Live Forever

Від kcestrabao

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Karla Camila é um dos nomes mais importantes do meio empresarial na América do Norte, dona de uma multinacion... Більше

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Dangerously In Love
Typical
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Dallas
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Ascension

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Від kcestrabao

Narrador POV

Lauren Jauregui estava dentro da mansão da poderosa bilionária, que não escondia em momento algum as suas intenções. A empresária se manteve distante, não querendo invadir espaços de conversas que não eram suas, sabia ser uma discreta má intencionada, os olhos castanhos sempre perdidamente interessados nos movimentos aleatórios que a aeromoça fizesse entre o aglomerado de suas colegas de trabalho.

— Por que nós não liberamos a pista de dança, hem? – Aquela foi Allyson Brooke lhe entregando um incentivo mais concreto, que fez Karla Camila assentir, deixando seu corpo perseguir o de sua melhor amiga e sócia até o centro do salão de eventos em sua casa, sentindo as atenções serem convertidas a si, e a música ambiente sendo reduzida a zero pelo DJ responsável por aquele momento.

— Boa noite a vocês, quero agradecer primeiro a presença de todos aqui, sei que intimamente estão cansados física e mentalmente depois de todos os treinamentos que tiveram de passar essa semana em nossa empresa, e quis justamente oferecer essa festividade para ajudá-los com o descanso, assim como para nos aproximar como membros de uma estrutura quase infinita de empresa. Quero que aproveitem à noite, e saibam que integram uma parte especial de minha jornada, não colocaria-os dentro de minha casa se não confiasse nisso, aproveitem cada segundo! – Karla Camila foi certeira em seu discurso breve, os chamamentos e assobios animados mostrava que todos pareciam entrar finalmente em seu estado de espirito. As luzes delirantes da pista de dança se iniciaram em sua freneticidade e a música antes tão calma e clássica, se tornou uma verdadeira energia materializada, o eletrônico conquistava todos os corações, e as aeromoças contidas se debulhavam em sorrisos uma a outra, aproveitando seus momentos entorno de seus colegas de trabalho, a festa finalmente havia começado.

Music on* Let You Love Me – Rita Ora

A até então melhor amiga de Lauren, a loirinha simpática e sorridente chamada Zara tinha uma presença de espirito mais animada e simpática, tocando no pulso da amiga para chamá-la para a pista de dança com suas outras colegas de trabalho, e parecia que a morena de olhos verdes e de postura retraída era a mais careta do bando, pedindo que a loira parasse com aquela ideia, que ela não queria dançar.

Talvez não fosse sua postura casual, o que só fazia a loira insistir porque sabia que quando saiam para beber com as meninas do trabalho nada daquela postura era coisa de Lauren que sempre era uma das mais animadas, sabia bem que era coisa de momento, que ela se sentia intimidada com a presença da empresária que não parecia disposta a deixar seus olhos desviarem para muito longe enquanto bebia seu champanhe da maneira mais obscena que a boca de uma mulher poderia fazer.

— Você não é assim, pare de fazer tipo. – Zara sussurrou ao curvar o rosto para que se fizesse ouvir bem por Lauren, que cerrou o olhar para a loira.

— Eu só não me sinto confortável nesse ambiente para dançar. – Deu de ombros fingindo casualidade, focando nos olhos travessos e brilhantes da melhor amiga entre as luzes intensas. Só queria comer e beber o que devia e ir embora no primeiro momento, sabia que não estava disposta a perder o que com tanto afinco necessitava manter.

— Se não se sente confortável aqui dentro, onde mais poderia? Olhe a sua volta! As taças são de cristal, ela tem um bar dentro de casa com garrafas que custam salários de nossas vidas, acorde! – Zara proferiu a olhando exaltada, não entendia o que a fazia tão receosa sobre aquela situação.

Era somente uma bilionária querendo uma noite, o que de mais errado podia acontecer?

— É justamente por isso, está sendo enfática o suficiente na parte monetária, ela é de um mundo oposto ao meu, o que acha que ela quer comigo? – Lauren retrucou sabendo que era desnecessário terem aquela conversa ali, como uma discussão de relação inadequada, mas precisava que Zara lhe entendesse.

— Sexo? – A loira debochou com um sorrisinho sacana.

— Certo, você está certa, ela só quer sexo. – Lauren proferiu baixo, curvando como a amiga para que conversassem ao pé do ouvido pela alta música.

— Como se você não quisesse a mesma coisa, não é? Está claro que não liga para o dinheiro dela, mas fica completamente de quatro quando a mulher se aproxima, você também quer sexo com ela, qual a parte complexa nessa história que não envolva vocês transando na melhor suíte de um prédio milionário no Upper East Side tomando uma garrafa cara de vinho? – A loira arqueou a sobrancelha inqueriu a aeromoça que a olhou com tons de reprovação.

— E se eu gostar demais? E ela gostar de menos? Ela só vai me descartar e eu odeio a possibilidade de ceder esse tipo de controle a alguém, você sabe disso! Eu não sou para o sexo casual, sou um desastre nisso! – Lauren levou a mão direita a têmpora, o cenho franzido em uma indecisão que a fazia evitar olhar para além de Zara, porque sabia que estava sendo observada pela mulher de vermelho dona de cada centímetro que pisavam.

— E vai ficar chupando o dedo até quando? Ela é dona de onde nós trabalhamos, acha mesmo que vai ficar fácil se a ignorar? Só vai piorar... vá por mim, eu não gosto da coisa... – A loira fez uma pausa teatral, definindo o corpo feminino com as mãos em um movimento ondular, como um violão.

— Não gosto desse lance... mas ela é a mulher mais gostosona que eu já pude ver na vida, olhe bem aquele cabelo, a boca e o tamanho da bunda dela... não tem como ser normal, ela deve ter colocado silicone ali, como a Nicki Minaj. – Zara sussurrou conspiratória levando a taça de bebida aos lábios, desviando o olhar para acompanhar o corpo de Karla Camila imóvel a qualquer possibilidade de dança, conversando com Allyson Brooke em uma compenetração de sobressaltar.

— Olhe bem, você olha para ela falando daquele jeito empresária de poder e já quer emitir os gemidinhos como uma verdadeira cadela, assuma. – A loira sorriu de canto, focando o olhar em Lauren que perseguiu sua explicação com lentidão, deixando seus olhos pairarem em Karla Camila.

A quem iria mentir? Em momentos de devaneios conseguia assumir que estava louca para destruir aquela compostura autoritária com suas próprias mãos.

Literalmente.

Sabia que a mulher era resistente, que seria uma batalha árdua para ser vencida, a qual por céus queria muito vencer até se despertar e entender que a realidade era outra e que a possibilidade de sair derrotada era grande por não conseguir separar tão bem todas as coisas.

Oh oh... problemas molhados no horizonte. – Zara avisou de repentino a Lauren que percebeu a movimentação lentamente torturante da empresária em direção a elas, trazendo consigo Allyson Brooke, a loira que reconheceu Lauren da visita a KCE se aproximou simpática, lhe estendendo a mão em um cumprimento gentil.

— Eu ainda me lembro de você... – Falou a seu ouvido, sorrindo em pura simpatia para a aeromoça que retribuiu seu cumprimento, não deixando de ser tão gentil quanto, a loira era uma mulher difícil de desgostar, mesmo que tentasse para desconstruir seu desesperado anseio por Karla Camila.

— Que bom revê-la, isso... é um bom momento. – Lauren tentou a olhando sorrir. Ally deu espaço a Karla Camila que primeiro estendeu a mão para cumprimentar Zara, que não teve rodeios em apertar, sorrindo com a maior simpatia que podia ter, observando a empresária desviar o olhar a Lauren sem sutileza alguma.

— Estão gostando da festa? Alguma objeção? – Karla Camila perguntou entreolhando as mulheres, contendo-se de cumprimentar Lauren com algum toque, era facilmente perceptível que não estavam dispostas a suportarem as cargas elétricas sem motivos tão evidentes.

— Tudo perfeitamente organizado, estamos felizes com a recepção que deu a todos nós, muito gentil de sua parte... não é, Lauren? – Zara falou olhando de canto a amiga, que a olhou seriamente inclinada a xingar por inseri-la a conversa daquela maneira. Parecia uma conspiração divertida, Karla Camila deteve a vontade de sorrir a amiga de Lauren.

— Sim, estamos felizes com a recepção, todas as meninas as quais conversamos repetem a mesma opinião que nós, agradecemos o convite. – Pareceu formal demais, robótica como nada antes. A empresária piscou lentamente, acenando com a cabeça em cumprimento a seu elogio, recebendo o olhar esmeralda em si, e não bastou muito para que desviasse o olhar a boca da aeromoça vagarosamente, tremendamente tentada a imaginar os estragos os quais podiam ser feitos se unida a sua novamente.

Só havia aquela mulher com a capacidade de lhe arrepiar em cada centímetro de sua pele somente por imaginá-la retribuindo novamente seus beijos e seu toque, perdendo os dedos em seus cabelos tão negros... A necessidade que palpitava na boca de seu estômago, tornando seus anseios e arrepios descontroladamente gélidos chegava a ser desnorteadora.

Bebeu do champanhe novamente para tentar saciar aquilo que de imediato a dominou.

— Não é necessário agradecimento algum, é um prazer recebe-los em minha casa. – A empresária respondeu-lhe em tom enfático suficiente para que entendesse que aquela mensagem podia ser atribuída a outros, mas que estava sendo direcionada diretamente a ela naquele instante. Seu desconforto em notar aquilo a fez se remexer desviando o olhar.

Lauren não conseguia se manter tantos minutos compenetrada no olhar irremediável e castanho que Karla Camila conseguia direcionar à si porque lhe preenchia de desconfortos incontroláveis, eram milhares motivos que não fugiam tanto da atração estúpida que sentia pela mulher.

— Bom... eu vou a pista de dança com minhas amigas. – Zara despertou-se a falar de repentino, recebendo o olhar imediato da aeromoça.

— Creio que vocês serão melhores companhias a Lauren do que nós, ela disse enfaticamente que não quer dançar. – Zara ressaltou dando uma piscadela discreta a amiga que tentou negar imediatamente franzindo o cenho para que a loira se lembrasse que havia prometido não a deixar sozinha. Zara ignorou a situação achando graça e caminhou entre os convidados segurando seu copo de bebida em mãos para se enturmar com suas colegas aeromoças que não mensuravam as etiquetas e aproveitavam da música eletrônica para esbanjarem os melhores movimentos.

Lauren direcionou um olhar sem graça a Allyson Brooke assim que a mesma se moveu entre Karla Camila e ela.

— Vou buscar uma bebida para mim e ligar para meu namorado, tenho certeza que ele está chegando. – Avisou atenciosamente e não deixou espaço algum para que Lauren pudesse negar se manter sozinha com a empresária.

Sozinha.

Não era como se todos a volta não estivesse vendo, ou como se a mulher pudesse fazer algo ali, mas somente o fato de ficar a sós com ela sob a vista ou não de qualquer pessoa mexia sim muito com o nervosismo tão comedido por Lauren anteriormente. Karla Camila não deixou o sorrisinho conspiratório fugir de seus lábios, seu corpo dando um passo além, para se aproximar, o que fez a aeromoça engolir em seco sustentando a proximidade com bravura e queixo erguendo-se relutante.

— É estranho que eu tenha a intensa impressão de que tem muito medo de mim. – Karla Camila proferiu a olhando profundamente concentrada, seus olhos não seriam detidos por nenhuma outra direção, nada podia tomar sua atenção agora que tinha a da mulher que desejava.

Lauren apertou o copo entre suas mãos. A observar daquela proximidade não facilitava muitas coisas, estava muito atraente naquela noite, o vermelho combinava com seu estado de espirito matador.

— Não tenho medo de você e nunca vou ter, tenho medo de mim... – Lauren respondeu mordendo o interior de sua bochecha com afinco, sentindo os lábios cerrarem ansiosamente honestos. Não havia muito que pudesse fazer. Sua fala despertou ainda mais o interesse de Karla Camila.

— Não temo que possa me fazer nada grave mesmo que queira. – A empresária sussurrou a um ponto que foi entendida por Lauren não por ser absolutamente ouvida, mas pela leitura que sua compenetração tão fatal me seus lábios vermelhos lhe proporcionaram.

— Não me conhece. – Lauren retrucou em seu melhor tom defensivo.

— Não conhecê-la não me torna mais temerosa, na verdade só torna tudo pior... me instiga a conhecer... – A morena citou lentamente, deixando as últimas palavras se moverem obscenamente por seus lábios carnudos, sendo conduzidas pelo seu olhar de desnudar lentamente seja quem fosse, que desceu pelo corpo da aeromoça tão próximo ao seu.

Cada detalhe só lhe agradava mais, não sabia que uma boca maquiada, ou um vestido azul podia fazer-lhe ainda mais suscetível.

Queria aquela mulher.

Lauren olhou a sua volta, sentindo alguns olhares em si ao estar conversando com a chefe de todos, sabia que perguntas viriam em torrenciais para saberem do que falavam. Sua paz estava eliminada das possibilidades se continuasse conversando com a presença mais ilustre do local.

Não estou afim hoje, se insistir talvez eu tenha que chamar algum policial da cidade. – Lauren falou depressa. O fato de simplesmente sugerir que a empresária seria capaz de lhe forçar a algo foi insultante o suficiente, mas aquilo não fez Karla Camila desmanchar o sozinho forçado do rosto, o sustentou como uma máquina imortal da provocação.

Aconselho que chame os bombeiros também, nunca se sabe de onde podem vir os focos mais insanos de incêndio... principalmente à minha presença... sempre presencio incêndios nos lugares mais inusitados... – Deu outro passo de proximidade curvando a cabeça para que fizesse ser bem ouvida entre a música eletrônica alta.

Fogo em minha cozinha... no banheiro... em minha sala de escritório... não faz ideia. – Provocou sorrindo logo em seguida de maneira jocosa sobre a situação. Lauren engoliu em seco ao notar que suas ironias consumiam cada pequeno lapso de sanidade que podia construir em segundos.

— Não estou brincando. – Lauren afirmou.

— Nem eu, se espera que eu volte minha promessa atrás terá que esperar sentada. Você me provocou primeiro e eu tenho que lidar com isso, mas não espere que eu vá ultrapassar algum limite para que facilite sua parte, para que me odeie com razões, eu não sou essa mulher. Eu nunca desrespeitei você e nunca vou desrespeitar para ter aquilo que eu desejo. – Karla Camila deixava claro que era uma calculista de primeira sobre cada aspecto de sua vida.

Desejava...

Lauren desviou o olhar, encontrando algum garçom que vinha pelo caminho para devolver sua taça já vazia, seus pensamentos desconcertados e indecisos. Não podia perder-se daquela maneira... era claro que aquela mulher abusava de métodos baixos de sedução.

— Que tal se desprender de suas amarras idiotas e vir comigo? Posso lhe mostrar minha casa, caminhar por ambientes mais calmos, tenho certeza que pode apreciar e ter certeza que nenhum fio de cabelo seu estará fora do lugar por minha culpa... mesmo que eu não possa garantir nada sobre você... – Karla Camila proferiu dando um sorriso perfeitamente galanteadora, sua prepotência e sua autoconfiança em se apresentar como uma irresistível era infalível.

Lauren sabia que não devia ficar sozinha com ela, e não havia álibi algum que pudesse se agarrar naquele momento.

Sinceramente eu nem sei o que vim fazer nessa festa... – Lauren relutou, olhando sobre o ombro para sua amiga, aquela que devia estar a seu lado evitando tudo aquilo, mas que parecia louca demais em uma pista de dança e bebida de graça para que pudesse se importar tanto.

Karla Camila notou a indecisão e desconforto imediato dela, parecia algo além do que somente evitar ter intimidade consigo, notar todo aquele rubor e desvios de olhares constantes fez a empresária se antecipar em preocupar-se.

O que podia ter acontecido para ser tão temerosa?

— Está com dificuldades em seja o que for? – A empresária se antecipou em perguntar, seus olhos castanhos tinha um foco diferente de antes, era toda compenetração, mas não parecia debochar de seus problemas.

— Essa vida é complicada demais para que eu perca um pouco do fio de sanidade que tenho me aventurando com uma mulher como você, eu não preciso de mais problemas. – Lauren falou seriamente, dando de ombros. Seus olhos verdes desviando tão apressados quanto suas passadas longas para se afastar da festa.

Estava decidida a ir embora, não havia ficado ali mais do que 1 hora, mas sabia que não havia mais nada a fazer ali que não implicasse em perder seu controle sobre sua própria vida.

Music on* Sabrina Claudio – Problem with You

Karla Camila se manteve imóvel encarando sua taça de champanhe.

O que queria exatamente com aquela mulher? Valia a pena que deixasse seu estado inerte de lado? Queria algo sério? O que havia dentro de si para ela? Deixaria que ela se fosse? Que aquela mulher passasse?

Foram alguns segundos de pequenas relutâncias silenciosas até que sua mente tomasse decisões por si. Deixou a taça sobre a primeira mesa que viu, e não pensou tanto quando caminhou entre os convidados, conseguindo alcançar a aeromoça já fora de seu casarão, os respingos gélidos e fraquinhos de chuva iriam ser causadores de desastres em seu vestido e cabelo, o que ela ignorou com urgência.

— Hey! – Chamou alto, seus saltos ressonando ao pisarem apressados pelos degraus de pedras. Lauren já falava com o motorista que a trouxera, o homem ao ouvir a voz tão familiar desviou o olhar da aeromoça, se focando em Karla Camila que notou os bufos ansiosos da mulher, que não conseguia esconder a inquietância.

— Por que não me deixa em paz? – Lauren questionou ansiosa, seus olhos irritados no homem a frente. Sabia que podia perder seu emprego na manhã seguinte, mas não conseguia se conter. A mulher dificultava tudo para si.

Karla Camila continuou seu caminho, mesmo se molhando naquela noite de Dallas.

— É o que quer? Que lhe deixe em definitivo em paz? – Questionou ignorando o motorista, já não se preocupava com a presença do homem. Se aproximou do carro ao qual estavam próximos, notando que o homem discretamente cedeu alguma distância para que pudessem conversar.

É o que eu mais desejo, que me deixe em paz... – Lauren sabia que mentia até para si mesma. Aquela mulher havia mexido consigo a ponto de desejar que ela se afastasse agora... não queria perder-se, tinha tanto medo...

— Tudo bem... eu prometo lhe deixar em paz para sempre, mas me responda uma última coisa. – A empresária pediu a olhando profundamente, havia seriedade em sua expressão, ela não queria brincar com os sentimentos de ninguém. Lauren engoliu em seco novamente, se abraçando entre os respingos fraquinhos daqueles chuviscos. Karla Camila se aproximou o suficiente para que pudessem se olhar de perto, e sentir o calor emanar uma da outra.

O que devo fazer com meus pensamentos? Posso deixá-la em paz e isso pode facilitar sua vida... mas o que devo fazer com todos os pensamentos sobre você que tenho todos os dias? Eles são banais? Ensine-me em segundos a esquecer todos eles... como posso esquecer de alguém que domina cada pensamento meu com essa facilidade? – Sentiu que com Lauren Jauregui não podia agir como agia com outras pessoas, ela era diferente, precisava ser honesta e tratá-la diferente de qualquer pessoa que veio a cruzar seu caminho.

Segundos determinariam sua vida.

Não fala sério... – Lauren se negou a acreditar, seus olhos verdes perdidamente confusos. Karla Camila negou, sua expressão tão rigidamente séria provava que não era brincadeira.

Nunca falei tão sério em minha vida, se não quer acreditar é seu mérito, mas saiba que eu não consigo tirar você da minha cabeça a dias, não creio que uma pessoa qualquer conseguiria despertar algo como isso em mim. – Assumiu umedecendo os lábios.

Você é tão baixa... – Lauren sussurrou levando as mãos trêmulas ao rosto, tentando espairecer a mente, não conseguia se concentrar em nada além da verdade que a mulher parecia expor diante de si com tanto fervor... O que podia fazer?

Nunca me deu oportunidades para conversas o suficiente para prometer que seria o contrário... – Karla Camila suspirou quando sentiu a proximidade dela se tornar maior. Lauren fechou os olhos negando-se a dominar pelo orgulho... Não conseguiu resistir.

Seus dedos gelados se moveram pelos ombros de Karla Camila, tocando em sua pele desnuda e úmida pelos pingos de chuva, parou somente quando se acomodou entre seus cabelos, repousando os dedos em sua nuca, puxando sua boca para um beijo desavisado, suas bocas trocando ataques devoradores...

O motorista se afastou em silêncio deixando as mulheres à sós quando notou que tudo estava sobre controle.

Karla Camila não deixou de emitir um gemido baixo e necessitado contra a boca quente na sua, a língua dominadora de Lauren conduziu seu corpo a empurrar o dela contra o carro, apoiando suas mãos sobre o material molhado, ignorando que chovia sobre suas cabeças e que deviam se esconder antes que aquilo virasse uma tempestade descontrolada. Diferente da primeira vez era pura lentidão, não havia porque terem pressa, mesmo que suas respirações ofegantes e a gana no aperto das mãos de Lauren em seu corpo fossem devidamente correspondidos por suas mãos se movendo do carro para se acomodar em suas curvas... a curva de sua cintura era tão confortável entre seus dedos, o volume de sua bunda contra sua palma ao deslizar sobre ela... Em meio a suas ações absortas tentou evitar que cometessem um espetáculo obsceno, mas era difícil que não se sentisse tão tentada a ser ousada para quem quisesse ver quando tinha aqueles lábios tão desafiadores nos seus.

Lauren fez questão de lhe ceder a calmaria mais sensual que os lábios de uma mulher havia lhe proporcionado, tinha um movimento instigante, a boca entreabrindo para tomar a sua em mordidas sutis e logo retroceder se deixando ser dominada no beijo, um meio termo enlouquecedor de uma mulher que sabia como provocar e se tornar inesquecível para quem a tivesse por míseros segundos que fosse.

Foi ela a responsável por deter o beijo com lentidão, acomodando suas mãos geladas e indecisas ao rosto de empresária que a olhava profundamente focada, se havia algo em seu mundo naquele instante era Lauren, tinha sua completa atenção, precisava conhece-la e torna-la parte de sua realidade.

Lauren empurrou sua testa a de Karla Camila, suspirando ao tocar o polegar suavemente em seu lábio inferior em uma caricia titubeante.

Dê-me somente essa noite para recomeçar, me conheça. – Karla Camila pediu brandamente, engolindo lentamente com seus olhos focados a mulher a sua frente, já ignorava completamente toda a festa atrás de si... não era novidade para si mesma que tudo daquela festividade não passava agora mais do que um pretexto para tê-la perto por uma noite.

Lauren não respondeu de imediato, se manteve a observando em silêncio... a chuva antes tão fraquinha começou a tomar um potencial que devastaria.

— Acho que eu tenha que descansar um pouco para trabalhar amanhã... – Lauren tentou fracamente. Suas mãos, entretanto, não se afastaram do rosto da mulher, perdidamente focada em acariciar a pele suave entre seus dedos.

— Sou sua chefe, não precisa me dar essa desculpa. – Karla Camila sorriu notando que a aeromoça se afastou ligeiramente, se mostrando defensiva.

— Não precisa me ceder privilégios. – Objetou olhando para além da mulher, tentando observar se algo no casarão ia além do normal, se alguém havia visto elas ali, mas nada parecia anormal, ninguém iria sair daquele lugar tão cedo...

— Eu sei exatamente como devo me comportar com você, conte comigo em não ter privilégios... se é uma aeromoça terá que ser muito boa trabalhando para a American Airlines, mas se é a minha aeromoça... talvez eu não exija muito de você no trabalho que não seja nada muito distante da perfeição, será a melhor. – A empresária tinha convicções firmes no que falava, seus olhos castanhos desceram pela feição de Lauren que arqueou a sobrancelha.

Talvez nós podemos começar por: não sou sua. – Lauren objetou a contornou apertando a bolsa entre os dedos, fugindo da chuva e voltando para o casarão. Havia tomado uma decisão estranhamente alheia a si, estava deixando a sanidade perto daquele carro idiota.

Ficaria.

Karla Camila sorriu a olhando caminhar a sua frente, perseguindo seus passos e a alcançando com facilidade, ficando a seu lado assim que pisaram nos degraus de pedras.

Farei com que seja... – Respondeu baixo e pretensiosa, tinha convicções novas agora, a mulher habitava uma alta zona de expectativas. Lauren olhou aos pés, curvando a cabeça e não deixando de esboçar um sorrisinho discreto e lisonjeado. Conseguia mexer com muito de seu ego e estima que a mulher fosse tão direta com suas intenções.

A fazia se sentir sexy e provocante, sentir-se desejável e por segundos utópicos uma invencível sedutora.

— Nunca escondeu que é prepotente com seus anseios, pense positivo que talvez consiga, não desista de seus sonhos. – Aquela aeromoça não deixava oportunidade alguma de provocar Karla Camila passar, e ao contrário do que podiam pensar, a mulher adorava ser provocada... Lauren tinha uma personalidade irrebatível que chamava sua atenção justamente por nunca se contentar em ser uma presa.

— Quer voltar a festa? – A empresária questionou pausando seus passos quando estavam protegidas debaixo da varanda iluminada de seu casarão. Lauren relutou olhando sobre o ombro, não sabia o que a mulher faria ou onde a levaria se não voltassem para aquela festa.

— Onde mais pode me levar? – Perguntou fingindo confusão.

Karla Camila deu de ombros fingindo indiferença.

— Posso mostrar minha casa para que veja que tudo é normal e nada tão fantasioso e aterrorizante como deve ter suposto durante esse meio tempo. – Seu humor era sem dúvidas melhor do que quando chegou, fosse pelo beijo de minutos atrás, a empresária estava se mostrando mais atenciosa que o normal.

Tinha um interesse correspondido.

— Tudo bem... posso confiar em você? – Lauren aceitou a inquerindo, se aproximando o suficiente para que seus rostos se realinhassem e ela notasse o batom levemente manchado da mulher. Karla Camila observou-a limpar o canto de sua boca com cuidado, sentindo seu peito tamborilar insanamente rápido...

Não devia sentir-se tão suscetível a toda a situação, mas sentia-se...

Seu coração era um louco inconsequente ao toque da aeromoça, parecia ter encontrado sua situação irremediável.

— Pode... – Sussurrou tomando sua mão com cuidado. Deu-lhe um aperto suave e a manteve entre seus dedos a puxando consigo em direção ao estabulo, talvez houvessem outros lugares mais confortantes para irem primeiro, mas queria mostrá-la aquilo que mais gostava se tinha mesmo aquelas reais intenções de a conhecer.

Lauren observou tudo com atenção, seus olhos esmeraldas menos desconfiados e mais atenciosos em tomar para si os detalhes mais sutis da intimidade da mulher tão imprevisível que segurava sua mão. Não havia muito o que pudesse admitir, fazia anos que não tinha o toque de alguém em si daquela maneira, parecia verdadeiramente confortável e era difícil que pudesse sequer pensar: mas apreciava demasiadamente que ela a tocasse daquela maneira.

Karla Camila acendeu as luzes do estábulo ouvindo o som de relinchos baixos e assustados de Todd. Seu rosto se iluminou a observar o cavalo tão bem cuidado se mover sonolento de seu sono profundo.

Desculpe despertar você desse sono profundo, Todd... queria te apresentar alguém. – Ela falou carinhosamente, se aproximando do cavalo e puxando Lauren consigo, que a olhou com curiosidade, notando o carinho em sua voz ao falar com o cavalo... uma parte visivelmente intima sua.

Seu primeiro sentimento foi lisonjear-se com a possibilidade de estar recebendo naquele momento um pedaço da empresária que poucos podiam receber, principalmente por sua personalidade pública ser tão temida e implacável... Sentia-se mexida e era verdade, não conseguia se desvencilhar do sentimento irrebatível de medo de ter seus sentimentos ignorados, mas não conseguia ignorar a sensação estranha que dominava seu peito ao notar que a mulher tivesse uma faceta tão diferente.

— Ele é meu cavalo há alguns anos, tenho pouco tempo para visitá-lo, mas sempre que posso eu venho aqui... – A empresária revelou como um segredo que não podia fugir daquele ambiente à Lauren que assentiu silenciosamente, sua primeira ação foi relutar em acariciar o cavalo.

— Não tenha medo, ele é tranquilo. – Karla Camila incentivou soltando a mão da mulher para que ela tivesse autonomia para acariciar a crina tão sedosa do cavalo, perdendo seus dedos entre os fios macios do animal que gostou da atenção, curvando a cabeça para receber de sua dona uma atenção à mais.

— Ele tem uma cor tão bonita... – Lauren elogiou observando o cavalo negro, seus olhos escuros se alinhando entre as luzes do estábulo, focado em seu sono temporário com aquele carinho.

— Sim... o jovem que minha mãe contratou é responsável por cuidar dele e de minha cabana, são as duas coisas mais preciosas que nutro em Dallas. – Karla Camila assumiu, focando seus olhos castanhos em Lauren, mesmo que tivessem tomado todos aqueles chuviscos, nada havia feito em sua maquiagem ou em seus bonitos cabelos.

Estava deslumbrante.

— Não podia imaginar... – Lauren respondeu honestamente, visualizar aquela mulher tão poderosa em cenários tão delicados tirava de si muitas convicções...

— Que tenho uma cabana? Ou o cavalo? – Karla Camila ponderou.

— Ambos. – Lauren respondeu sorrindo sem jeito.

Karla Camila se manteve a observando por alguns segundos em calmaria, podia se acostumar com aquele inquieto sentimento que vacilava em seu estomago, pensar naquilo a fez se mover se afastando de Todd, caminhando pelo estábulo perdidamente, seus olhos indo ao feno empilhado no canto perto da entrada, suas botas e os equipamentos no armário próximo dos fundos do estábulo que dava para o pasto e os caminhos tortuosos de sua cabana.

— Eu venho supondo que imagine coisas terríveis sobre mim para se surpreender tanto comigo, leu algum artigo sensacionalista por aí? – Sua honestidade colocou para fora aquilo que mais a incomodava nos últimos dias. Não havia ninguém melhor para esclarecer suas dúvidas.

Lauren mordeu seu lábio inferior, se contendo de ser imprudente em suas respostas... Deixou Todd em sua plenitude para ter um novo momento de sonhos e caminhou relutante sobre seus saltos, sentindo o olhar da poderosa mulher em si.

— Você tem uma vida muito diferente da minha, posso imaginar que se esforçou muito para estar onde está, mas não te enxergo como uma mulher doce que leva uma vida fácil e tranquila. Uma mulher como você tem aquilo que quer, quando quer... um fato que comprove isso é ter comprado uma empresa aérea inteira quando desejou. – A ironia em sua voz ao falar da American Airlines fez Karla Camila arquear a sobrancelha em questionamento.

— Não acha adequado que eu a compre? Visando meus lucros? – Perguntou.

— Claro que acho... bem, eu não sou boa sobre negócios e isso é perceptível aqui, eu enxergo somente que você tem poder para conseguir o que quiser... isso assusta alguém como eu... – Sua resposta tão honesta tomou toda a atenção da empresária que não conseguia desviar o olhar de seu rosto porcelana, tinha uma idealização tão madura e tão perdida em si.

Os pensamentos de Lauren eram naquele instante os desejos mais cruéis de Karla Camila.

— Tente se olhar bem... soa como um bom exercício de autoanalise, se estivesse em meu corpo entenderia. Beleza é substancial e eu já vivi rodeada de mulheres lindíssimas e extremamente inteligentes que não se perdiam por serem tão plásticas e conseguiam cativar quando queriam, assim como muitas mulheres que estão no salão de festas aqui ao lado, elas sabiam falar e sabiam ter lábia... e isso é muito fácil de ser encontrado por alguém como eu. Lauren Jauregui se eu estivesse correndo atrás da mulher perfeita eu já teria encontrado há muito tempo para expor por aí, o problema é exclusivamente que eu tenho poder para ter o que eu quero e na primeira oportunidade você me negou tudo o que eu queria, isso não é fantástico? – Karla Camila gesticulou com um risinho irônico no canto da boca.

— Talvez esteja insistindo somente para se provar que consegue, para logo depois se cansar... isso acontece mais constantemente do que pode imaginar. – Lauren afirmou relutante, ouvir tanto a tornava mais temerosa do que antes.

— Eu não me engano tão fácil, meus antigos relacionamentos deram errado por não conseguirem me desafiar o suficiente, por não sentir que me tirava de órbita e me tornasse ansiosa sobre nada, sobre o sentimento a flor da pele, sobre qualquer contato ou sensação... – A dimensão que Karla Camila pareceu perdidamente explanar os sentimentos dizia muito sobre sua intensidade, sobre suas expectativas, sobre a maneira em que Lauren não queria ouvir mais nada por se sentir tão envolvida, mas em como só queria pedir que continuasse para que confortasse suas ilusões mais insanas...

A empresária se moveu para sentar sobre o feno em um dos estábulos vazios, seu olhar curiosamente se movimentou para se focar na aeromoça, que seguiu seu movimento, cruzando as pernas para que não mostrasse demais ao sentar à parede oposta a si, seu conforto ao estar tão próxima deixou a empresária mais calma.

Elas se encararam em silêncio e daquela maneira por segundos demais... além do normal. Eram enfim duas mulheres se conhecendo...

— Não posso deixá-la passar em minha vida de maneira banal, terá que me desculpar Senhorita Jauregui, mas eu não pretendo te deixar partir assim, sem me conhecer... sem me olhar de verdade e me ver como Karla Camila e não como a empresária que vendem em revistas por aí. Eu sei os riscos tremendos de falar isso... – Revelou dando de ombros esse recostando a parede, era muito aleatório que estivesse tão elegante sentada em um estabulo conversando com a aeromoça que tirou seus momentos de paz.

— Suponha que eu fique... que eu deseje ouvir um pouco mais... quem é a verdadeira Karla Camila? – Lauren pediu honestamente, se focando no olhar castanho que viajou por cada centímetro seu, em suas pernas desnudas e cruzadas, a suas mãos apertadas juntas em seu colo... até seu rosto, sua boca e seus olhos.

Karla Camila sorriu de canto, a suavidade que preencheu seus lábios foi verdadeira, Lauren Jauregui estava pronta para ouvi-la.

Aquilo bastou para que falasse.

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