Alice.

- Aceita dar uma volta então?

- Sair com você? À noite? Sozinha?

- Eu juro que não sou nenhum maluco.

- Não. Você é um jogador de futebol.

- Olha, pelo menos torcemos pelo mesmo time. Isso não ajuda em algo?

Ele tinha um bom argumento e Alice sabia. Ela também sabia que ele tinha tentado de tudo naquela noite. Ela não estava atrás de um relacionamento, havia acabado de entrar na faculdade e queria priorizar os estudos. Mas quem disse que na vida, as coisas acontecem como a gente planeja?

Eles foram dar uma volta a pé. Nenhum dos dois tinha carteira de motorista. Eram jovens e ainda tinham a vida inteira pela frente, mas eles mal sabiam que aquela noite marcaria muito mais do que o inicio de uma amizade. Aquela noite mudaria a vida dos dois de uma forma que jamais teria volta. E Thomas sabia: Alice era a mulher da sua vida, e nada e nem ninguém poderia dizer o contrário, independentemente do tempo que passasse.

Agora

Klaus havia dito que ele era maluco. Mas qual era a novidade nessa informação?

Thomas e Alice estavam juntos há 4 anos. Ela o havia acompanhado durante quase toda a sua carreira. Ele havia ido na sua formatura. Tinham uma vida pela frente, e ele não via a hora de dizer para todo mundo que ele era dela. Porque era assim que os dois funcionavam. Ela pedia e ele obedecia. Era ela quem tomava as decisões, e ele apenas dizia sim.

Para algumas pessoas isso poderia parecer estranho, mas para eles funcionava. Era uma dinâmica única que funcionava tão bem como a dinâmica de um time de futebol que estava ali para vencer.

Ele ainda estava com a chave na fechadura, sem ter coragem de girá-la. Ele sabia que no momento que o fizesse, tudo mudaria. Ela estava sem paciência para sua demora. Aquele não era o Thomas que ela conhecia, e isso a estava deixando irritada.

Ele suspirou, tomando coragem. Destrancou a porta, mas deixou que Alice a abrisse.

Antes de ir para o jogo, ele havia pedido ajuda aos amigos para deixar o apartamento impecável. Ele sabia que aquela noite iria ser especial, independentemente do resultado do jogo.

Alice abriu a porta e logo a sua frente tinha um caminho de velas. Ou pelo menos ela pensou que fossem velas, até reparar que na verdade, eram pequenas luzinhas amarelas que faziam um caminho. Ela sorriu ao perceber que ele havia se lembrado do quanto ela tinha medo do fogo.

Ela olhou para ele surpresa, mas também com um sorriso que iluminava mais do que todas aquelas luzinhas juntas.

- Entra. – Ele sorriu de volta a encorajando a seguir pelo caminho.

Alice seguiu o caminho devagar, observando o ambiente ao seu redor. Ele havia colado fotos dos dois. Fotos no campo, no bar, na piscina, na casa dos amigos. Com a família, no apartamento dela, no apartamento dele, no apartamento que eles dividiam há dois anos.

Ela sentiu seus olhos arderem. Sabia que as lágrimas viriam a seguir, mas ia segurar ao máximo. Ainda tentava entender o que o namorado estava fazendo.

Continuou andando até a mesa da sala. Em cima, havia uma pequena caixinha de veludo vermelho. A área da casa se destacava, pois era a única que não estava iluminada com as pequenas luzinhas amarelas. Ela se perguntou o trabalho que ele tinha tido para preparar toda aquela iluminação.

Thomas se adiantou. Pegou a caixa na mesa e agachou. Alice não aguentou e começou a chorar.

- Eu sei que ainda temos muito o que viver, sei que ainda somos novos, mas eu quero passar todos os instantes com você. Quero ter você ao meu lado nos bons e nos maus momentos. Eu amo você e sei que é você. Jamais haveria nenhuma outra pessoa na minha vida. Alice Krauss, casa comigo?

Ela agachou ao seu lado e olhou no fundo dos seus olhos. Apesar da visão embaçada, ela conseguia ver claramente sua apreensão. Os segundos em que antecederam a sua resposta, porque não tinha outra coisa que ela poderia dizer. Ela nem se quer conseguia dizer outra palavra a não ser essa.

- Sim. Thomas Müller, sim. Eu te amo tanto.

Desde aquele momento em que havia visto seu time ganhar a copa da Alemanha, aos 7 anos de idade, ele esperava outra felicidade como aquela. E finalmente ele sentiu. Aquela era sim a noite mais feliz da sua vida, não porque ele havia feito o gol do titulo de uma Champions League, mas porque era a noite em que Alice aceitou dividir a sua vida com ele. E essa felicidade, não se comparava a nenhum título que o futebol poderia lhe dar. 

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