Sam
O zumbido do celular me desperta, e noto que não estou sonhando mais uma vez com Tyler, lembro dele dizendo que não teve nada com a Briana, e mesmo o vendo desaparecer pelas escadas acredito em suas palavras. Então foco no que me acordou, desligo o alarme. Embora não tenha isso sido o causador do meu despertar. Tyler está como sempre que dormimos juntos, agarrado em mim com seu amigão me cutucando acima da bunda. Na primeira vez que comentei sobre o assunto ele simplesmente disse que não poderia culpá-lo por ereções matinais. Não é como se ele ficasse em alerta por minha causa.
Remexo-me lentamente para sair do aperto de seu braço em minha cintura sem acordá-lo quando se mexe, esfrega sua ereção em mim. Novamente, e fico mais acesa do que estava, sinto minha calcinha umedecer.
- Sam – ele murmura. Virando-me para ele noto que ainda dorme. Estudos sua feições delicadas, mas ao mesmo tempo viril. Tyler lembra um anjo de tão belo que é.
Sem me segurar deslizo minha mão por seu rosto, passando o indicador por seu nariz bonito, e lábios convidativos. Quando alcanço a barba bem aparada Tyler abre os olhos. Os olhos verdes brilham ainda dorminhocos.
- Oi – balbucio envergonhada. Pareço uma estátua com uma mão em sua barriga e a outra em seu queixo.
- Oi – ele devolve baixinho. – Não precisa ter vergonha – diz, seus olhos espertos agora – Pode continuar, adoro quando você me toca – diz mirando meus olhos e descendo para minha boca, antes de fechar os olhos outra vez.
Observo-o assim, e acredito que voltou a dormir. Ótimo, posso dizer que foi um sonho caso me pergunte algo.
- Estou esperando, Sam – diz com a voz rouca. Esperança cedo de mais. – Suas mãos são macias.
- Nós vamos nos atrasar – digo, levantando.
- Não vamos, não – retruca, e me puxa de volta – Continue – ordena. Volta a fechar os olhos – Por favor, Sam.- pede.
- Tyler eu... Eu não sei o que dizer. É melhor eu ir.
- Claro – resmunga seco.
- Eu... Eu não devia.
- É, não devia – rosna. Envergonhada saio de sua cama, ele vai para o banheiro em seu quarto, batendo forte a porta.
Em casa faço as coisas no automático, ainda sem entender que droga que fiz. Eu não tinha nada que tocar o Tyler, desejá-lo já não é lá muito correto. Quem dera sair da minha paixão platônica para assediadora. Paixão? Ninguém aqui está apaixonada.
- Vocês irão se atrasar – grito na porta do quarto da Molly.
- Não tem problemas – Peter devolve. E, pelos gritinhos de felicidades da Molly não tem mesmo.
Feliz por terem feito as pazes preparo café da manhã para os dois. Vão precisar por toda a atividade que fizeram com certeza, sem muita fome ainda envergonhada pelo Tyler ter me pego no flagra tomo apenas um copo de leite. Pego minha bolsa, e sigo para a garagem onde entro no meu querido carro. Noto que a moto do Tyler já está fora da garagem também, e antes que ele apareça como uma covarde piso no acelerador.
No campus algumas pessoas me cumprimentam, retorno um tanto sem graça, por não fazer ideia de quem seja à maioria das pessoas. Vejo Jake conversar com uma garota loira bastante linda, e ele parece caidinho por ela, não vou até eles, mas, aceno. Ele acena de volta e sorri coisa que o deixará em maus lençóis levando em conta o olhar nada agradável que a garota me envia antes de dedicar um todo especial e revoltado para ele. Briana também olha para mim com desagrado, tenho fortes motivos para acreditar que viria até mim se sua amiga também morena não segurasse seu braço, e indicasse algo atrás de nós.
Tyler.
Apresso-me em correr em direção a sala, mesmo que vá demorar uns bons vinte minutos para a aula começar.
- Droga. Desculpa – peço a quem quer que seja quando me esbarro com tudo na porta da sala.
- Sem problemas.
- Isaac – digo surpresa. Ajudo a recolher seus livros e cadernos do chão – Foi mal mesmo.
- Sem problemas mesmo – sorri. Entramos e sentamos no mesmo lugar de quarta.
- A propósito desculpa pelo Peter – peço.
- Ei, não é sua culpa. Se tem alguém que precisa se desculpar é ele – diz, sem vestígios de raiva dessa vez – E, de qualquer forma não posso culpá-lo vocês são amigos, e ele estava protegendo o território do amigo.
- Isso não é um concurso de mijadas – digo sem jeito – Além de que Tyler e eu não temos nada, a não ser a amizade. – digo querendo me convencer disso também. Ele ri seco.
- Se é nisso que você quer acreditar – não gosto do seu tom.
Como imaginei foram cerca de vinte minutos antes que a aula iniciasse. O mais longo vinte minutos da minha vida. Tentei puxar assunto depois do comentário do Isaac, mas não funcionou, com o silêncio constrangedor me pus a dá uma breve revisada na aula de hoje, o que também não rolou. Mandarim é mais fácil de entender do que esse amontoado de números e letras, também peguei Isaac olhando em minha direção duas vezes e sacudindo a cabeça em negativa antes de o próprio prestar a atenção em seu livro.
- Olha, desculpa, mas não dá pra engolir que Tyler quer ser só seu amigo – Isaac diz barrando minha saída – Vai rolar uma festa na fraternidade de um amigo. Não é grande como as dos seus, mas vai ser legal.
- Você está me convidando? – pergunto surpresa pelo gelo que me deu durante toda a aula.
- Acho que sim – sorri sem graça – Vai ter água – sorrio – Eu garanto.
- Tá. Quando vai ser?
- Legal – me deixa passar – Hoje – encaro-o. – Estranho, eu sei. Hoje é segunda. É uma coisa pequena mesmo – explica-se – Vai ter pizza.
- Água e pizza. Isso é chantagem – digo avistando Tyler em frente à porta da sala. Isaac segue meu olhar, embora não diga nada noto que não gosta. Tyler está de costas para nós – Eu vou.
- Te pego as sete – e seguimos para fora.
- Oi – Tyler diz olhando entre Isaac e eu que tirando o professor Frederick somos os únicos na sala.
- Oi – respondo baixo. Ficamos nos encarando. E, o que fiz volta me deixando vermelha, e percebendo que Isaac continua ali nos observando. – Te vejo mais tarde.
- As sete – Isaac diz beijando minha bochecha e sai. Tenho a sensação que ele diz de propósito.
- As sete? – Tyler repete.
- Vamos sair – respondo, encarando o chão sujo do corredor. – Uns amigos dele vão dá uma festa. Na verdade tá mais pra uma reunião.
- Se soubesse que tinha companhia não vinha. Não quero atrapalhar nada. – Tyler diz deixando-me pra trás.
Tyler
Sair, desde quando ela sai em encontros?, maldito babaca espertalhão, está na cara que se faz de bom moço pra conseguir o que quer. Convenço-me que Sam não é nenhuma criança indefesa, e não é com se ele estivesse a obrigando a sair com ele então que faça o que bem entender. Ignoro mais um de seus gritos pedindo que a espere, até me alcançar puxando minha camiseta.
- O quê? – esbravejo quando me viro pra vê-la. Ela simplesmente me negou, e agora vai sair com esse babaca estúpido.
- Qual é o seu problema, Tyler? – pergunta irritada.
- Você – respondo sem nem pensar duas vezes. Isso a faz se calar – Mais alguma coisa? – pergunto com raiva.
- Eu não deveria aproveitar que você estava dormindo e te tocar - diz baixo, olhando ao redor – Desculpa – rio.
- O problema é totalmente ao contrário – digo, deixando-a confusa. Suspiro sem saber mais o que fazer – Me faz um favor? – pergunto e assente. – Se você não pretende ir até o final, nem comece. Nós dois sabemos que não tenho muita paciência com virgens. – pronto isso realmente a deixa puta da vida, mas, não fico para sua explosão.
- Nós não temos nada – ouço a dizer. E imploro ao Senhor que esteja se referindo ao babaca, e que continue sempre assim.
Phil acena em cumprimento para mim quando alcanço a porta do refeitório, ao seu lado uma loira me olha descaradamente. Dentro sou dominado pelas conversas nas mesas lotadas, e em uma delas a visto o babaca rodeado por umas caras conhecidas, entre eles o mesmo filho da puta que Jake deu uma surra por querer forçar a barrar com a colega. Se bem que Peter e eu achamos que ele está muito afim dela.
- Irei dizer somente uma vez – digo apoiando minhas mãos sobre a mesa. O babaca me encara sem dá nada, os outros se calam de imediato. Assim como todo o refeitório – Se você fizer alguma merda pra ela acabo com sua raça.- digo me controlando para não fazer isso agora mesmo.
- Digo o mesmo – diz entre dentes. Seu rosto ficando vermelho de raiva.
- Isaac, fica na tua – alguém diz, não paro de encará-lo pra descobrir.
- Ótimo, por que a surra que vou te dá vai ser das grandes.
- Chega, cara – Peter me puxa para longe do filho da puta. – Qual o problema? – indaga assim que saímos do refeitório.
- Sam, vai sair com ele – conto, e chuto a lata de lixo ao meu lado. – Você acredita nisso, porra?
- Ela pode se envolver com quiser, irmão.
- Não começa, Peter – agarro-o pela camisa – Não começa com seu discurso de merda, que tenho que reclamá-la. – o solto.
- Não precisa. Você já decorou.
E sem pensar duas vezes acerto a parede em minha frente.
Votem ☺️