A grã-duquesa perdida

By lavsmiranda

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Anastásia adotada pela família Tchecov, não faz ideia da onde veio e como foi parar lá. A única coisa que ela... More

Dedicatória
Prefácio
Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Capítulo XXXV
Capítulo XXXVI
Capítulo XXXVII
Capítulo XXXVIII
Capítulo XXXIX
Capítulo XL
Capítulo XLI
Capítulo XLII
Capítulo XLIII
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo VII

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By lavsmiranda

Era madrugada quando Ivan ouviu uma batida forte em sua porta. Olhou para o velho relógio de madeira que estava em cima do seu criado mudo, e xingou várias vezes ao perceber o horário. Provavelmente era Ygor bêbado que veio em sua casa reclamar da família, como sempre fazia quando bebia vodca de mais.

Levantou-se da cama, ainda resmungando e desceu a velha escada de madeira. A cada degrau que descia, rangidos altos eram notáveis; sabia que tinha que consertar aquela escada, antes que acontecesse alguma coisa com ele. Quando finalmente chegou a porta e abriu, encontrou seu amigo e cúmplice com a expressão preocupada e assustada.

— Droga Ivan! Demorou tanto para abrir essa maldita porta!

— Se você não percebeu, ainda é madrugada. Entre, antes que congele aí fora.

— Você não está entendendo Ivan! — Ygor abaixou a cabeça. — Anastásia sumiu.

— Anastásia sumiu? — Ivan alterou a voz. — Que porra aconteceu para ela ter fugido, ou fazer pensar que ela fugiu?

— Era o aniversário dela, sabe disso. Brigou com Nádia quando ela disse que era para parar de trabalhar. Depois, saiu e se trancou no quarto, e quando saiu disse que ia ao emprego. Mas até agora não voltou, e ela nunca fez isso.

— Vai ver ela está irritada e com raiva de vocês. Entre logo na merda dessa casa.

— Estou desesperado. Você sabe que a família Bulganov está na cidade novamente. — Ygor entrou na casa e começou a colocar lenha na lareira.

— Você acha que isso não me preocupa? Que diabos vocês estavam pensando em afrontá-la, sendo que agora ela é maior de idade?

— Culpa de Nádia. Eu sempre disse a você que as coisas um dia fugiriam de controle, mas acha que é Deus! Simplesmente acha que pode mudar o destino e a vida das pessoas.

— Eu nunca achei nada disso! As coisas fugiram do meu controle agora. Aposto que cada guarda, polícia, deve ter uma foto minha guardada.

— Certamente que sim.

— Estou na beira do inferno. — Ivan sentou em sua velha poltrona.

— O problema é que arrastou minha família para a beira do inferno também.

— Você bem que gostou do dinheiro que lhe ofereci também.

— Eu precisava do dinheiro, Ivan. — Ygor acendeu a lareira. — Minha filha estava doente na época.

— Eu sei, eu sei. Desculpe-me.

— Não há desculpas agora. O que adiantou aquele tratamento caro, para depois ela morrer fuzilada por ser cúmplice do assassino da czarina e o sequestro da grã-duquesa.

— Na melhor das hipóteses ela deve estar em Moscou.

— Duvido muito, ela não tinha mais dinheiro. E a passagem que havia comprado, Alena achou e deu para Nádia que rasgou furiosa.

— Você não me disse nada disso.

— Eu sei, mas isso agora não importa. Ela sumiu.

— Não posso procurá-la, mas você pode.

— Eu tenho medo do que posso vir a acontecer.

— E eu não tenho? — massageou a cabeça. — Odeio essa aflição que me invade só de pensar na fúria de Vladimir.

— Deveria ter pensando nisso antes de matar a mulher dele e ter sequestrado sua filha. Não acha?

— Cale-se, assim me faz ficar mais nervoso e aflito.

— A intenção é essa mesma, seu idiota!

— Volte para sua casa, fique com sua família e me deixe em paz, por enquanto.

Ygor saiu da casa de Ivan sem dizer absolutamente nada, uma decisão acertada. Por dentro, Ivan estava fervendo de raiva e nervoso. Amaldiçoou Nádia e Alena com todas as suas forças, devido a suas loucuras de perseguir e maltratar a menina.

Respirou fundo e pegou uma caixa de cigarros que estava em cima de uma mesa pequena de madeira. Acendeu o cigarro em uma brasa da lareira, deu o primeiro trago demoradamente e deu um sorriso sem graça para si próprio. Ria da sua própria desgraça e miséria. Jogou o cigarro na lareira e subiu as escadas novamente.

Quando chegou ao seu pequeno quarto, abriu a gaveta do seu criado mudo e tirou uma pintura antiga. Era Sasha Bulganova sentada em seu divã com Anastásia ainda bebê. Ela tinha um sorriso feliz e olhava fixamente para a filha no colo. Uma lágrima caiu de seu olho e beijou a pintura.

Fechou os olhos e sonhou com o fatídico dia.

Dimitri jogava xadrez com Alexander, enquanto Nikolai lia um livro de Alexandre Dumas. Tatiana e Ivana conversavam sobre alguma coisa que liam nos livros e voltavam à leitura novamente. Natasha estava no quarto ainda dormindo, o que era comum, pois era a irmã que mais dormia.

Olhava atentamente o tabuleiro, mas nunca conseguia ganhar do seu irmão, que ria com satisfação, pois sabia que ia ganhar a partida mais uma vez.

— Xeque mate! — Alexander riu satisfeito.

— Não jogo mais nunca com você. — derrubou as peças no tabuleiro. — Parece o mago do xadrez.

— Na verdade, você é ruim mesmo. — o irmão riu mais uma vez. — Deveria melhorar.

— Não tenho tempo para essas coisas.

— Está com medo de nunca ganhar de mim? — Alexander o encarou desafiando-o. — Eu nunca iria esperar isso de você.

— Na esgrima eu sou melhor, Alex.

— Sempre têm que competir mesmo? — Tatiana chegou olhando para os dois com um olhar severo, mas os lábios denunciavam seu divertimento com aquilo tudo.

— Claro, mas é uma competição saudável sem intuito algum de agressão. — Alexander afirmou.

— Duvido muito. — a irmã disse ironicamente. — Por onde anda Irina? Temos que escolher nossa dama de companhia hoje, até agora não apareceu.

— Ela sabe que estamos nessa sala de lazer?

— Sabe. Eu pedi a uma criada para dizer a ela.

— Onde será feita a entrevista das candidatas? Terei pena delas, coitadas. — Dimitri riu.

— Dimitri sempre inconveniente. — Natasha entrou na sala com seu robe azul marinho com o brasão da família Bulganov. — Eu encontrei Irina. Ela pediu para nós irmos ao salão dos fundos, onde ficam os empregados. Lá será a entrevista. E pediu para os meninos irem também, pois terão que escolher os camareiros.

— Eu não fui informado sobre isso. — Nikolai revirou os olhos. — Dimitri ou Alexander escolham por mim. Obrigado.

— Eu ia pedir isso. — Alexander encarou Dimitri. — Você, como mais velho, vai escolher.

— Eu mereço. — Dimitri revirou os olhos. — Irei infelizmente a esse castigo.

— Não seja dramático, Dimitri. Menos, bem menos. — Tatiana puxou o livro de Ivana.

— Poxa, Tatiana! Você sabe ser insuportável. — Ivana puxou o livro de volta. — Escolha a dama para mim, eu vou continuar lendo.

— Eu acho que Tatiana e Dimitri sendo os mais velhos, devem escolher. Concordam irmãos? — perguntou Natasha.

— Sim! — responderam os irmãos em uníssono.

— Vamos, Tati. Esses preguiçosos só querem se divertir. — Dimitri puxou a irmã e a levou para fora da sala.

Andaram por vários corredores, desceram várias escadas, até chegar ao destino que queriam. O salão dos empregados era luxuoso, assim como o resto do palácio. Havia um vasto corredor e muitas portas, provavelmente o quarto deles, e no final do corredor ficava uma porta que dava para o jardim dos fundos do palácio.

Irina se encontrava sentada na mesa com vários contratos, caso alguma pessoa fosse contratada. Quando Dimitri e Tatiana sentaram-se à mesa junto a ela, quis se levantar para fazer uma reverência, mas Dimitri a proibiu com um gesto de mão.

— Bom dia, Irina. Cadê nossas candidatas e candidatos?

— Bom dia Alteza. Estão esperando para serem chamados, posso?

— Claro. — Dimitri respondeu.

— Que entre Anastásia Tchecova.

Uma jovem de cabelos longos e negros adentrou o local, vestida com roupas velhas e sujas. Quando ela levantou a cabeça, Dimitri levou um pequeno susto, que Irina e Tatiana notaram. Era a mesma moça da estação de trem, era óbvio. Ele nunca esqueceria aquele rosto. Principalmente aqueles olhos azuis tão intensos como os da sua mãe. A moça, ele notou, tinha uma expressão confusa.

— Você é a moça da estação de trem? — Dimitri a encarou.

— Sim. E o senhor aquele que correu atrás de mim?

— Exatamente.

Ela deu um sorriso sem graça, ele notou, e sorriu também.

Finalmente achou a moça da estação, ele só não esperava que de maneira tão inusitada, na sua própria casa.

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