Uma vida vazia [COMPLETO]

By marivilefort

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Lilian é mentirosa. Mente sobre seus sentimentos, sobre a escola, sobre seus vícios. Thomas é quieto. Se sile... More

Prólogo
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Epílogo
Agradecimentos
Curiosidades
Mais histórias

Capítulo 1

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By marivilefort

   Parece que quando você está irritado, o mundo conspira para te tirar ainda mais do sério. 

   Tem dias que são ruins, tem dias que são dias. Eu estava num dia particularmente ruim.

   Acordei atrasada, e eu nunca acordo atrasada, eu sempre acordo antes do que deveria porque odeio atrasos. Por correr na hora de me arrumar, bati meu dedinho na quina da cama, e eu já havia perdido o primeiro ônibus e nem tinha tomado café. Tudo que eu queria era fumar um cigarro, mas eu não podia porque: 1) eu impus uma regra para mim mesma na hora de fumar que é: apenas no terraço. Não no meu quarto, não no banheiro, nem mesmo lá fora. Apenas no terraço, e não dava tempo de ir lá. 2) eu estava sem cigarros. Geralmente, eu pegava escondido nos cigarros da minha mãe ou do meu pai, e quando eles notavam a falta deles, eu apenas dava um sorrisinho e falava que havia jogado fora por raiva. E eles acreditavam. Enfim, não deu tempo de fazer isso ontem.

   Ou seja, estava sem cigarros e estava atrasada. Merda.

   Tomei um copo de café puro sem adoçante, que desceu rasgando, escovei os dentes correndo, e peguei o ônibus. Quando entrei no ônibus percebi todos me olhando um pouco torto, então olhei para mim mesma e percebi que minha blusa do uniforme estava do avesso. Fiquei morrendo de vergonha. Como eu não podia trocar ali tive que esperar chegar na escola.

   Cheguei na escola e como eu tinha chegado atrasada ninguém notou minha blusa do avesso, então fui no banheiro correndo e troquei. Fui para a sala de aula logo depois, vários olhares para a garota que chegou atrasada, um olhar reprovado da professora, mas fora isso nada demais.

   Sentei no meu lugar, e minha amiga Catarina começou a conversar comigo.

- Por que chegou atrasada?

- Acordei tarde demais.

- Estudou para a prova?

   Eu sabia que tinha prova, mas me dispensei do trabalho de tentar estudar. Eu não conseguia me concentrar, e já tinha parado com essa baboseira de estudar faz tempo. A vida é muito curta pra ficar tentando achar o valor de X.

   Como eu não dava trabalho para os meus pais com o estudo? Simples. A resposta está na Internet. Com algum esforço, dedução, sorte, e uma certa habilidade que eu nem sabia que tinha, aprendi a hackear os sistemas de notas e presenças da minha escola. Em sala de aula, fazia o possível para não chamar atenção e copiava um dever de alguém vez ou outra para não levantar suspeitas.

- Na verdade, não. -Respondi a Catarina. -Mas aposto que a matéria é fácil. É filosofia, não?

- Sociologia, Lilian! Porra! Como consegue ter notas na média se mal sabe que prova nós temos? É magia negra ou o quê?

- O segredo está todo aqui dentro. -Falei apontando para minha cabeça. - Sou um gênio por natureza. Sinto muito.

- Isso é tão injusto! -Catarina bufou. -Então me ajude a estudar pelo menos.

- Nem sei a matéria. -Respondi e ela revirou os olhos e voltou a se virar para frente e prestar atenção na aula.

   Assim que tocou o sinal para o segundo horário, um pessoal da minha sala foi para o corredor até o professor chegar. Mas aí eu comecei a ouvir algumas vozes mais altas, e cheguei a ouvir "novato".

- Acho que vamos ter gente nova... -Comentei com Catarina.

- Espero que seja bonito. -Disse ela cruzando os dedos.

- Você tem namorado!

   Ela apenas deu de ombros. Então continuei:

-E você sabe que a probabilidade de entrar alguém bonito nessa sala é tipo 0,00000001%.

- Sempre tão positiva.

- Sempre. -Concordei com um sorriso debochado.

- Me dê sua mão. -Falou Catarina. - Estou inspirada hoje.

   Catarina tem aquela coisa do tipo que chamamos de dom. Ela desenha super bem, sem nem ter feito um curso ou algo de tipo. Era de dar inveja. E sempre durante as aulas ela gostava de desenhar nas minhas mãos, pulsos, e braços. Eu gostava de sentir a caneta ali, sob a minha pele, era prazeroso, como cafuné. Eu gostava da sensação da pele dela perto da minha. Era um sentimento estranho, porém aconchegante. Me fazia sentir sono.

   Então, de repente todos os alunos que estavam fora de sala correram para dentro, o que significa que o professor tinha chegado. E junto com ele a coordenadora, e o novato.

- Turma, esse é o Thomas. -Falou a coordenadora. - Ele foi transferido da sua antiga escola, e deve ficar por aqui. Tratem-o bem.

   Eu olhei para ele, e a primeira impressão que tive é que ele deveria ser tímido, e que ele era magrelo. Não de um jeito feio, na minha opinião. Poderia dizer que era até sexy, se ele não estivesse de cabeça abaixada e de capuz como se estivesse com medo da sua própria sombra.
Nossos olhares se encontraram. Eu devia ter feito uma cara estranha, porque ele franziu o rosto. Então abaixei o olhar.

- Acho que o novato tá olhando pra você. -Comentou Catarina.

- E daí?

- Nós devíamos ir falar com ele, sei lá, pedir para ele sentar perto da gente.

- Desnecessário. -Falei sendo rápida. -Ele provavelmente vai adorar fazer amizade com os outros nerds da sala. Combina com ele.

- Cortante como Tramontina. Só falei para sermos legais com ele, não vou te jogar para cima dele nem nada.

- Tudo bem. Quando tocar o sinal do recreio, nós falamos com ele e perguntamos se ele quer andar com a gente.

   Bateu o sinal do recreio. Catarina esqueceu completamente que nós íamos conversar com o garoto novo, e saiu correndo para o recreio apenas dizendo "Breno". O nome do seu namorado, o que provavelmente que ela ia ficar com ele. E eu ficaria sozinha.

   Até cogitei a possibilidade de dar um oi para o novato, mas os nerds já o tinham cercado. Então peguei meu caminho até um canto isolado da escola, que era o estacionamento. Era meio ingrime, e havia uma bancada na qual eu podia me sentar e conseguia ver os carros passarem nas ruas. Peguei meus fones e fiquei ouvindo música.

   Até que eu percebi alguém vindo e logo desci da onde estava e tirei os fones. Se a coordenadora me pegasse ali não seria nada bom. Mas para minha surpresa era o novato.
Assim que me viu, fez uma cara de assustado, como se não esperasse me ver por ali, e já ia dar meia-volta quando eu disse:

- Ei! Espera aí!

   Ele parou e se virou para mim.

- Você é o aluno novo na minha sala, né? Thomas, certo?

- Sim. - Ele respondeu.

   Eu até acharia ele seco, se ele não parecesse tão nervoso. Parecia querer sair dali logo.

- O que está escondendo aí hein? -Falei, percebendo sua mão no seu bolso.

- N-n-nada. -Gaguejou.

   Sem pensar muito, peguei da mão dele o que ele estava escondendo. E ambos paramos em choque.

   Sob a minha mão havia um pênis desenhado (maldita Catarina!) , e nela eu segurava um maço de cigarros que pertencia ao Thomas.


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