Your Eyes Only (Larry Stylins...

By larrypsyche

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Com o anúncio do noivado de seu irmão, Harry Styles, ainda chocado e preocupado com a notícia e com a decisão... More

Prólogo
I. Capuccino
II. Em disparada
III. Amoras e bebidas
IV. Meggie
V. Lenço de papel
VI. Tão próximo
VII. Ternos
VIII. Conexão
IX. Curativo
X. Somente Louis
XI. Pequenos detalhes
XII. Orgulho ferido
XIII. Decisões
XIV. Exatamente como é
XV. Confuso
XVI. Pessoa favorita
XVII. Despedida de solteiro
XVIII. Tê-lo em meus braços
XIX. Quarto de hotel
XXI. O casamento
XXII. Não me deixe
XXIII. Aeroporto
Epílogo

XX. Toques

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By larrypsyche

[Harry's POV]

Esfreguei meus olhos cansados, espreguiçando-me na cama e deixando escapar um resmungo sem nexo por entre os lábios. Acabei acordando cedo demais, talvez pela expectativa do casamento de meu irmão que ocorreria naquele dia, e mesmo despertando sozinho, sem a ajuda de despertadores e ainda sem a aparição de um raio de sol por entre as cortinas, sentia o sono tomar conta de meu corpo.

No entanto, braços macios me abraçavam docemente e uma cabeça com cabelos castanhos e lisos estava enterrada em meu peito, dormindo tranquilamente, com os pés enrolados em minhas pernas, respirando de modo calmo e com um pequeno sorriso entre os lábios, tão pequeno que era quase imperceptível de se ver.

Meus braços, antes jogados de qualquer forma acima de minha cabeça, repousando desleixadamente no travesseiro, desceram até as costas de Louis, aconchegando-o ainda mais em mim. Tomlinson se remexeu, subindo inconscientemente o joelho até encostar em minha ereção matinal, dura, dolorida e incômoda no meio das pernas. Fui forçado a morder os lábios e segurar um gemido pela pressão e me controlei para não começar a me esfregar em Louis, tentando aliviar aquilo.

Afastei-me um pouco, mantendo a respiração em uma aceleração normal, porém ainda segurando Louis entre meus braços. Contudo, devido ao meu movimento, Tomlinson pareceu acordar, pois resmungou, coçando os olhos em seguida, espreguiçando-se lentamente e piscando seus belos olhos azuis várias vezes, bocejando e, quando lembrou que dormíamos juntos na mesma cama, sorriu para mim e passou a mão no rosto.

─ Já acordou? ─ Sussurrou preguiçosamente e se aconchegou em meu peito, começando a fechar os olhos.

─ Infelizmente, sim. ─ Louis riu anasalado, sem nem prestar atenção direito ao que eu dizia, parecendo completamente tomado pelo sono ainda, remexendo-se mais na cama e deixando um leve beijo em meu peito. Mesmo ainda sonolento, apenas esses pequenos toques de Louis me faziam despertar rapidamente.

─ Então tenta dormir mais um pouquinho.

Sorri, observando-o atentamente. Tirei alguns fios que grudavam em sua bochecha e acariciei com o polegar a pele macia e avermelhada do local.

─ Não sei se conseguirei. ─ Bufei cansado. ─ Acredito que seja devido ao casamento de George. Quero que tudo ocorra exatamente como os dois desejam.

─ Hum, sei... ─ Provocou, ainda de olhos fechados e com a voz grogue devido ao sono, porém esboçando um sorriso travesso.

─ Do que está falando?

Louis abriu os olhos naquele momento, cutucando meu ombro com o indicador e me empurrando levemente.

─ Estou falando do seu desejo para que chova.

─ Não é um desejo, é um fato. Choverá, infelizmente. E nada poderei fazer para que George e Félicité tenham o casamento de seus sonhos.

Assim que terminei de dizer aquilo, Tomlinson revirou os olhos e deixou uma risada sonolenta escapar.

─ Pare de ser dramático. ─ Reclamou, abraçando ainda mais meu corpo e, ao invés de fechar os olhos para dormir, sorriu calmamente e levou nossos corpos contra o colchão, trocando nossas posições na cama, permitindo que assim pudesse ficar deitado em meu peito com as pernas sobre as minhas. Aproximou seu rosto do meu, sorrindo amavelmente e com os olhos presos em minhas feições atenciosamente, examinando cada traço de cansaço e expressão. Sua boca encostou delicadamente a minha, iniciando um beijo calmo e doce, descendo os lábios para beijar o inferior e morder rapidamente.

Assim que se afastou de meus lábios, fez uma careta por estarmos com gosto matinal e girou o corpo em cima do meu, ficando com a barriga para cima e as costas encostadas em meu peito. Tentou se ajeitar de um modo mais confortável, porém sem intenção seu quadril se esfregou em minha ereção matinal, provocando que um gemido incontrolável sufocado e arrastado escapasse por entre meus lábios.

Tomlinson riu um pouco e virou o rosto para encarar meus olhos com um sorriso terno.

─ Vou te ajudar com isso.

Sem tirar meus olhos do dele, concordei lentamente com um aceno e Louis sorriu mais ainda, sentando em minha barriga, de costas para mim. Dedilhou a pele perto da barra da boxer e suas mãos escorregaram até o volume em minhas calças, repousando em cima da calça de moletom, massageando-a lentamente e de modo suave.

Meu corpo automaticamente remexeu-se à procura de mais atrito e precisei morder o lábio para não gemer abertamente apenas com o toque por cima do tecido. Engoli em seco e senti o nó em minha garganta e o arrepio que perpassou por minha coluna. Meus pensamentos gritavam uma repetição de Louis incessantemente. Eu precisava dele. Necessitava. E era ainda mais torturante não imaginar o que Tomlinson faria para aliviar a dor de minha ereção.

Como se tivesse lido meu pensamento e notado o desespero que havia em cada célula de meu corpo, Louis resolveu acabar com a demora ao colocar suas mãos por dentro de minha calça, deslizando-as por minha boxer, alcançando meu membro que latejava avermelhado, duro, dolorido e com gotas de gozo escorrendo pela glande. Sua mão com dedos pequenos e grossos o segurou, expondo-o para fora e apenas esse toque, de seus dedos escorregando por minha extensão e a segurando, foi o necessário para que uma eletricidade percorresse o meu corpo por inteiro. Ele arrumou-se melhor em meu colo e desceu os tecidos que cobriam boa parte de minhas bolas e dificultavam o contato com meu pênis.

─ Eu quero tocar em você. ─ Avisei com a voz controlada, cheia de rouquidão e grave. Louis, que aproximava seu rosto de meu membro pulsante, parou no mesmo instante e acenou em concordância lentamente, deixando seu quadril escorregar para trás, ficando próximo de meu rosto e facilitando o alcance para minhas mãos que antes somente seguravam suas coxas com dificuldade.

Respirei fundo pelo menos umas duas vezes. Notei que Tomlinson continuava esperando pelo toque de minhas mãos em seu quadril antes de voltar ao que estava fazendo ou pretendia fazer. Admirei suas pernas, ainda cobertas pela calça de pijama azul escura que parecia tão tentadora quanto se estivesse completamente nua para mim. Sua bunda estava empinada suavemente e pude observar o quanto ela era cheia e parecia macia e gostosa, provocando o desejo de qualquer ser em sã consciência em apertá-la apenas para provar a sua maciez.

Vendo que Louis sequer tinha mexido um músculo ainda, não controlei mais meus instintos e simplesmente deixei minhas mãos escorregarem por suas coxas, provando o quanto eram tenras suas pernas, deixando meu membro ainda mais duro, fazendo com que minha barriga sentisse um calafrio diferente. Subi até seu quadril e apertei forte, porém cuidadosamente, aquela região cheia e gostosa, vendo Tomlinson arquear as costas enquanto apoiava as mãos no colchão, ficando praticamente de quatro em sua posição.

Mesmo mordendo os lábios, eu consegui ouvir o pequeno e quase inaudível gemido que escapara por entre eles.

Afrouxei o aperto, massageando suavemente a região que fora apertada e lentamente Louis pareceu recobrar a consciência, deixando suas costas voltarem à posição normal e voltando sua atenção ao meu membro que ainda latejava avermelhado e duro diante de si. Suas mãos, antes repousando no colchão, subiram até meu pênis, agarrando-o novamente e deslizando por ele de um modo lento e torturante. Capaz de enlouquecer qualquer um que apenas estivesse assistindo a cena.

Contudo, por mais que quisesse sentir prazer e alívio, eu também desejava que Tomlinson sentisse o mesmo. Queria satisfazê-lo como ele me satisfaria.

Por isso, sem pensar duas vezes e sem esperar mais um segundo sequer, desci sua calça de pijama junto com a boxer rapidamente, deixando as duas peças na altura de seus joelhos e logo em seguida apreciando a beleza da visão que eu tinha.

Louis era lindo!

Simplesmente assim.

No momento em que o expus daquele modo, Tomlinson se sobressaltou, soltando uma exclamação baixa, porém sorriu ao entender o que eu faria e queria, olhando-me por um momento com intensidade e desejo. Seus olhos faiscavam tão intensos que me deixava fraco em suas mãos e eram tão transparentes que eu facilmente conseguia ler o que se passava dentro dele.

Segurei seu quadril com força e aproximei meu rosto, encarando a pele macia a minha frente, desejando marcá-lo com minha boca, provar do gosto de sua pele naquela região e deixá-lo em um estado de revirar os olhos em pura excitação. Contudo, antes que eu sequer pudesse tocar meus lábios em seu quadril, senti sua boca quente e úmida entorno de minha glande de um jeito tão gostoso e intenso que não tive chances de controlar as reações de meu corpo. Um gemido rouco saiu por minha boca, minhas costas arquearam e meu quadril levantou à procura de seu toque quente e úmido por toda a extensão.

Tomlinson chupou minha glande, passando a língua pela região sensível e mais um gemido deixara minha boca. Sua língua de um modo torturantemente lento deslizou por minha extensão deixando um rastro de saliva por sua trilha. Senti uma fisgada na barriga enquanto Louis me provocava com sua lentidão e com sua língua que continuava lambendo meu membro dolorido.

Em meu colo, ele se remexeu, pedindo silenciosamente e apenas em forma de gestos que eu provocasse as mesmas sensações que estava sentindo. Sem esperar mais nenhum segundo para isso, minha boca foi de encontro a sua entrada que contraiu quando passei a língua em movimentos circulares em volta daquela região quente e apertada, deixando o corpo de Louis amolecido em meus braços enquanto um gemido surpreso e engasgado escapou por entre seus lábios, fazendo-o parar no mesmo instante de chupar minha extensão.

─ Oh, Harry... ─ Sussurrou, deslizando sua boca logo em seguida por boa parte de meu membro, fazendo com que eu soltasse outro gemido enquanto chupava sua entrada com vigor. Suas pernas enfraqueceram e tive de segurá-las para que Louis simplesmente não caísse sobre mim.

Uma de suas mãos agarrou a parte de meu pênis a qual a sua boca não alcançava e assim que recuperou os sentidos poucos segundos depois voltou a chupar meu membro, deslizando sua boca quente, úmida e loucamente deliciosa, que provocava fisgadas em minha barriga, em um ritmo acelerado, subindo e descendo por toda a extensão, gemendo de modo desconexo em todos os momentos em que eu chupava sua entrada, deixava minha língua circular a abertura pequena e apertada. Seus gemidos reverberavam em meu corpo, provocando calafrios em minhas costas, deixando meus quadris incontroláveis enquanto eu os movimentava em direção a boca de Louis, para atingir sua garganta, incentivando-o a acelerar os movimentos.

O modo como ele me chupava era tão gostoso, um prazer tão absurdamente grande que chegava a ser impossível raciocinar com coerência. Em todo momento meus pensamentos eram tomados por uma sequência de gemidos do rapaz de cabelos castanhos e nada mais parecia importar. No entanto, mais uma vez, forcei-me a clarear os pensamentos e oferecer prazer a Louis como ele oferecia a mim agora massageando minhas bolas com suas pequenas mãos macias e delicadas, lambendo minha glande com sua língua enlouquecedoramente quente e gemendo meu nome com dificuldade enquanto praticamente implorava por sussurros quase incompreensíveis para que eu parasse de chupar sua entrada e a fodesse com a língua.

─ Por favor. ─ Praticamente implorou, afastando no mesmo instante sua boca de meu membro e fitando meus olhos apenas por segundos para passar através deles a necessidade que sentia.

Deixei minha língua dura e reta, levando-a direto para a sua entrada, começando a fodê-lo com ela, sentindo Tomlinson congelar no primeiro momento para logo em seguida derreter-se em meus braços e deixar um gemido lento, rouco e fraco escapar por entre seus lábios. Louis voltou a chupar minha extensão, fazendo com que eu gemesse seu nome e deslizasse as mãos para as suas coxas macias e grossas, apertando-as com as pontas dos dedos, marcando minhas impressões na região mesmo que por um breve instante.

Minhas mãos não pararam por ali. Elas em seguida seguiram o caminho para o membro de Louis, parando para massagear as bolas do de olhos azuis, vendo-o simplesmente ficar a um fio de cair na cama para apenas receber o prazer que tanto desejava.

Mas ele sabia que eu também o queria. Com a mesma intensidade, sentindo a mesma luxúria, aproveitando cada pequeno toque, beijo, entrega. E foi por isso que eu soube que Louis não pararia de lamber minha extensão, movimentando sua boca por toda ela de modo rápido e preciso. Gemendo engasgado ao sentir minha língua se afundar em sua entrada enquanto minhas mãos deixavam de massagear suas bolas e corriam até seu membro, agarrando-o firmemente e deslizando os dedos para cima e para baixo de modo rápido também, tocando-o para que ele não precisasse recorrer a sua própria mão para isso.

Eu tinha conhecimento de que não suportaria me segurar por muito mais. Tomlinson com sua boca de lábios finos, gostosa e quente me chupando e gemendo fazendo meu corpo vibrar era demais para qualquer rastro de sanidade.

Foi quando uma de suas mãos deixou minha extensão e deslizou por minha coxa que afastei minha boca da entrada de Louis apenas para gemer arrastado o nome de Tomlinson, puxá-lo para mim, fazendo com o que o mesmo deixasse de lamber minha glande e não tivesse que engolir o gozo que saiu em jatos fortes poucos segundos depois. Meu corpo estava exausto pelo orgasmo que conseguira. Eu respirava com dificuldade, puxando fortes tragadas de ar e soltando-as pouco tempo depois. Mesmo com todo o cansaço, jamais deixei de continuar masturbando Louis com a mão enquanto massageava suas costas, pernas e quadril, vendo-o arquear as costas no momento em que voltei a chupar sua entrada, passando lentamente a língua por ela, observando quando Tomlinson gemeu algo sem sentido, jogando a cabeça para frente e gozando forte em seguida. Senti o líquido quente escorrendo por meus dedos de uma das mãos assim como a pele de seu quadril que também se encontrava na mesma temperatura.

Quando Louis caiu para o lado, esgotado após ter um orgasmo forte e extremamente arrebatador, constatei que ninguém no mundo poderia fazer com que eu chegasse ao clímax daquele modo tão rápido e com tanta intensidade quanto Tomlinson. Eu nunca havia sentido tanto prazer em minha vida quanto com Louis, pois era somente ele que poderia provocar todas essas reações extremamente novas em meu corpo.

**

A chuva que caía do outro lado da janela era tão forte e incessante que seria impossível executar um casamento ao ar livre, nem mesmo em uma estrutura coberta que acomodasse todos os convidados. E eu agradecia por todos os envolvidos terem consciência sobre isso e decidirem por fim – após choros, reclamações e uma desesperada esperança que o tempo melhorasse, o sol aparecesse no céu e as nuvens escuras sumissem – fazer a cerimônia no local coberto como fora indicado em nossa primeira visita.

No entanto, Félicité parecia inconsolada, chorando muito e lamentando para todos que aquilo era injusto e nada como o planejado. E George então, mesmo calado observando o temporal que derrubava galhos e provocava um estrago do outro lado da janela, tinha as feições cansadas e era dono do sorriso mais triste dali, comentando vez ou outra que talvez a chuva fosse um sinal para que não houvesse casamento naquele dia.

Para mim, contudo, tal comentário fora extremamente equivocado, pois nunca acreditei em destino e muito menos em sinais. Se algo ruim acontecera, não era para avisar sobre um mau presságio, mas sim por uma série de acontecimentos que ocasionaram sua ocorrência. Por exemplo, estar chovendo não era um aviso para cancelar o casamento, como George dissera tolamente, mas sim que evaporara água o suficiente para que se formassem nuvens de vapor e que hora ou outra teriam de serem desfeitas. Por isso, no mesmo instante, revirei os olhos e o mandei parar com essas ideias sem cabimento, avisando-o que ele deveria tomar um banho relaxante, se acalmar e começar a se preparar para o casamento que aconteceria dentro de poucas horas.

O maior de meus problemas não fora controlar os pensamentos desenfreados do noivo como eu temia, pois ele apenas concordou com um aceno, deu um beijo em sua noiva e seguiu para o quarto, avisando a todos que iria começar a se arrumar e que era para que ficassem tranquilos.

Minha dificuldade surgiu quando encarei os olhos aflitos e preocupados de Louis me fuzilando completamente raivosos como se a culpa pela tempestade fosse totalmente minha. Vez ou outra ele sibilava algo como "olha o que você provocou" ou "se você tivesse permanecido calado, nada disso estaria ocorrendo" de um modo particularmente orgulhoso e de nariz empinado, com o cenho franzido e tentando mostrar a todo instante que se sentia zangado comigo.

Se isso tivesse ocorrido há várias semanas atrás, eu realmente teria ficado furioso com sua atitude e nós provavelmente trocaríamos farpas, jogando indiretas um ao outro e discutido na frente de todos. Acabaríamos nos agarrando no canto de um dos cômodos como ocorria por fim. No entanto, após nossa aproximação acabei me acostumando com seu temperamento difícil.

E eu não desejava que Louis mudasse.

Gostava dele exatamente como era.

─ Harry, melhor você ir ver como George está. ─ Horan disse um pouco temeroso assim que nos encontramos no corredor do hotel após eu terminar de ter me arrumado para a ocasião. Tomlinson ainda estava nervoso comigo, porém após entrarmos em uma pequena sala de limpeza e nos beijarmos calorosamente, prensados um contra o outro, eu já acreditava que logo Louis relevaria o fato de estar chovendo e eu ter "desejado" isso. ─ Ele logo entrará em colapso.

─ Onde ele está?

─ No último quarto, final desse mesmo corredor à direita.

─ Ok, obrigado.

─ E tente impedir que ele cometa a catástrofe de raspar o próprio cabelo como o Marshall de How I Met Your Mother. ─ Encarei o confuso, não entendendo absolutamente nada sobre o que estava falando enquanto o loiro a minha frente ria de um modo engraçado me fazendo sorrir.

Caminhei até o quarto de meu irmão desejando realmente que George não tivesse cometido o erro de raspar o cabelo, pois aí sim teríamos um problema do qual eu não tinha uma solução em mãos. Suspirei aliviado quando o vi abrir a porta com os olhos arregalados e a pele pálida, porém com o cabelo intocado e no mesmo comprimento.

─ Eu estou bem. ─ Explicou-se já descartando o discurso que eu poderia fazer sobre seu comportamento um tanto quanto desesperado.

─ Não parece.

Ele bufou, mais para si mesmo do que para o meu comentário, girou o corpo, permitindo minha entrada no quarto e fez um gesto exagerado com as mãos.

─ É só que... Eu não sei que gravata escolher.

─ Você não comprou uma em especial para a ocasião?

─ Acabei comprando três e não me decido entre todas elas. Parecem todas insuficientes para algo como um casamento. Acho que fiz a decisão errada.

─ Você ainda está falando sobre as gravatas ou agora resolveu falar sobre o casamento?

─ Sobre as gravatas, claro, mas ainda me culpo por ter escolhido o dia de hoje.

─ Não tinha como você saber há sabe-se lá quantos meses atrás que hoje iria chover.

─ Eu sei... ─ Falou pausadamente, desanimado e sem muita convicção.

─ No entanto, mesmo não podendo mudar o passado, acredito que você pode transformar o futuro melhorando esse seu humor e não entristecendo Félicité.

─ Entristecer Fizzy é a última coisa da qual desejo. ─ Disse rapidamente.

─ Pois então sorria e não demonstre todo esse pânico em frente a ela.

─ É que temo que aconteça algo ruim hoje.

Tive de revirar os olhos para tal comentário.

─ Não acontecerá, pois não permitirei que mais nada ocorra fora dos planos.

─ Obrigado por isso. ─ Ele deu um sorriso maior e mais verdadeiro, sentando na beirada da cama e observando as gravatas, escolhendo qual seria melhor para o casamento. ─ E então?

─ Acredito que essa seria a mais adequada. ─ Apontei para a de tom cinza. ─ Soube que as flores que Félicité carregará terão alguns detalhes da mesma cor.

─ Pois então será essa. ─ Levantou animadamente da cama, segurando a gravata escolhida e indo para frente do espelho para vesti-la. ─ Não a vejo desde a hora do almoço. Johannah, Lottie e Louis não me deixaram de modo algum. Estou ficando completamente estressado.

─ Sei como se sente. ─ Falei em meio a meus pensamentos, lembrando-me do último momento do dia em que vi Tomlinson dentro da dispensa pouco depois da hora do almoço quando deixamos a sobremesa de lado para fugir para algum lugar e ficarmos a sós. Após essa ocasião, todavia, não o encontrei mais e quando ocasionalmente perguntei a Charlotte onde o mesmo estava recebi olhares sugestivos e maliciosos para enfim ela dizer que Louis estava ocupado cuidando do estado nervoso em que a irmã se encontrava.

─ E Louis? ─ George perguntou distraidamente ajeitando a gravata entorno de seu pescoço.

Soltei o ar dos pulmões de uma só vez.

─ Não o vi desde a hora do almoço também. ─ Coloquei as mãos dentro do bolso da calça social e sentei na beirada da cama. ─ Será impossível vê-lo antes da cerimônia.

Ele riu levemente, virando para me fitar e sorrindo de orelha a orelha.

─ E como está o relacionamento entre vocês dois? ─ Perguntou casualmente. George não se importava se eu estava interessado por um homem. Para falar a verdade, ele só desejava que eu encontrasse a pessoa certa, independente de que sexo fosse, e me tornasse tão feliz quanto ele.

─ Não pode ser considerado um relacionamento por não darmos um nome para o que temos, porém estamos juntos e bem. Apesar de nossos temperamentos difíceis de lidar.

─ E como são difíceis de lidar... ─ Brincou ainda sorrindo. Houve uma batida fraca na porta enquanto permanecíamos sorrindo um para o outro. Eu quase não podia acreditar que meu irmão se casaria naquele dia. Mesmo ele e Félicité agindo como um casal desde os últimos nove meses. No momento, eu me sentia extremamente feliz por meu irmão. ─ Entre.

Lentamente a porta se abriu revelando Louis já completamente vestido para a ocasião. E eu poderia dizer que ele estava impecavelmente lindo. Simplesmente e inevitavelmente assim. Não conhecia ninguém que poderia se igualar a beleza do jovem de cabelos castanhos e olhos intensamente azuis a minha frente.

Seu paletó caía perfeitamente em seu corpo, ressaltando cada traço de seu rosto e cada curva da qual era dono. O terno que usava era de cor azul escura assim como o meu e o brilho de seus olhos se revelava ainda mais intenso devido a sua roupa. Deixava-o tentador.

─ Já está pronto? ─ Perguntou a George, porém com os olhos ainda presos a mim, examinando-me dos pés a cabeça, sorrindo amavelmente e me informando através dessa expressão que sua fúria havia ido embora.

─ Já. E Fizzy?

─ Está quase. Faltam apenas alguns detalhes que eu não posso dizer quais são. ─ Ele riu. ─ Ela me proibiu de abrir a boca para falar qualquer coisa a você sobre sua aparência nesse momento.

George também riu e concordou com a cabeça.

─ Não tem problema, logo irei vê-la. Espero que tenham escrito o discurso de vocês.

─ Eu até fiz, difícil será alguém gostar. ─ Louis confessou.

─ O importante é que eu e Fizzy gostemos e tenho certeza que irá nos agradar. ─ George disse amavelmente e deu tapinhas nas costas de Tomlinson. ─ Vamos então?

Concordamos com um aceno e sorrimos a ele. Levantei-me da cama e caminhei até Louis após meu irmão passar pela porta e iniciar seu caminho do corredor em direção ao salão onde aconteceria a cerimônia. Minha mão automaticamente correu para a sua, segurando-a entre meus dedos para carinhosamente deslizar o polegar em sua palma e massageá-la brevemente. Após isso, entrelacei meus dedos aos dele e beijei sua têmpora, observando-o fechar os olhos suavemente e sorrir sem mostrar os dentes.

-x-

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