Os outros advogados ficaram super excitados com a presença de uma jovem tão atraente quanto a secretária nova andando pelos corredores, e logo os comentários tomaram conta do ambiente.
Todos queriam conhece-la. Todos queria ter a chance de dizer quem havia sido o primeiro a sair com ela.
Eu tinha que admitir, nunca antes eu tinha tido uma secretária tão bonita quanto ela.
Ela devia ter por volta de 1,60 de altura. Seu cabelo era claro, mas sempre estava preso em um coque perfeito. Seus olhos claros, ficavam atrás de seu óculos delicado. Sua pele bem clara sempre em contraste com sua unha pintada de um vermelho vivo.
Ela era muito atraente, parecia uma boneca de porcelana: pequena e frágil.
Confesso que algumas vezes me questionei sobre sua sexualidade, já que várias vezes a peguei olhando para mim. Mas talvez fosse só minha imaginação querendo entrar em ação.
Nas primeiras semanas de trabalho a secretária mau trocava palavras com ninguém. Nem comigo ela tentou uma aproximação, ela só me perguntava o essencial.
Confesso que eu não esperava por aquilo, já que no primeiro dia ela estava toda eufórica e comunicativa.
Percebi que ela foi dando abertura para algumas pessoas se aproximarem mas não o suficiente, ela continuava sendo um mistério para todos. Aquele jeito dela me fez lembrar de mim.
Até que em um dia de trabalho, acabamos conversando por acaso.
Todos haviam ido embora. E eu fiquei trabalhando no notebook.
Eu não queria ir para casa, Daniel e eu haviamos brigado. Ele queria que eu tirasse férias junto com ele para viajarmos e ficarmos um tempo juntos, apenas nós.
Pelo amor de deus. Meu marido parecia uma mocinha.
A secretária ficou até tarde também, não sei o porque afinal não tinha nada para fazer.
Quando ela entra em meu escritório parece algo premeditado.
Ela estava com dois cafés do Starbucks nas mãos. Eu amava aquele lugar. O cheiro enche meus pulmões
— Oi? — Pergunto curiosa. Eu não lembrava o nome dela, afinal eu a chamava de A secretária. — O que ainda está fazendo aqui?
— Oi, Senhora Adriana.
Eu a interrompo.— Pode me chamar de Adriana. Qual o seu nome mesmo?
— Eu me chamo Amanda. — Ela responde de uma forma ríspida, como se eu a tivesse ofendido. — Eu trouxe isso pra você.
Ela me empurra um café e um donuts de baunilha.
— Nossa, não precisava.
— Precisava sim. Já está tarde e você não comeu desde o horário do almoço.
Bem, ela era observadora.
— Obrigada. — Pela primeira vez eu havia simpatizado com ela. — E então, o que você ainda faz aqui?
Vejo que ela estava pensando numa desculpa. — Só queria me certificar e ter certeza de que você ainda fosse precisar de mim...
— Certo.
— E a senhora, muito trabalho?
Observadora e curiosa.
— Na verdade não. Eu só precisava de um tempo pra mim.
Como o donuts enquanto Amanda permanece ali observando cada gesto meu.
Aquilo me deixa desconfortável.
Fecho o notebook.
— E então, vamos embora?
— Claro. — Ela se levanta.
Agora posso ver que ela estava usando um all star preto desbotado. Parecia bem confortável.
— Belo tênis.
— Desculpe. É que eu realmente odeio salto. Meus pés estão cheios de bolhas.
— Haha, tudo bem, tudo bem. Eu sei bem como é isso.
Você quer uma carona ou você tem carro?
Ela me olha encantada. — Eu adoraria uma carona.
Ao sair dirigindo da garagem, posso observa-la pelo canto do olho.
Ela solta seu cabelo num gesto rápido. Ela ficava mais linda ainda de cabelos soltos, eles se moldavam perfeitamente em seu rosto delicado.
Com outro gesto rápido ela desabotoa os três primeiros botões de sua blusa social de uma forma que seus seios ficam a mostra.
Guarda seu óculos e bem, ela estava sexy.
Ok, o que estava acontecendo comigo? Isso não era o tipo de observação que eu costumava fazer.
Ela me indicava o caminho enquanto eu evitava olha-la.
Agora eu conseguia entender os caras do escritório. Ela realmente era linda e muito carinhosa também. Esse negócio de ter me esperado depois do horário me fez perceber o quanto ela era diferente.
— Você fica bem diferente de cabelo solto. — Faço essa observação tentando não encara-la.
— Fico mais bonita? — Ela diz de uma forma divertida e joga os cabelos pro lado.
Dou uma risada nervosa.
Chegamos rápido na casa. A casa dela era pintada de um amarelo, e com detalhes em branco. Algumas flores pelo pequeno jardim, e um carro prata parado em frente.
— Então, você está entregue.
Amanda segura em minha mão, mas afasto rapidamente.
Ela percebe o meu gesto.
— Desculpe... — Ela me olha de uma forma diferente agora, como se estivesse apreensiva. — Obrigada pela carona.
Quando ela vai descer do carro, a seguro pelo braço.
— Olha, Amanda desculpa se as vezes eu sou grossa. Você parece ser bem legal, e foi muito bacana da sua parte ter me esperando no escritório.
— Estou aqui para ajuda-la, apenas isso.
— Obrigada pelo café e o donuts, não sei como você adivinhou mas é o meu café preferido.
— Sério mesmo? Comprei por acaso, afinal é o meu preferido também.
Silêncio.
— Bom, eu vou entrando. Até amanhã.
Ela se aproxima e me beija bem perto da boca. Sinto meu rosto ruborizar.
Talvez tenha sido o movimento que foi rápido demais ou foi coisa de minha imaginação fértil. Ela parece não perceber e sai do carro sorrindo.
Espero A secretária entrar dentro de casa e sigo para a minha.
Eu havia enrolado no escritório porque eu realmente não queria enfrentar o Daniel.
Ao estacionar o carro na nossa garagem torço para ele estar dormindo. Ao entrar dentro de casa me sirvo de uma taça de vinho e sigo para o quarto das crianças. Dou um beijo em cada um deles que estavam dormindo.
Meu celular vibra anunciando uma mensagem da secretária.
— "Obrigada mais uma vez pela carona. :)"
Não me preocupo em responder.
Ok, eu fui simpática com ela em um momento de fraqueza. Não significava que seríamos amigas ou algo do tipo.
No nosso quarto, Daniel já está deitado sem camiseta na cama, mexendo no notebook como sempre.
Ele se espanta com o horário que eu chego.
— Tá tudo bem? Você chegou um pouco tarde.
— Desculpa.
— Por chegar tarde ou pela briga mais cedo?
— Por tudo.
Lhe dou um beijo na boca.
Foi por isso que me apaixonei por Daniel, ele era a única pessoa que conseguia lidar com meus momentos de mau humor. Era o único que conseguia fazer com que eu mostrasse meu lado carinhoso. Só com ele eu conseguia abaixar a guarda, principalmente quando eu estava errada.
Corro para o banheiro e tomo um banho quente. Só uma taça de vinho já tinha me deixado alta.
Saio pro quarto para colocar meu pijama. Daniel está me olhando.
— Você está diferente. Está bonita.
— Você acha?
Nem coloco meu pijama e sigo em direção à ele. Jogo o notebook dele pro lado e o beijo novamente.
Coloco suas mãos sobre os meus seios. Não consigo me controlar, era o que a bebida fazia comigo.
Solto alguns gemidos altos.
— Acho que a partir de hoje vou começar a brigar mais com você sobre ficarmos mais juntos, sabe... — Ele sussurra sorrindo.
O puxo para mais perto de mim.
Ele fica por cima e faz exatamente o que eu queria. Beija meu corpo todo em movimentos lentos. Eu já podia sentir seu membro duro próximo a mim.
Daniel beija minha boca e entra dentro de mim sem qualquer esforço. E assim terminamos a noite.
***
Acordo com Daniel beijando minhas costas. Pelo visto a noite anterior não havia sido o suficiente para ele.
Ele continua beijando minhas costas e alterna entre passar sua barba em minha pele e beijar lentamente .
— Daniel, eu tenho que ir trabalhar...
— Eu sei, eu também. Mas a questão é, nós precisamos mesmo?
— Você sabe que sim.
Suspiro.
Pego meu celular. Eu ainda estava dentro do horário.
Posso ver uma outra nova mensagem da secretária.
— "O que acha de mais um Starbucks hoje?"
Que garota chata!
Jogo o celular pro lado e puxo Daniel para perto de mim.
— Sabe, acho que vou tirar férias com você sim. Mas só se você se comportar como na noite anterior.
— Hummmm, é mesmo?
Daniel puxa meu cabelo com força, e num gesto rápido me coloca de quatro. E é dessa forma que me atrasso para o serviço.
***
Ao chegar no escritório com 2 horas de atraso, vejo A secretária em minha mesa.
— Bom dia. — Ela diz de uma forma sutil.
— Bom dia. Desculpa pelo atraso.
Fecho a porta atrás de mim.
Vejo um café em minha mesa.
— A senhora não respondeu se queria café mas eu trouxe mesmo assim... Já deve estar frio a essa altura.
Aliás, você está bonita hoje.
Bom, eu não sei o que havia acontecido naquela noite anterior mas não iria dar abertura para aquela garota.
— Eu não sei o que você pensa que está fazendo bancando a minha amiga mas é melhor parar com isso agora.
— Nossa. Eu pensei que... Deixa pra lá. — Posso ver as lagrimas se formando em seus olhos claros. — Tem razão.
Por um momento me sinto mau. Eu não devia tê-la tratado daquela forma, mas deixo pra lá. Eu havia tido uma noite incrível com meu marido, e era só isso que importava.