behind blue eyes • larry

By larrymeetsevil

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✔ CONCLUÍDA ✔ E há quem diga que o que define seu destino não são suas condições e sim, suas decisões. Mas Lo... More

prólogo
i had harry styles
next to you
thanks louis
josh devine
i'll be your superhero
hazza and boo
perfection
the real harry
dr gregory & the x factor
how to save a life
louis pan
peter pan: the musical
zouis, nouis, lilo, mouis
i want to write you a song
one direction
bring color to my skies
you dont have to say i love you to say i love you
you're driving me wild
revenge or redemption?
but when the light's out, It's me and you now
sing it for the blind
hoping for the best
yellow
room 295
tell me that you'll open your eyes
epilogue - when we were young
agradecimentos
extra 1 - sweet creature
extra 2 - watermelon sugar
extra 3 - fine line
Livro Entre Olhos Azuis

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By larrymeetsevil

LOUIS

Faculdade.

Essa era a palavra que eu mais ouvia em casa agora.

Juilliard era um sonho que eu tinha em mãos, uma realização, mas também era um medo.

A América do Norte era longe e meus pais não podiam se mudar pra lá. Eles tinham acabado de se acomodar em Londres, as meninas tinham seus amigos e escola, eu não podia fazer todos mudarem suas vidas - de novo - por minha causa. Era egoísmo.

Porém meus pais também não estavam confiantes em mandar eu e Harry sozinhos para a América do Norte.

Eu não conhecia o lugar e Harry também não, sem contar que nossos cursos seriam diferentes. Harry ia fazer música e eu ia fazer teatro, bom, eu acho que ia pelo menos.

Eu odiava isso. Eu gostava de fingir que não existiam limitações, que pessoas cegas podiam fazer de tudo, mas isso não é verdade e isso me deixa incrivelmente triste porque sei que não sou a única pessoa a passar por tudo isso.

Eu sempre fui um bom aluno, sempre me esforcei, porque as coisas não podiam parar de ser complicadas pelo menos uma vez?

Como se não bastasse tudo isso que já me preocupa, Dr. Gregory ligou hoje pros meus pais e pediu que fôssemos até o consultório.

Não era dia de consulta e era raro Dr. Gregory me pedir pra ir até lá ainda mais com meus pais.

- Vai dar tudo certo. - Repeti pra mim mesmo. - Não preciso me preocupar com nada, não é nada demais.

Me levantei já que ainda precisava ir pra escola, meus pais iam me buscar hoje pra irmos ao consultório.

Daisy, Phoebe, Fizzy e Lottie estavam na casa dos meus avós em Doncaster por alguns dias, não sei bem porque, meus pais não me falaram.

Elas acabaram levando Cachorro junto com elas, já que Daisy e Phoebe tinham se apegado a ele, mas eu morria de saudades do meu pequeno - não tão pequeno assim - labrador.

Peguei minha mochila e meu bastão e sai do meu quarto.

- Bom dia, mãe. - Falei entrando na cozinha.

- Bom dia, Lou. Panquecas ou muffins? - Ela perguntou me dando um beijo na bochecha.

- Panquecas com chocolate, se ainda tiver. - Falei me sentando. - Você e papai vão me levar no consultório hoje? Você sabe do que se trata?

Ouvi minha mãe prender a respiração.

- Nada demais... Alguma consulta de rotina.

- Mãe, eu sei quando você mente. Sua voz vacila. O que tá acontecendo?

- O Dr. Gregory quer fazer novos testes com você, só isso, mas precisamos ver se você é compatível com os medicamentos. - Ela disse calmamente. - E minha voz não vacila.

- Vacila sim... Mas tudo bem, se é só isso não tenho motivos pra ficar preocupado.

Comi minhas panquecas rapidamente e logo saímos de casa.

- Quando as meninas voltam? - Perguntei assim que ela deu partida no carro.

- Esse fim de semana.

- Certo.

Continuamos o caminho em silêncio.

Meus pais estavam escondendo algo de mim, eu sabia disso, mas não ia continuar tentando descobrir, se eles não queriam que eu soubesse era melhor assim.

O carro parou, me despedi da minha mãe e saí do carro em direção ao jardim, já que sempre sentávamos ali.

- Ei Lou. - Ouvi Niall dizer assim que eu me sentei no lugar de sempre.

- Hey Ni. Como você tá?

- Bem, eu acho. Posso conversar com você antes dos meninos chegarem? - Ele perguntou.

- Claro Niall.

- É sobre o Josh... - Ouvi Niall perder a respiração. - Eu quero ajudá-lo.

- Certo, como você quer ajudá-lo? - Perguntei calmamente.

- Eu não sei direito. Vou conversar com meus pais, pensei em levá-lo pra morar em casa, não quero ele perto do pai dele, não depois do que ele fez com ele. O que ele não teve que passar? Eu fico pensando nisso o tempo inteiro. Ele era meu melhor amigo Lou e tudo que aconteceu foi, de certa forma, minha culpa. Eu preciso fazer algo. - Niall falou angustiado.

- Primeiro de tudo Niall, a culpa não é e nunca foi sua. - Falei calmamente. - Assim como também não é do Josh, mas de resto, eu concordo com você. Ele não pode ficar com os pais, mas você também precisa saber se é isso que ele quer. Você já conversou com ele depois do dia do musical?

- Não... Ainda não. - Ele falou suspirando. - Eu queria arranjar uma alternativa antes de ir falar com ele.

- O primeiro passo é falar com ele. Você precisa saber se ele quer ser ele mesmo agora ou continuar fingindo ser algo que ele não é.

- Entendi...

- E como você tá com tudo isso? Quero dizer, no dia que tudo aconteceu estávamos com adrenalina, mas e depois?

- Eu não sei, eu só não consigo parar de pensar nisso. Na situação inteira e em Josh também. Eu só não acredito que ele tenha passado por tudo isso sozinho.

- Harry me disse que vocês se beijaram naquele dia... - Comentei. - Como você tá com isso?

- Eu não sei Lou... Eu tô confuso. Eu nunca tive problemas com a minha sexualidade, acho que só não tinha coragem de fazer algo mesmo... Eu sempre pensei que pudesse ser bissexual, quando eu era mais novo, as vezes eu achava Josh atraente... Eu não sei por que fiz aquilo naquele momento exato, eu só achei que devia fazer e então eu fiz, mas não faz sentido, talvez eu só estivesse tentando me manter na minha zona de conforto.

- Você não precisa queimar a sua cabeça com isso Niall, não tem nada demais. Você fez o que sentiu que devia fazer.

- Mas eu não consigo parar de pensar nisso. Josh disse que tínhamos nos beijado no dia em que ficamos bêbados, acho que eu só fiz o que sempre quis, mas eu não lembrei de nada depois...

- Espera Niall, do que exatamente estamos falando aqui? - Perguntei confuso.

- E-Eu gostei de beijar o Josh, Lou. - Ele disse suspirando. - Eu sentia falta dele, eu pensava na nossa amizade as vezes e ficava triste por ver a pessoa que ele tinha se tornado...

- O que tem de estranho nisso, Niall? Antes de eu e Harry namorarmos, eu nunca tinha tido nada com ninguém, tanto que o Harry foi meu primeiro beijo e quando eu percebi que gostava dele de verdade, eu comecei a ter diversas crises. Eu não sabia se ele sentia o mesmo que eu, eu não sabia se eu era bonito o suficiente pra ele e principalmente se eu era gay ou não. Depois de um tempo eu percebi que isso não importa. Nada disso importa. Gay, hetero, bissexual. São só rótulos sem importância. O que realmente importa é o que você sente pela pessoa e se você gosta do Josh de algum jeito nós não vamos virar as costas pra você por isso.

- Então você acha que eu devo... Hm... Tentar? Digo, depois de tudo isso. Acho que eu preciso me entender aos poucos também. - Niall perguntou tímido.

- Faça o que você acha que precisa fazer. Não vamos te julgar em momento algum. Se você quer tentar, tente. Só não faça algo errado, não de a entender algo que você não quer, como o Josh já disse, ele é apaixonado por você. Não quebre o coração dele.

- Obrigado Lou... Eu vou falar com ele hoje sobre tudo isso. Obrigado de verdade. - Niall diz me abraçando.

- Amigos servem pra isso, pequeno Horan.

NIALL

Depois que conversei com Louis, decidi que precisava conversar com Josh primeiro, antes de decidir qualquer coisa.

Esperei um dos meninos chegarem pra ficar com Lou e logo sai dali, eu precisava resolver as coisas o quanto antes.

Josh não estava com o pessoal do time de futebol, então precisei procurá-lo por toda escola até encontrá-lo finalmente debaixo das arquibancadas.

- Eu achei que você nunca mais ia olhar na minha cara... - Ele disse antes que eu me aproximasse.

- Eu disse que as coisas voltariam a ser como antes, pelo menos da minha parte... - Falei me sentando do seu lado.

Me virei para olhá-lo, Josh tinha mudado muito desde as últimas vezes que saímos juntos. O cabelo que antigamente era jogado como o meu, agora era um topete, seu braço era fechado com tatuagens. Ele não se parecia nada com o garoto que costumava a andar comigo.

- Você sabe que as coisas nunca mais vão ser a mesma coisa que antes, não sabe? - Ele disse baixo. - Eu amo você Niall e agora você sabe disso. Eu já tentei mudar isso, já tentei superar e te esquecer, mas eu não consigo.

- Josh, eu...

- Niall, não. Eu preciso falar, preciso falar tudo de uma vez. - Ele me cortou e eu assenti. - Eu sei que eu não sou a mesma coisa, eu sei que mudei, sei que fiz coisas erradas. E também sei que perdão não vai resolver nada. Eu machuquei Harry, falei coisas horríveis pro Louis, provoquei Liam e Zayn e me fechei pra você. Virei uma pessoa repugnante, eu me odiava, eu tinha nojo de mim mesmo, mas nada era pior que olhar nos seus olhos quando você me olhava e ver que você tinha nojo de mim também. Nessas horas tudo que eu queria era sumir, eu tinha tanta vergonha, mas eu também tinha tanto medo Niall. Você não tem noção do quanto era horrível ficar naquela casa, do quanto ainda é horrível, ele me ameaçava o tempo inteiro...

- É por isso que eu vim aqui Josh. Eu vou falar com meus pais, explicar tudo isso. Eu quero que você venha morar com a gente, mas eu preciso saber se você quer isso ou se você quer continuar vivendo essa mentira que você criou.

- Eu não quero mais ser assim Niall, eu não quero mais esconder quem eu sou, mas eu tenho medo. Medo do que as pessoas vão falar de mim e elas vão estar certas, eu sou um monstro. - Josh diz passando as mãos pelo rosto. - Eu vou ficar sozinho Niall, eu não vou ter ninguém.

- Você não vai ficar sozinho, mas que droga! - Falei com raiva. - Por que você acha que eu tô aqui, Josh? Você acha mesmo que eu vou te abandonar? Acha mesmo que eu deixaria você passar por isso sozinho de novo? Eu tô aqui procurando soluções pra te ajudar porque eu quero te ajudar.

- Por quê? Por que você quer me ajudar? Eu não mereço sua ajuda, eu não mereço nada de bom.

- Porque eu me importo com você, eu me importo muito. Eu estou confuso Josh, mas eu sei que quero te ajudar. Por favor, não me afaste.

- Eu jamais te afastaria outra vez. E-Eu amo você.

Eu nunca sabia o que fazer quando Josh falava isso, era algo que eu nunca imaginei ouvir principalmente vindo dele.

- Você sabe que eu não sei como reagir quando você fala isso, não sabe? - Falei o olhando e ele me olhou de volta.

- Eu sei, você não precisa dizer nada. Eu só esperei muito tempo pra dizer isso e agora que eu finalmente tive coragem, parece que eu não consigo mais parar de dizer.

- Você me coloca numa posição difícil desse jeito Josh. Eu tô confuso com tudo isso.

- Confuso com o que? - Ele perguntou.

- Tudo isso! Você, eu. Isso é confuso, eu sempre quis guardar esse assunto, é muita coisa pra pensar.

- Por que é confuso? Não tem nada de confuso nisso. Eu amo você, você é meu melhor amigo e quer me ajudar. - Ele disse simplesmente.

- Não é só isso... Josh, você pode me contar sobre aquele dia?

- Que dia?

- O dia que nos beijamos, pode me contar sobre ele?

Josh respirou fundo e me encarou antes de começar a falar.

- Estávamos em casa e começamos a beber, você sempre bebe mais que todo mundo. - Ele disse e riu baixo. - Tínhamos subido pro meu quarto, eu tava te carregando. Eu te coloquei na cama porque você tava passando mal e fui até o banheiro pegar uma toalha molhada pra você. Quando eu voltei pro quarto, eu me aproximei pra colocar a toalha na sua testa e então você abriu os olhos. - Ele respirou fundo antes de continuar e eu o encarei, tudo aquilo parecia causar dor a ele, mas eu precisava saber. - Nós nos encaramos por alguns minutos e então você disse que sempre teve curiosidade em beijar garotos, e me beijou. Eu me assustei e me separei, mas você me puxou pela nuca e eu não pude continuar fugindo, eu queria aquilo há tanto tempo. Era só uma vez, não ia causar mal pra ninguém. Nós continuamos nos beijando por algum tempo até que nos separamos e você dormiu logo depois. E foi isso.

- Eu beijei você? Foi eu que beijei, eu... Confessei isso pra alguém?

- Sim, foi você, eu juro, eu não me aproveitaria de você, Ni.

- Eu sei, eu só precisava saber disso.

- Por quê?

- Pra finalmente ter coragem de assumir quem eu sou.

Antes que eu realmente pudesse pensar ou deixar Josh pensar, eu o puxei pela nuca e colei nossas bocas.

Louis estava certo, chega de negar as coisas que eu quero, chega de atrasar algo que pode dar certo.

- Por que fez isso? - Ele disse descolando nossas bocas rapidamente.

- Porque eu quis. É o que eu sempre quis.

Josh sorriu e eu o puxei outra vez.


HARRY

Louis estava preocupado.

Ele não disse com essas palavras exatas, mas eu percebi.

Estranhei quando Niall praticamente saiu correndo assim que me viu, mas Lou me tranquilizou falando que não era nada demais, só Niall sendo Niall.

Me sentei ao seu lado e o puxei pra deitar no meu peito.

- Por que você tá assim? - Perguntei de uma vez.

- Assim como?

- Preocupado, você franze a testa e tá com a testa franzida desde que eu cheguei aqui, o que passa nessa sua cabecinha?

- Acho que meus pais estão escondendo alguma coisa de mim e das meninas ou talvez as meninas e eles estão escondendo algo de mim.

- Por que acha isso?

- Eles mandaram as meninas pra casa da minha avó em Doncaster no meio do ano letivo e estão me tratando como Rei. É quase como estar preparando pra soltar uma bomba.

- Mas você é um Rei, nada como te tratar como deve. - Falei apertando sua bochecha.

- Hazz, é sério. - Ele disse rindo baixo. - Alguma coisa vem por ai.

- Você acha que é algo sério? - Eu perguntei preocupado.

- Não sei, mas hoje eu vou no Dr. Gregory. Ele ligou lá em casa, quer que eu faça alguns testes. Tenho medo de algo estar errado comigo de novo, meus pais estão fazendo as mesmas coisas que eles faziam quando descobriram que eu ia perder a visão.

- Quero que você me ouça bem, certo? - Falei firme. - Nada de ruim vai te acontecer porque eu não vou deixar.

- Algumas coisas não estão no seu alcance Hazz...

- Louis, há um ano se alguém me falasse que eu estaria aqui hoje, com um garoto incrível e uma bolsa de em Juilliard eu chamaria essa pessoa de louca. Se há alguns meses alguém te dissesse que você andaria de bicicleta, você também chamaria essa pessoa de louca. Não percebe o que estamos fazendo? Estamos quebrando os padrões, meu príncipe. Então não pense que eu não faria de tudo pra te ajudar. Por favor, para de se preocupar com isso, tudo bem?

Louis suspirou antes de responder.

- Tudo bem... Eu amo você babycakes. - Ele disse me dando um selinho. - Obrigado por não desistir de mim.

- Eu nunca desistiria de você, você é o meu sweetcheeks e eu te amo. Agora vamos parar com esse papo triste, o aniversário do Zayn é essa semana, Maya queria fazer uma festa surpresa, mas só entre a gente mesmo.

- É uma boa ideia, Zayn ia adorar. Eu ajudo a planejar se quiser.

- Ótimo, então vamos ter uma festa essa semana. - Falei rindo e finalmente o puxando pra um beijo.

Eu o amava. Deus, como eu o amava.

Era como se o mundo não fizesse sentido se eu não estivesse com ele e isso me preocupa.

Eu sei que os pais de Lou ainda não decidiram se vão mandá-lo pra Juilliard ou não e eu entendo isso, eu também me preocupo com Louis. Juilliard é uma oportunidade única pra nós dois, se ele me pedir pra ficar, eu fico. Mas eu conheço Louis, ele nunca pediria isso pra mim, ele jamais deixaria que eu desistisse de Juilliard por ele.

O problema é que ele não entende que eu não consigo ficar longe dele, eu não consigo, não posso e não quero. Louis se tornou tudo pra mim, pode me chamar de exagerado por isso, mas é a verdade.

Eu o amo com todas as forças, acho que palavras nunca vão ser o suficiente pra expressar o meu amor, eu faria qualquer coisa por ele e sei que tudo isso é recíproco.

Eu só queria salvá-lo da mesma forma que ele me salvou, eu sei que depois de tudo, ele ainda se sente incapaz por causa da cegueira e isso me machuca.

Louis merece o mundo, merece as melhores coisas, as melhores pessoas, as melhores oportunidades, merece ver.

Eu só queria ajudá-lo a enxergar a si mesmo sem precisar dos próprios olhos, eu queria que ele soubesse e sentisse o quão especial e único ele é.

Talvez isso leve tempo, mas eu não me importo, eu sempre vou estar aqui pra ajudá-lo nisso.

Sempre.

LOUIS

Meu pai e minha mãe vieram me buscar juntos pra irmos pro consultório, isso não era algo normal.

Me despedi dos meninos e do Harry prometendo ligar pra ele assim que chegasse.

- Vocês me falariam se algo estivesse errado, não falariam? - Perguntei assim que o carro deu partida.

- Você sabe que falaríamos. - Meu pai respondeu calmo.

- Então por que estão mentindo? Eu sei que estão, não adianta negar.

- Não estamos mentindo Lou. - Minha mãe falou.

- Então o que tá acontecendo, mãe? Por que as meninas foram pra casa da vovó, o que vocês não estão contando pra mim?

Ouvi meus pais suspirarem e meu pai começou a falar.

- Há alguns dias o Dr. Gregory ligou lá em casa, antes de pedir pra que você fosse pra lá. Ele disse que a fila de espera andou ainda mais e sua vez esta cada vez mais próxima, mas você não enxerga há muito tempo Louis e ele precisa fazer alguns testes pra ver se você consegue voltar a enxergar com o transplante.

- Sua doença é muito rara, Boo. - Minha mãe continuou. - São poucos os casos de pessoas que voltam a enxergar, ainda mais depois de tanto tempo, mas o Dr. Gregory prometeu não desistir, por isso vamos fazer os testes.

- E por que não queriam me contar isso? - Perguntei confuso.

- Não queríamos te dar esperanças pra depois tirá-la. Só íamos te contar quando tivéssemos certeza. - Mark respondeu.

- E as meninas? Elas sabem? Por que mandaram elas pra vovó?

- Fizzy e Lottie sabem. Estávamos preocupados com você, achamos que você podia ter outra crise quando contássemos.

- Eu não tenho crise há anos mãe, eu vou ficar bem. Eu fiquei bem durante todos esses anos, isso não vai mudar agora.

Decidi ficar em silêncio durante o resto do trajeto.

Eu entendo que meus pais queriam me proteger de uma decepção, por isso não fico bravo com eles.

Mas a possibilidade de nunca mais enxergar me deixa triste, há anos que esperar esse transplante é tudo que eu tenho, se o Dr. Gregory disser que o transplante não vai funcionar, acabou. Acabou minhas esperanças.

Eu só não quero ser dependente de alguém pra sempre, não quero ser um incômodo pro resto da minha vida, quero poder fazer coisas sozinho, coisas normais como ir à padaria ou ao shopping.

Isso era pedir demais?

O carro parou e minha mãe me ajudou a descer do carro.

Meu pai colocou a mão no meu ombro e minha mãe entrelaçou seus dedos com os meus, isso é uma demonstração de "estamos aqui por você".

Eu os amava, realmente os amava. Eu tinha os melhores pais do mundo.

Dr. Gregory nos recebeu rapidamente, nos cumprimentando e me fazendo sentar na maca.

- Vamos fazer alguns testes com você Louis, os medicamentos são fortes, você pode ficar enjoado ou tonto por algumas horas - Dr. Gregory disse. - São medicamentos experimentais, eles vão nos mostrar se suas retinas vão reagir bem ao transplante ou não, se os testes forem positivos, você vai começar a tomar esses medicamentos como preparação para o transplante, você tá entendendo?

- Sim, Dr. Gregory.

- Ótimo, me chame de Greg, Louis. Você é meu paciente há meses e um dos melhores amigos do meu irmão, acho que temos intimidade o suficiente.

- Seu irmão? Espera, você é o Greg do Niall?

- Eu mesmo. - Ele disse rindo.

- Por que nunca me disse? - Perguntei chocado.

- Nunca achei relevante, mas como eu disse, temos intimidade pra isso já. Levante o rosto, vou verificar o estado da retina.

Então Greg era irmão do Niall, o mundo é mesmo pequeno.

Depois de diversos medicamentos e ânsias de vômito, os testes finalmente tinham acabado.

- Vamos pegar o resultado essa semana e eu ligo pra vocês. - Greg disse.

- Ou pode falar pro Niall, ele não segura a língua mesmo. - Falei rindo.

- Isso é verdade. - Ele riu junto. - Espero que saiba que eu torço por você Louis. Você é um garoto incrível e merece ver o mundo outra vez. Torço pra que esses testes sejam positivos, você vai conseguir.

O puxei pra um abraço. 

- Obrigado Greg. De verdade, você é o melhor médico que eu já tive, me desculpe pelas vezes que eu te xinguei mentalmente.

Greg riu abertamente, sua risada era igual a do Niall.

- Te desculpo, você não é o primeiro e nem vai ser o último. Agora vai, antes que alguém alegue que eu não sou  profissional, até essa semana Louis.

- Até Greg.

Eu não sei o resultado dos meus exames e pra falar a verdade, eu não me importo tanto assim agora porque indiretamente eu descobri o que eu preciso: pessoas que me apoiam e isso, graças a Coruja Celestial, eu tinha de sobra.


MAYA

  - Liam James Payne, se você não aparecer aqui em cinco minutos com esse bolo, eu juro pela Coruja que eu te bato com o meu sapato! Você me ouviu bem, seu rapper de meia tigela? - Gritei no telefone, o dia hoje não estava nada bom.

- Tudo bem Maya, se acalma mulher, eu já estou a caminho. Ei! Eu sei fazer rap sim!

- Não me manda meu acalmar, seu falso Eminem! Era pra você estar aqui há uma hora! O Zayn vai chegar aqui em alguns minutos e o bolo de aniversário ainda não chegou! Eu vou te matar!

- Eu já tô na porta, cheguei, te amo também Maya.

Desliguei o telefone antes que eu batesse na cara de Liam.

Faltavam apenas alguns minutos pra Zayn chegar na casa de Niall, onde eu e Louis estávamos planejando uma festa surpresa pra ele. Tudo tinha que sair ótimo.

Eu tinha sérios problemas com perfeccionismo, todos falam que isso é por causa do Teatro e provavelmente é mesmo.

Eu e Zayn estávamos juntos há alguns meses, mas não era nada oficial.

Uma vez estávamos conversando e ele me confessou que tinha medo de me pedir em namoro, as aulas estavam acabando, eu já tinha minha bolsa pra Juilliard e Zayn provavelmente continuaria aqui em Londres pra cursar artes plásticas.

A separação era inevitável. Eu não podia pedir pra ele largar tudo e ir pra América do Norte comigo e ele não pediria pra que eu ficasse aqui, mas eu não conseguia nem pensar na ideia de deixá-lo.

A verdade? Eu estava completamente apaixonada por Zayn Malik.

Eu nunca tinha deixado alguém entrar na minha vida assim antes, eu sempre fui completamente e devotamente dedicada a minha carreira, então eu não tinha tempo pra namoro e etc. Meu grupo de amigos se limitava ao clube do Coral e o Teatro.

Eu sempre fui um tanto quanto solitária, me dedicava aos musicais e espetáculos da Broadway até que Zayn apareceu.

Por mais clichê que isso seja, ele era completamente diferente dos outros garotos que eu já conheci. Ele era divertido, quieto e inteligente, ele me entendia quando às vezes nem eu mesma me entendia.

Era idiota e estúpido, mas ele era meu primeiro amor e eu não sei se conseguiria deixá-lo, por isso planejei essa festa, mandei meu medo pro inferno e decidi que ia pedi-lo em namoro.

Sim, isso mesmo, eu ia pedi-lo em namoro e dane-se seu machismo.

Liam entrou carregando o bolo e levando direto pra cozinha, ele que não ousasse me cumprimentar sem colocar aquele bolo no lugar.

Niall tinha ido buscar Zayn e me mandando mensagem há alguns minutos dizendo que já estavam chegando.

- Atenção todo mundo. - Gritei. - Niall disse que ele e Zayn já estão chegando, então todo mundo fica preparado.

Tínhamos chamado algumas pessoas do Teatro e do time de futebol, que também eram amigos do Zayn.

Harry apagou as luzes e ficamos em silêncio esperando o barulho do carro de Niall.

- Ansiosa? - Ouvi Harry sussurrar pra mim.

- Muito, acho que nem quando eu me apresentei em NY eu fiquei desse jeito, como você não desmaiou quando pediu Louis em namoro?

- Eu não desmaiei, mas cheguei bem perto disso. Você não precisa ficar assim, ele vai aceitar. Ele gosta de você desde que te viu cantando Don't Rain On My Parade na sua primeira semana do Teatro, ele falou de você por duas semanas Maya, estávamos quase enlouquecendo. - Ele contou.

- Ele realmente fez isso? - Perguntei envergonhada.

- Sim, ele fez. Ele ficava com cara de besta toda semana quando você cantava algo novo, ele gosta muito de você May.

- Isso é bom Harry, porque eu tenho quase certeza de que eu o amo.

- Diga isso a ele, ele vai adorar.

Antes que eu pudesse responder, ouvimos o carro de Niall parar no portão.

Ficamos todos em silêncio e eu fui mais pra frente, esperar ele entrar.

- Niall, francamente, da próxima vez que você me arrastar até a cidade vizinha só pra ver você comer um X-Burger de 30 centímetros, eu juro que eu te mato.

- Ah qual é, foi super divertido. - Niall rebateu.

- Divertido foi te ver vomitar tudo depois, idiota. - Ouvi Zayn reclamar perto da porta. - Por que raios está tão escuro?

Assim que Zayn acendeu a luz, todos gritamos 'Surpresa!'.

Zayn piscou diversas vezes olhando pra cada um de nós, completamente surpreso.

- Feliz aniversário, amor. - Falei indo abraçá-lo.

- Você planejou isso? - Ele perguntou sorrindo e me dando um selinho.

- Eu e os meninos, você merece. Eu sei que todos aqui querem te dar parabéns, mas eu preciso fazer algo antes de perder a coragem, tudo bem? - Perguntei e ele assentiu. - Eu sei que daqui a alguns meses, nós vamos nos separar, vamos pra faculdades diferentes em cidades diferentes, mas você já virou uma parte minha Zayn. Eu sei que tudo isso soa clichê demais, mas é a verdade. Você é a única pessoa que tem paciência de assistir todas as temporadas de Glee comigo, a única pessoa que eu consegui deixar entrar na minha vida. Eu sei que você tem medo e eu também tenho, mas Zayn eu... Eu amo você e quero ficar com você. Então, Zayn Malik, você quer namorar comigo?

- Mas é claro que sim! - Ele disse rindo e me beijou.

Nós todos ali não sabíamos o que viria pela frente, podíamos nos separar em alguns meses, podíamos deixar de ser amigos.

Talvez Louis, Harry, Niall, Liam e até mesmo Zayn saíssem da minha vida no futuro, mas nada daquilo importava naquele momento.

O que importava era o sorriso no rosto de Zayn enquanto ele abraçava seus amigos, o que importava era Harry e Louis de mãos dadas, o que importava era Liam e Sophia abraçados, o que importava era Niall e Josh conversando e sorrindo, achando que nenhum de nós tinha percebido o que estava acontecendo entre os dois.

Era aqui e agora que importava, só somos jovens uma vez, só temos isso uma vez.

E naquele momento, ali, olhando pros meus amigos e pro garoto que eu amava, eu percebi que, se me permite citar meu livro preferido, nós éramos infinitos.

NOTA: olá terráqueos

vim aqui avisar vocês de algumas coisas:

1) eu to no terceiro ano e eu estudo em etec, ou seja, eu também TCC (trabalho de conclusão de curso) e eu já to cheia de trabalhos, por isso a demora pra atualizar, juro que não é por maldade

2) a fanfic ta acabando, ela vai ter no máximo 28 capítulos, então entamos na reta final

3) eu sei que eu disse que eu não ia focar com outros casais, porém alguns personagens acabaram crescendo ao decorrer da fic, por isso decidi mostrar um pouco sobre os outros

4) tô tentando pensar em uma nova  fic pós behind blue eyes e queria saber se vocês vão ler

é isso, meu twitter é @moagguk

um beijo, um queijo e BOOOOOOAAAYE

Revisado e atualizado dia 11/10/2020.

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