A Little Braver

By Tany_Yashi

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Jongin nunca chegou a pensar no Natal como uma data especial, exceto naquele dia, em que poder estar com Kyun... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11

Capítulo 8

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By Tany_Yashi

24 de Dezembro de 2015, às 23h35.

O chá acabara enquanto Kyungsoo ouvia Jongin tagarelar de maneira muito entusiasmada. O maior as vezes contava piadas, que não eram realmente engraçadas, mas que conseguiam fazer Kyungsoo rir apenas pela risada que Jongin dava ao final de cada uma delas. Quando era a vez de Kyungsoo contar algo engraçado, ele não conseguia lembrar de nada que não fossem seus próprios momentos constrangedores, principalmente de quando estava na escola. Apenas depois que suas bochechas já doíam de tanto rir, os dois ficaram em silêncio, observando o parque em volta deles, branco e iluminado.

Tamanho silêncio não fazia bem a cabeça de Kyungsoo, que de repente insistiu em lembrá-lo das coisas ruins que aconteceram naquela noite, e mais uma vez, a dúvida martelou dentro de si. Estando ali perto de Jongin, era difícil ter que lidar com a possibilidade de que ele, na verdade, nem quisesse estar ali. Poderia estar fazendo tudo aquilo apenas por compaixão depois de ter o visto sozinho naquela mesa. Com isso, Kyungsoo se lembrava dos seus colegas de trabalho. Ele tentava tirar de sua cabeça que Jongin pudesse pensar da mesma maneira que eles, mas aquilo insistia em se remoer dentro de si.

- Jongin - Kyungsoo o chamou depois de um longo silêncio.

O maior o olhou abrindo um novo sorriso, mas Kyungsoo continuou com seus olhos voltados para frente e não notou isso.

- Sim?

Kyungsoo hesitou, e por um instante, seu coração ficou acelerado enquanto alguma coisa prendia as palavras em sua garganta, como se o advertisse de que aquilo era uma péssima ideia. Resolveu desistir.

- Não é nada.

- Ei, se você não me disser, eu vou acabar ficando mais curioso.

Kyungsoo suspirou, nervoso. Se tivesse desistido antes de dizer qualquer coisa, já seria uma garantia de que as coisas talvez ficassem bem entre os dois. Agora ele sabia que tudo o que dissesse naquele instante poderia atormentá-lo por um bom tempo.

- Você... não me trouxe até aqui porque estava com pena de mim, não é? - Jongin o encarou surpreso. A expressão de Kyungsoo parecia muito séria enquanto olhava para a neve que cobrira o gramado que costumava haver ali.

Mesmo com as emoções prestes a transbordarem de seu corpo, Kyungsoo conseguia manter a voz absurdamente calma. Era quase como se ele estivesse pensando profundamente enquanto falava.

- O que? Por que você pensaria em uma coisa dessas?! - Jongin se levantou e se virou para Kyungsoo que continuava com o seu olhar preso na neve.

Nós estávamos nos divertindo! Por que isso de repente?! Jongin gritou dentro de sua cabeça.

Kyungsoo se levantou, ficando muito perto de Jongin. Ele não poderia voltar atrás, de qualquer jeito.

- É algo que eu preciso confirmar - o menor explicou - Olhando pra mim, Jongin... o que eu pareço pra você?

- Faz algum sentido você estar me perguntando isso agora?

Isso não faz bem a minha sanidade.

- Talvez não, mas eu preciso saber de você - Kyungsoo sentiu seus olhos começando a arder, mas ele se segurava para que as lágrimas não começassem a se acumular.

Jongin realmente pensou que o que estava sentindo naquele momento era uma amostra grátis de taquicardia. Enquanto olhava para os olhos de Kyungsoo, com ele tão próximo de si, seu cérebro não conseguia pensar ou até mesmo processar o que o menor dizia.

Será que existe a porcaria de um piloto-automático para esse tipo de situação? Ele se perguntava e procurava em sua cabeça, no mínimo, um manual de instruções.

- Pareço fraco, ingênuo? - Kyungsoo perguntou depois que Jongin continuou em silêncio - Patético?

Sua pele estava mais pálida por causa do frio e seus lábios pareciam ainda mais perfeitos, um pouco mais rosados do que o normal por causa do chá quente, e a única coisa que Jongin conseguia pensar era em como ele estava lindo naquele jeito.

- Por que eu pensaria isso de você? - Jongin conseguiu perguntar em tom baixo. Ele realmente não sabia onde Kyungsoo estava querendo chegar com aquele assunto repentino.

O menor se virou, se afastando alguns passos de Jongin, quando sentiu que seus olhos começaram a arder ainda mais.

- Porque não importa o que eu faça, eu sinto que todos continuam a me ver da mesma forma. As pessoas são diferentes, mas eu não pareço diferente para nenhuma delas - Kyungsoo tentou explicar, mas Jongin não conseguia entender. Para ele, nada daquela conversa fazia muito sentido.

- Você... não está pensando naquele cara de novo, está?

- A última coisa com que estou me preocupando agora é com um encontro furado. Não estou falando apenas dele. Mas... As pessoas são assim, tão ruins? Ou eu apenas tive o azar de trombar com quem não deveria?

Jongin se sentia totalmente confuso com as coisas que Kyungsoo dizia. Fora da cafeteria, ele nunca soube de outras pessoas que conhecessem o menor. Nunca passou pela sua cabeça que Kyungsoo parecesse tão diferente aos olhos de outras pessoas ao ponto de ser considerado fraco.

Agora que o ouvia dizer tudo aquilo em voz alta, Jongin não conseguia compreender, apenas por nunca ter pensado nele da mesma forma.

Com passos lentos, Jongin foi até Kyungsoo, pousando a mão eu seus cabelos. No mesmo instante, o menor paralisou, e então, Jongin começou a bagunçá-los, tirando toda a neve que insistia em se acumular ali.

- O-o que está fazendo? - Kyungsoo perguntou sem se virar.

- O que você tem para atrair tanta neve? Seu cabelo está quase igual à de um velhinho. Desse jeito vai ser fácil conseguir um resfriado até amanhã - Jongin ficou de frente para Kyungsoo e tirou sua touca, colocando-a no menor.

- Jongin... - Kyungsoo viu que ele dava um pequeno sorriso - Não fuja do assunto.

De repente, Kyungsoo não tinha mais tanta certeza de qual era o assunto.

- Não estou fugindo, estou apenas evitando que você fique doente - Jongin tentou demorar mais alguns segundos arrumando a touca sobre as orelhas de Kyungsoo, mas o menor o olhava sério, então ele logo parou e voltou a olhá-lo nos olhos - Eu sei que você pode estar se sentindo triste. Mas não é culpa sua se te machucam assim. Pessoas más parecem se tornar ainda piores com quem tem bom coração.

O menor ainda o olhava profundamente, e no fundo, ele se sentia agradecido pelo que Jongin dizia.

- Isso me incomoda também - Jongin continuou - Apenas o fato de te chatearem, já me faz não gostar delas. Sempre que te vêem, elas poderiam pensar "Wow, Kyungsoo é tão legal!", então por que não fazem isso? Eles sentem algum tipo de inveja de você? Talvez por ter um amigo tão bonito - Jongin fez um "L" deitado debaixo do queixo e tentou fazer uma pose com um olhar sexy, mas acabou se atrapalhando todo.

Kyungsoo riu da situação, achando tudo aquilo realmente engraçado.

- Viu só? Você não está se importando tanto quanto pensa. Está até dando risada, então apenas não se incomode com essas coisas e continue com esse sorriso - Jongin grudou os polegares no canto dos lábios de Kyungsoo e os puxou levemente para cima, fazendo um sorriso maior ainda, o que fez Kyungsoo aumentar a risada - De qualquer jeito, você continua sendo o Do Kyungsoo gentil e bonito.

O menor desviou os olhos do rosto de Jongin, e olhou para os próprios pés, mudando a risada para um pequeno sorriso desconfortável.

- Eu te deixei envergonhado com isso, certo? - o maior perguntou com um sorriso travesso.

- Quem está envergonhado...? - Kyungsoo levantou um pouco os olhos e esfregou as mãos nas bochechas, o que fez Jongin rir baixo.

Aos poucos, o menor sentia sua cabeça estranhamente leve e parte de sua frustração indo embora. Era estranho o jeito que Jongin conseguia esvaziar sua cabeça. Agora, Kyungsoo mal conseguia lembrar do motivo que causara a pequena discussão de antes.

- Eu cheguei a pensar que você se divertiria mais se tivesse ido com os seus amigos - disse Kyungsoo - E que quando chegasse em casa, provavelmente se arrependeria de não ter feito isso.

- Que amig... Ah... - Jongin se lembrou da desculpa que dissera e coçou a nuca, sem graça - Na verdade... eu menti quando disse aquilo. Desculpe, mas eu não estava planejando sair com eles hoje. Eles nem devem ter saído juntos para algum lugar, afinal.

- O que? Por que você mentiria sobre isso?

Jongin, sentiu um calor tremendo em seu peito.

Droga, Jongin! Por que você teve que abrir a boca?

- Ah, agora sou eu quem está envergonhado... - Jongin sussurrou sem coragem para olhar para Kyungsoo - É que... eu meio que... estava em um encontro também...

Eu estou dizendo isso na frente de Kyungsoo, eu realmente sou um louco que está fazendo isso.

- Mas não foi um plano que deu muito certo. Ou quase isso. Eu só não queria que você soubesse e se sentisse mal por mim.

- Tenho certeza que não foi pior que o meu, então por que não me disse? - o menor sentia um estranho desconforto. Ele realmente não sabia de onde aquilo vinha.

- É um pouco mais complicado que isso - Jongin já podia sentir as bochechas fervendo e o coração martelando contra as costelas.

Ele ficou em silêncio, e quando viu que Kyungsoo ainda esperava sua resposta, suas bochechas esquentaram mais ainda. Não adiantava tentar se convencer de que ele não precisasse dizer nada naquele momento. Você passou da sua zona de segurança no instante em que o levou para ver o carrossel, uma voz dizia dentro de sua cabeça.

Ao lado deles, a carrossel continuava brilhante e estático, e por alguns segundos, Jongin quis se prender nisso, mas logo seus pensamentos voltaram a Kyungsoo que o olhava com curiosidade.Eu devo mesmo dizer?

Jongin, você está prestes a se confessar? Uma voz dentro de sua mente perguntou.

- Jongin...

Sim, acho que estou. Ele respondeu.

Jongin queria se afastar e se virar, pelo menos alguns passos, apenas para que não precisasse olhar a expressão no rosto de Kyungsoo. Ele pensou que se não estivesse o olhando, fosse mais fácil dizer, como se estivesse dizendo as palavras ao nada.

A quem ele queria enganar?

- Hoje, quando você chegou na cafeteria... - e tão fácil assim, Jongin travou, se esforçando a voltar e terminar o que estava falando. Céus, ele estava tão nervoso! -... eu queria ter te convidado para sair.

Ele ficou olhando enquanto Kyungsoo arregalava os olhos e entreabria os lábios lentamente com o que ouviu. Jongin não recebeu nada além naquela expressão. Aquela não era uma reação ruim, certo? Ele ainda não me odeia por isso, não é?

- Era o que eu pretendia fazer desde o começo - ele continuou depois de Kyungsoo ter ficado em silêncio - Mas acabei me atrasando um pouco, você já tinha um compromisso. Por isso, talvez o único arrependimento que eu guarde foi por não ter te convidado antes.

Jongin sempre pensou que se confessar pudesse trazer as pessoas a sensação de que engoliram uma bomba relógio pronta para explodir, mas, além disso, o que ele sentia era um estranho alívio controlando seus batimentos aos poucos.

- Não sei se esse é o melhor jeito de se dizer. Aliás, eu nunca fiz isso antes, mas... é, eu gosto de você, Kyungsoo.

Agora, os olhos de Kyungsoo estavam baixos e encaravam Jongin com... Tristeza, talvez? Ele não sabia ao certo.

- Não me olhe desse jeito se não vou pensar que está com pena de mim.

- Como espera que eu te olhe depois de ter falado de outro cara na sua frente?! - Kyungsoo esbravejou surpreendendo Jongin.

- Você não tem que se culpar, Kyungsoo - Jongin disse com a voz calma - Eu não estou chateado, porque mesmo que tudo isso tenha acontecido, eu acabei junto de você esta noite.

Kyungsoo enrubesceu e parecia querer dizer mais alguma coisa, mas de repente, o carrossel se apagou, o que assustou Kyungsoo por um instante. Agora, com o brinquedo desligado, o vento parecia ainda mais frio.

- Nosso tempo acabou - disse Jongin com um sorriso meio triste - Vamos, eu te acompanho até a sua casa.

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