No tempo certo - A distância...

By DesireeNascimento

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(Revisado) Se você tivesse sua vida inteira planejada, o que te faria abrir mão de seus sonhos? Após um longo... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 18 (Continuação)
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Bônus
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Aviso
Segundo livro

Capítulo 8

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By DesireeNascimento


Você tem que fazer uma escolha na sua vida, extremamente difícil: sofrer, ou fazer os outros sofrerem, mas às vezes a vida se encarrega de escolher por você.

...

Eu tinha que tomar uma atitude. Controlar todos os meus desejos, sentimentos, fraquezas, afinal é a razão que deve controlar os instintos e era isso que eu ia fazer, mesmo que ela talvez estivesse corrompida.

Eu disse a mim mesma durante três anos, não me apaixonar nunca mais. Jurei de pé junto, ajoelhada no chão frio que eu não permitiria que isso fosse acontecer novamente. Não queria mais chorar em meu quarto dias a fios, porque o menino da escola preferiu a outra e não a mim, porque a gordinha esquisita se apaixonou pelo bad boy da escola, ou por ser um simples passatempo para alguém. Por mais que as coisas tenham mudado, por mais que em momentos ou outros eu tenha sentido alguma coisa, eu fiz de tudo para me afastar. Dor pior não era abrir mão, mas a de ser enganada. Inúmeras vezes eu tive que lidar com rapazes jurando amor eterno, e chorando todas as vezes que eu dizia "não", quando eu deixei de responder suas mensagens e simplesmente sumi do mapa, pois fugir me parecia mais confortável. Para mim nada passava de teatro. As histórias se repetiam várias e várias vezes, e eu sabia o roteiro completo, mas eu não queria ser a protagonista novamente.

Por mais que eu tentasse levar a minha relação com Alex no caminho da amizade, ele por muitas vezes, mostrou desviar. E mesmo que eu conseguisse convencê-lo seria mais uma pessoa para me despedir. Era um ano e meio apenas, Mas ficar longe de tudo e de todos era muito difícil.

Seja lá o que existia entre mim e Alex eu não podia simplesmente deixar as coisas acontecerem e ver qual estrada ela iria seguir, pelo contrário, eu deveria agir e mudar a rota se necessário fosse.

Eu coloquei um vestido preto decotado nas costas e um pouco rodado na cintura, ele não era muito chamativo, era bem simples pra falar a verdade, então combinaria muito bem a uma festa na casa de Daniel, um salto, uma maquiagem leve e estava tudo certo.

As meninas já haviam chegado. Alex, Carter e Jhony estavam lá também, e o terraço estava cheio. Provavelmente eu era a atrasada. Daniel veio me cumprimentando, em seguida, Carter, Jhony, e por fim Alex.

Alex ficou me olhando por um instante de cima e embaixo, e eu mordi o lábio timidamente. Abri os braços e girei parando a sua frente:

-E então? – perguntei. Ele dá um sorriso.

- Maravilhosa. - conclui com um riso envergonhado.

- Bem, então vamos aproveitar a festa. Eu vou lá falar com as meninas. Você vem? - convido.

- Han... Vocês vão começar a falar de garotos e assuntos românticos, estou fora.

Levanto uma sobrancelha

- Elas podem até falar, eu não. Bem se mudar de ideia... – dou de ombros e saio.

A música estava maravilhosa e a festa animada, mas não pude deixar de perceber uma expressão magoada no rosto de Kate:

- Kate, o que foi? Não está gostando da festa?

- Não é isso. Liza você tinha razão, eu sou uma iludida, o Mat sumiu. – desabafa.

- Sumiu? Como assim sumiu?

- Simplesmente depois que a gente saiu, ele não falou mais comigo, isso faz três dias já. - ela faz bico.

- Nada disso Kate, você tem que aproveitar a festa, tem um monte de rapazes bonitos, não pode ficar triste. - aconselha Back.

- Kate, escuta. – pedi. – Espere mais um tempo. Três dias não é muita coisa, às vezes pode ter acontecido alguma coisa. Deixa para se desesperar quando ele ficar uma semana sem falar com você. - digo.

As meninas olham para mim assustadas.

- Quem é você e o que fez com a Liza? Logo você, dizendo essas coisas? - estranhou Sam.

- Eu achei que você seria a primeira a dizer para eu esquecê-lo. - esperou Kate.

- Sim, eu deveria dizer isso, mas não é porque as coisas acontecem comigo, que elas vão acontecer com vocês. Não é porque eu não acredito no amor que vocês também não vão mais acreditar. Mas o que sempre me diziam quando eu ficava mal por causa de um infeliz era que os homens se comportam de maneiras diferentes de nós mulheres. A maioria tem medo dessa coisa de se apaixonar e por isso, muitos se afastam. Outros se confundem em seus sentimentos. A única coisa que eu não quero, é que você, Kate, sofra, e mais ainda, que não corra atrás dele, e nem espere muito. - digo.

Kate, Liza e Back me olham como se eu fosse um objeto estranho.

- Você ta passando bem? - pergunta Sam colocando a mão na minha testa - quer que eu chame um médico?

- Dá pra pararem de agir como seu tivesse dito uma coisa absurda? – peço.

- Vindo de você, é absurda mesmo. - concluiu Sam.

-Bem Kate, o que você vai fazer? - pergunto desviando o assunto.

- A sei lá. Acho que vou esperar e ver no que vai dar. - responde um tanto desanimada.

- Então chega de tristeza e vamos curtir a festa, pode ser? – convido.

Kate balança a cabeça que sim, um pouco mais animada.

Depois de algum tempo de festa, Sam me cutuca dizendo que Alex o tempo todo estava me olhando, mas eu preferi ignorar. Não corresponder a seus olhares seria uma boa saída. Porém nem tudo estava tão certo. Os meninos decidiram se juntar a nós, e nos apresentar ao resto do pessoal. Conheci alguns parentes de Daniel, alguns amigos, e sua irmã mais nova.

Enquanto conversávamos um rapaz chegou até nós e Daniel o abraçou.

- Este aqui é meu primo, Justin. – Daniel nos apresenta.

- Muito prazer. - ele cumprimenta.

- Estávamos falando o quanto a Liza merece um troféu por aguentar Alex e Jhony. - diz Daniel.

Justin olha confuso.

- Como assim? Por que? - pergunta olhando para mim.

- É que eu trabalho com eles. - respondo rindo.

- Ah, mas ela é muito bem tratada não tem do que reclamar. - pronuncia Alex.

- Pelo Jhony, com certeza. - afirmo com um sorriso. Alex faz bico.

- Estamos nos entendendo até que bem ultimamente, mas você ainda precisar melhorar em algumas coisas.

- Pois é. Liza até parou de chamar Alex de idiota. - diz Back rindo

- Alex e Jhony são mesmo uns idiotas. - conclui Justin brincando - Mas agora eu é que pergunto como é que vocês dois conseguem trabalhar com essa moça bonita, hein? Eu não daria conta. – confessa, e eu fico vermelha na mesma hora.

- Pergunta isso ao Alex, ele e a Liza já andaram fazendo uns trabalhos extras por aí. - diz Jhony.

- Jhony! – chamo sua atenção com os olhos arregalados. – Claro que não. Foi uma vez só, e foi estritamente profissional. O que o Justin vai pensar?

-Liga não, Liza, Jhony está com ciúmes de mim. - brinca Alex.

Enquanto eles conversavam, distraí-me por um instante ao avistar a lua e decidi me aproximar. Era cheia e estava linda. Fazia tempo que eu não parava para olhá-la, e do terraço ela parecia tão próxima que eu não resisti. Fui em direção à sacada e por lá eu fiquei. Por um instante eu esqueci a festa, a música e todos que estavam a minha volta. Era somente ela e eu.

De repente, Alex se aproxima.

- Está tudo bem? – pergunta.

- Sim. Tudo ótimo.

Ele então olha para cima.

- Ela está tão linda hoje. – conclui e eu apenas consinto com a cabeça. – A Lua tem uma história de amor, sabia?

- Sério? - fico surpresa.

- Uhum. Vocês são mais parecidas do que imaginam. Quer ouvir?

Sou relutante por alguns momentos, mas acabo aceitando.

- Dois astros andavam pela terra vivendo sob a escuridão. - começa Alex. – Eles eram sozinhos e por muitas vezes quase se encontraram. Mas então, por uma coincidência, foi um ao encontro do outro, e então eles finalmente se conheceram, a lua e o sol. Apesar das diferenças, os dois admiravam cada detalhe um do outro, inclusive as suas fraquezas. A lua era sentimental, buscava inspirações em tudo o que via e era maravilhosamente bela. O sol por sua vez, nem tão belo, mas sua mudança de cores, o deixava ainda mais atraente. – nessa hora eu tiro minha concentração da Lua, e passo a me concentrar em Alex, ele faz o mesmo. – Eles se apaixonaram, e não encontraram mais sentido em ser dois se podiam ser apenas um. Foi então que Deus começou suas obras no universo, separando o céu e a terra e impôs uma cruel condição aos dois: eles teriam que se separar, um iluminaria o dia, e o outro a noite. Ambos se entristeceram por não poderem ficar juntos. A lua passou a iluminar noite com a companhia das estrelas, enquanto o sol dava brilho ao dia com a companhia das nuvens. No entanto, quando há um eclipse eles se encontram matando a saudade que sentem um do outro depois de tanto anos separados. A distância não foi empecilho para que eles continuassem se amando.

Alex termina a história, mas ficamos um bom tempo nos encarando. Volto a contemplar o brilho daquele astro grande e redondo acompanhado por infinitas estrelas. O encaracolado se aproxima e a olha também.

- Pode fazer um pedido se quiser.

Olho para baixo e em seguida para Alex.

- Não posso. Para fazer um pedido a lua, é preciso acreditar no amor. Não sou boa com essas coisas. Mas você pode fazer isso.

Os olhos verdes encaram a lua mais uma vez e então ele começa.

- Eu desejo... - começa Alex. Eu então o interrompo colocando o dedo indicador em seus lábios.

- Xiu! Um pedido a Lua é sempre um segredo. Vou deixar vocês as sós.

- Não. Quero que fique como testemunha.

Alex faz o seu pedido em silêncio. Demora alguns segundos e por fim sorri voltando a encontrar meus olhos. Na minha mente ficou se passando o que provavelmente ele poderia ter pedido. Mas decidi esquecer. Seria abusivo demais tentar invadir seus pensamentos. Ele se aproxima e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Sabia o que estava por vir, e não podia deixar acontecer, mesmo cada parte do meu corpo implorado para sentir o seu gosto, eu tinha que ser mais forte.

- Hannn... Me desculpa. Eu preciso ir ao toilet. Bebi demais. - dou um falso sorriso e saio em seguida sem esperar pela sua reação.

Com certeza eu era uma verdadeira idiota e se arrependimento matasse, provavelmente estaria arrependida junto com a lua. Vejo meu reflexo pelo espelho do banheiro, completamente envergonhada, "Está precisando melhorar suas escapadas, treinar algumas desculpas de vez em quando pode ajudar".

Volto do banheiro e encontro Alex ainda namorando a lua. Ele tinha razão, a lua e eu tínhamos muitas coisas em comuns, mas diferente dela, eu não havia encontrado o meu amor verdadeiro, e com toda certeza eu nunca iria encontrá-lo. Ela com certeza seria poupada de sua tristeza se não tivesse se apaixonado. Porém, eu seria como ela, sozinha, apenas com a companhia das estrelas, que no meu caso talvez fossem gatos.

Resolvo me sentar em um dos sofás para observar a festa de lá. Vejo Jhony e Sam conversando animados. Rindo um paro o ouro. Jhony se aproximava dela e lhe dizia alguma coisa que a deixava tímida, mas com brilho nos olhos. Primeiro Kate, agora Sam, faltava apenas Back. Mais cedo ou mais tarde elas iriam encontrar alguém, namorar, casar, ter filhos, e assim sucessivamente, é a lei da vida. Então talvez eu goste de andar fora da lei. Justin se senta ao meu lado olhando para a mesma direção que eu.

- Não vai beber nada? – pergunta.

- Oh não! Já deu minha cota por hoje. Estou dirigindo. – respondo.

- Entendi. Posso fazer uma pergunta?

- Já fez. - ele me olha surpreso. - Mas pode fazer outra. - dou um sorriso.

- Você e Alex tem um caso?

- Han? Claro que não. Imagina. Ele é meu chefe e colega de faculdade. Somos apenas bons amigos. – digo sem saber se já poderia chamá-lo assim.

- Sei. Eu percebi o jeito como vocês se olham. Parecem que tem uma ligação muito forte, eu sei la. - ele conclui. Nessa mesma hora eu olho para Alex, ainda admirando aquela coisa redonda. Ele se vira e olha na minha direção, aparentemente sério.

- Acho que ele não gostou nos ver. – Justin deduz.

- Não tem nada a ver. - digo voltando a minha atenção a Justin. - Não tem porquê. – dou de ombros fingindo não me importar.

- Tem certeza? – duvida.

Faço que sim com a cabeça. Meu rosto certamente estampava minha preocupação. Comecei a procurar pelo encaracolado pelo terraço sem o encontrar em momento algum, e acaba desistindo tentando me concentrar no Justin estava falando.

-Tenho que dizer que tanto Alex quanto Jhony são garotos de muita sorte por trabalhar com você. Você é linda. – diz.

- Obrigada - agradeço.

- Desde que você chegou à festa, eu queria conversar com você. Mas eu fiquei com receio porque achei que tinha algo entre você e o Alex, ainda mais depois do que ele falou sobres as horas extras. Eu respiro fundo. Aquela conversa estava me incomodando um pouco.

- Vamos fazer o seguinte? Vamos esquecer Alex, pode ser. - digo segurando sua mão. Justin dá um gole em sua bebida e faz que sim com a cabeça.

- Então me diga. O que você faz?

- Direito.

- Olha só, é um ótimo curso. Eu pensei em fazer direito por uns tempos, mas desisti. Eu nunca gostei de muito de ler. - ele ri.

- Deve ser de exatas então? – supus.

- Acertou. Faço engenharia.

- Legal. Eu já não me dou bem com números.

Ele ri e eu rio também, mais por simpatia. Meu sorriso se desmancha no instante em que avisto Alex rindo descontroladamente. Não era uma risada qualquer. Ele parecia estar bêbado, e com certeza estava, porque cambaleava de um lado para o outro. Vi aquela cena assustada, assim como as outras pessoas que por ali estavam. Os meninos tinham sumido. Por um impulso eu pedi licença a Justin e fui até Alex.

- Alex! Você está bêbado? - pergunto mesmo sabendo a resposta.

- Me deixa em paz! - gritou. Sua voz era mole.

- Como é possível ter ficado bêbado tão rápido?

- Por que não cuida da vida do seu amigo? Eu não to bêbado. - responde e por um desequilíbrio, seu corpo ameaça se jogar da sacada e eu o puxo.

- Santo Deus Alex! Por que fez isso?

Ele me olha e cai no chão. Eu abaixo preocupada, algumas pessoas começam a aproximar-se e então Jhony e Daniel chegam.

- Liza o que aconteceu? - preocupa Daniel.

- Eu não sei, ele bebeu demais.

- Alex nunca foi de dar porre. - avisa Jhony.

- Ele vai dormir aqui? - pergunto aflita.

- Sim. - responde Daniel.

- Então me ajudem a levar ele pro quarto. – peço.

Os dois o pegam cada um o segurando por um braço. O corpo de Alex estava mole, caiu algumas vezes, e ele apenas murmurava algumas palavras, todas sem nenhum sentido. Eles o levaram a um quarto completamente afastado do terraço e o deitaram na cama.

-Vocês dois podem ir. Eu fico com ele. – informo.

- Imagina Liza, vai curtir a festa a gente cuida dele. - se predispõe Jhony.

- Por favor. Daniel você é o anfitrião. A festa ainda tem muita gente, eles vão querer saber do ocorrido, e você deve dizer que está tudo bem. De verdade, não precisa parar a festa. Ele vai dormir e acordar amanhã, apenas com uma dor de cabeça. E Jhony, você avisa as meninas o que aconteceu. Quando ele estiver melhor eu volto pra festa. Mas antes, me trazem uma jarra de água e algumas aspirinas, por favor.

- Tem certeza? - pergunta Daniel.

Faço que sim com a cabeça.

- Claro.

Jhony e Daniel retornam a festa e eu fico com Alex. Tiro seus sapatos e o endireito na cama. Vou até ele e passo a mão em seu rosto. Ele me olha.
- Você é linda. - murmura.

Jhony chegou com água e perguntou se estava tudo bem, eu apenas assenti. Com dificuldade tentei dar um pouco de água para Alex.
Sentei ao seu lado da cama e encostei sua cabeça em meu colo. Por sorte ele não quis vomitar. Alex ainda tentava dizer algumas coisas sem muito sucesso, dormia, mas acordava num impulso. Fez isso algumas vezes. De novo o lado criança de Alex.
Fiquei um tempo acariciando seus cabelos até que o mesmo finalmente dormisse de vez. Era lindo vê-lo dormir, parecia um anjo. Sua respiração era profunda e ele fazia uns sons engraçados.

Novamente as coisas saíram do meu controle e eu não consegui me afastar de Alex. No fim, sempre acabava ele e eu como consequência de um dia inteiro de coincidência. Mas o que me mais me deixava perturbada nessa história toda, era por qual motivo eu me importava tanto com ele.

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