Segunda chance para o Amor

By Aninhasfg

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A vida de Kate não é nada mais do que comum. Ela tem poucos, mas bons amigos e é realizada com seu trabalho... More

Parte 2

Parte 1

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By Aninhasfg


Se você começou a ler essa história acreditando que o enredo seria um conto de fadas, onde o príncipe salva a princesa, juntos descobrem o amor e vivem felizes para sempre, bem sinto lhe informar que se enganou redondamente. Infelizmente para o senhor, leitor romântico, essa história não se passa nesse cenário.

A bem da verdade deveria, mas deveria, porque infelizmente essa não é a história que vou lhes contar. Bom, você pode presumir agora que eu sou uma chata que só enrola, mas eu garanto que quando pretendi escrever tinha a intenção de recontar a história que vi florescer, e lhes garanto foi lindo. Mas não, não foi dessa vez bem, quem sabe da próxima.

Esta história deveria ser a da minha melhor amiga, Anna Jones, e do seu amor, James White, mas por um infortúnio do destino, a narrativa que terão é nada mais, nada menos, do que da minha vida maçante. Eu sei que seria mais interessante falar sobre os dois, como sua história foi difícil e como é maravilhoso que agora vão se casar - e terão uma ninhada de filhos meiguinhos e fofos como os pais. Não quero que pensem que estou com inveja dos dois. Eu os amo com todo o meu coração e estou mortinha de felicidade por eles. Porém, apesar do meu papel como madrinha - é isso ai, você leu certo, a história é sobre a madrinha - ser o de ficar em segundo, terceiro ou até quarto plano, não é o que acontece nessa história - desculpa Ann!

Caros amigos quem vos fala sou eu Kate, a amada e querida amiga de todos, mas que fica só isso mesmo. Sou a pessoa agradável e sorridente que sempre tem um bom conselho a dar, é ótima pra guardar segredos e desabafar, mas nunca é vista de outra maneira. Em outras palavras a encalhada da turma.

Talvez a verdade inteira não seja essa, e talvez ( talvez) eu ainda não tenha encontrado alguém porque insisto em comparar todo mundo ao Théo. Pelo menos essa é a teoria da Ann, já que eu persisto repetindo que já o superei totalmente.

Agora é o momento em que você se pergunta: Mas quem é Théo?

Bem, Théo foi simplesmente o irmão que eu nunca tive na infância, se transformou na paixonite da minha adolescência e, por fim o amor da juventude. O problema foi que ele resolveu partir meu coração, indo embora justo quando me declarei com todas as palavras para ele. Pois é, queridos amigos, além de encalhada sou uma baita azarada.

Você pode pensar agora: "Mais que bobagem, parar sua vida amorosa por um cara que não vê há mais de 8 anos...". Só que para mim, caro leitor, não era uma bobagenzinha, coisa de criança. Nós realmente tínhamos uma ligação, não dá pra explicar, simplesmente era mágico. Ás vezes eu penso que era tudo coisa da minha cabeça. Mas como até nos momentos mais racionais eu acabo chegando à conclusão que era real, - ao menos pra mim - percebo que o que eu sentia se transformou gradualmente, e ao mesmo tempo inesperadamente, em amor.

Porém, não é disso que quero falar agora. Vamos voltar pra vida chata que tenho - apesar da guinada que deu com os preparativos do casamento. E lá vou eu para casa da Anna discutir sobre as músicas da cerimônia.

- Nossa Kate, você demorou!!

- É claro que demorei! Você me mandou uma mensagem de última hora pedindo que eu comprasse um milhão de coisas!

- Ah, deixa de drama! O supermercado fica pertinho do seu trabalho.

- Pertinho. Bem pertinho mesmo... Tipo a 4 quadras de lá.

- Bom não é tão longe assim. - ela replicou, mordendo os lábios, e depois foi para a cozinha.

Revirei os olhos, sabendo que de nada adiantaria discutir, e fui para o seu quarto guardar minhas coisas.

- O que você está fazendo?! Vamos pra sala!

- Eu não! Sei muito bem que você acabou de pôr a pizza no forno, então eu vou linda e bela tomar meu banho. Não aguento mais ficar com essa roupa!

- AH não. Eu não aguento esperar mais, quero escolher logo!!!

- Eu sei muito bem que você já decidiu quase todas. Está fazendo nesse drama todo só pra ouvi-las de novo e de novo e ficar imaginando como vai ser no dia.

- Você tá muito chata hoje! - fez bico e saiu do quarto - Tudo bem eu deixo você tomar banho, mas se a pizza ficar boa, como sem você!! - gritou lá de fora.

Bufei e fui para o banheiro do pequeno apartamento, que conhecia muito bem depois de tantas "noites do pijama".

*-*-*

- Então você gostou? - desligou a última música que tocava em seu notebook e franziu a testa, numa careta adorável de quem precisa de uma opinião.

- Eu não falei que você já tinha tudo pronto?

Ela bufou e deitou de costas no colchão, escondendo o rosto com o travesseiro.

- Você não me respondeu Kate!

Esperei uns segundos para o efeito da resposta - eu sei, não sou tão boazinha assim - e quando ela já estava se mexendo para me encarar com sua carranca característica eu respondi.

- Mas é claro que sim! São perfeitas, vai ficar tão lindo no dia... Já consigo até ver tudo se encaixando, é quase como um filme na sua cabeça.

Ela suspirou e levantou rapidamente.

- Eu sei, nem consigo acreditar em tudo que está acontecendo. - ficou com os olhos cheios de lágrimas e meu coração se apertou - Ainda não acredito que vamos nos casar. Nem parece real!

Eu poderia facilmente concordar com ela. A história da Anna e do James foi mesmo complicada, mas os dois realmente merecem ficar juntos e, apesar de clichê, eu nunca vi casal mais apaixonado, mais companheiro e amigo, eles tinham tudo e mais um pouco pra dar certo.

- Mas pode acreditar bobinha!! - dei três batidinhas na perna dela - Você e o James vão se casar, viver num castelo de açúcar e ter 3 fofuchos com as bochechinhas da mamãe.

- Ei! Não menospreze o meu sonho de criança!!

Caímos na gargalhada e em algum momento começamos uma guerra de travesseiros que acabou sem uma vencedora.

- Ai. Cansei!! - me joguei no colchão, quase levando ela junto.

- Ei calma ai, sedentária! Cuidado com meu notebook. Olha pra minha cara de quem tem dinheiro pra comprar outro?!

Ela o guardou na mesinha ao lado da estante e fechou a cortina da janela.

- Você já comprou um modelito novo para o sábado?

Fiz uma careta, e me fingi de desentendida.

- Para quê eu preciso de roupa nova Annabelle? Estou satisfeita com meu guarda-roupa. - bem isso não era lá muita verdade, mas não precisava dar razão pra ela agora.

- Como "pra que"?! Você tá morrendo de saber o motivo! Além do mais eu não estou satisfeita com as suas roupas. Aposto que sua peça mais nova deve ser do verão de 2004.

Rolei os olhos com seu drama e ela bufou.

- Poxa vida Kate, eu já disse como este jantar é importante!

- Não vejo por que eu devo comprar roupa nova, além do mais, você disse que era um jantar intimo, para poucas pessoas.

- Isso não quer dizer nada. E tem outra, você ainda não conhece o Nick. - deu uma pausa - Ele é lindo, inteligente, educado...

Dei um tempo pros meus pensamentos vagarem, já que esse discurso sobre o tal do Nicholas - vulgo melhor amigo e padrinho - eu já tinha ouvido várias vezes.

- É sério, ele vai ser seu par na cerimônia. Vocês poderiam se conhecer melhor e ficar amiguinhos também! Aham... aham?? - apertou minha barriga, me olhando com aquelas amêndoas pidonas que ela chama de olhos.

- Para com isso, Ann!! Eu não preciso que você banque a casamenteira, já falei mais de mil vezes!!! Além do mais que padrinho é esse que falta o noivado?!

- Arg!! Já falei que ele não pôde vir por causa do pai que teve um problema de saúde.

Olhei pra ela, tentando repetir o olhar que ela mesma tinha me ensinado, mas claro que não deu certo.

- E não tem "mas nem meio mas", na sexta que vem vamos ao shopping dar um jeito nisso. Eu iria amanhã mesmo, mas já marquei com a cerimonialista. E vamos logo assistir ao filme, antes que fique tarde e você pegue no sono.

Fiquei em silêncio e resolvi aceitar, já que sabia que ela estava certa - pelo menos sobre dormir durante o filme.

*-*-*

A sexta chegou rápido demais. A minha dita melhor amiga me fez vasculhar cada canto do shopping em busca do "vestido perfeito", minha sorte foi que fui usando tênis, senão todos os meus dedos teriam caído.

Depois de encontrar o vestido, fomos à busca de sapatos. Essa parte foi mais fácil, apesar de ter perdido a conta depois do número 26.

No sábado pela manhã descobri duas coisas: a primeira, que tinha horário marcado no salão - sinceramente não dá pra entender, tanta produção para um cara que nem vai me olhar direito. A segunda, é que eu devia estar numa situação péssima, já que até minha melhor amiga achava que eu precisava de tanto esforço para conseguir um homem.

Na hora de me arrumar, levei séculos com a maquiagem - nunca fomos grandes amigas - e quase desfiz meu cabelo na hora do banho, a sorte nunca estava ao meu lado.

Cheguei à casa dos pais de James meia hora mais tarde que o esperado - na realidade a Ann tinha me pedido para ir mais cedo, mas foi o máximo que consegui.

- Olha, mas vejam só quem chegou! - ouvi a voz familiar e me virei.

- Oi James! - nos cumprimentamos e ele enroscou a mão embaixo do meu braço, num gesto cavalheiro característico.

- A Ann já surtou pelo meu atraso?

Ele riu me conduzindo pelo salão onde eu acreditava que ela estivesse.

- O que você acha Kate?

- Espero que ela não esteja muito chateada comigo.

- Você sabe que é só nervosismo pré-casamento, pelo menos foi o que a organizadora disse.

Bati em seu braço rindo.

- O nome é cerimonialista e você sabe! - ele deu de ombros com um risinho zombeteiro no rosto - Afinal onde você está me levando?

- Tenho que te apresentar ao Nicholas. - franzi o cenho instantaneamente - Pelo menos foi essa tarefa que Ann me passou para "assim que te visse".

Bufei baixinho, olhando pelo salão procurando alguma maneira de escapar.

- Acho que vi a mãe da Ann ali James, com licença. - apontei para um lado cheio de gente, tentando soar o mais realista possível.

Ele acenou rindo e eu fui para direção que tinha apontado, e se você leitor ainda não percebeu, eu não tinha visto ninguém realmente, só não estava preparada para Ann dando uma de casamenteira.

Comecei a procurar um lugar para me esconder, mas sortuda que sou acabei esbarrando num garçom.

Assim que ergui meus olhos para o muito alto homem a minha frente, percebi que ele não era um garçom.

O cara estava com um sorrisinho no rosto, - que eu não entendi - mas aproveitei a minha chance.

- Vem comigo! - o puxei pelo salão, usando-o de escudo para se a Ann me visse.

- Você pode ser bem bonita moça, mas com certeza não bate bem da cabeça!

- Deixa de ser chato, só me ajuda.

- E por que eu deveria? - não lhe dei ouvidos e continuei o puxando.

- Você não é um convidado dos noivos? - ele assentiu, rindo, provavelmente de mim é claro - Deveria ser mais educado!

Ele deu uma gargalhada gostosa - pera oi?O que foi que eu pensei? - e me puxou para o centro do salão.

- De quem você está se escondendo, hein?

- De ninguém. E sou eu quem manda aqui! Você que tem que me seguir!!

- Achei que devia ser educado e prestar ajuda a amiga louca dos noivos.

Bufei indignada e quando estava saindo ele me puxou pra junto dele.

Minha nossa! Que homem era aquele?! Ele era enorme, devia ter bem mais que 1,80 e não tinha nada fora do lugar e, antes que vocês leitores maldosos pensem alguma coisa, eu só cheguei a essa conclusão por pura culpa do dito cujo que praticamente se chocou contra mim quando me puxou.

- O-o que vo-você está fazendo? - abaixei meus olhos com tamanho disparate, por que eu estava gaguejando?

Ele riu novamente, dessa vez colocando suas mãos na minha cintura e as minhas em seu pescoço e, minha nossa aquilo não estava fazendo nada bem pro meu coração sedentário ou minha barriga que agora formigava.

- Não é óbvio? Vamos dançar. Uma maneira muito mais eficaz pra uma pessoa baixinha como você se esconder.

- Ei eu não sou baixinha, você que é gigante.

- Devo encarar como um elogio?

Bufei de novo me escondendo atrás dele, olhando sobre seus ombros de vez em quando - o que era um problema com a minha altura - procurando pelo rastro da Ann ou do James.

- Dá pra olhar pra mim por 2 segundos?

- Hãn??

- Disfarça direito e olha pra mim!

- Eu estou olhando pra você!

- Não está não, você está olhando pra tudo menos pra mim!

E dessa vez ele não me deu chance pra falar, apenas segurou meu queixo delicadamente me fazendo encará-lo.

E foi quando eu vi aqueles olhos profundos que eu nunca esqueceria.

- Théo?!

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