Irresistível Amor

camila-teixeira tarafından

42.1K 5K 1.1K

Spin-off do livro No Coração de Sofia Maria Lúcia foi abandonada pela mãe biológica aos seis anos de idad... Daha Fazla

Leia! É importante!
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 01 - Longe de ser a filha perfeita!
Capítulo 02 - Mal acompanhada, mas nunca só!
Capítulo 03 - Mesmo sem entender
Capítulo 04 - Ainda existe uma saída
Capítulo 05 - Os planos de Deus...
Uma carta para você
Capítulo 06 - Para salvar uma vida
Capítulo 07 - Liberte-se de você. Seja livre!
Capítulo 08 - Três Motivos
Capítulo 09 - Último motivo: Deus
Capítulo 10 - O evangelho é loucura para o mundo
Capítulo 11 - Um grito de socorro
Capítulo 12 - Além do que vejo
Capítulo 13 - Preciso que me ame!
Capítulo 14 - Isso não podia ter acontecido
Capítulo 15 - Sozinha não!
Capítulo 16 - Você precisa entender!
Capítulo 17 - A dor que ninguém vê
Capítulo 18 - Bônus por Leonardo
Capítulo 19 - Um lugar
Capítulo 20 - Simplesmente sobrenatural
Epílogo - Eu sou livre!
Para quem não conseguiu ler

Para quem não conseguiu ler

984 97 9
camila-teixeira tarafından

"Chega de ficar dizendo que não é ninguém, use essa fé, que eu sei que você tem, que eu te faço um campeão. Só depende de você, essa é a hora, posso mudar a sua história, é só acreditar que é capaz"

É só acreditar - Jamile

🎵🎵🎵

Assim que saí do colégio fui até a casa do Alex para lhe explicar tudo que estava acontecendo. Embora não tendo concordado com o que ele fez e o fato de não sermos namorado seja uma coisa bem clara, eu me senti mal com toda situação. Não podia simplesmente ignorar tudo que vivemos nos últimos cinco meses.

Toquei a campainha, mas ninguém atendeu. Toquei mais uma vez e novamente ninguém apareceu. Comecei a pensar que Alex não estava em casa, mas na terceira tentativa ele abre a porta.

— Malu? — ele me olha surpreso.

— Sei que você tá chateado comigo, mas podemos conversar? — começo a dizer antes que ele fale qualquer coisa.

Ele continua parecendo surpreso com minha visita. Tão surpreso que chega soar estranho.

— Não sei se é uma boa hora — disse, finalmente.

Sustentei seu olhar por alguns segundos. Eu não queria simplesmente deixar para lá, estava decidida a resolver de uma vez por todas essa situação.

— Deixa eu entrar, Alex, por favor — insisti.

— Não, Malu, agora não! — falou ríspido.

Então ele fechou mais a porta, de uma forma com que eu não pudesse ver nada lá dentro.

— O que você tá escondendo, Alex? — questionei, curiosa.

Tentei olhar pela fresta da porta, mas ele se colocou em minha frente.

— Nada — tentou soar o mais normal possível, no entanto, eu o conhecia bem o suficiente para saber que estava me escondendo algo. — Já disse que não é uma boa hora!

Cansada de todo aquele suspense, meti a mão na porta, abrindo por completo. Passei por Alex a força, me esquivando dele. Olhei toda a sala, procurando por algo suspeito, então, ao chegar perto do sofá, vejo uma blusa preta.

— Não vai me dizer que é da sua mãe, né? — levantei a blusa para que ele visse. — Porque, até onde eu sei, sua mãe não usa cropped.

Sem reação, ele começa a gaguejar.

— Quem é essa menina? — perguntei furiosa.

— Malu, me escuta... — começou a falar, mas eu não dei ouvidos.

Segui para o quarto dele e antes que abrisse, ele me grita. Fiquei tão louca de raiva que não consegui olha-lo. Abri a porta bruscamente, então dei de cara com alguém que eu nunca imaginei que se prestaria a esse papel também.

— Rebeca! — exclamei alarmada.

Ela estava na cama, coberta com o lençol, aparentemente só de calcinha e sutiã. Rebeca me olhou tão alarmada que não conseguiu falar nada. Minha vontade era de pular naquela cama e arrancar-la a força.

— Malu, eu disse que não era uma boa hora — a voz de Alex surge por atrás de mim.

Furiosa, me virei para encara-lo bem nos olhos.

— Ah, claro, eu estraguei o momento de vocês. Sou eu a errada nisso tudo, né?

— Na verdade, você começou quando resolveu ficar com seu novo amiguinho — retrucou. — Amigo? Será que ele é isso mesmo, apenas um amigo?

— Alex, já disse que você confundiu as coisas. Eu e o Leo só somos amigos! Agora vocês... Olha só o que você fez comigo, Alex. Você me traiu com alguém que eu considerava minha amiga.

— Não fizemos nada mais do que você e o seu amiguinho fizeram ontem!

E isso foi o basta para que eu desferisse um tapa em seu rosto. Foi um ato tão involuntário que eu só percebi quando ouvi o estalo e vi o rosto do Alex virando.

— E eu vim aqui, igual uma idiota, querendo dar explicações, resolver o mal entendido de ontem. Tudo isso porque eu me senti mal por você, Alex... Eu sou uma idiota mesmo! — Me virei para a menina, ainda na cama. — E você Rebeca... você é um ser tão desprezível que não merece um tapa sequer. Sejam muito felizes!!

Dei as costas e saí daquela casa certa de que nenhum dos dois mereciam minhas lágrimas. Contive o choro o caminho inteiro e antes de cruzar a rua e ir para casa, meu coração ferido gritou por cuidados. Eu devia correr para a casa de Letícia e me lamentar com ela, mas eu estava cansada demais para ouvi-la dizer que existem muitos homens no mundo, que eu não preciso chorar por Alex e todo aquele papo de que eu tenho que partir para outro. Eu precisava de alguém que não dissesse nada, apenas fosse meu ouvinte, me abraçasse e me passasse todo carinho e a certeza de que tudo ficaria bem.

Eu:
Posso ir para sua casa?

[18h43]

Leonardo:

O que aconteceu dessa vez?

[18h44]

Eu:
Só preciso de vc agora!

[18h44]

Leonardo:

Tô te esperando

[18h44]

***

— O que você faz quando está extremamente irritado, triste, chateado e com vontade de matar alguém? — pergunto assim que ele abre a porta.

Ele fricciona a testa e embora pareça estar assustado com minha pergunta, ele sorri.

— Quer entrar? — perguntou, ainda sorrindo.

Passo pela porta bufando, enquanto lembro das palavras de Alex e Rebeca. Leonardo senta ao meu lado rindo, aparentemente se divertindo com a minha cara emburrada.

— Você não respondeu minha pergunta — disse, cruzando os braços.

— Hmm... — murmurou, ajeitando-se no sofá. — Eu faço uma coisa que costuma funcionar sempre, mas não sei se você vai querer fazer — fez careta.

— Eu faço qualquer coisa para aliviar essa raiva! — apressei em dizer. — Me conta logo o que é.

— Bom... quando isso acontece, eu costumo orar — falou finalmente.

— Ah, já devia esperar — me encosto novamente no sofá.

— Vamos lá, Malu, você vai se sentir melhor — insistiu.

Suspirei, deixando meus ombros caírem.

— Tudo bem — concordei. — Só não lembro mais como faz... quer dizer, o que pedir... sei lá...

Enquanto me atrapalhava com as palavras, ele ria de um jeito tão divertido que eu acabei rindo também.

— Garanto que não é muito difícil — disse, depois de um tempo. — Você só precisa dizer tudo que está sentindo.

— Tudo bem, vamos tentar.

Nos ajeitamos no sofá, ficando um de frente para o outro.

— Pode começar — me lançou um olhar encorajador.

Fechei os olhos e depois de um tempo procurando as palavras certas, decidi começar.

— Deus... Como eu queria que matar não fosse pecado! Sei que não sou uma praticante assídua das Suas regras e que não tenho lá grandes chances de ir para o céu, mas é com dizem: a esperança é a última que morre! Hoje, só pra variar, eu estou extremamente irritada com mais esse grande acontecimento em minha vida. Nada que tenha sido muito diferente de tudo que já vivi. E por falar na minha vida, ainda não entendi por que Você faz isso comigo. Parece que eu nasci pra sofrer! Não entendo também por que Você não me leva logo... sério, se for pra me deixar sofrendo aqui, pode me levar.m as leva logo mesmo, tá? Hã... acho que é só isso... amém.

Abri meus olhos, sorridente, certa de que fiz tudo como Leonardo me instruiu, mas tendo em vista a feição dele, eu não me saí tão bem como imaginei. Ele ficou me olhando por alguns minutos com a boca semi-aberta, piscando várias vezes, parecia que eu havia matado alguém. Não sou nenhuma expert em orações, mas aquela expressão me disse que algo saiu errado.

— O que foi, Leo? — perguntei, assustada, depois de um tempo.

Ele continuou me encarando em silêncio, sem saber o que dizer.

— Fala logo! — insisti. — Fiz alguma coisa errada?

— Malu, você não pode falar com Deus como se Ele fosse seu escravo — disse, por fim.

— Mas... mas eu só falei o que sinto — encolhi os ombros.

— E você quer mesmo morrer? — perguntou, desacreditado.

— Às vezes sim — desvio meu olhar do dele.

Ele pega em meu queixo, voltando minha atenção para ele.

— Me diz o que te deixou assim, Malu. Deixa eu te ajudar.

Sustentei seu olhar por alguns segundos. Eu não sabia se seria uma boa ideia contar tudo, ter que relembrar toda dor que vinha guardando durante anos. Parte de mim queria oculta-la a qualquer custo, enquanto a outra gritava por socorro. Foram momentos difíceis, mas eu precisava pôr para fora toda dor que me sufocava.

— Eu... eu sou adotada, Leo... — comecei a falar, mas não consegui prosseguir com o assunto.

— Isso é realmente triste, Malu, mas você ganhou pais que te amam — minha cabeça pendeu para frente, então ele toca em meu rosto com as duas mãos, prendendo minha atenção nele. — E daí se eles são adotivos? Eles te amam, Malu. Te amam! E isso já é um grande motivo pra você ser feliz, pois tantas pessoas nesse mundo já não sabem mais o que é amar e ser amada.

— Eu sei muito bem o que é isso — comprimi os lábios, contendo o choro.

— Não fala isso, Malu...

Tirei suas mãos do meu rosto e uni as minhas.

— Ana, minha mãe biológica, me deixou quando eu tinha seis anos. Apenas seis anos, Leo! — o nó formado em minha gargante se desfez e em meio ao choro, continuei falando: — Ela foi capaz de me abandonar no meio da noite. Ela foi embora e me deixou sozinha, em uma noite chuvosa, sem dizer um adeus, sem se preocupar com o que aconteceria comigo. Ela foi fria o bastante para me colocar pra dormir e ir embora para sempre. Para sempre, Leo!

Desabei em seu ombro e chorei como nunca havia feito antes. Foi pior do que imaginei. Senti as feridas se abrindo de uma forma tão lenta e dolorosa que eu quis gritar e colocar para fora toda minha dor. Mas, ainda assim, pela primeira vez eu não quis parar, precisava colocar para fora toda dor e angustia que reprimi por anos. Foi um alívio. Eu só precisava chorar sem me importar com nada nem ninguém e foi exatamente isso que Leonardo fez. Ele não falou uma palavra sequer, ele não disse que tudo ia ficar bem, apenas fez carinho em minha cabeça enquanto eu me perdia em minhas lágrimas.

Ás vezes não preciso que ninguém me diga nada. Ás vezes eu não quero saber se vai ficar bem. Ás vezes eu só preciso de alguém que me abrace forte e me dê a certeza de que tudo vai se resolver. Atitudes valem mais que palavras!

— O que aconteceu depois? — sua voz surgiu em meio ao silêncio. — Quer falar sobre isso?

Levantei minha cabeça, ainda fungando um pouco, e ao encontrar seus olhos negros, senti a segurança necessária para continuar meu desabafo. Eu já sabia que Leonardo não me olharia torto, ou, pior, com aquele olhar de pena que tanto odiei nas pessoas. Parece que as pessoas não entendem que eu não preciso da sua compaixão e sim de um ombro amigo, uma palavra de ânimo. Será que é difícil entender isso?

Voltei a encostar minha cabeça em seu ombro e então comecei a falar:

— Na manhã seguinte Jussara me encontrou. Ela e Aluízio moravam no mesmo prédio que o meu, na época.

— Você pediu ajuda? Já conhecia eles?

Balancei a cabeça negativamente.

— Ela ouviu os meus gritos de socorro — continuei relatando. — Eles precisaram arrombar a porta, porque a Ana me trancou lá dentro. Foi horrível!

Então ele me apertou mais contra seu corpo e eu tive que respirar fundo para não voltar a chorar. Ficamos mais alguns minutos em silêncio, ele parecia tentar digerir toda essa minha história que mais se parece com um filme de terror. Não o culpo, até eu não consigo entender.

— Eu até entendo o motivo de você chamar sua mãe biológica pelo nome, foi algo realmente traumático — ele quebra o silêncio novamente, mudando o assunto dessa vez. — Mas não entendo o motivo de você não chamar seus pais adotivos por mãe e pai.

— Porque eu não consigo — respondo simplesmente.

Ele me fitou intrigado, mas não teve coragem de se aprofundar no assunto. Leonardo estava sendo nitidamente cauteloso. Eu, em contra partida, não consegui controlar a vontade de continuar o meu desabafo.

— Não consigo por causa da Ana — confessei. — Não consigo chama-la de mãe como quando era criança. Eu a chamava com orgulho, mas a cada dia que passava algo foi me impedindo, as palavras simplesmente não saíam. E ainda não saem, mesmo depois de saber que ela morreu.. não consigo mais.

— Esse trauma te causou um bloqueio psicológico — comentou.

— Falou como um psicólogo agora — brinquei, dando um pequeno sorriso para amenizar o clima.

— É pra isso que tenho estudado — falou, se sentindo orgulhoso.

— Ótimo! Tenho um psicólogo crente.

Ele balança a cabeça, dando um ligeiro sorriso.

— Já conversamos sobre esses seus preconceitos...

— Idiotas — o interrompi, completando sua frase. — Não falei como um tipo de preconceito. Dessa vez eu falei sério — o fitei séria para intensificar minhas palavras.

— Ok — disse ele, depois de me analisar por um tempo. — Então lá vai um conselho de um futuro psicólogo crente: como sua mãe já morreu e você não pode mais conversar com ela, você pode escrever no papel, como uma carta, tudo que está sentindo. Encara isso como se fosse um desabafo seu, vai te fazer bem.

A ideia me soou muito bem. Eu precisava de alguma forma desabafar com Ana, dizer tudo que sentia e mesmo que em minha imaginação, saber que ela leria o meu desabafo. Talvez fosse a última vez que "falaria"com minha mãe biológica.

Okumaya devam et

Bunları da Beğeneceksin

1M 52.9K 95
"Viciante tipo a droga mais pura Mistura de fofura com putaria na cara dura Questão de honra te quebrar na cama Te deixar nua de corpo e alma Não é m...
13.7K 2.4K 32
Baseado na música Romântico Anônimo - Marcos e Belluti Luiz Otavio Medeiros sempre foi apaixonado por uma menina que conheceu na infância. Agora ele...
460K 37.4K 79
Raul é um morador de rua que perdeu sua mãe e, desde então, vive debaixo de um viaduto com o seu irmão mais novo chamado Kevin, de apenas 7 anos. Ele...
1.1M 45.6K 49
Bela e Harry eram um casal perfeito, super apaixonados, mas o destino prega-lhes uma partida. Bela descobre que está gravida e para não prejudicar a...