Sem Compromisso

By BritishRoss

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Sakura Haruno é médica residente do Hospital Municipal de Konoha. Apaixonada pela profissão, a jovem médica n... More

Capítulo 1 - Delírio de Carnaval
Capítulo 2 - O paciente predileto
Capítulo 3 - Encontro Surpresa
Capítulo 4 - O produtor musical
Capítulo 5 - É bom estar com você
Capítulo 6 - Akatsuki
Capítulo 7 - O dia da agressão
Capítulo 8 - Seguir em frente
Capítulo 9 - Parabéns pra você
Capítulo 10
Capítulo 11 - Quase casal
Capítulo 12 - Programa de TV
Capítulo 13 - A sombra do ex
Capítulo 14 - Enfim namorados
Capítulo 15 - O ex
Capítulo 16 - Bandeira branca
Capítulo 17 - Apenas amigos
Capítulo 18 - Pequenas demonstrações de afeto
Capítulo 19 - A música da Konan
Capítulo 20 - O festival
Capítulo 21 - De cara com Sasori
Capítulo 22 - A turnê
Capítulo 23 - O aniversário de Itachi
Capítulo 24 - A decisão
Capítulo 25 - O plano de Sasori
Capítulo 26 - Dando um tempo
Capítulo 27 - Essa mania boba de perder a calma
Capítulo 28 - Sakura versus Sasuke
Capítulo 29 - Proposta
Capítulo 31 - O dia de Sasuke
Capítulo 32 - Perdão
Capítulo 33 - O que os outros falam
Capítulo 34 - O caderninho de músicas
Capítulo 35 - Amor sincero
Capítulo 36 - O embate
Capítulo 37 - Pensando no futuro
Capítulo 38 - O convite dos Uchiha
Capítulo 39 - Final de ano
Capítulo 40 - O casamento
Capítulo 41 - O pedido
Capítulo 42 - Férias
Capítulo 43 - O último show
Capítulo 44 - A hora do sim

Capítulo 30 - Sasori ao ataque

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By BritishRoss

Dia 16 de julho, sábado, às 11h49h.

No hospital...

— Você era a última pessoa no mundo que eu pensei que fosse atender hoje... Mas o que você tá sentindo, Sasori?

— Quanta felicidade ao me ver! – Esboçou um sorriso de canto – Bem, eu estou sentindo muitas dores no pulso.

— Deixe-me dar uma olhada. – Ela pediu, o examinou com cuidado. – Quando eu aperto dói?

— Dói. Chega a latejar. Então Sakura?

— Você já teve isso antes. É uma tendinite no pulso. Você sabe que tocar instrumentos pode causar isso.

— Vai me passar que remédio?

— Bom, eu vou pedir um ultrassom para ver a gravidade da lesão e passar um anti-inflamatório. Se não melhorar, volte aqui porque pode ser necessário que você faça uma fisioterapia e aí eu vou te encaminhar para outro profissional.

— Você é a melhor médica do mundo, sabia?

— Você é exagerado. Melhor se cuidar e não ficar horas e horas praticando o mesmo instrumento.

— Entendido, Sakura!

— Pode ir! – Disse já abrindo a porta do consultório.

— Que tal almoçarmos juntos? Já está perto do horário do seu intervalo não é mesmo?

— Sasori, a última vez que conversamos eu te disse que não quero ser sua amiga. Custa entender?

— Estou te convidando como ex-namorado mesmo. Adoro sua companhia e passei muito tempo longe.

— Melhor não.

— Tudo bem.

Sasori saiu de lá decepcionado. Acreditava que, finalmente, tinha arranjado o motivo perfeito para falar com Sakura, mas ela sempre achava uma maneira de afastá-lo. Conhecendo os horários da médica, o ruivo foi até aquele restaurante que fica a três quadras do hospital e esperou pela doutora chegar. Uma hora ou outra ela iria comer.

Na hora de seu almoço, Sakura chamou Ino para acompanhá-la, mas a loira teve de recusar o convite porque já havia marcado com Sai um almoço romântico. Sakura entendeu as razões da amiga e foi sozinha para o restaurante, mas enganava-se ela em acreditar que comeria sozinha. Sasori já a esperava lá com uma mesa para dois.

— Você é impossível mesmo! Como teve a audácia de me esperar aqui com uma mesa para dois? – Falava irritada, mas o ruivo mantinha um semblante tranquilo.

— Só estou almoçando, Sakura. – Respondeu como quem não entendia o que ela estava insinuando.

— Sem fingimento, Sasori! Lá na porta já me avisaram que você esperava por mim!

— Eu só falei que se vissem uma mulher com cabelos róseos deviam avisá-la qual era a minha mesa. Que diferença faz você almoçar sozinha ou comigo?

— Nenhuma. Finjo que você não existe das duas formas. – Ao ouvir a resposta da ex, Sasori levantou e puxou a cadeira para que ela se sentasse. Sakura, mesmo olhando feio, acabou cedendo.

— Comeremos em silêncio então.

Sakura fez seu pedido e Sasori continuou seu almoço. De fato, nenhum dos dois trocou qualquer palavra enquanto comiam. Era como se dois estranhos dividissem uma mesa. Sakura sequer olhava para o ruivo, que ficava encarando-a o tempo todo. Era um certo tipo de pressão para que a médica perdesse a paciência de novo com ele.

— O que tanto olha? – Sakura pôs fim no silêncio e Sasori riu.

— Nada.

— Está me incomodando.

— Eu não posso mais nem olhar? – Falou um pouco indignado.

— Preferia que não.

— Quando a medida protetiva acabou, eu estendi a bandeira branca de paz, Sakura! O que custa você tentar ser legal comigo?

— Eu sou até legal demais com você, Sasori. Mas é que você fica tentando voltar a ter uma certa intimidade comigo e isto eu não desejo.

— Eu me transformei num monstro pra você?

— Na verdade, eu não costumo pensar em você. Eu evito ao máximo.

— E nossas lembranças?

— Não sobrou nenhuma.

— Nem da sua festa de aniversário do ano passado? Você se lembra do quanto estava feliz? Eu fico me lembrando dessa Sakura todos os dias, da Sakura que me olhou nos olhos e disse sim para o meu pedido de casamento, a que queria formar uma família comigo.

— Isso faz parte de um passado distante, Sasori.

— Se eu tivesse uma máquina do tempo...

— Mas não tem Sasori! Você não pode simplesmente pensar que as coisas podem voltar a ser como antes porque elas não podem! Você me magoou, caramba! Tá magoando de novo tentando me fazer lembrar! – Falou com os olhos cheios de lágrimas.

— Perdão! – Sasori então estendeu a mão até o rosto de Sakura e secou as primeiras lágrimas que a viu derramar.

— Já chega! – Ela levantou e saiu correndo do restaurante. Sasori se apressou em pagar a conta, mas, quando saiu do restaurante, Sakura já tinha voltado ao hospital. Lá era a fortaleza dela, onde ela poderia evitá-lo sem qualquer esforço.

[...]

Sasori estava há mais uma hora pensando no que fazer para que Sakura voltasse a amá-lo. A sua missão parecia impossível. Ela estava irredutível. Foi aí que lhe passou pela cabeça uma ideia louca. De fato, era algo arriscado demais, mas Sasori tinha menos de seis meses para conseguir reconquistar a médica. Se mostrar arrependido não adiantou. Se tonar próximo de sua tia e reconquistar a simpatia de Konan também não ajudou. Jantar com ela sendo cavalheiro também não. O que mais poderia fazer?

Sakura era médica. Certamente, se ele ficasse doente, ela sentiria pena e cuidaria dele. No entanto, Sasori não estava doente. Uma tendinite não era algo que deixasse Sakura preocupada. Precisava ser algo mais grave, mas o que?

Foi nesse momento que ele teve a grande ideia.

Primeiro, Sasori sabia que Tsunade sempre passava em sua casa para oferecê-lo o jantar. A tia de Sakura sabia que o produtor musical não era aplicado a manter a dispensa da cozinha cheia e, como sempre o tratou como um filho desde que ele foi noivo de sua sobrinha, ela iria passar lá e deixar uma quentinha cheia de coisas gostosas. Tendo esta certeza, Sasori colocou sua canção para Sakura, Stitches, tocando. Depois, sentou-se no piano e escreveu um bilhete.

Querida Sakura,

Perdoe-me. Essa foi a única maneira que encontrei de tirá-la da minha cabeça.

Sasori

Deixou o papel em cima do piano. Estrategicamente colocado abaixo da foto de Sakura. Só faltava o toque final. O detalhe que faria Sakura comer em sua mão. Usando de toda a sua dramaticidade e desequilíbrio emocional, Sasori pegou um estilete e cortou seus pulsos. Doeu. Mas nenhuma dor era pior do que a perda de sua amada. A mente doentia do ruivo repetia isso sem parar.

Sasori sujou seu piano com o sangue. Dentro de dez minutos no máximo Tsunade bateria em sua porta, que estava apenas encostada para que ela pudesse encontrá-lo sangrando. Se morresse tentando recuperar o amor de Sakura, morreria feliz. Assim, ele pensava.

Não demorou muito e Tsunade apareceu. Tocou campainha, gritou por Sasori, mas ele não respondia. Ouviu o som alto e presumiu que ele estivesse trabalhando em alguma nova canção. No entanto, antes de desistir, reparou que porta estava entreaberta e entrou.

A cada passo chamava por Sasori, mas continuava sem resposta e isso a deixou aflita. Sabia que o rapaz era extremamente complicado. Presenciara o dia que o ruivo surtou e quebrou tudo em sua casa, enquanto chamava Sakura de traidora para baixo. Quando entrou na sala e se deparou com Sasori caído no chão e muito sangue não teve dúvidas: ele tinha tentado se matar.

Tsunade correu até ele, mas ele não estava consciente. Correndo, ligou para a emergência e levaram Sasori até o hospital. Enquanto esperava, notou o bilhete debaixo do porta-retrato que continua um conteúdo que a fez pensar que ele estava planejando o suicídio. Quando chegaram ao hospital, Tsunade procurou Sakura. A primeira parte do plano do ruivo havia dado certo.

— ELE TEM MERDA NA CABEÇA? – Gritou Sakura, já amassando o bilhete de suicídio que Sasori deixara.

— Ele é um rapaz perturbado, minha sobrinha. Não é de hoje que Sasori se mostra com algum tipo de transtorno. Primeiro aquele temperamento terrível e agora isso.

— Ele quer chamar a minha atenção! A intenção dele não é morrer! Desgraçado! – Rosnava Sakura aflita.

— Você precisa ser paciente com ele, Sakura! Ele precisa de você! – Falou Tsunade.

— Ele está sendo atendido, não é mesmo?

— Sim, mas acho melhor você dar uma olhada nele assim que puder. Hoje você está de plantão?

— Sim, tia. Pode ficar tranquila. Eu vou visitar aquele imbecil assim que der.

— Sei que vocês não são mais namorados, mas há um vínculo. Este rapaz foi como parte de nossa família por dois anos.

— Eu sei que a senhora o tem como a um filho e que desde que ele me bateu o processo todo foi muito difícil, mas precisa entender o meu lado tia. – Pedia Sakura já mais calma.

— Eu entendo Sakura. Sei que não consegue perdoá-lo como eu, mas veja que ele está sofrendo. Ele não tem mais ninguém, Sakura. Perder você é um golpe duro para ele.

— Eu prometo ter paciência com ele. Agora vá. Preciso voltar para o trabalho e Sasori não poderá receber visitas hoje.

— Ok, querida. – Tsunade a abraçou – Cuide-se.

— Você também, tia!

[...]

Dia 17 de julho, sábado, às 00h53h.

No hospital...

Ainda faltavam algumas horas para acabar o plantão de Sakura. No entanto, a doutora não aguentou e foi ver Sasori. Como médica, ela podia, mesmo ele não sendo seu paciente naquele momento. Ela sabia que tinham o sedado. Quando entrou no quarto e o viu dormindo tranquilamente, pensou em como ele podia ter coragem de cortar os próprios pulsos. Mas não era a primeira vez que uma atitude do ruivo a surpreendera.

Sasori era uma caixinha de surpresas. Ela o observou com calma, reparou nos pulsos enfaixados e então se lembrou das palavras de sua tia "Ele não tem mais ninguém, Sakura. Perder você é um golpe duro para ele". De fato, Sasori era sozinho. Os pais faleceram quando ele ainda era criança, por isso foi criado por sua avó Chiyo. E já faziam três anos que a avó também morrera. O primo Gaara não podia ser considerado um parente. O outro ruivo parecia ter nascido apenas para desafiar Sasori, irritá-lo e fazê-lo perder a pouco paciência que ele tinha.

A única coisa a qual seu ex se apegara como família era ela. Tsunade sabia desse fato, por isso o aviso. Apesar de sentir muita raiva por saber que Sasori só tinha feito isso para provocar-lhe pena, ela não conseguia ignorá-lo. Principalmente, por ser médica, Sakura sentia-se na obrigação de cuidar dele.

— Eu sei que você não faz nada por acaso. O que está tramando agora, Sasori? – Sakura falou sozinha, enquanto passava a mão pelos cabelos do ruivo.

Para Sakura era nítido que a intenção de Sasori era gritar por sua atenção. Tsunade havia lhe contado sobre o sangue no piano, o bilhete debaixo de sua foto, da música que ela finalmente descobrira que ele havia escrito para ela tocando no fundo da cena de horror dos pulsos cortados. Tudo milimetricamente planejado.

Sakura sentia que Sasori não pretendia morrer. Pelo menos não desta vez. Era um aviso. Se sentiu culpada porque acreditava que a conversa no restaurante – ou a falta dela – tenha sido o pivô dessa atitude destemperada. Sasori provara que não estava recuperado, que seu temperamento teatral e nervoso ainda existia. Isso deixou Sakura decepcionada. No fundo, esperava que ele fosse capaz de lidar de uma forma melhor com a separação. Só que a falsa tentativa de suicídio só lhe dizia que Sasori ainda tinha altas expectativas sobre voltar ao que eram antes.

[...]

Dia 18 de julho, domingo, às 19h59.

No fim do seu dia de trabalho, Sakura ouviu do médico que tratava de Sasori que ele já podia receber visitas regularmente e que o manteria sobre observação pelos próximos dias. Talvez indicasse que permanecesse no hospital por algum tempo a mais para que começasse um tratamento psicológico ainda supervisionado. Tinham medo que ele tentasse dar cabo da própria vida de novo, uma vez que ele morava sozinho numa casa bem grande. Após as recomendações médicas, ela tomou coragem para encará-lo. Teria que controlar sua raiva para ela mesma não o matar. Ao chegar no quarto, viu que ele ficou feliz com a sua chegada.

— Sakura, é tão bom poder vê-la.

— Por que fez isso? – Sakura apontou para o pulso e se sentou numa cadeira ao lado da cama, sempre o encarando e tentando decifrar suas expressões faciais.

— Ah, isso não foi nada.

— Minha tia me contou em que estado te achou e me mostrou o bilhete.

— E daí? Você se importa? – Falou calmo, ainda a encarando.

— Foi para saber se me importo que você fez isso?

— Que resposta quer ouvir?

— A verdadeira.

— A verdade é uma coisa muito relativa. – Falou tranquilamente e aquilo deixou Sakura nervosa.

— A sua verdade. Diga-me a sua verdade. – Repetiu para que ele pudesse se abrir ao menos um pouco com ela. Mesmo sabendo que ele nunca lhe diria mais do que achasse necessário para entrar no jogo que ele já desenhava em sua mente. Sakura conhecia Sasori.

— Queria saber se você ainda sentia algo por mim. Acho que obtive minha resposta.

— Eu sinto pena.

— É melhor do que não sentir nada.

Aquelas palavras chocaram Sakura. Então era isso? Ele queria apenas testá-la? Ver até onde seu sentimento doentio poderia ser correspondido? Defintivamente, Sakura temia Sasori.

— Bem, você terá acompanhamento picológico daqui pra frente e ficará de molho no hospital até se recuperar totalmente. Antes que pergunte como eu sei... seu médico me contou.

— Você se responsabilizou por mim?

— Na verdade, minha tia fez isso. Ela já acha que ter que te aturar é um fardo muito pesado pra mim.

— Sinto muito por ter envolvido sua tia nisso. Não queria que isso tivesse sido necessário.

Sakura não entendeu totalmente o que ele quis dizer com isso. Entretanto, Sasori sabia muito bem. Era parte de seu plano. Sentia dor, mas, ao mesmo tempo, estava feliz porque seu plano deu certo. Agora ele precisava seguir para a segunda parte. E, para que esta fosse um sucesso, ele precisava que Sakura ainda se importasse com ele.

— Eu já vou indo.

— Ei, vejo você amanhã? – Perguntou Sasori ansioso.

— O que acha? – Sakura respondeu e saiu. Sasori sorriu. Sabia que ela viria.

[...]

Assim que chegou em casa, Sakura se jogou em sua cama. Precisava de um segundo de paz. Sasori ainda era capaz de deixá-la perturbada.

— Aonde será que ele quer chegar? – Pensava alto.

Ouviu a campainha tocar e rezou para não ser ninguém trazendo uma notícia ruim. Por sorte, era Ino. Ela ainda não tinha tido oportunidade de conversar com ela direito sobre Sasori. Só havia lhe dado uns dois gritos quando falou que tinha ido vê-lo em seu quarto no hospital.

— Bom ver que está viva! – Ino disse e em seguida me abraçou.

— Sasori não é letal ainda. – Falou séria.

— Sakura, você não pode deixar esse louco pegar o controle da situação! Não é justo que a sua tia peça que você fique fazendo visitinhas amistosas a ele, sendo que ele já fudeu seu lado emocional tantas vezes! – Esbravejava Ino. Sakura sabia que ela tinha uma parcela de razão. A companhia de Sasori não era segura.

— Ele tentou se matar por minha causa. Sinto pena. – Expliquei e Ino revirou os olhos.

— Eu te proíbo de sentir pena dele, entendeu? O cara te bateu! HELLO! Ele te deixou toda roxa, você lembra disso? Depois ele te perseguiu, ele te fez sentir medo de circular pela rua! E como ele sabe que você é quase uma santa e ia sentir pena dele agora ele toma essa medida desesperada! Ele é louco! Mande interná-lo!

— Eu entendo. Ele vai fazer um acompanhamento psicológico. Não se preocupe!

— Ele merecia uma camisa de força! – Bufou a loira.

— Ele não é louco, Ino! Eu tenho certeza que ele cortou o pulso para me chamar atenção, mas é tipo um aviso de que ele pode atentar conta a própria vida de uma outra maneira depois.

— Você acha que ele é capaz de se matar?

— Não tenho certeza. O Sasori é cheio de surpresas. Mas vou ficar de olho.

— Tome cuidado!

— Eu vou tomar!

[...]

Dia 19 de julho, segunda-feira, às 13h21h.

De volta ao hospital...

— Como você, tá? – Perguntou Sakura, assim que se deparou com um Sasori emburrado.

— Estaria melhor se a comida fosse outra. Você já provou? Isso não tem sal, Sakura! – Falou fazendo careta.

— Quem mandou fazer merda? Tá aí o castigo!

— Obrigado por vir. Sei que é um sacrifício para você olhar pra minha cara.

— O que você tá tramando? – Perguntou diretamente.

— Nada. Não é porque eu cortei os pulsos que...

— Tudo que você faz tem uma finalidade, Sasori. Não pense que me engana.

— Eu já disse... queria saber se você se importa comigo.

— Eu vou te dar um aviso. Presta atenção! Não ouse tentar se matar de novo, entendeu? Senão eu deixo morrer e não venho te ver nem que você implore como seu último pedido! – Ameaçou.

— Prometo que não vou fazer mais isso! – Sorriu.

— Como tem coragem de sorrir? Não tá doendo?

— A dor física é menor do que ficar longe de você. – Sasori falou com os olhos cheios de lágrimas.

— O que quer de mim? Eu to cansada de tentar entender.

— Quero fazer parte da sua vida. Deixa? – Pediu com as lágrimas escorrendo pelo rosto. Sakura engoliu seco. Ele parecia frágil. Aquilo mexeu com ela.

— Não posso. Tenho medo.

— Do que?

— De você me machucar de novo. – Sakura se encolheu na cadeira.

— Eu nunca faria mal a você. Eu posso até fazer mal a mim, mas a você nunca mais. – Jurou.

— Me prova isso, por favor. – Falou sincera enquanto segurava a mão dele.

— Como?

— Primeiro se cuide, tome conta de sua saúde, não tente chamar minha atenção como um louco.

— Prometo fazer tudo que você pediu, mas em troca eu quero uma coisa...

— O que?

— Uma chance.

— Vou pensar...

Sakura saiu daquele quarto abalada. Não sabia mais se sentia raiva ou amor por Sasori. Sabia que ele podia ser perigoso, que quando estava nervoso não sabia medir as consequências. Mas, ao vê-lo chorar, enxergou o Sasori pelo qual se apaixonou anos atrás. Aquele homem ainda era o mesmo que amou um dia. Um pouco mais machucado, um tanto mais desequilibrado, mas ainda assim pedindo ajuda, implorando seu socorro. Não conseguia mais negar.

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