No. 9 || h.s

De cyberlowh

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"Falam que somos loucos, mas com um amor como o nosso quem não seria?" O amor te destrói? Se o mundo é um pen... Mais

Prólogo
N.o 1
No. 2
No. 4
No. 5
No. 6
No.7
No.8
No.9
No.10
No.11
No. 12
No.13
No.14
O Fim da Madrugada
Exclusão
Rendição
Presunção
Inserção
Resignação
Compaixão
Execução
Oi gente, tudo bem?

No. 3

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De cyberlowh

"O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte" - João Cabral de Melo Neto



Malon King

Acordo com uma ligação. Eu oficialmente tenho que mudar esse toque. Irritante.

  Deslizo o dedo ainda sonolenta, não vi a tela direito e muito menos vi quem era. Coloquei o aparelho na orelha.

  - Alô? – Coloco a mão na cara, bocejando.

  "Filha, querida, não era para você já estar na aula?"
 
Óbvio. Como eu ainda desconfiei? Obviamente minha mãe não deixaria de me ligar sete vezes ao dia tão facilmente. Talvez também seja óbvio por eu não ter ninguém além da minha mãe para me ligar.

  "Oi mãe, não, isso era na escola"

Levanto da cama cambaleando, muito sonolenta. Abro meu armário.

  "Ah, bem, costumes, não?" Ela da a sua risada clássica. As vezes imagino se minha mãe acha que está ambientada nos anos vinte.

Eu vir de pais tão corretos nunca foi um grande incômodo igual seria para outros adolescentes. Não saia na minha adolescência por ser muito sozinha, às vezes saía com Lexy. O único problema que realmente me deixava muito triste era a vergonha que eles tinham de mim, do meu jeito e do meu desvio psicológico.

  Lembro da minha infância antes de começar a tomar os remédios como um grande nada, minha médica diz que é porque tenho perda de memória, uma das poucas coisas que lembro de quando eu era criança era da minha mãe ser bem mais legal do que é hoje. Parece que meu pai ser fundador de uma igreja a deixou mais metida, esnobe, assim como ele.

  "Foi só para isso que você me ligou?" Apoio o celular entre meu ombro e orelha enquanto tomo meus remédios e depois coloco minha calça "para me avisar que tenho aula?"

  "Não filha, foi para avisar que deixei uma surpresa na portaria dai. Mandei meu primo, sabe, o Mark?" Murmuro um sim, mesmo não fazendo ideia de quem é Mark "Então, como ele trabalha ai perto mandei ele entregar. Bem, aproveita ai amorzinho, beijos"

Ouço o som de beijos.

  "Beijo mãe".

Desligo o telefone. Termino de colocar minha roupa e vou andando até a porta, por onde Lexy sai com uma necessaire rosa nas mãos.

  - Para aonde vai? – Ela diz.

  Lexy estava com uma postura digna de bailarina, o que obviamente estranhei. Lexy nunca foi do tipo que tem bons modos, sempre foi o extremo ela.

  - Aconteceu alguma coisa? – pergunto.

  - Perguntei primeiro – ela ri, sorridente.

  - Vou buscar um presente da minha mãe e depois vou tomar um café na cafeteria aqui na frente.

  - Ah – Ela respira, sorridente. Coloca a mão na cintura e faz cara de pensativa só para fazer um charme– Vida nova amor, preciso ser diferente. Umas amigas minhas do meu curso repararam o quanto eu pareço animada demais mas ao mesmo tempo insegura - ela pausa, pensando no que acabou de falar- falando agora em voz alta não parece fazer sentido, mas na hora fez, até perguntaram se eu tinha depressão nos tempos livres, acredita?Por que nunca me avisou Malu? – Ela diz, chocada. – Me deram algumas dicas. Bem, vai lá garota.

  Quando eu passo pela porta, ela da um tapa na minha bunda. Reviro meus olhos. Lexy desde sempre teve alguma moda pra fazer, desde que ela não seja assim por tanto tempo, para mim tudo bem.

Logo ela ia cansar dessas amigas, e depois ia fazer amigos diferentes.

  Sabia que iria ser assim, Lexy sempre tem mais amigos. E eu aqui, com uma menina sem noção demais,e outro menino estranho demais, e também tem aquele Harry.

  - Mamon. – sussurro para mim mesma, rindo.

  Meu nome pode ser estranho, mas ninguém nunca errou ao ponto de "Mamon". Bizarro.

  Durante o caminho até a portaria é fácil perceber os calouros e os veteranos. Calouros, todos bem vestidos e maquiados. Veteranos, short ou bermuda de lã, regata e pose cansada, talvez até achasse uma remela seca saindo daqueles olhos. Seria fácil me confundir com um veterano.

  Lá tem um homem, ele segura uma revista com uma mulher de calcinha e sutiã na capa e masca um chiclete como se estivesse mascando um chocolate queimado.

  - Eh... Olá – Aceno tímida.

  Ele nem se da ao trabalho de me olhar.

  - No que posso ajudar? - Ele vira a página.

  - Vim buscar uma encomenda, sou Malon King – Sorrio, educada como sempre.

  Ele vira de costas e pega uma caixa com uma carta por cima.

  - Obrigada.

  Vou até a cafeteria do campus com a caixa e a carta de minha mãe. Entro e sento numa mesa. Vem uma moça me atender num instante, já que não tem quase ninguém nesse lugar.

  - No que posso ajudar? – Ela diz a mesma frase que o homem que trabalha na portaria, mas de um modo mais animado e simpático.

  Samantha. Ta escrito no seu crachá. Tinha cabelos presos em um coque desajeitado, é universitária, sem duvidas.

  - Oi, quero só um café descafeinado. – Dou um sorriso.

  Ela confirma e sai.

  Decido abrir a carta primeiro. Leio o envelope.

"No.9"

Number 9? Se não for a minha mãe brincando comigo, não faço ideia do que seja. Decido abrir e leio.

"Moon? Nome meio peculiar, não acha?

Olá.

Deixe isso atrás da placa solta de "estacione" da cafeteria na frente do seu dormitório com a resposta. Mais tarde o procure no mesmo lugar que deixou"

Dou um sorriso, um pouco bizarro, porém despertou um pouco o meu sentido aventureiro. É um "admirador secreto" ou algo parecido? Desde que não seja um sequestrador, para mim tudo bem.

  Pego uma caneta na minha mala e escrevo um simples "oi" embaixo do que a pessoa escreveu.

  Quando levanto para colocar no embaixo do lixo, um copo surge na minha mesa, o café, quase me esqueci.

  - Aqui senhorita – agradeço.

  Tento tomar rápido, e quando estou quase no final ouço o sino de alguém entrando. Mary, SJ e o menino do chapéu passam juntos pela porta da cafeteria.

  Mary logo olha para mim, to começando a imaginar que ela colocou um censor em mim.

  - Malon! Que coincidência. – Ela sorri.

  Sj vem sorrindo logo atrás, ele parece como uma sombra de Mary. Ela e ele se sentam na minha mesa, o outro fica de pé meio atrás, sempre quieto, Sj diz para ele se sentar e ele o faz, relutante.

  - Malon? Nome meio estranho, não acha? – Diz pela primeira vez o menino de chapéu quando se senta.

  A frase é bem semelhante a que esta escrita na carta, mas decido ignorar.

  - É mesmo – Mary concorda.

  Não sei o que dizer, devo agradecer ou retrucar de forma agressiva? Ou talvez retrucar brincando? Mas não soaria natural, eu não sou assim toda brincalhona. Sj responde por mim.

  - Diz a menina com o nome Maryanne, meio velha - Sj diz rindo.

  - Minha mãe gostava da atriz, seu idiota. - Mary ao contrário de mim parece ter sempre a resposta na ponta da língua.

  - Realmente, Malon é bem mais estranho, tudo bem, já to acostumada – Dou risada, tentando parecer mais bem humorada.

  Nunca fui muito humorada. Nunca fui a "senhora simpatia", sou no máximo educada, e acho que é por isso que só tenho Lexy como amiga, e acho que também é por isso que ela não consegue me suportar por muito tempo.

  - Sou Klein. – O menino de chapéu arrasta sua cadeira mais para o meu lado.

  - Klein? E você zoa o meu nome? Você tem nome de marca de cueca– Dou risada, faço uma careta quando percebo o que falei, espero que leve na brincadeira, espero não ter soado rude.

  Relaxo quando vejo que Mary e SJ começam a rir muito alto, desnecessariamente, já que nem foi tão engraçado assim.

  - Ainda bem que meu primeiro nome não é Calvin...– Ele coça a nuca e faz uma careta, depois solta uma risada, claramente mais à vontade.

Forço uma risada também para não ficar chato, mesmo não vendo tanta graça.

  Na primeira vez que vi Klein, apoiado no canto sem falar nada, me passou pela cabeça que ele era meio "bad boy não ligo para ninguém". Mas lembrei que não estou na escola mais, pessoas são pessoas, não personagens.

  Seu cabelo é preto, assim como seus olhos, bastante magro. Tinha uma barba para fazer, e acho que o que o deixava mais atraente é seu meio sorriso juntamente com uma ruga ao lado da boca, parecia que estava debochando de tudo o tempo todo.

  Nós quatro ficamos um bom tempo conversando. Mary fala demais como sempre, mas agora não parece tão irritante quanto antes. Sj agora ta mais ele, não uma pessoa forças da, que era a impressão que tinha. E Klein, bem, ele não chega a ser engraçado igual seus amigos, mas consegue ser uma pessoa divertida e bem mais simpática do que eu imaginava.

  - Malon, temos uma festa, bem, não bem uma festa... Como vou explicar... – Mary coça a nuca.

  - Que festa Mary! É um racha de rua, uma corrida de carros, um perigo na ladeira, um crime compartilhado, não tem nada de festa – Sj diz dramático, brincando.

  Racha de rua... Já ouvi falar nisso, na minha casa em Crane County as vezes acontecia umas acidentes, até aparecia na televisão, uma vez um adolescente brincando de racha bateu o carro bem na rua da minha casa, foi terrível.

  - Não é perigoso? – Pergunto, mexendo na borda da minha caneca vazia.

  Eles dão risada, o que me deixa sem graça por não compreender.

  - Eu corro, e nunca aconteceu nada –Klein diz.

  - Klein, você corre igual uma mocinha, obvio que nunca aconteceu nada – Mary diz, debochada.

  Todos olham para Mary, Klein estava tentando me convencer que era seguro e Mary obviamente estragou isso. Não sou idiota.

  - Malon, é muito divertido, talvez gostem de você lá. – Sj tenta me convencer, mas a única coisa que consigo pensar é nesse talvez. -Eu estava brincando, tem nada de criminoso. É uma corrida amadora comparada com as da televisão, mas profissional comparado à aqueles racha de rua feita por bêbados na madrugada.

  - Não costumo me dar bem em lugares diferentes... Desculpa.

  - Vai! Vamos lá! Você é linda, gente linda se da bem em todos os lugares. - reviro meus olhos para disfarçar minha timidez e dou risada - Bem, se mudar de ideia, só mandar mensagem – Klein pisca para mim e me da um pedaço de papel com o seu telefone.

  Olho para o relógio de parede na cafeteria...

  - Gente, tenho psicologia, desculpa, to atrasada. Meu Deus... – Digo pegando minha mala e a caixa que minha mãe me deu.

  Estou acostumada a sempre chegar atrasada para tudo. Minha antiga psicologa dizia que é consequência dos meus transtornos, eu digo que é consequência do meu problema com relógios. Não sou esse tipo de gente que põem culpa na doença.

  - De novo? Primeira impressão é a que fica viu Malon – Klein diz rindo.

  Olho para trás mostrando um sorriso tímido. Até que me lembro, a carta.

  Vou voltando correndo até a mesa, quando chego Mary ta com ela aberta, ela me olha estranho e me entrega a carta.

  Fico sem graça, mas prefiro não pensar muito para não enlouquecer, só dou meia volta e saio da cafeteria.

  Dane-se que ela viu, sou curiosa demais para não responder essa pessoa. Coloco a carta idiota atrás da placa idiota.

  Começo a correr, literalmente, até a minha sala. Até que uma coisa, ou melhor, uma pessoa, me para, não me para literalmente, só passa por mim.

  Harry, ele nem sequer me repara, parece tão apressado quanto eu, até mais. Passa por mim igual um gato.

  Ai que percebo que ele esta indo para a mesmo lugar que eu, a sala de psicologia. Chegamos ao mesmo tempo, ele abre a porta e entra como se nada fosse, eu já fico parada na porta esperando a professora me permitir ou não entrar.

  Olho para a minha professora de psicologia, tem aparência bem profissional. Ruiva, magra, quarentona. Diria que ela tem cara de quem tem um caso com o diretor, que é casado.

  - Nem pensem, me desculpem crianças, ou fazer algo ou vão para seus quartos dormir. – Ela diz apontando para a porta onde estou parada.

  Todos na sala esperam Harry dar meia volta, mas ele senta na carteira e pega suas coisas.

  - Sr. Styles, a porta, por favor. – Ela levanta o óculos de grau e aponta para a porta novamente. Ele continua parado – A porta. – Ela diz mais firme, como se fosse uma ameaça.

  Ele tenta continuar parado no lugar, consigo sentir sua guerra interna daqui, apenas a uns metros de distância. Ele levanta. Sabe quando a sua mãe te obriga a fazer uma coisa que você não quer e você faz uma careta ou qualquer outra coisa birrenta? Era igual.

  Sento no banco de madeira do lado de fora da sala de aula, Harry senta ao meu lado, mas parece me ignorar por completo. Não o julgo, no seu lugar, com toda a raiva que estaria sentindo, faria igual.

  Quatro, estava aqui a quatro dias. Nesses quatro dias eu havia dormido como nunca dormi minha vida inteira, estou tão acostumada a ficar um, dois ou até três dias sem dormir por causa de um problema que carrego de insônia que estar dormindo nesses todos me sinto até preguiçosa demais.

  Nesses últimos anos a insônia não é tão forte, já que a perda de memória que também carrego é o que mais me assombra. Sou cheia de pequenos problemas que eram bem mais intensos quando era menor. Não sei o que é pior, ter uma grande limitação os várias pequenas.

  O pior de ter perda de memória é não saber quando você teve ou não. Você simplesmente esquece, esquece os momentos que acrescentam coisas na sua vida como se fossem nada. A única coisa boa disso é a facilidade em esquecer momentos ruins.

  Quando comecei a tomar remédios esses problemas pararam de ser uma coisa insuportavel igual antigamente, porém odeio depender de remédios.

  - Oi – Solto sem esperar, e olho para Harry.

  Quando escuto o silêncio, tenho vontade de bater em mim mesma, idiota, pensa antes de falar, estupida.

  Afinal, por que estou tão preocupada?

  Antes que possa pensar numa resposta para a minha questão, escuto:

  - Moon.. – E uma risada

  Olho seu sorriso, tinha covinhas, lindas covinhas, bem bonito, tudo bem bonito.

  - Por que "Moon"? – Chego mais perto, e ele parece não se importar, ou nem reparar.

  - Não gosta? – Da outro sorriso, mas continua olhando para o chão.

  Reparo nos seus músculos, estão tensos, sua mão aperta muito fortemente o banco de madeira; porém, seus olhos mostram o contrario, são tranquilos e misteriosos.

  - Gosto... Mas... Por que?

  E recebo uma resposta inesperada, não que não tivesse passado pela minha cabeça, mas a facilidade e a falta de vergonha dessa frase me impressionou. A facilidade e leveza que ela saiu pela sua boca. Ou talvez por não estar acostumada a ser elogiado por homens.

  - Por que a lua é linda Moon, é por isso que te chamo assim. – Ele olha para mim, verde.

  Verde.

  - Han... Bizarro... – É a única reação que consigo ter antes de me afastar. Depois dele terminar essa frase em voz alta tudo pareceu tão assustador.

  Me afastar. Volto a me afastar de Harry. Verde. Agora não parecia tão simpático ficar perto dele. Verde.

Meu peito dói, uma sensação de arrependimento vem. Me encontro completamente confusa. O que acabou de acontecer?

  Quero ficar longe, longe, muito longe dele. Esse sentimento veio de um segundo para o outro, mas forte como um soco. Minha vontade é de levantar e sair correndo. Correndo para longe, longe, muito longe dele.

  Longe de todo esse verde.

++++

Ooi,
Lembro que quando comecei a escrever eu imaginava o Klein como aquele gostoso do clipe I Know You Were a Trouble da Taylor Swift, tenho um crush até hj naquele homem maravilhoso aav
Lembro que antes eu ficava tentando explicar as situações do final do capítulo mas percebi que vcs n precisam disso, são bem espertinhos rsrs
Malon é bem doidinha ne kkkkkkkk

Espero que tenham gostado, vamo pro próximo lets lets

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