Na Amazon - Garota Traficada...

By AutoraLumaSA

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Uma garota humilde, frágil, ingênua e amorosa não poderia cogitar ser vítima da crueldade humana. Nascida... More

Sinopse
Prólogo - Parte I
Prólogo - Parte II
Capítulo 01 - Parte I
Capitulo 01 - Parte II
Capitulo 01 - Parte III
Capítulo 02 - Parte I
Capítulo 02 - Parte II
Capítulo 02 - Parte III
Capítulo 03
Capítulo 04 - Parte I
Capítulo 04 - Parte II
Capítulo 04 - Parte III
Capítulo 5 - Parte I
Capítulo 05 - Parte III
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09 - Parte I
Capítulo 09 - Parte II
Capítulo 09 - Parte III
Capítulo 10 - Parte I
Capítulo 10 - Parte II
Capítulo 11 - Parte I
Capitulo 11 - Parte II
Capítulo 11 - Parte III
Leiam é importante
Prólogo do segundo livro: Virgem Deflorada
Data de retirada!

Capítulo 05 - Parte II

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By AutoraLumaSA

SAVANAH

Lânguida, perdida em luxúria e desejo e, acima de tudo, sem fôlego, entreabro os lábios para tomar um gole de oxigênio. Quando consigo, ganho de brinde algo inigualável, formidável, surprendente e indescritível que é o prazer de acomodar sua língua em minha boca.

   Consumida, vejo-me agarrando seus cabelos sedosos e a camisa por entre os dedos. Sua língua varre cada cantinho da minha boca guerreando contra a minha loucamente. Uma quentura que senti uma única vez e com a mesma pessoa, começa a se formar em meu ventre, assim como sinto líquidos quentes encharcarem minha calcinha.

   Sua boca deixa a minha e varre meu pescoço deixando minha cabeça pender pra trás.

   — Ah!  — gemo ao receber duas pequenas mordidas.

   E, então, escorando minha cabeça com a mão, ele retorna à minha boca.

    Ávida por algo que não consigo entender, puxo mais sua cabeça e me aperto mais em seu corpo. Então sinto algo que me deixa receosa, temerosa e aflita: uma protuberância dura na minha barriga que me leva a ofegar. Em seguida, várias questões surgem: o que estou fazendo? Como pude esquecer do mau que ele me fez? É isso que faz quando ele te machuca?

   Confusa, abro os olhos.

  —  Para! — murmuro empurrando-o.

   Ele me atende prontamente e me olha interrogativo. Entretanto, nada diz. Livre dele, tento me recompor expirando e inspirando profundamente e ele me acompanha.

   Após um silêncio constrangedor que se instalou, limpando, a garganta ele diz:

    — Então, vamos?

   Envergonhada pelas minhas ações me concentro apenas em descer os degraus cuidadosamente dessa vez sem limitar-me a olhar em sua direção. Escuto seus passos atrás de mim. Quando a descida enfim acaba, sinto sua presença ao meu lado.

   Olho de soslaio para Masalom no instante em que sua mão espalma nas minhas costas. Seu cheiro embriagador chega ao meu olfato.

   — O salão de refeições é por aqui. — aponta para um ponto à nossa direita.

   Em silêncio me ponho a andar guiada por sua mão que me aquece e eriça todos os pelos do meu corpo. Hipnotizada, deixei de observar os detalhes do lugar, uma vez que minha cabeça só conseguia reviver o beijo de instantes atrás.

   Não sei se demorou segundos, minutos ou horas para alcançarmos o tal salão, mas assim que conseguimos, o som de duas pessoas discutindo acaloradamente me faz acordar para a realidade.

    — Ah é? Você vai ver só, seu idiota! —  grita Sarah.

   Uma gargalhada masculina enche o local.

   — Vai fazer o quê, princesa? — pergunta irônico e sem fôlego.

    — Você vai ver o que eu vou fazer. —  ela soa maliciosa e traquina.

   Assim que eles entram no nosso campo de visão vejo a Sarah de pé e com uma jarra de suco roxo nas mãos, mas não por muito tempo uma vez que ela despeja todo o líquido na cabeça do homem que estava sentado gargalhando sem parar.

   — Posso saber o que diabos está acontecendo aqui? — tenho um sobressalto quando o homem ao meu lado fala firmemente.

  Sarah se vira e arregala os olhos.

   — Foi ele que começou. — aponta para o homem todo sujo.

   O homem vira em seguida e me lembro dele. É aquele que comprou a virgindade da garota que foi à leilão comigo.

    — Mentir é feio, princesa. — acusa tentando inutilmente se limpar com um lenço.

   Ela o fuzila e cruza os braços no peito.

   — Não fala comigo. — ralha.

   Mordo o lábio inferior controlando o riso. Sinto um frio se instalar onde antes tinha uma mão espalmada. Masalom agita as duas mãos juntas enquanto questiona:

   — Vocês têm quantos anos? Cinco?

Percebe-se que ele se diverte com a cena, apesar de reclamar e tentar fazer o papel de responsável.

   — Você. — aponta para a irmã. — Trate de me arrumar outro suco de uva. — ela revira os olhos, mas some pisando duro. — E você, Horlom, vá tomar um banho.

  — Eu não sou mais seu pau mandado, cara! Eu tenho vinte e seis anos. —  afirma como se sua idade explicasse tudo.

   — E eu sempre vou ser três anos mais velho.  — retruca.

  Mas Horlom continua comendo o pão fingindo não ouvir. Olho de soslaio para Masalom que sorri de lado.

    — Tudo bem, se quiser se atrasar para a reunião da banda, eu não me oponho.

   O homem suspira vencido, joga o pão no prato e sai pisando duro na mesma direção que Sarah seguiu minutos antes.

   Masalom sorri vitorioso quando olha pra mim e exclama:

    — Vamos comer? — assinto e ele desfila até a outra extremidade da maior mesa que já vi.

   Esta possui mais de vinte cadeiras e sobre ela um banquete servido com tudo que se possa imaginar. Sigo seus passos e me surpreendo quando ele puxa a cadeira pra mim. Ainda me sentindo desconfortável em olhá-lo, afundo no acento de cabeça baixa.

   Ouço sua gargalhada antes de ouvir:

   — Você vai ficar assim toda vez que te beijar?  — questiona e eu sinto meu rosto arder. —  Gosto quando seu rosto adquire essa cor escalarte. — admite. — Pode se servir, boneca. Eu não mordo, a menos que você me peça para fazer. E se assim for, não vai ser assustador. Muito pelo contrário, garanto que vai ser prazeroso.

   Cretino! Xingo em pensamentos, porém permaneço em silêncio e de cabeça baixa.

    — Sério. Eu acho melhor você comer porque o dia vai ser cheio, boneca. Além disso, mandei preparar um café como o do seu país e você não vai me fazer esta desfeita. — desliza um prato com uma fatia de bolo, torrada, pão e salgados. Meu estômago se agita ao sentir o aroma delicioso.  — Você prefere chá, café, leite ou suco? — pergunta e eu crio coragem para erguer o olhar.

  —  Café. — murmuro e ele sorri derramando o líquido fumegante numa xícara.

  —  Ótimo. — me estica o objeto. — Pronto aqui está!

   Pego o café e como em silêncio, sentindo seu olhar o tempo todo sobre mim, enquanto toma apenas uma xícara de leite.

   Ao terminar seu leite vejo pelo canto de olho que ele coloca a xícara em cima da mesa e aguarda pacientemente que eu termine. Com tantos problemas, acontecimentos e notícias para absorver nem tinha me dado conta da fome que estava. Comi tudo que ele pôs em meu prato. Ainda não estava satisfeita, porém não tive coragem para admitir isso e lhe pedir por mais.

  —  Não vai ser preciso eu pôr o pudim na sua boca, vai? — tomo um susto e, só então, percebo que estava olhando com desejo um pudim de chocolate com pequenos pedaços de morango. Lembrou-me muito de um que vi numa vitrine enquanto eu vagava sem rumo pelas ruas de São Paulo e morria de fome. Resolvo simplesmente ignorar seu comentário e encaro um ponto qualquer.

   Ele solta um suspiro. De canto, vejo que corta uma grande fatia da pudim, coloca-o num outro prato e me entrega declarando:

    — Toma! Saiba que quando disse para se servir, era uma maneira sutil de dizer para ficar à vontade e comer o que quiser. —  seguro o prato e nossas mãos se roçam. No entanto, ansiosa para saborear a guloseima, ponho o prato sobre a mesa e pego o garfo tirando um pequeno pedaço, levando-o à boca sem dar atenção ao arrepio que percorreu meu corpo. Em êxtase pelo sabor surpreendente do pudim, fecho os olhos ao degustá-lo.

   — Masalom, aqui está seu suco de uva. Eu mesma fiz. —  fala Sarah com a voz estrangulada em animação. Eu abro os olhos testemunhando sua aproximação. Ela carrega uma jarra pequena e a coloca sobre a mesa.

    — Obrigada, princesa, mas eu já tomei um pouco de leite. — fala e ela solta faíscas por suas imensas esferas azuis.

   Sarah cruza os braços.

     — Está me dizendo que todo meu trabalho foi em vão? —  questiona.

   Masalom apenas olha.

    — Não foi em vão, Sarah, até porque o Horlom ama suco de uva.  — o irmão explica naturalmente.  

     — O que tem eu? —  questiona o tal do Horlom que acabava de voltar e instantaneamente atraiu a atenção de todos.

   Ele está com os cabelos molhados e, ao invés do smoking preto que vestia, agora usa um cinza. Seus passos são largos e logo ele está sentado à mesa novamente.

     — Estava dizendo pra Sarah que aprecia muito o suco de uva. — Masalom explica conseguindo atrair minha atenção.

   Olho para o Horlom e vejo, pelo seu olhar, o amor que ele tem pelos irmãos.

   — Verdade.  — concorda se servindo um pouco. —  Hum! E esse está muito saboroso. — elogia ao tomar um gole deixando uma Sarah contente e tranquila se servir também.

    Foco no pudim comendo com vontade. Ao terminar, fico completamente cheia.

    — Quer algo mais?  — pergunta Masalom ao meu lado e eu nego com a cabeça.   — Sendo assim, podemos ir comprar suas coisas pessoais.  — fala afastando a cadeira e ficando em pé.

   Com uma rapidez impressionante, Sarah ergue a cabeça e nos fita sorrindo com os olhos.

   — O casal vai fazer compras, é? — fala com interesse e curiosidade.

    — Sim! A Savanah precisa ter seus próprios pertences. — diz Masalom enquanto eu me levanto.

   — Oh! Trouxe pouco bagagem, cunhada? — questiona comovida. Desconfortável com a pergunta, fico trocando o peso de uma perna para a outra.

   Para meu alívio seu irmão Masalom se prontifica a responder:

   — Eu que a apressei, princesa, e por isso nada mais justo do que comprar-lhe o que necessita.  — diz enlaçando meu quadril. Eu tremo pelo toque repentino. — Ah e quero que você cuide das questões do jantar para anunciar nosso casamento. Se possível prepare tudo para amanhã à noite, pois temos pressa e nos casaremos em três dias.

    — Como assim um jantar amanhã? E você só me avisa agor...  — berra se levantando. —  Não! Espera! Você disse que se casa em três dias? Por Alá, meu irmão, vai se casar em três dias e eu sou a última a saber?

   Horlom também se manifesta:

   — Por que raios tanta pressa, irmão? A moça não vai fugir!

   Fico tonta virando meu pescoço de um para o outro ao tentar processar o que cada um diz, já que falam tudo de uma vez e sem pausas. Por sorte, Masalom, que ainda tinha o braço em minha cintura, me puxou para fora dali. Bem distante do salão, ainda consigo ouvir a voz dos dois.

   — Eles sempre foram...comunicativos. Aos poucos você se acostuma. —  fala Masalom. Eu lhe olho me perguntando por que diabos ele está preocupado com o que eu estou pensando.

   Após suas palavras, uma caminhada silenciosa se sucedeu e estendeu-se até avistarmos uma grande porta. Passamos por ela.

   O cheiro de terra seca entra no meu nariz. Há uma escadaria que leva até dois caminhos asfaltados, porém este é apenas da largura necessária para a passagem de automóveis. Depois do asfalto, tudo é areia.

    Creio que ainda não teve a oportunidade de ver o deserto de tão perto.  comenta após testemunhar meu deslumbramento pela paisagem.

   Por um momento, vi um homem ali. Um homem simples apreciando a visão que a natureza lhe proporciona. Ficamos um ou dois minutos observando a poeira formada pelas partículas de areia dançarem ao som do vento sutil que soprava.

   Acabando com o silêncio, um carro preto faz seu caminho pelo asfalto e para diante de nós. Um homem desce do veículo e faz uma reverência a Masalom. Fico boquiaberta ao perceber que é por causa do seu título e que ele realmente é um príncipe.

   Masalom faz um leve gesto com a cabeça em cumprimento ao motorista que, àquela altura, já abria porta do passageiro.

   — Vamos? — questiona Masalom apertando de leve a minha cintura e me guia em direção ao tal carro.

    Acomodo-me no banco observando fielmente os movimentos de Masalom.

    Ele dá a volta no carro e se senta ao meu lado. Continuo fitando-o e, ao perceber meu olhar, ele também me avalia com o cenho franzido em confusão óbvia. Nossos olhares ficam fixos um no outro e quando o clima começa a pesar, eu me remexo no acento e volto minha atenção para as dunas de areia que passam pela janela.

  Por alguns minutos são só areia e mais areia, porém as coisas começam a mudar num determinado ponto e eu fico impressionada com a multidão de pessoas vestidas como a Sarah transitando para todo lado. Os homens usam algum tipo de véu na cabeça na cor vermelha com detalhes quadriculados em preto. As mulheres, com vestes próprias, estão todas acompanhadas de um homem.

    — Elas estão comprando alguma coisa e, por isso, precisam dos maridos, pais ou irmãos, pois só eles têm o dinheiro para pagar por seus gastos. — olho para ele com atenção. — É a tradição na Arábia, que todas as mulheres, mesmo as que trabalham, não possuam nenhum bem material em seu nome, por isso, elas põe tudo sob o poder dos seus responsáveis. — volto a olhar, pensativa, para o movimento do outro lado da janela.

   Fico observando aquelas mulheres totalmente cobertas, sem independência financeira. Ao menos é o que eu penso. Posso estar totalmente enganada, mas ter dinheiro e propriedades e ter que depender de terceiros para tocar no que é seu, me parece muito arcaico.

   — Pode parecer estranho para você que veio de um lugar onde os costumes são muito diferentes, mas, pra eles que sempre viveram assim, é normal. Pense. Se fosse o contrário e uma dessas mulheres estivessem no Brasil onde as mulheres costumam ser independentes financeiramente, vestem-se da forma que bem entendem, enfim... É estranho, pois, são duas culturas de países diferentes. —  Explica com o olhar fixo em sua própria janela, como se estivesse articulando seus pensamentos em voz alta e, confesso, que vendo as coisas dessa maneira, concordo com ele.

   O carro parou segundos depois e antes de descermos, Masalom fala numa linguagem estranha com o motorista que acente e lhe entrega um lenço ou véu  não sei ao certo como nomear aquele tecido.  Sem entender, retorno a observar as pessoas que vêm e vão em direções opostas e simultâneas.

   — Savanah! — Masalom chama-me e eu o olho. — Isso é pra você colocar na cabeça.  — diz encarando o tecido que pairava entre suas mãos. — É uma forma de mostrar respeito a mim, seu futuro marido, e à sociedade árabe. — argumenta  Chega mais perto para que eu possa colocá-lo em sua cabeça.

    Intercalo o olhar entre o tecido rosa com pequenas pedras cravejadas nas duas extremidades e seus olhos, que aguardam uma ação da minha parte. Arrasto-me pelo estofado ficando à uma distância confortável. Ele quebra o gelo agarrando-me e puxando minha cintura e o meu corpo pra si.

  Meu rosto fica a centímetros do dele. Sua respiração quente indo de encontro com a minha. Seu cheiro entrando nas minhas narinas. Seu olhar penetrando o meu. O calor do seu corpo aquecendo o meu, enfim, várias sensações desconcertantes.

   Vote, vomente, compartilhe... Obrigado (a).
Beijinhos da Lua.

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