A grã-duquesa perdida

By lavsmiranda

1.4M 153K 48.4K

Anastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela... More

Dedicatória
Prefácio
Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo XIII

30K 3.4K 979
By lavsmiranda

Dias se passaram sem nenhuma notícia de Anastásia para Ivan. Ele estava atormentado, não conseguia dormir, e havia se embriagado tantas vezes que nem se recordava quando esteve sóbrio. Ansiava a cada dia por notícias, mas a menina nem se deu ao trabalho de comunicar a família onde estava; não tirava sua razão, eles a tratavam muito mal, mesmo sabendo de quem ela era filha.

Bebia o segundo copo de vodca naquela manhã quando alguém bateu em sua porta. Saiu da cozinha e foi para a sala abrir a porta, pois só podia ser uma pessoa: Ygor Tchecov.

Quando Ivan abriu a porta, notou que a expressão de Ygor estava relaxada e preocupada ao mesmo tempo, e em sua mão continha uma carta. Aquilo realmente havia chamado sua atenção, esperava que não fosse nada grave.

— Tenho notícias que não vão deixar você dormir. — Ygor entrou na casa.

— Como se eu já estivesse dormindo. O que veio fazer aqui?

— Anastásia nos enviou uma carta. Quero dizer, ela enviou direcionada somente a mim.

— É essa que está na sua mão? — apontou para o papel em sua mão.

— Sim. — entregou a carta para o amigo. — Ela está bem, e um pouco assustada.

Pai,

Eu não deveria ter saído de casa daquela maneira, mas foi a única coisa que eu podia ter feito. Eu estou bem, e nem sei se vocês se importam com isso. Mas, apesar de tudo, o senhor sempre me tratou melhor que os outros. Estou trabalhando no palácio Peterhof. Trabalho como dama da grã-duquesa Natasha Bulganova, e todos são muitos gentis, com exceção da czarina Lara Bulganova; parece que desde o momento que pisei meus pés nesse palácio e fiquei na sua frente, ela me odiou. Ganho bem, tenho um quarto só para mim, ganhei roupas bonitas e confortáveis. Para minha surpresa fiz uma amiga, ela se chama Feodora.

Espero que o senhor esteja bem. Quando precisar de alguma ajuda, pode me mandar uma carta, eu ajudarei você de bom grado. O colar que me deu no aniversário é maravilhoso, eu fiquei muito feliz em ganhá-lo. Eu perdoei sua mulher e sua filha por tudo que me fizeram, eu acho que não devo guardar mágoas, parece errado.

Atenciosamente,

Anastásia Tchecova.

— Maldito seja! Ela está no palácio! Deus só pode estar de brincadeira comigo. — Ivan leu a carta novamente. — Ela é dama da própria irmã. Ela está no clã dos Bulganov novamente. Inferno!

— Não vai adiantar nada você praguejar pela casa feito um maluco.

— Você não está nem um pouco preocupado?

— Eu estive algumas semanas atrás, agora, não mais. — Ygor se sentou na poltrona e pegou um cigarro do bolso do seu casaco e acendeu na lareira. — Eu estou feliz que ela esteja bem.

— Eles não podem descobrir que ela é uma Bulganov. — Ivan deu um murro na parede.

— Você é um psicopata sem limites, Ivan. Será que você não percebe o quão arruinou a vida dessa família? — deu uma grande tragada no cigarro. — E você? Não sente falta da sua família? Não imagina o quão ficou envergonhada e manchada por sua causa? — Ygor passou a mão no cabelo. — Eu fico admirado em ver que Vladimir deixou sua família continuar por perto.

— Eu sinto falta da minha família, sim. — abaixou a cabeça. — Principalmente da minha mãe.

— Deixou tudo de lado para matar uma pessoa. Seguindo aquela frase egoísta: "Se ela não é minha, não é mais de ninguém." — deu mais uma tragada e soltou uma risada. — O que me deixa mais intrigado é que ela nunca foi sua, e você a matou. Você é um cretino.

— Por que você está me dizendo isso? Você andou bebendo, Ygor?

— Eu vou me entregar para o czar.

— Você vai o quê? — perguntou incrédulo.

— Isso que você ouviu. Vou me entregar para o czar.

— Só pode estar brincando comigo. — Ivan deu uma risada sarcástica. — Você não poderia fazer isso.

— Posso e vou.

— Não sai dessa casa sem estar sóbrio. — Ivan tirou uma arma da sua cintura. — Não me faça fazer uma coisa que eu não quero.

— Você já matou uma pessoa, destruiu a vida de outra. Sabe Ivan, não me surpreenderia se apertasse o gatilho.

— Por favor, Ygor.

— Vamos lá, não seja covarde. Atire.

— Pare com esse jogo, Ygor. — Ivan posicionou arma.

— Atira seu merdinha!

— Ygor...

— Atira seu verme de merda!

Ivan apertou o gatilho e ouviu o barulho da bala saindo da arma e indo em direção ao amigo. O tiro pegou bem no braço do homem, que olhou horrorizado para o braço. Sangue começou a escorrer pelo braço do homem e sujou a poltrona. Ivan largou a arma no chão e foi em direção a Ygor.

— Saia de perto de mim, Ivan! — Ygor o afastou com o braço bom. — Você é realmente maluco. Essa porcaria dói. Você tem noção?

— Você pediu por isso, Ygor.

— Claro. — riu com frustração. — Vou para minha casa, Nádia cuidará disso para mim. Mantenha distância de mim e da minha família.

Ygor caminhou até a porta e jogou o cigarro no chão pisando forte. Abriu a porta e olhou para Ivan.

— E isso vale para Anastásia também.

E saiu fechando a porta com força, deixando Ivan transtornado.

Os dias se passaram lentamente. O clima no palácio estava bastante estranho desde o evento no café da manhã. Era o dia de folga das damas de companhia, e Anastásia estaria longe de Natasha por um dia. Havia se apegado a moça rapidamente; ela era gentil e sorria facilmente. De alguma maneira, sua presença a deixava leve.

Estava na sala de chá, um lugar onde quase ninguém ia, por isso correu para lá, queria ficar sozinha. Seus irmãos estavam ocupados com suas coisas de sempre, principalmente Dimitri, que tinha resolvido passar os dias no escritório com o pai para aprender os seus futuros deveres.

Ela havia pedido uma bandeja com chá, leite, cubos de açúcar e biscoitos de todos os tipos para passar à tarde. Pegou um livro que havia pertencido a sua mãe, provavelmente era um romance, e gostava muito de ler romances. Desejava que um dia encontrasse um grande amor, um amor tão forte como o do seu pai com sua mãe. Possivelmente teria um casamento arranjado, pois sempre funcionava dessa maneira com a família imperial.

— Alteza?

— Quem é? — não reconheceu a voz.

— Anastásia.

— Por favor, entre.

Anastásia entrou com relutância, percebia pela maneira como se comportava. Usava um vestido de mangas compridas e o cabelo negro estava trançado perfeitamente. Seus olhos pareciam de alguém que tinha chorado muito, mas provavelmente era impressão sua.

— Hoje não é seu dia de folga? — Natasha colocou o livro em cima da mesinha onde estava bandeja de chá.

— Sim, Alteza.

— Sente-se, não fique em pé. — Natasha indicou um lugar para ela sentar.

— Eu não tenho para onde ir. Todos têm família, e eu não. — sentou-se. — Na verdade eu tenho, mas não nos damos muito bem.

— Deveria passear pela cidade. — Natasha sugeriu.

— Eu não tenho cabeça para passear por São Petersburgo, nunca tive.

— E você está atrás de mim por quê?

— Eu queria companhia.

— Você tem essa função comigo, não eu com você.

— Perdoe-me.

— Não, eu que me desculpo. — reconheceu sua grosseria rapidamente. — Porcaria, eu não queria ter sido grossa.

— Hum. — começou a remexer na saia do vestido. — Acho melhor eu voltar para o meu quarto.

— Não, fique. Eu estava pensando em como sentiria sua falta o dia todo.

— Sentiria falta porque não teria uma pessoa para servi-la a cada segundo. — Anastásia se levantou. — Foi um erro eu ter vindo, Alteza.

— Volte Anastásia, é uma ordem.

— Infelizmente terei que descumprir sua ordem, Alteza. Não me sinto bem em permanecer em sua companhia, preciso me retirar. Não é meu dever aconselhá-la, mas deveria tratar melhor quem lhe serve. Tenha um ótimo dia.

A menina deu as costas, abriu a porta e fechou delicadamente, coisa que Natasha não esperava. O que ela havia dito de tão grave? Será que havia magoado Anastásia de alguma maneira?

Bufou frustrada com aquela situação. Nunca esperou brigar com uma dama, e ainda ouvir um sermão. Despejou chá em sua xícara, logo em seguida leite e um cubo de açúcar. Bebericou um pouco e ficou olhando para a porta, pensando no furacão Anastásia que havia passado ali em poucos segundos atrás.

Continue Reading

You'll Also Like

95.3K 7.8K 51
CONCLUÍDA Marilia é uma professora de Química tem 22, maiara é uma aluna do ensino médio tem 17 anos e tem um crush na sua professora. 1° essa é uma...
4K 375 59
Após um trágico acidente que tirou vidas importantes no passado, Ezequiel se encontra perdido e culpa a Deus pela perca dolorosa. Uma garota cristã...
74.6K 2.6K 7
Ela cresceu sabendo que não era normal. Que não pertencia a esse mundo. Mas onde era seu lugar? Alhana vive uma vida boa ao lado de sua irmã Vanora...
3.3K 358 24
•Obra vencedora do Concurso Estrelas• Charlie é a princesa de Ilha Branca, uma pequena ilha localizada numa das partes mais distantes do oceano. Quan...