Fire N' Ice

By wthjulha

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**{PLÁGIO É CRIME!}** SINOPSE: Dizem que antes de nascer, você escolhe todo seu destino. Escolhe como su... More

Prólogo.
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Especial de Natal
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By wthjulha

Buscamos Matt em um silêncio confortável e ele já estava dormindo, o que nos poupava muitas perguntas. Dougie me ajudou a abrir a casa por eu estar com Matthew no colo e eu o coloquei em seu quarto, e fui para a sala fazer companhia a Dougie.

Nos olhamos por alguns instantes e, como se fôssemos conectados, no segundo seguinte sua boca estava na minha.

Assim, simples.

Como se nossa "relação" sempre houvesse sido simples como nos beijarmos em situações tensas como aquela, como uma forma de extravasar.

Como se nossas línguas e mordidas fossem capazes de descarregar toda a tensão em troca de saliva e puxões de corpos.

E, bom, parecia ser mesmo. Nos beijamos com afinco por quanto tempo nosso fôlego permitiu e só então nos separamos, mas Dougie não desgrudou sua boca da minha pele. Foi descendo, beijando meu queixo, meu pescoço, enquanto me abraçava e nos sentava no sofá - ele por baixo, eu por cima.

Minhas mãos se embrenharam em seus cabelos e, por alguns segundos, eu esqueci os problemas que nos rodeavam. Por alguns segundos, toda minha atenção se concentrou nas deliciosas mordidas que a boca de Poynter deixava em meu pescoço e em ofegar, deixando que minha cabeça pendesse para o lado.

Suas mãos foram até minha bunda e ele puxou meu corpo para frente, para que meu peito ficasse ainda mais colado no seu, e passou a descer a boca pelo meu colo.

Eu o observei em silêncio durante os segundos que ele levou puxando minha blusa um pouco para baixo, esperando que eu o repreendesse a qualquer instante, mas eu não o fiz. Mordi meu lábio inferior em expectativa e, quando Poynter viu a tatuagem de estrela no topo do meu seio, foi sua vez de morder o lábio.

Ele levou seu rosto até lá e cheirou minha pele, como se quisesse me absorver, e então mordeu a pequena tatuagem e a sugou. Gemi baixinho com o apertão que meus músculos deram por aquele contato mais íntimo - o primeiro em meses, depois daquele primeiro em um momento de descontrole. Esse, parecia ser em busca do controle.

Dougie fazia tudo com muito cuidado. Como se tivesse medo de me assustar, de que eu fugisse, então seus movimentos pareciam em câmera lenta para mim. Quando sua mão se direcionou ao meu outro seio e puxou um pouco da blusa, ouvimos um barulho do andar de cima.

Eu arregalei meus olhos, já que o sofá dava de costas para a escada, o que faria Matt nos pegar ali no flagra. Dei um pulo de seu colo - mal tendo ideia de como havia feito aquilo - e cheguei ao pé da escada no exato instante em que Matthew chegava ao seu topo, um de seus olhos em uma pequena fenda enquanto o outro era coçado e ele bocejava.

- Mana, cadê o papai? - foi a primeira coisa que ele perguntou e eu sorri, subindo as escadas e o pegando no colo.

- Ele vai voltar logo logo meu amor, enquanto isso eu posso tomar conta de você, que tal? - sorri ao colocá-lo na cama, o cobrindo com seu cobertor e o fazendo se aconchegar, me sentando ao seu lado e começando um cafuné lento em seus cabelos.

- Hm, tá bom - murmurou e então olhou para a porta. - Oi, Dougie - disse, dando um tchauzinho e fechando seus olhos em seguida, parecendo extremamente sem forças para lutar contra o sono. Sorri e olhei na direção de Poynter, que também sorria, e suspirei.

- Hm, então eu vou... - ele começou a falar e apontou para trás, mas sem realmente se mover do batente da porta.

- Não! - disse, de surpresa, o assustando um pouco, e me assustando também. - Hm, fica. Tá tarde, e... Eu não quero dormir sozinha - murmurei envergonhada olhando para Matt, o vendo já dormir com a boquinha aberta. Ri e o beijei na testa, me levantando sem fazer qualquer barulho e saindo do quarto, com Poynter no meu encalço.

- Tem certeza? - perguntou, atrás de mim, me seguindo ao meu quarto.

- Tenho - foi o que eu disse pouco antes de acender a luz.

Meu quarto tinha cheiro de... Saudade. Como se houvesse muito tempo desde quando eu estivesse estado ali - e tinha um tempo, mas não o bastante para eu sentir tanta falta.

Ou era a tpm, mesmo. Vai saber.

- Cadê meu travesseiro e meu cobertor, então? - Dougie perguntou, ainda atrás de mim, e eu fechei os olhos para que conseguisse me controlar e não pulasse em seu colo e continuasse o que havia sido interrompido na sala.

- Vai dormir na cama, comigo - disse, me virando. Vi-o engolir em seco e olhar para a cama e de volta para mim, me fazendo rir. - Relaxa, Poynter. Não vou te atacar durante a noite - brinquei e me virei em direção ao meu armário, onde ainda haviam algumas roupas minhas.

- Eu não confio é em mim - ouvi-o resmungar e mordi meu lábio, balançando a cabeça negativamente.

Peguei meu pijama mais confortável e, esquecendo completa e momentaneamente que Dougie estava no mesmo cômodo que eu, tirei o short jeans e a blusa e os joguei no chão. Só então que eu senti um olhar queimar na minha bunda e paralisei, repensando minhas opções.

1- Sair correndo pro banheiro, que era do outro lado do corredor, o que só me acarretaria em mais vergonha;

2- Pedir para que ele saísse do quarto por uns segundos ou se virasse de costas, o que acarretaria em instantes de constrangimento sem fim tanto para mim quanto para ele, já que eu não confiava na minha voz para dizer sequer duas palavras seguidas e com sentido;

3- Poderia me vestir de uma vez e fingir que nada aconteceu.

Sinceramente, a 3 me parece a melhor opção.

Em tempo recorde o pijama já estava no meu corpo e eu me direcionava para a cama.

- Você se importa se eu dormir só de cueca? - ele perguntou e eu o olhei parado no meio do quarto.

A barraca armada.

Wow.

Só... Woooooow.

E Dougie já estava sem camisa. Minha boca salivou e eu fechei os olhos, espantando todos os pensamentos que eu pudesse ter, fazendo que não com a cabeça, já que minha voz era a coisa menos confiável no momento.

Senti a cama ao meu lado afundar e me forcei a manter meus olhos fechados, então senti o lençol ser puxado das minhas mãos que o agarravam fortemente e um corpo se encostar ao meu.

Imediatamente eu senti todo meu corpo esquentar com o calor de seu peito que se encostou às minhas mãos, e enfiei meu rosto ali. Fora aquele contato, não mantive nenhum outro de nossos corpos, não sabendo como Dougie reagiria.

Mas ele colocou sua mão em minha cintura e me puxou para mais perto, enfiando uma de suas pernas entre as minhas e as entrelaçando.

Dougie Poynter foi abduzido?!

Me permiti sorrir. Ele tinha um cheiro bom de sabonete, perfume e... Homem.

Uma de suas mãos puxou meu rosto pelo queixo e eu abri meus olhos, encontrando os seus, azuis tão inexpressivos, me encarando. Seus lábios se encaixaram aos meus e eu suspirei audivelmente, subindo meu corpo na cama para que nossos rostos ficassem alinhados, e deixei que ele conduzisse nosso beijo calmo.

Uma de suas mãos estava na parte de trás dos meus cabelos, acariciando, enquanto seu braço era feito de travesseiro por mim, e sua outra mão estava em minha cintura, por debaixo da blusa, a acariciando.

Uma de minhas mãos tinha ido, obviamente, para os seus cabelos, deslizando minhas unhas pelo seu couro cabeludo e deixei que meu outro braço repousasse por cima de seu peito. Ele estava de lado, assim como eu, então nosso encaixe era nada menos que perfeito.

Não sei por quanto tempo nos beijamos, nem sequer fiz questão de contar. Não faz diferença.

Mas pelo visto, Dougie Poynter estava se tornando alguém na minha vida um pouco mais do que indispensável.

E eu tive medo disso.

Dougie's POV

Acordamos com pulos na cama.

Eu senti toda a cama se balançar ao nosso redor e no nosso meio, mas primeiro eu tomei consciência de onde e como estávamos.

Eu havia ajudado Wright com Matt ontem, e ela havia pedido para dormir com ela. Ficamos em uma tensão sexual quase insuportável - e acredito que eu só dormi por causa do cansaço emocional, assim como Thalia.

Por baixo do lençol fino que nos cobria, eu rodeava sua cintura, enquanto ela rodeava a minha e tinha seu rosto enfiado no meu peito. Nossas pernas estavam enroscadas de um modo que eu me perguntei como aquilo havia acontecido.

Senti mais do que ouvi um gemidinho vindo do meu peito e sorri, finalmente abrindo meus olhos. Dei de cara com um Matthew canguru que, quando me viu acordado, se deixou cair sentado na cama enquanto sorria brilhantemente.

- Matt - Tha resmungou enquanto apertava seu rosto ainda mais no meu peito, como se não quisesse sair dali, fazendo tudo o que ela falava sair abafado. - O que pensa que está fazendo? - reclamou.

- Acordando vocês! Sabem que horas são? Já passou das 9h! Eu to com fome, mana!

Thalia riu com a fala do irmão e finalmente se afastou de tão perto de mim, se sentando na cama. Sua blusa estava um pouco para cima, deixando sua barriga à mostra, e eu imediatamente desviei os olhos, para que a barraca não armasse, afinal, o mínimo de pele que Wright resolvesse mostrar eu já me excitava, feito um maníaco por sexo.

O que ela estava fazendo comigo, afinal?

Pigarreei e a vi se levantar, tendo que passar com seu corpo por cima do meu para sair da cama. Ela se desequilibrou quando seu pé não tocou o chão - não que eu estivesse observando cada movimento dela, longe de mim, cof cof - e caiu sentada por cima de mim, e eu segurei em sua cintura.

Ela olhou para onde nos conectávamos e me olhou sem dizer nada, somente corou um pouco antes de sair de uma vez da cama, pegar Matthew pela mão e sair do quarto sem dizer mais nada.

E eu fiquei lá, por vários minutos, tentando acalmar minha ereção matinal.

Uma maldita ereção matinal.

Thalia's POV

Por Deus.

Eu estava enlouquecendo com essa tensão nos envolvendo.

Meu corpo ainda formigava onde Dougie havia me segurado e eu me abanei, com calor.

E esse calor nada tinha a ver com o clima.

- Que foi, mana? - a voz suave e baixinha de Matt me tirou das minhas loucuras e eu me virei para ele, sorrindo.

- Nada amor - respondi, rápido demais. - Panquecas?

- Yay! - comemorou, o assunto esquecido.

Quando Dougie desceu, aparentemente achou mais sensato colocar sua calça jeans.

Mas não pensou o mesmo da blusa.

E eu não conseguia parar de encará-lo.

Passei a língua nos lábios e desviei minha atenção para a massa na frigideira, me mantendo daquele jeito antes que me queimasse até sentir um calor atrás de mim.

Um calor bem conhecido, por sinal.

Um braço na minha cintura, um apertão de corpos e um beijo na cabeça.

E então, se foi tão rápido quanto veio.

Olhei para trás para confirmar que ele havia mesmo estado ali e o encontrei servindo suco a Matt. Sorri, com um sentimento diferente no peito.

Como... Se fôssemos uma família.

Tirei esse pensamento da cabeça e me sentei à bancada junto a eles.

**

Fomos para o ônibus da tour com Matthew, já que meu pai ainda não havia sido liberado e eu não queria deixá-lo com ninguém.

Todos me encontraram assim que subimos as escadas e Matt pulou em Jazzie, a fazendo se desequilibrar e cair no nosso pequeno sofá que, por sorte, estava ali.

Ri junto com todos e Dougie vinha entrando logo atrás.

Logo eu estava sendo puxada pro lado, por Ju.

- Garota! - me abraçou, me deixando um pouco confusa. - Você nos deixou preocupados! - tão rápido quanto me abraçou, se afastou, me empurrando pelos ombros, mas quando eu abri a boca para dizer que estava tudo bem, ela voltou a falar, me interrompendo: - Ok, chega de momentos sentimentalismos, agora me conta por que você tem um chupão no peito - pediu com a maior naturalidade do mundo, me fazendo ficar com a boca aberta, em choque.

Abaixei meu rosto para verificar e, para meu eterno azar, realmente havia uma bolotinha roxa em cima do meu decote, exatamente na minha tatuagem. Como eu não havia reparado nela ali?

- Aaaah, garoooota! Se deu bem! - Jullya começou a me parabenizar, me fazendo gaguejar, nervosa.

Mas quando percebeu minha falta de reação, ela parou e me olhou. Enquanto eu não conseguia falar nada que não fosse me deixar mais envergonhada ainda, ela levantou uma sobrancelha e cruzou seus braços.

- Você ainda é virgem, Tha?

Sua pergunta me pegou de surpresa. Eu não sabia o que responder além da verdade, mas ao invés disso, eu só fiquei ali, gaguejando feito uma idiota.

A tão audaciosa e rebelde Thalia Wright, sem uma resposta.

- Ok, já entendi - Ju parecia capaz de entender nas entrelinhas de tudo, apesar disso. - Só me confirma com a cabeça: é ou não é? - perguntou, me fazendo suspirar e fazer que sim com a cabeça. - Sabia! Agora, a próxima pergunta: você quer perder?

Levantei uma sobrancelha. Que tipo de pergunta era aquela?

- Claro que quero, eu... Ahn... - fiquei confusa.

- Tá, já entendi. Com o Dougie? - meus olhos se arregalaram.

É o quê?

Pensei por alguns segundos e minha resposta foi um dar de ombros.

De verdade? Eu não tinha ideia.

Dougie não tem se mostrado mais como o antigo ogro que eu conheci. Tem me tratado de forma diferente. Mas... Ainda assim...

- Só deixa rolar, amiga - a expressão de Ju tinha se diluído, de séria para pensativa. - Para de pensar e sofrer por antecipação e deixa acontecer - aconselhou, e depois sorriu.

Se minha cabeça estava confusa antes, eu não sabia nem onde meu cérebro se encontrava no presente momento.

Provavelmente na Transylvânia.

Haha. Não? Ok.

Dougie's POV

Fiquei observando Jasmine brincar com Matt em silêncio, ainda da porta do ônibus, quando me dei conta de que não sabia se havia visto Wright. Quando pensei em varrer nosso pequeno cômodo a procurando - nosso ônibus não tinha mais que 6m² de comprimento, não seria tão fácil assim ela sumir - fui puxado para trás, para fora do ônibus.

Meus olhos se arregalaram de susto e eu já preparei meu punho para acertar o engraçadinho que havia me puxado, quando dei de cara com Harry.

- Puta merda - xinguei, a dose de adrenalina alta demais no meu corpo.

- Desculpa, cara - riu - Queria conversar contigo, mas sei que não vai sair de perto dela agora, então agora era o melhor momento.

- Cala a boca, idiota - rolei os olhos.

Era verdade.

Eu realmente não estava pretendo deixá-la sumir da minha vista por tempo demais, mas Harry não precisava saber disso. Ou ter certeza, já que parecer ele já sabia...

Ao invés de se irritar, ele riu.

- Só queria deixar registrado que pelo menos tentei falar com você - disse, dando de ombros - Ela te mudou - constatou.

- Ela quem?

- Dougie, melhor amigo, lembra? Não vem querer mentir pra mim - pediu, e eu inspirei fundo, admitindo.

- Me sinto mudado, mas não quero isso pra mim - admiti - Não quero... - eu não queria era falar aquelas palavras em voz alta.

- Se apaixonar - mas Harry parecia saber exatamente o que se acontecia dentro de mim, e eu só o observei, apertando meus lábios em uma linha fina. - Sabe que a Thalia vale a pena. Mas sei que você não é muito racional, também - riu, apesar do assunto sério, e eu levantei uma sobrancelha, o questionando apenas com o olhar o que ele queria dizer com aquilo, mas ele balançou a mão, como quem diz "esquece!". - Só pensa, Dougie: se você não quer nada sério, então é melhor se afastar de uma vez. Porque a gente ainda tem dois meses com elas, apesar dos shows conjuntos terem acabado. Então não faz vocês dois sofrerem, tudo bem? - abraçou meu pescoço e fez um quase-carinho desajeitado no meu cabelo, entrando dentro do ônibus, me deixando lá fora.

Mais confuso do que quando cheguei.

Thalia's POV

Assim que saí do nosso pequeno "esconderijo" algo se chocou contra minhas pernas e eu cambaleei, rindo, já sabendo quem havia batido em mim.

- Pirralho! Assim eu caio e ainda te machuco - ralhei, mas com um sorriso no rosto. - Outch! Você tá pesado! - o peguei no colo e fingi que ia deixá-lo cair, e ele deu um gritinho e se agarrou ao meu pescoço, fazendo todos rirem.

- Mana! Não me solta! - pediu e eu ri, o apertando contra mim.

- Não vou soltar! Espera - peguei o celular no bolso e, sem desbloquear a tela, vi que era uma mensagem de minha mãe.

"Filha, já estamos em casa. Se quiser pode trazer o Matt! Seu pai está convidando todos pra almoçarem aqui (ele é doido, sabe que não pode passar estresse, mas okay haha). Beijos!"

- Ih! Alguém já está em casa - disse olhando pra Matt e ele deu dois soquinhos no ar em comemoração, me fazendo sorrir feito boba. - Gente! - chamei a atenção do pessoal. - Meu pai está chamando todo mundo pra almoçar lá em casa, topam? - todos ficaram quietos de repente e eu levantei as sobrancelhas, sem entender "bulhufas", como minha família do Brasil diz.

- SIM! - foi um coro de, sem brincadeira, OITO pessoas, que assustaram tanto a mim quanto a Matthew. Logo estávamos todos gargalhando.

Nos dividimos em dois carros, o de Poynter e o de Danny, que cabia uma pessoa a mais por ser um pouco maior.

Eu fui no banco de carona de Dougie, enquanto no banco de trás iam Ju e Harry, com Matt em seu meio um pouco sem graça.

Preciso dizer que Jasmine foi no carona de Danny? Não, né?

Pois bem.

Tom, Amanda e Giovanna os acompanharam.

Chegamos à minha casa e haviam vários repórteres em frente à nossa porta, e eu bufei, não acreditando naquilo. Dougie ameaçou dar a volta por trás mas eu peguei em seu braço, pedindo que ele parasse ali mesmo, na entrada de casa.

O olhar que ele me deu foi estranho, mas eu não me concentrei àquilo no momento.

Saí do carro e vários flashes bateram na minha direção, me fazendo respirar fundo e pedir paciência do fundo do meu ser.

Parei na frente de casa e os seguranças que Fletch disse que mandaria já estavam ali, prontos para me auxiliar a entrar em casa, mas eu neguei com um aceno.

Todos os repórteres que estavam ali começaram a gritar várias perguntas ao mesmo tempo enquanto apontavam seus gravadores, microfones e câmeras para mim.

Pedi para que todos ficassem em silêncio com as duas mãos e eles finalmente fizeram, um silêncio sepulcral.

- Começando, meu pai foi parar no hospital pois passou mal. Isso é tudo o que vocês precisam saber. Ele já está em casa e bem mas não, não vai sair para dar uma palavrinha com ninguém, pois precisa de repouso! Meu irmão e minha mãe também não podem falar, pois eu já dei tudo o que precisaram saber. Mais alguma pergunta?

- E sua relação com o Dougie? - alguém teve a coragem de gritar do meio do silêncio e eu procurei quem, ao que todos saíram da frente da indivídua.

Uma mulher, claro.

- Boa, mas o que isso tem a ver com a questão? - ri sem realmente entender.

- A matéria que saiu na revista...

- Ah! A matéria - entendi imediatamente, a cortando, não deixando que terminasse sua frase. - Bom, aquela matéria foi sem noção, vamos combinar. Dougie e eu não temos nada, por mais que vocês não acreditem. Isso é tudo? Obrigada, então! - só então deixei os seguranças que nos cercavam me colocarem para dentro.

Eu nem havia percebido, mas assim que coloquei os pés dentro de casa, olhei para minhas mãos e elas tremiam. Meu coração batia forte e a dose de adrenalina no meu sangue estava em alta.

Logo todos estavam dentro da minha casa e minha mãe me olhava em dúvida.

- Arrasou, Tha! - Ju riu ao meu lado. - Juro que quando passamos eu estava até assustada por só terem flashes.

- Eu também! - Danny arregalou os olhos teatralmente. - Eu nunca vi jornalistas quietos! - gargalhou.

- Acho que isso significa que você acabou com eles, mana - Matt murmurou abaixo de mim, meio em dúvida, e todos nós rimos.

- Isso mesmo, Matt! - Harry concordou e eu suspirei.

- Bom, como eu sei que vai sobrar para mim mesmo, o que vão querer comer? - perguntei, indo até onde meu pai estava e o dando um beijo na cabeça e o abraçando pelos ombros em seguida, esperando que alguém falasse algo, mas todos olhavam um para os outros.

- Bom - Danny se aventou a quebrar o silêncio. - Já que você vai fazer mesmo... Posso pedir pra ser a macarronada de novo? - perguntou, me fazendo rir e todo o resto concordar.

- Por mim ok - disse e fui pra cozinha.

Depois de alguns minutos e muita conversa na sala, algumas tentando me incluir, eu me vi em apuros.

- Gente! - chamei mais alto, fazendo todos me olharem, inclusive meus pais. - Alguém alto pode vir me ajudar?

Todos se olharam e, por unanimidade dos meus amigos (eles deviam estar planejando isso, não é possível), falaram:

- Dougie!

Matt e meus pais só deram risadinhas, e Dougie se levantou sem dizer nada, vindo ao meu encontro.

- Pega o escorredor de macarrão ali em cima, por favor? - pedi apontando com a cabeça para o armário acima da pia, do lado contrário a mim, sorrindo sem graça. - Não posso parar de mexer aqui senão vai queimar - expliquei, em desculpas. - Agora derrama o macarrão da leiteira ai, mas cuidado pra não se queimar! - avisei, o vendo fazer enquanto um pequeno sorriso surgia nos seus lábios.

Sorri junto e me virei para frente.

- Pronto, só deixar aí. Obrigada - sorri mas, quando olhei para trás, ele já tinha sumido.

Mas hein?!

Bufei revirando os olhos e continuei a fazer a comida enquanto ouvia as vozes no cômodo ao lado, conversando relativamente, e em muitos raros momentos eu distingui a voz dele.

Meia hora depois, com todo mundo já reclamando nos meus ouvidos, o almoço finalmente saiu e todos comemos em silêncio. Os garotos pareciam felizes em comer algo... Caseiro, se é que eu posso dizer assim. E as garotas, bem... Pareciam felizes em comer comida.

E especialmente Matthew, parecia feliz em comer a minha comida, já que repetiu o prato e depois ainda ficou reclamando que queria um terceiro, mesmo arrotando feito um porco, fazendo todos rirem.

Quando todos finalmente acabaram, eu me levantei suspirando e fui lavar as louças, não sem antes ouvir que "tinha arrasado de novo".

Depois de louças lavadas - com ajuda da minha mãe, por incrível que pareça - e uma nova comida pronta - pedido de Matt -, nós resolvemos que estava na hora de ir.

Nos despedimos de meus pais e Matt, já que Jazzie assistiria ao nosso show e meu irmão tinha aula no dia seguinte, então não poderia ir conosco.

Ele estava um pouquinho cabisbaixo e eu o puxei em um canto para saber o que tinha acontecido, e quando ele me disse que queria que eu ficasse, eu disse que tinha que ir para poder comprar sua "nave", e então... Então Matthew me disse uma coisa que quebrou meu coração em milhões de pedacinhos:

- Se eu pudesse, trocava a nave pra você ficar mais comigo - resmungou, me abraçando forte.

Minhas lágrimas foram inevitáveis e eu tive certeza: estava na tpm. Saco.

Sorri em sua direção e ele secou minhas lágrimas, me olhando com cautela.

- Meu amor, é o sonho da mana, lembra? - comecei, pigarreando em seguida, pois minha voz estava fraca. - Sinto muito sua falta quando estou na estrada também, mas prometo que assim que esses shows acabarem eu vou tirar 1 mês TODINHO pra gente botar tudo em dia! Tá? - sorri, e ele sorriu um pouco também, assentindo.

Deixei um beijo em sua testa e metade do meu coração, me despedi dos meus pais e fomos de volta para o ônibus, dessa vez sem interrupções de jornalistas.

Uh, parece que alguém se assustou...

Dougie's POV

O silêncio no carro foi unânime. Todos pareciam em acordo de que não era uma boa hora para falar, com exceção apenas da música que, por ironia do bendito destino, descrevia minha cabeça.

Here comes another

(Aí vem outra)

You know you don't want it

(Você sabe que não quer isso)

That girl is like non stop confusion

(Aquela garota é uma confusão interminável)

Another lover

(Outra amante)

You know you want it

(Você sabe que quer isso)

But you've never want her to be it

(Mas nunca quis que ela fosse isso)

'cause she's like an oyster with no pearls inside

(Porque ela é como uma ostra sem nenhuma pérola dentro)

She's every doubt inside your mind

(Ela é cada dúvida dentro de sua mente)

Thalia's POV

Quando chegamos ao ônibus, Ju e Harry praticamente pularam do carro, me fazendo suspirar. Eu sabia que Dougie estava estranho, tinha percebido isso lá pela hora do almoço, mas... Não sabia se queria descobrir o por que.

- Olha, desculpa - porém, me contrariando, foi ele quem começou a falar, me fazendo virar para ele no banco do passageiro e o encarar em confusão. - Não dá pra gente ser amigo, Wright. Somos opostos! Não vê isso? - seus olhos encaravam qualquer canto daquele carro, menos a mim. Eu fiquei mais confusa ainda com seu discurso repentino e sem sentido.

- Dougie, do que exatamente você tá falando? - perguntei.

- Disso que a gente... Tá tendo!

- Hm? O que a gente tá tendo, Poynter? A gente se pega às vezes, tá, mas e dai? - não entendi a complexidade daquilo.

- Thalia, eu... Não quero compromisso, tá? Eu não quero te iludir, então é melhor a gente parar por aqui - completou, me fazendo arregalar os olhos ao entender.

- E quem foi que te disse que eu quero, Poynter? - perguntei cruzando meus braços, o fazendo finalmente virar suas duas orbes azuis na minha direção. - Quem foi o gênio que te disse que eu esperava um final feliz?! - eu estava me alterando, pois minha revolta era tamanha. - Eu já passei dessa fase, sabe? De ficar sonhando com o príncipe encantado e tudo mais, até porque como eu disse, você desfez isso. Mas não foi só você! - bufei, prendendo meu cabelo com força por estar irritada, aquela agitação toda já estava me deixando com calor. - A vida me ensinou! E eu amadureci ainda mais depois que entrei pra essa banda maravilhosa que é a minha Fire N' Ice! Devo agradecimentos ao McFLY? Claro! Se não fosse por vocês, nossa banda não seria formada, mas isso não quer dizer que você é meu Deus e eu vá querer 10 filhinhos com você - rolei os olhos, e ele continuava parado, me olhando. - Então, se você só quer uma desculpa pra se afastar de mim, é só me dizer que eu mesma... - eu nunca cheguei a terminar essa frase.

Não cheguei a terminar aquela última e bendita frase porque Dougie colou sua boca à minha com pressa, enfiando os dedos nos meus cabelos e me aprisionando no seu beijo.

Ficamos assim por alguns instantes, um beijo alucinado e gostoso, que só me deu mais raiva ainda. Empurrei Dougie pelos ombros e bufei, passando a mão pela boca, enquanto ele me olhava sem entender nada.

- Não é isso que vai resolver as coisas, Dougie! Mas que saco! Tudo você me ludibria com beijos, por Deus! - arrumei novamente meu cabelo, ameaçando sair do carro.

- Beijos são melhores do que tapas - me virei de volta para ele, que estava com um sorriso no rosto, relaxado. - Relaxa, Wright.

Revirei os olhos sem entender de onde toda aquela calma havia vindo, e fiquei o olhando como se ele fosse um verdadeiro alienígena, e houvesse acabado de nascer uma segunda cabeça do lado da sua.

Aproveitando minha distração, ele chegou perto novamente, provavelmente com intenção de me beijar, mas uma batida na minha janela foi conveniente e nos fez tomar um pequeno susto.

- Ei, pombinhos! Precisamos passar o som de novo, Fletch quer testar uns equipamentos novos ou algo assim - ouvi a voz de Amanda abafada pelo vidro.

Fiquei encarando sua expressão neutra por alguns segundos, sem reação, e sem dizer mais nada saí do carro.

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