Irrefutável Desejo

Af WEMARINHO

10.8K 712 278

Nada de interessante acontecia na vida de Cyara Marjorie, até Gian Carter surgir de maneira inesperada. Um ag... Mere

·Prólogo·⸙ ۪
·Caρítulo 1·
·Caρítulo 2·
·Caρítulo 3·
·Caρítulo 4·
·Caρítulo 5·
·Caρítulo 6·
·Caρítulo 8·
·Caρítulo Bônus·
·Caρítulo 9·
·Caρítulo 10·
·Caρítulo Degustação·

·Caρítulo 7·

729 63 22
Af WEMARINHO

CYARA

Cyara acorda, acorda! — Beatriz amanhece o dia enchendo o saco. Eu poderia dormir mais uns cinco minutos até seguir a minha matinal rotina trabalhista. Odeio quando me acordam, prefiro despertar por mim mesma. — Você não sabe quem esteve ontem aqui na comunidade.

— Não me interessa quem esteve ou deixou de está aqui! — empurro-a e me levanto da cama. — Da próxima vez que fizer isso, eu arranco cada fio loiro dessa sua cabecinha. — ela beija uma mecha do seu cabelo fazendo drama.

Beatriz é a minha melhor amiga desde que cheguei na comunidade a cerca de uns cinco anos atrás. Ela é meio fora de si e com certeza nunca a teria tornado a minha melhor e única amiga se não fosse quase a minha prima.

Mesmo odiando suas loucuras, tenho que admitir que a minha vida não seria a mesma sem ela. Imagine uma pessoa incompreensível e adorável, pois é Beatriz, convivo com essa peça todos os dias e na bagagem por ser a minha vizinha tenho que aturar suas invasões no meu quarto toda manhã. É o pior despertador que alguém poderia ter.

Sou do interior, mas vim para grande capital Fortaleza junto com a minha família devido a falta de emprego. Caso vivêssemos lá, hoje eu seria a renda da família ou até mesmo a salvação. A partir dos vinte anos de idade qualquer mulher já está apta para casar naquela pacata cidade. E eu como tenho mais o que fazer além de educar filhos, cuidar de casa e ainda ser uma esposa amorosa; esse desemprego acabou se tornando uma forca e ao mesmo tempo a libertação, assim que a mãe adotiva da Beatriz que também é irmã do meu pai ofereceu uma modesta moradia para nós. Mãe, pai, um casal de filhos e a minha pequenina sobrinha que veio logo depois que nós acomodamos aqui na comunidade. O bom de ter vindo para a cidade grande é que facilitou em enorme parte a minha entrada na faculdade. Sempre me entreguei por inteira aos estudos. Afinal nunca fui de andar em festinhas e nem de ter uma renca de amigos. Sabe aquela esquisitona da escola? Pois era eu e ainda sou na faculdade.

Isso tudo teria se resumido. Se eu tivesse casada com um velho horrível que nem deve está vivo hoje. Seria rica financeiramente e pobre nas minhas conquistas, onde a vida sempre desafia.

Entrar numa grande estimada faculdade sem discussões era o meu sonho. Quando consegui uma meia bolsa para cursar Engenharia Civil. O início de uma jornada cansativa e satisfatória em busca de um objetivo; Ser, se torna e dizer: eu sou alguém na vida. Não sou daquele tipo que conclui apenas o ensino médio e vai trabalhar em alguma lojinha qualquer, vivendo de um salário mixuruca.

Beatriz quem fez isso. Não está nem aí para entrar em alguma faculdade, só quer saber de festinhas, baladas algo do tipo. Somos o oposto uma da outra.

— ... gostoso do Gian Carter. — quase me entalei com a escova de dentes.

Beatriz é vidrada nesses sites de fofocas sobre os famosos. Seu sonho é um dia ser o foco dessas inúteis notícias. Já eu não sou ligada nesse meio das celebridades, há um tempo atrás juro que nem sabia quem era Gian Carter.

Qual é, sempre tem alguma personalidade famosa que todos conhecem e você não.

E sinceramente estava por fora da desinteressante informação que ele é o cara mais cobiçado pelas mulheres da cidade. O que não é o meu caso!

Foi admirável ele ter tomado atitude de devolver o meu trabalho na faculdade. Meu precioso trabalho, onde eu nem tinha cópia, acredita? Se não fosse ele estava até hoje tentando recuperar a nota perdida. Sei que fui muito rude e tosca não agradecendo, mas não poderia morrer de amores por quem foi motivo de tanta raiva sentida. Mas ser rodeado e agarrado por várias mulheres pedindo fotos e autógrafos é o melhor agradecimento, não acha? Bom, para um homem sim. Sem saber elas se tornaram o meu inesperado agradecimento coletivo. E daí caiu a minha ficha, "ele é famosinho". Em casa fui pesquisar quem era Gian Carter e, fiquei surpresa com sua lamentável história, mas nada encobre sua magnífica fama de mulherengo.

— Ele ficou alguns minutos parado com seu maravilhoso carro na entrada e depois saiu uma mulher. Diz aqui no blog da Sabrinna, que é mais uma de suas diversões ou uma fornecedora de entorpecentes.

— Entorpecentes? Só porque a garota mora em uma favela não quer dizer que...

— Acho que conheço ela, olha aqui. — enfia o celular na minha cara. E arregalei os olhos ao me ver naquela foto. A resolução não era das melhores, então não estava evidente que era eu, mas óbvio que auto me reconheceria.

Minha vida anda muito, mas muito estranha depois que fui brutalmente atropelada e levada à força para o hospital por esse homem. Meu Deus o que ele quer de mim? Se isso é um castigo, prometo que daqui para frente vou olhar dez vezes de cada lado antes de atravessar qualquer rua, nisso inclui até as sem saída e os becos.

— Porque ficou assim?

— Na-nada, só estava... Ah, não vou ficar perdendo o meu tempo com essas idiotices! Não estou afim de perder o ônibus hoje.

— Nem podemos, se eu chegar mais uma vez atrasada no trabalho, é rua.

— Novidade, Beatriz, ping pong. — ironizo. Ela mostra a língua. Esse emprego em que ela se mantém agora, está sendo o mais longo de toda a sua vida, chegando aos sete meses.

Já me acostumei com essa rotina de levantar da cama antes do cantar do galo. Não é nada fácil trabalhar em um café que começa atender às 06h30 da manhã. Beatriz e eu vamos juntas no mesmo ônibus até a metade do caminho onde cada uma segue o seu próprio trajeto, porém hoje está sendo uma glória nós duas está sentadas. Só não vou correr o risco de me levantar para aplaudir, se não já sabe, né?! Normalmente vamos em pé sofrendo encoxadas de homens asquerosos, eu simplesmente me afasto ao contrário de Beatriz que não leva desaforo para casa e logo dá seus chiliques contrariada. Devido a isso ganhou o título de "loirinha arretada".

Depois de três ônibus e mais uns dois quilômetros a pé, enfim chego exausta sem nem ao menos ter começado atender as mesas e minutos depois voltar equilibrando os pedidos na bandeja. Foi o que acabei de fazer e nesse momento estou sentada em uma banqueta descansando por uns segundos.

— Chegou o seu mais que fiel freguês.

— Ah meu Deus! Vai lá Vitória, por favor. Hoje não tô com cabeça pra aturar certas pessoas, principalmente quando se trata daquela pessoa. — faço bico.

— Não adianta, ele sempre vai exigir você. E vem me dizer que não gosta de entre todas as garçonetes, ser a única escolha perfeita daquele gato mais que cobiçado por todas?

— Todas vírgula! Não me inclua nesse pacote de loucas sem amor próprio, que quando vêem ele aqui pede autógrafos, tira foto e se atrevem a dar até o número do celular anotado num guardanapo. — ela ignora tudo o que eu disse e me entrega o menu.

— Vai logo, ele já tá te olhando. — disse como quem não quer nada, mas esse sorriso diz que quer tudo. Bufo e dou as costas indo de encontro a quem eu menos queria ver hoje.

Enquanto caminho em sua direção ele me encara. E é impossível não reparar aqueles olhos, como dois avelãs bem intensos e claros, seu olhar parecia estar focado em mim. Havia algo misterioso nele, algo que mesmo não querendo, queria descobrir. Sua postura era um tanto tensa e me prendia, mesmo que eu não ligasse para aparências.

— Não vai me desejar bom dia? — disse ele com um sorriso torto de lado.

— Bom dia senhor, o mesmo de sempre? — faço um sorriso fechado.

— Não precisa dessa formalidade, já disse...

— É como devo tratar o freguês, aliás não somos amigos aqui e muito menos fora daqui. Vai pedir algo ou preciso voltar depois?

— Calma garota! O que eu te fiz? — ele me encara e reviro os olhos deixando bem óbvio. — Tá, tirando aquele incidente há semanas atrás...

— Você não cansa de vim todos os dias aqui, pedir a mesma coisa e ainda dispensar todas as outras garçonetes só pra ser atendido por mim?

— Você devia me agradecer por eu está vindo todos os dias aqui. Já percebeu que o movimento aumentou? — tive que concordar, mesmo não querendo. Realmente houve um crescimento de mais ou menos trinta por cento da freguesia. — Isso tudo devido a mim. — se gaba. Como detesto pessoas assim, só porque tem algum destaque em meio a sociedade oculta, acha que tudo gira ao seu redor. — Mudando de assunto, que tal revermos uma amizade fora daqui?

— É um donut e um café expresso cremoso, algo mais? — ele balançou a cabeça negando, inconformado, mas a piscada de olho que ele faz no final diz que ainda não vai me deixar em paz tão cedo.

Resumindo o dia que não teve nada de extraordinário. Felizmente!

Saio do café e vou direto para faculdade, isso é por volta de umas 16h e a aula inicia apenas às 18h. Então fico umas duas horas na biblioteca revisando o que fiz e me preparando para o que vem pela frente. Convenhamos que sou a única em toda a faculdade que faz isso, viu só como sou a esquisitona? Mas afinal, eu não voltaria em casa para depois vim para faculdade, sendo que demoraria horas e o meu corpo chegaria ao ápice do cansaço. Transporte público é um atraso para vida de qualquer um que depende dele diariamente.

Hoje um dos professores faltou, sai quarenta e cinco minutos antes do normal, impedindo um possível indesejado encontro com o perseguidor. Não sei se ele ainda se sente culpado ou fez aquilo para salvar sua pele, — não me interprete como uma mal agradecida —, mas preferia ter ficado abandonada lá no meio da rua do que ter sido obrigada a aceitar sua ajuda. Talvez hoje eu estaria em paz no meu emprego, poderia sair da faculdade sem se preocupar com alguma aparição, e até andar livremente nas ruas sem ter que olhar para trás a cada três passos dados. Não que ele fosse me fazer algum mal, só que a posição dele em meio a sociedade é bem inferior a minha. Somos de mundos totalmente diferentes. Não suportaria de nenhuma forma ser pisada, humilhada e ler falcatruas sobre minha pessoa.

Abro a porta de casa e sou surpreendida por um abraço da Clara, minha sobrinha de três anos, filha do meu único irmão mais velho. Sendo que sou a caçula da família, bom, eu era até a Clarinha nascer.

— Oi querida, cadê seu pai? Já passou da hora de você está na cama.

— Também queria saber, aquele vagabundo vive fugindo de mim. — disse a Beatriz.

— E por que não fugiria? Até eu fugia — retruca a Déborah. Ela é amiga da Beatriz, minha também, mas é mais dela do que minha. Se é que me entende? As duas são, loucas pelo meu irmão. Alonsso não está nem aí para elas, ou melhor, para nenhum relacionamento sério por causa de uma decepção amorosa, mas isso é outra história que um dia contarei.

— Que milagre você mais cedo em casa.

— Seria milagre era eu chegar em casa e não ter que ver a sua cara, Beatriz.

— Enquanto eu viver será impossível. — ela faz bico.

— Preparada Majô? — perguntou a Déborah fazendo aquele olhar de farra que conheço bem.

— Não, não estou! E nem adianta insistir. — confronto. — Eu preciso mesmo é estudar, tenho provas pra fazer essa semana.

Ando atolada até o pescoço. Os professores estão pegando pesado esse semestre com trabalhos atrás de trabalhos e, sem piedade ainda tem as provas e algumas atividades avaliativas. Afinal numa faculdade tudo é avaliativo. Até mesmo um suspiro.

— Por favor amiga, amanhã você tá de folga do trabalho. — disse a Beatriz chorosa e para completar o drama a Déborah faz bico.

Odeio admitir, mas a Déborah e principalmente a Beatriz me convencem a fazer coisas que eu não faria nem para ganhar um majestoso título na família real da Inglaterra.

❖┈◆•❖•◆┈❖

O som absurdamente alto tocava alguma música eletrônica com batidas excessivas demais, que estava a ponto de estourar os meus tímpanos. Nem sei como estou conseguindo pensar agora. As variadas luzes piscantes a todo segundo ofusca a minha visão. Me sinto tonta, completamente desnorteada, como se houvesse me tirado da paz e me jogado numa creche em pleno horário do recreio.

Onde fui me deixar levar? Estaria mil vezes melhor se estivesse em casa resolvendo alguma equação de física que não são nada fácil para quem não curti números, ao contrário de mim que adoro. As pessoas passam por mim visivelmente bêbadas e totalmente jogadas ao vento. Definitivamente não sou de está nesse meio tão, tão alegre e insalubre. Digamos.

Minhas amigas do peito me abandonaram assim que colocaram o pé aqui dentro. O motivo delas me convencerem a vir, é que sou a amiga trouxa que às ajuda a se equilibrarem no salto depois do álcool ter consumido todo o cérebro. Beatriz logo se arranjou com um carinha e a Déborah sumiu dentre as pessoas suadas e gritadeiras.

Estava relevante aqui no meu canto apoiada em um balcão até aparecer Thalissa, uma morena alta de cabelos negros pouco abaixo do ombro. É bonita na aparência e ridícula nas atitudes. Não sei, talvez está drogada. Suas carícias deixou evidente que é lésbica ou possivelmente está frustrada com os homens.

— Eu já te disse que você é linda? — passa a mão no meu cabelo. Já estou tão atordoada que nem me importo mais.

— Acho que com essa é a quinta vez que disse isso. — olho para sua testa procurando não encará-la.

Até que sou puxada pelo braço para o meio da pista de dança e, se não fosse a Déborah com certeza nesse momento eu estaria sendo expulsa da festa que nem sei ao menos quem é o dono.

— Quer um pouco? — me oferece e não penso duas vezes ao pegar o copo de sua mão virando-o de uma só vez.

Sinto a minha garganta queimar.

Desceu rasgando.

O que era para ser um pouco acabou virando tudo. De início tranquila, mas logo depois começo a ficar meio tonta, mas ainda estou equilibrada. A Déborah some mais uma vez e não estou afim de ficar aqui, sozinha novamente. Só o que me resta é agradecer a ela por ter me salvado daquela lésbica que por inúmeras vezes tentou me beijar.

Na tentativa de sair me esbarrei em pessoas tomadas pelo álcool. Derrubei sem querer algumas patricinhas que se tivessem sóbrias nem quero imaginar. Mas tive motivo ao sentir o meu vestido de gripier que dei um olho e uma perna de tão caro ser rasgado por uma daquelas calças cheias de strass de uma delas.

— Oh garota, olha o que você fez! — reclamei como se ela fosse vim com agulha e linha para consertar o estrago causado.

Na procura de me acalmar e respirar ar fresco em vez desse refogado humano. Atravesso a larga avenida até parar na areia da praia e ali mesmo onde estou me sento.

E só agora caiu a minha ficha de como sou ainda mais estranha. Uma completa anti-social. Todos se divertindo e eu aqui sozinha olhando as ondas do mar. Está lendo um livro seria muito melhor do que isso. Odeio bêbados, drogados, apesar de onde moro ver drogados é comum, mas o que detesto mesmo são homem se esfregando e passando a mão em mim de propósito. Nojentos. Como se eu fosse uma qualquer que se entregaria loucamente por um toque seu.

De repente me assusto com um grito fino seguido de uma gargalhada feminina. Curiosa me viro para ver, mas de imediato me arrependo ao cruzar o olhar com quem eu menos esperava essa manhã, imagine agora na noite.

— Vai indo, daqui a pouco te encontro. — dispensa a mulher e senta do meu lado na areia. — Mais uma coincidência, Cyara. — ele abre um sorriso branco. Seus dentes são perfeitamente alinhados. Sua barba por fazer o deixa mais homem, um homem sério e másculo. Tenho que admitir que ele é lindo. — Tô começando achar que não são mais apenas umas simples coincidências e sim desti...

— Pra mim tá se tornando perseguição. — ele rir e porque riu? Isso não foi engraçado ou foi?

— O que faz aqui fora, podia está lá dentro dançando ou...

— E o que você faz aqui conversando com uma estranha, como disse, ao invés de está com a sua bela diversão da noite? — perguntei ironicamente.

Ele suspira, rindo outra vez.

— Me diz, você trabalha naquele café pra pagar a faculdade, se manter e ainda ajudar a família, estou certo?

Ele resumiu a minha atual situação em poucas palavras.

— Possivelmente, mas o que isso te interessa? — encaro-o e agora vejo que os seus olhos se tornam ainda mais surpreendentes a luz da noite do que do dia. Era como se eu tivesse olhando para duas bolinhas de caramelo.

— Interessa muito. — sorrindo de canto ele tira algo do bolso da camisa social e volta a me encarar. De relance percebo que é um cartão quando ele estende a mão para me entregar e sem compromisso pego-o.

"CARTER'S MODEL
Profissionalizando com glamour a sua carreira para o mundo."

Vai lá na agência, acho que vai gostar do que vou lhe propor. Te garanto que será bem melhor do que ficar pra lá e pra cá com uma bandeja nas mãos. — disse como se eu tivesse pedido, implorado para ser uma garçonete na vida.

— Tá de zoação com a minha cara, não é? Não pode ser sério isso que ouvi.

— Não se menospreze. Você tem postura, altura, belo perfil e a determinação do que estou precisando com urgência. — fico pasma, totalmente incrédula.

Postura? Altura até que vai, com o meu 1,78. Agora perfil? Claro que me acho bonita, mas não ao ponto de ser uma modelo de passarela ou muito menos fotográfica. Nem mesmo na infância me imaginei ser modelo. Não sou fotogênica e nem ando um passo na frente do outro com tanta classe sem tropeça se quer uma vez a cada alguns metros.

De repente passa uma ventania fria e toda arrepiada me encolho alisando os braços com as mãos para me aquecer. Comum essa brisa a beira mar. Sem falar que o vestido curto e agora rasgado não ajuda em nada.

— Está com frio? — antes que eu respondesse sinto algo sobre os meus ombros. Era sua camisa, tento contrapor, mas ele é persistente segurando-a no meu corpo. Seu perfume forte, mas delicioso de sentir invade as minhas narinas.

— Nã-não precisa... — é inevitável não olhar aqueles ombros largos e seus braços cheios de músculos descobertos por uma regata branca, justa ao seu peito descendo folgada até sua cintura.

— Não sou de deixar uma moça passar frio. — passa a mão no meu queixo e creio que não estava boquiaberta analisando o seu corpo. — Mas calor sim. — joga uma piscadela e reviro os olhos.

Que descarado dizer isso; "mas calor sim". Acha que sou o que?

— VAI FICAR AÍ A NOITE TODA GIAN? — gritou a sua dama de companhia. Ele rápido se ergue.

— Se possível apareça amanhã mesmo na agência. Caso contrário sei onde te achar. — se afasta um pouco. — Minha diversão da noite chama... A propósito, belas pernas. — esboça um sorriso malicioso e dá as costas sumindo da minha vista. Admito, ele me deixou sem graça, apesar de ter falado em tom de segundas intenções.

Homens!

Minutos depois surge uma Beatriz completamente chapada lutando para se equilibrar no salto, chamando por mim. Glória! Já posso ir pra casa. No táxi veio apenas nós duas, Déborah sumiu sem deixar rastro, provável com algum carinha que deixou se seduzir.

Pousei a cabeça sobre o travesseiro pensando no que seria e no que mudaria na minha vida se eu fosse naquela agência. Entre tantas mulheres bem mais afeiçoadas do que eu nessa cidade. Ele vem escolher logo a mim? Acho que posso tornar isso uma maneira de me livrar dele e voltar a viver normalmente tudo como era antes.

Fortsæt med at læse

You'll Also Like

3.1M 269K 169
Somos aliança, céu e fé.
37.4K 8.1K 24
Puerto Vallarta, México, era o seu lar desde criança. Elena Flores tinha uma vida simples, morando com seus pais, indo a escola e fazendo parte do ti...
29.3K 2.8K 45
Essa mina rouba minha brisa, Acelera o meu coração...
79.9K 6.6K 53
Talvez eu não merecesse ter ela. Ela era boa demais. Doce demais. Linda demais. Ela era pura. Inocente. Quase um anjo. Eu não tinha um pingo d...