Paraísos Perdidos

By wantsilva

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Lara Miller é uma adolescente de dezesseis anos que vê sua vida virar de cabeça para baixo após ter que morar... More

Avisos da Wan <3
Capítulo 02.
Capítulo 03.
Capítulo 04.
Capítulo 05.
Capítulo 06.
Capítulo 07.
Capítulo 08.
Capítulo 09.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Capítulo 16.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Capítulo 31.
Capítulo 32.
Capítulo 33.
Capítulo 34.
Capítulo 35.
Capítulo 36.
Capítulo 37.
Capítulo 38.
Capítulo 39.
Capítulo 40.
Capítulo 41.
Capítulo 42.
Como ajudar PP.
Capítulo 43.
Capítulo 44.
Capítulo 45.
Capítulo 46.
Capítulo 47.
Capítulo 48.
Capítulo 49.
Capítulo 50.
Capítulo 51.
Capítulo 52.
Capítulo 53.
Capítulo 54.
Capítulo 55.
Capítulo 56.
Capítulo 57.
Capítulo 58.
Capítulo 59.
Capítulo 60.
Capítulo 61.
Capítulo 62.
Capítulo 63.
Capítulo 64.
Capítulo 65.
Capítulo 66.
Capítulo 67.
Capítulo 68.
Capítulo 69.
Capítulo 70.
Capítulo 71.
Capítulo 72.
Capítulo 73.
Capítulo 74.
Capítulo 75.
Capítulo 76.
Capítulo 77.
Capítulo 78.
Capítulo 79.
Capítulo 80.
Capítulo 81.
Capítulo 82.
Capítulo 83.
Capítulo 84.
Capítulo 85.
Capítulo 86.
Capítulo 87.
Capítulo 88.
Capítulo 89.
Capítulo 90.
Epílogo.
Agradecimentos.
Bônus.

Capítulo 01.

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By wantsilva

Chego ao estacionamento do grande prédio composto por blocos que pareciam arranha-céus. O condomínio ficava de frente pra praia de Copacabana, era lindo ali e a vista proporcionada era maravilhosa, não que eu não seja acostumada com tudo isso, eu morava de frente pra praia do Leblon em um condomínio de casas, mas para mim, morar em um apartamento-casa era minha primeira experiência.

No condomínio Saint Louis Green tudo era sofisticado, de acordo com meu primo, aquele apartamento havia custado dois milhões de reais, achei exagero, mas me enganei agora que o vejo pessoalmente.

Após dar uma olhada em tudo eu respiro fundo e encaro essa nova fase da vida: morar longe dos meus pais, ter responsabilidade, e crescer. Não exatamente moraria ali sozinha, mas sim com meu primo, bem, meu primo e seus quatro amigos completamente gatos e gostosos, todos universitários.

Mas óbvio que meus pais não sabiam dessa informação.

Para meus pais, eu moraria com meu primo Arthur, de vinte anos, que cursava administração e era um rapaz muito responsável e adulto, eu terminaria os estudos e iria embora próximo ano para Itália, morar com eles. Mas imagine tudo ao contrário, iria morar com meu primo Arthur, vinte anos, criança, irresponsável, pegador, cachaceiro e que quase não frequentava a faculdade de administração porque amanhecia completamente de ressaca.

Gostava do Rio de Janeiro apesar de tudo, apesar das coisas que aqui me aconteceram, das minhas amizades falsas, do meu namorado na qual tenho nojo, de tudo isso. Eu havia nascido aqui e queria morrer aqui. Reconstruir tudo, renascer, era algo muito difícil para mim, mesmo com essa oportunidade e sendo fluente no Italiano, eu não queria ir.

Minha melhor opção era morar com meu primo por um ano, e vocês acham que achei ruim?! Só que nunca!

Para meus pais estava sendo bem difícil deixar sua única filha nas mãos do primo. Pela janela do carro enxergava os olhos de minha mãe transbordando lágrimas, os mesmos estavam avermelhados, seu nariz já não era mais embranquecido e sim vermelho, como um tomate.

- Mamãe, não chora - digo, quase chorando. - É só um ano.

- A mamãe fica preocupada, meu amor - ela chora acariciando as costas da minha mão. - Não aguento ficar longe da minha princesinha.

Ver mamãe daquela maneira me partia o coração, mas não seria um obstáculo na vida deles, pra papai essa oportunidade de ser CEO na Itália era incrível.

Apesar de ser rica desde nascença, eu não era uma garota mimada. Minha mãe nunca me ensinou à ser alguém ruim e julgadora, ela me ensinou à ser uma boa menina, acima de tudo. Tinha orgulho de meus pais e de ser quem era.

- Ligaremos todos os dias, mandaremos dinheiro certinho e o cartão sempre estará pronto pro uso, não quero saber de namoradinhos e não esqueça de usar camisinha, estou muito novo para ser avó! - meu pai diz rígido.

- Pai! - o repreendo.

- Pai o quê? - ele retruca. - Você já tem dezesseis anos, quase dezessete, não é mais uma criancinha. E se lembre, se alguém te tacar uma pedra se mostre superior, taque um tijolo.

Minha mãe lhe dá um tapa no ombro.

- Richard! - ela grita. - Pare de ensinar essas coisas para sua filha!

Solto um sorrisinho, meu pai era um pai muito presente e divertido, apesar da empresa, ele sempre procura ter tempo para me dedicar.

- Eu amo vocês! - confesso me debruçando pela janela do compartimento traseiro do carro e os abraçando forte. - Também amo vocês, Marcos e Thiago!

Marcos, o motorista, e Thiago, o segurança pessoal dos meus pais me olham lá da frente e me lançam um sorriso meigo, eu havia crescido com eles.

- Te amamos, filhinha - minha mãe diz em soluços me abraçando forte. - Não deixe a mamãe preocupada, se comporte.

- Iremos te ligar, fazer chamada por vídeo todos os dias, mandar roupas e tudo o que quiser de lá, não engravide, por favor - meu pai diz mais uma vez e dou um sorriso aberto. - Sentirei saudades de atacar a geladeira de noite com você, bebê do papai.

- Ah, pai - choro. - Não fala isso, vou chorar pra sempre ao lembrar.

- Agora vá e qualquer coisa nos ligue, diga para Arthur cuidar bem de você caso não queira que eu corte aquele pintinho dele!

- Ok!

Vejo o carro partir rumo ao aeroporto e limpo minhas lágrimas com meus dedos. Sentiria tanta saudade por esse ano todo. Pelas férias visitaria eles.

O empregado veio até mim após entrar no hall do condomínio e pegou minhas bagagens dizendo que já estariam no apartamento 69 do bloco A, agradeci e subi as escadinhas rumo aos blocos.

Tudo ali dentro era mais perfeito ainda, o gramado bem verdinho e cuidado, a limpeza, os bancos implantados pelos caminhos que dariam aos blocos. E tiraria um tempo para conhecer o condomínio todo.

Vou até o bloco A e solicito o elevador social que logo chega. Me hospedaria no décimo quarto andar.

Eu estava muito nervosa, minhas mãos suavam, o suor brotava em minha testa.

Me analisei no espelho vendo que estava pálida, meus cabelos castanhos estavam alienados. Eu parecia muito com Arthur, a única diferença era nossos olhos, o tinha como meu irmão mais velho, sempre fomos apegados.

Minha pele era um pouco bronzeada por conta do sol do Rio de Janeiro, o que me deixava com marcas de bronze já que naturalmente eu era bem branca, meus olhos eram cor de mel, meus cabelos castanhos ondulados com cachos nas pontas que o deixavam bem solto, eles batiam depois do meio das costas e além da cor castanha, haviam longe mechas claras em uma tonalidade loira escura, mas era natural, nunca havia o pintado.

Meu corpo era normal, nem gorda e nem magra, havia herdado as belas curvas de mamãe que já fora modelo e eu também já havia desfilado dentro das roupas da Miller Jeans.

As portas metálicas se abrem e o andar é revelado, seguro em minha bolsa tiracolo e saio do elevador ouvindo o sininho e a voz eletrônica soando: décimo quarto andar.

Respiro fundo e me olho no espelho do cômodo de entrada, a porta era enorme e estava encostada, dali de fora já era possível sentir o cheiro de temperos delicioso e a música eletrônica baixa.

Me olho mais uma vez no espelho e adentro a sala sem mais delongas.

Me surpreendo quando vejo a sala de estar enorme e bem arrumada, tudo bem mobilhado, no chão, o tapete felpudo e fofinho acariciava meus pés que já haviam deixado a sandália baixa de lado.

A sala era linda, com dois sofás cor branca, três poltronas de canto, uma mesinha e bem em frente a enorme televisão grudada na parede, toda a decoração era em tons cinza e branco, o que deixava o lugar bem iluminado. Havia lustres, alguns objetos, quadros, era todo bem mobilhado e arrumado, deixando o que estava pensando totalmente descartado.

Imaginava um apartamento entupido de garrafas vazias de cerveja, calcinhas, preservativos, revistas masculinas e caixas de pizza. Mas, graças à Deus parecia um lugar calmo e que acolhia pessoas ''normais''.

Busco naquele lugar a cozinha me deixando guiar pelo cheiro gostoso de temperos que habitava ali. Era uma mistura que me deixava completamente embriagada, perfume masculino, lavanda e temperos sendo refugados.

Estava nervosa para os conhecer. Conhecer todos eles.

Não sabia exatamente descrever a beleza que aquele lugar possuía, com toda certeza minha tia e meu tio haviam mobilhado aquele apartamento, meu primo não tinha cabeça para decorar ali e deixar o lugar mais harmônico. Se dependesse dele, na sala haveria vários quadros de mulheres nuas como Sasha Grey, por quem era apaixonado.

Chego na cozinha após passar por uma porta larga, e vejo de costas um homem enorme, ele estava só de cueca e a mesma marcava sua bunda, o tecido era fino e de cor cinza.

Engulo o seco e o admiro, ali parada, como uma estátua.

Ele se vira, para pegar algo com toda certeza e só então me flagra o admirando.

Lindo. Gostoso. Maravilhoso.

Bronzeado, cabelos negros, olhos azuis como piscinas, nariz reto e boca bem desenhada e pouco vermelha. Seu corpo era bem definido e malhado. Ele era muito gostoso mesmo.

Ele sorriu revelando seus dentes embranquecidos e caminhou em passos largos até mim, me envolveu em um abraçado acolhedor e de boas vindas e pude sentir o volume por baixo do tecido em minha barriga.

Respirei fundo quase desfalecendo.

- Oi, priminha - sorriu, eita sorriso. - Você deve ser a Lara, seja bem-vinda ao apartamento da perdição. Sou Leonardo mas me chama só de Léo.

Eita Léo, você é uma tentação, e olha que rimou. Mordo os lábios discretamente e me afasto dele o fitando, ele realmente era lindo.

- Prazer... - sussurro ainda hipnotizada.

- Se sinta em casa, fiz até uma macarronada pra você, quer que eu chame o Arthur?

- Por favor - peço gentilmente e ele pisca andando até a porta que ficava pro corredor onde se encontrava a lavanderia, um banheiro e o quartinho de roupas limpas e produtos de limpeza.

- Arthuuuuuur, sua prima gatinha chegou! - ele grita, sua voz era grossa mas não exageradamente, era uma voz masculina normal.

Me arrepio, quer dizer que ele me achava gatinha?!

Dentro de segundos meu primo entra na cozinha sorrindo, ele me abraça e me tira do chão, encaro seus olhos castanhos-esverdeados e beijo seu rosto.

- Pensava que vinha mais tarde - ele diz sorrindo contagiosamente.

- O voo dos meus pais foi remarcado - explico.

- Faltei a faculdade hoje só pra te receber.

- Mentira - Léo cantarola de forma divertida enquanto lava as louças. - Ele faltou porque quis mesmo, na verdade, faz quase três semanas que ele não vai pra aula.

- Os meus tios sabem disso, engraçadinho?

- Relaxa, priminha - ele ri sacana. - Não aguento mais assistir aquela velha falando sobre a vida dela, passamos a aula toda relembrando o casamento de quase setenta anos dela em vez de aplicar o conteúdo de administração.

Dou um sorrisinho.

- Vejo que já conheceu o viado do Leonardo - ele diz apontando pra Léo que manda seu dedo do meio. - Quer conhecer o resto do apartamento?

- Seria ótimo - respondo empolgada.

Arthur segura em meu braço e me puxa indo em direção ao corredor mais extenso onde havia duas portas lado à lado.

- São três quartos, por enquanto, o último quarto está em reforma especialmente para você e por enquanto você dorme comigo. Os meninos quase não param em casa, Léo é o que mais fica em casa pela manhã e às vezes tarde, ele já é formado em gastronomia e trabalha no restaurante da família, ele dorme com Diego, já o Diego é o mais velho daqui com vinte e oito anos, ele trabalha na gerencia do BK, o Peter é o universitário de medicina veterinária e o Bruno é nosso advogado, eles dividem o segundo quarto. Aqui é super tranquilo e se por acaso, algum desses cuzões mexerem contigo é só me falar que jogo eles pela sacada.

Dou uma gargalhada, Arthur é super ciumento comigo desde sempre.

Ele abre a porta do terceiro quarto que era o nosso e o revela, era grande e espaçoso, todo na cor branca com cortinas cor de creme. Havia um grande guarda-roupa espelhado e embutido na parede ao lado da porta, luminárias embutidas, uma televisão enorme também embutida no local amadeirado, uma instante onde estava alguns livros e computadores e duas camas: uma de solteiro e uma de casal, já cobertas e aparentemente confortáveis. Todo o local era vedado de qualquer som lá fora e bem confortante, o piso era gelado e o tapete fofinho abaixo da cama que fazia ter algum tipo de conforto.

Havia gostado dali.

- Então, aqui você fica por enquanto, sua cama é a de solteiro, claro - ele diz sorrindo. - Suas aulas começam quando?

- Segunda - digo olhando tudo ao redor. - Na verdade, faz uma semana que começou mas não fui ainda.

Meu real motivo era medo de aparecer naquela escola, Ruan havia reprovado o terceiro ano e iria cair com toda certeza na mesma sala que eu, Ruan era meu ex-namorado e o responsável por destruir minha vida, literalmente.

- Contratei o motorista, mas qualquer coisa o Léo pode te levar e buscar, já que não faz nada da vida.

"Iria adorar que ele me buscasse, priminho - penso rindo"

- Tudo bem - lhe respondo. - Obrigada por me acolher aqui, tem certeza que não incomodo?

- De jeito nenhum, vai ser um prazer para os meninos lhe ter aqui - ele diz com cara de safado.

E pra mim também seria um prazer enorme, e coloque prazer nisso.

Morar no apartamento 69 com os amiguinhos gatos do meu priminho já era um prazer enorme.

Estava louca para conhecer eles.

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