Your Eyes Only (Larry Stylins...

By larrypsyche

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Com o anúncio do noivado de seu irmão, Harry Styles, ainda chocado e preocupado com a notícia e com a decisão... More

Prólogo
I. Capuccino
II. Em disparada
III. Amoras e bebidas
IV. Meggie
V. Lenço de papel
VI. Tão próximo
VII. Ternos
VIII. Conexão
IX. Curativo
X. Somente Louis
XI. Pequenos detalhes
XII. Orgulho ferido
XIV. Exatamente como é
XV. Confuso
XVI. Pessoa favorita
XVII. Despedida de solteiro
XVIII. Tê-lo em meus braços
XIX. Quarto de hotel
XX. Toques
XXI. O casamento
XXII. Não me deixe
XXIII. Aeroporto
Epílogo

XIII. Decisões

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By larrypsyche

Oi amores, eu peço mil perdões pela demora. Meu notebook mais uma vez me deixou na mão e tive que esperar até quarta para consegui-lo de volta. Tentei escrever tudo e postar na quinta, mas infelizmente não consegui. Espero que entendam....

Mas enfim... Apesar das idas e vindas, estou aqui! :D

Boa leitura e boa noite!

-x-

[Harry's POV]

Richard abriu a porta do carro e desci, arrumando o paletó assim que pus os pés para fora. Joguei meus cachos para trás e observei o pátio da escola à procura de Meggie. Ela provavelmente estaria brincando na gangorra, no balanço ou no gira-gira. Aproveitei minha busca para tentar encontrar Louis no meio daquela multidão de crianças e professores. Eu desejava vê-lo, pelo menos. Fazer como todos os dias: um olhar, um aceno e um sorriso. Apenas isso bastava.

Avistei os cabelos encaracolados de minha irmã sendo jogados para frente e para trás em razão do vento e por ela estar no balanço. Tinha um sorriso enorme no rosto e vez ou outra gritava alguma coisa por medo ao ver que o balanço atingia uma altura cada vez maior. Uma garota de cabelos escuros e curto estava ao seu lado também e ria das reações de Meggie e dela própria.

Pareciam estar se divertindo e eu não desejava atrapalhar. Resolvi ficar em silêncio a esperando para que terminasse sua brincadeira.

─ Quer que eu peça para que algum dos professores a chame? ─ Richard perguntou assim que e aproximou.

─ Por enquanto não. Ela está se divertindo. ─ Comentei e virei para fitá-lo, mas antes que pudesse fazê-lo, eu vi Tomlinson.

Estava a apenas uma quadra de distância parado de frente para o mesmo homem com quem discutira certa vez perto de Preyon. E pelo pouco que eu podia observar daquela distância, o clima entre os dois não parecia nada agradável. Tomlinson estava com o rosto vermelho e com aquela expressão revoltada e orgulhosa que eu bem conhecia. Por outro lado, o rapaz em sua frente apontava um dedo para face de Louis como se o estivesse acusando.

Ao ver aquela cena, tive uma sensação parecida com aquela que sentia quando Meggie sofria bullying ou desejava casar com um príncipe. Era um sentimento intermediário a essas duas sensações. Uma reviravolta desagradável no estômago, uma veia da têmpora pulsando rigorosamente e um desejo de ir até lá e tirar Louis de perto de quem quer fosse aquele homem.

Droga!

Ouvi Richard dizer algo, mas não consegui compreender exatamente o que era enquanto me afastava e caminhava na direção dos dois que discutiam ainda com vigor. Meu peito se enchia de raiva na medida em que eu notava o modo acusatório do rapaz moreno na frente de Tomlinson. Parecia querer impor suas palavras, independente do que fosse.

Eu podia ver o medo nos olhos azulados e odiava tudo aquilo.

─ H-Harry? ─ Louis falou com a voz entrecortada. Seu rosto estava inchado e vermelho devido ao choro. Uma lágrima solitária deslizou por sua bochecha enquanto ele me olhava. Eu queria apenas abraçá-lo e protegê-lo, mantê-lo longe do rapaz moreno e de qualquer mal que Tomlinson poderia sofrer.

─ Quem é você? ─ O moreno perguntou com repúdio.

Encarei-o por alguns segundos, segurando toda a minha raiva, e depois voltei a olhar Louis.

─ Quer que eu o leve para casa? ─ Perguntei a ele.

Sua boca entreaberta me informava que ele ainda estava processando minha aparição repentina. Louis apenas confirmou com um aceno lento.

─ Olha, cara, não sei se você percebeu, mas eu e Louis estamos meio que resolvendo alguns assuntos. ─ O moreno falou sarcasticamente.

─ Cala a boca, Bernard. ─ Tomlinson cuspiu com a voz quebrada. Bernard que antes apenas me encarava cheio de revolta virou para Louis e se aproximou ameaçadoramente. Assim que percebi, puxei Tomlinson com cuidado para o meu lado. ─ Vamos, Harry.

─ Ele é seu namorado?

O tom de Bernard estava carregado de ciúmes. Notei o rosto de Louis corar com aquela observação, mas o mesmo não respondeu nada. Tomlinson estava sério e irritado. Apenas segurou em meu braço e tentou me puxar para que fôssemos embora. Com muito custo. Eu não conseguia para de desejar acertar um soco no rosto de Bernard e essa vontade dominava aos poucos cada poro de meu ser. Contudo, depois de alguns minutos, deixei Tomlinson me puxar pelo braço e me afastar de seu ex-namorado.

─ Louis, você não me deixou terminar de falar. Volte aqui! Eu sei que quer ouvir o que eu tenho a dizer. ─ Bernard pedia, mas Tomlinson simplesmente ignorou qualquer chamado. Parecia aliviado por estarmos cada vez mais nos afastando. Em seus traços, ainda se via resquícios de mágoa e raiva.

Na região onde sua mão repousava, os pelos de meu braço estavam eriçados e um calor que aquecia o peito tomava conta daquele pedaço de pele. Meus olhos apenas observavam o modo como seus dedos pequenos pressionavam o local e como sua mão era macia ao contrário da minha áspera.

─ Harry! ─ Meggie exclamou animada assim que seu olhar avistou a minha silhueta. Um sorriso grande dominava seu rosto. Seu rosto apresentava uma camada fina de suor, fazendo com que alguns fios de cabelo se prendessem em sua testa. Ela tentava a todo custo tirá-los de seu campo de visão, mas parecia inútil. ─ Louis?

Seu tom parecia confuso ao ver quem me acompanhava, mas ela logo aparentou felicidade ao perceber que eu levaria Tomlinson até a casa que o pertencia.

─ Não irá te incomodar? ─ Louis perguntou de repente me tirando de meus próprios devaneios. Não entendi de imediato sobre a que ele se referia, mas logo assimilei do que se tratava.

─ De modo algum. ─ Confirmei. Tomlinson sorriu pela primeira vez depois que eu o encontrei, um sorriso tímido e pequeno, e nosso olhar se encontrou mais uma vez.

─ Harry vai te levar para casa? ─ Meggie perguntou assim que ficamos de frente para ela e Richard.

─ Vai sim. Tem problema? ─ Perguntou a ela, ficando na altura de minha irmã.

─ Nope. Eu gosto de te levar em casa. ─ Explicou timidamente ainda mexendo em seus cachos rebeldes. ─ Harry também gosta.

Senti meu rosto avermelhar um pouco após ela falar aquilo tão espontaneamente.

─ É mesmo?! ─ Louis perguntou interessado, olhando-me de soslaio. Minha irmã confirmou com um aceno e um sorriso.

─ Vamos, senhor?

Richard pediu e concordei com a cabeça, solicitando com um gesto de mão para que Louis e Meggie seguissem na frente. Depois que os dois entraram no carro, eu fiz o mesmo e o motorista fechou a porta rapidamente. Ele seguiu até o seu banco e ligou o carro.

─ A tia Jay vai visitar a mamãe hoje. ─ Meggie me informou com os olhos cor de esmeralda grudados nos meus. ─ Mamãe fará lasanha. Eu gosto de lasanha. A tia Jay é a sua mãe, não é Louis?!

─ Sim, ela é. ─ Sorriu um pouco, com a concentração totalmente voltada para Meggie. Seu rosto estava muito menos inchado do que antes. Mesmo triste, ele parecia se esforçar para ser gentil e agradável com minha irmã.

─ Eu gosto dela. Tia Jay é engraçada. ─ Meggie riu, talvez por relembrar de algo que Johannah fizera. ─ Ela me deu um pacote de balinhas em formato de ursinhos. São muito gostosos!

─ Aquelas balinhas são mesmo muito gostosas. ─ Louis concordou.

Eu fiquei apenas atento à conversa dos dois que parecia se desenrolar entusiasmada sobre formatos de balas coloridas e desenhos com giz de cera. Louis ouvia as histórias de Meggie com interesse e fazia perguntas sobre tudo o que ela dizia no decorrer do caminho. Sua habilidade em lidar com crianças era notável para quem quisesse ver.

Senti o carro diminuir a velocidade aos poucos e avistei a casa de Tomlinson um pouco mais a frente. Quando Richard estacionou de frente para ela, veio de encontro à porta traseira e a abriu para que Louis descesse. Pedi a Meggie que se comportasse no carro enquanto eu acompanhava Louis até a porta de casa.

─ Cuide de Meggie. ─ Pedi a Richard que acenou de acordo. ─ Apenas acompanharei o Sr. Tomlinson até a porta de casa e voltarei para casa.

Como das outras vezes, acompanhei Louis em silêncio até o momento em que colocou a chave na fechadura e a girou para a porta enfim ser aberta. Ele balançou as chaves na mão, devolvendo o olhar.

─ Obrigado. ─ Sorriu sem jeito e pude notar seus olhos se enchendo de lágrimas outra vez.

─ Não precisa agradecer. ─ Pedi. Meu coração se agitou ao vê-lo triste daquele modo. ─ Tem mais alguma coisa que eu possa fazer por você?

Louis negou com a cabeça, abaixando o rosto e sorrindo triste. Olhei-o preocupado enquanto o mesmo dedilhava a costura solta do sofá.

─ É só que... Eu tinha um... Bem, na verdade, eu tenho um gato de estimação. Ele se chama Dusty. ─ Sorriu mais e seus olhos transbordaram lembranças quase palpáveis. ─ Aquele cara com quem eu estava conversando era meu ex-namorado, Bernard. Nós moramos juntos por um tempo durante o namoro, sabe... E quando terminamos ele disse que Dusty era dele e que eu não poderia levá-lo. ─ Seus olhos azulados se encontraram com os meus antes de continuar: ─ Eu só queria que Bernard me devolvesse, porque teoricamente eu achei Dusty na rua, mesmo que ele tenha pagado pelas vacinas e pela ração. E ele não quer. Disse que eu posso ter meu gato de volta apenas se eu reatar com ele só que isso não irá acontecer...

Ouvi todo o seu relato, tentando processar tudo o que havia dito e encontrar uma solução para o seu problema. Uma raiva tomou conta de mim ao notar o quanto Tomlinson sofria em razão de seu gato de estimação e o quão manipulador o seu ex-namorado estava agindo apenas para conseguir o que queria. No entanto, uma risada baixinha e triste interrompeu o fluxo de meus pensamentos. Levantei o olhar e Louis me encarava com carinho.

─ Eu devo ter parecido um idiota, certo?! ─ Negou com a cabeça. Suas bochechas se tornaram rosadas e ele mordeu os lábios apreensivamente.

─ De modo algum. ─ Falei sério e Louis pareceu se surpreender com aquilo. ─ Jamais pensaria algo assim de alguém como você.

O sorriso em seu rosto se alargou. Mexeu em seus cabelos inquietantemente e lambeu os lábios uma vez. Notei como sua boca se tornou mais avermelhada com o gesto. Ele deu alguns passos para ficar mais próximo de mim. Estávamos apenas a dois palmos de distância naquele momento. O perfume amadeirado com toques de lavanda me envolveu por completo e respirei fundo para ajustar meus pensamentos.

─ Espero que o resto do seu dia seja melhor do que o de minutos atrás. Agora preciso ir. ─ Informei a ele que me olhava de forma curiosa. ─ Até amanhã.

─ Até amanhã, Harry.

Louis envolveu seus braços entorno de meu pescoço, como um abraço, e me surpreendi de imediato com aquela ação. Eu podia sentir a força que fazia para me abraçar e notei como precisava ficar na ponta dos pés para alcançar o meu tamanho. No começo, meus braços se tornaram meio hesitantes, mas logo cederam e envolveram o corpo de Tomlinson entre eles. Algumas mechas de seu cabelo entraram em meu campo de visão e tive certeza que muitas das minhas haviam tomado o rosto de Louis, afinal meu cabelo encaracolado era cheio desde sempre.

Tê-lo em meus braços era como se eu estivesse completo pela primeira vez na vida e eu não queria que isso acabasse.

Eu desejava que aquele pequeno momento durasse pelo menos um pouco mais, porém infelizmente isso não aconteceu.

Seu corpo se afastou do meu apenas alguns centímetros. Minhas mãos ainda seguravam a sua cintura quando Louis se aproximou o suficiente para selar nossos lábios apenas uma vez. Um beijo calmo, suave, apenas encaixando seus lábios nos meus por alguns segundos para depois se separar e sorrir de forma meiga, fazendo meu coração acelerar desesperado. Ele não fazia ideia do que aquele simples gesto causa em mim.

Fiz carinho em seu rosto com a costa de minha mão, vendo-o fechar os olhos delicadamente, notando seus cílios grossos e longos tocando sua pele rosada. Com muito custo, afastei a mão de seu rosto e a deixei cair ao lado de meu corpo. Seus olhos se abriram e um sorriso apareceu no canto de seus lábios.

A passos lentos, me afastei de Louis, deixando-o em sua casa ainda com a porta aberta e caminhei em direção ao carro onde Richard me esperava para abrir a porta do veículo. Arrumei o paletó assim que entrei e esperei o motorista ligar o carro novamente.

Meggie voltou a contar sobre suas pequenas histórias em relação à escola e sobre sua nova conquista, a bicicleta amarelada dada por Anne. Pelo seu modo tranquilo e despreocupado, não parecia ter notado qualquer coisa em relação ao que eu e Louis fizemos na porta da casa de Tomlinson. Deveria estar distraída mexendo em sua mochila repleta de desenhos infantis e coloridos. Quanto a Richard, eu não saberia o que dizer o que ele vira, mas isso não me importava, mesmo que eu o considerasse um amigo.

Eu estava me apaixonando por Louis e nada poderia mudar isso.

Quando chegamos de frente para a casa de Anne, Meggie saiu apressada do carro, gritando para chamar nossa mãe como forma de avisá-la que havíamos chegado. Anne apareceu na porta segundos depois com um sorriso grande no rosto e estava acompanhada por Johannah. Meggie imediatamente parou de falar e correr e suas bochechas avermelharam devido à timidez.

─ Oi, abelhinha. Como foi a aula? ─ Anne perguntou fazendo minha irmã corar ainda mais com o apelido.

─ Foi boa. Eu li vários livrinhos hoje. ─ Seu corpo balançou de um lado para o outro inquieto. ─ Oi. ─ Sussurrou para Johannah que abriu um sorriso enorme imediatamente.

─ Oi, Meggie. Tudo bem?

─ Uhum. ─ Respondeu timidamente.

─ Oi, filho. Obrigada por trazê-la. Como está?

─ Não precisa agradecer. ─ Sorri para minha mãe. ─ Estou bem. E já estou indo embora.

─ O que?! ─ Johannah nos interrompeu. ─ Espero que não seja por minha causa.

─ Eu estou fazendo um café bem gostoso. Não quer ficar?

─ Fica, Harry. Por favor! ─ Meggie insistiu e não havia possibilidade de recusar ao encontrar seus olhos. Suas mãos se juntaram como forma de pedido e seus olhos brilhavam esperançosos para mim.

─ Está bem. Só não posso me demorar, pois Richard irá me levar para casa ainda.

─ Tudo bem, patrão. Não se preocupe comigo. Eu esperarei pelo senhor. ─ Richard me informou com um sorriso no rosto.

Quando entramos na casa de Anne, Meggie imediatamente me arrastou pela mão até seu quarto enquanto deixávamos Johannah e nossa mãe conversando. Atravessamos um corredor cor creme e chegamos ao seu quarto rosa claro repleto de ursos de pelúcia, bonecas e desenhos colados na parede.

─ Eu fiz mais alguns desenhos ontem. Colei eles naquela parede. ─ Caminhou até a cama para deixar a mochila enquanto apontava para a parede.

Fui até a parede indicada, observando cada um dos desenhos. Meggie se dedicava a cada um, pintando-os com lápis de cor e contornando-os com caneta colorida, detalhando com giz de cera e assinando seu nome no canto da folha. Havia um desenho me representando com a legenda "Meu Harry". Ela tentara fazer minhas roupas, com gravata e um terno. Além disso, havia outro homem ao meu lado. Um pouco mais baixo se comparado a minha estatura, cabelos castanhos claros e olhos azuis. Vestia uma camiseta e uma calça colorida apenas. Como legenda estava "Meu Louis".

─ Por que desenhou eu e Sr. Tomlinson no mesmo retrato.

Esperei ela responder algo, mas não houve resposta. Meggie permaneceu em silêncio até que eu virasse meu corpo para encará-la. Seu rosto se encontrava avermelhado e ela parecia meio sem jeito para explicar o porquê daquele desenho.

─ Eu vi você e o Louis juntos. Na casa do George. ─ Falou um pouco assustada e com a voz trêmula. Meus olhos se arregalaram com sua revelação. ─ Você ficou bravo comigo?

Neguei com a cabeça rapidamente e me aproximei dela, para pegá-la no colo e acalmá-la antes que chorasse. Eu não suportava vê-la chorar. Era como se algo dentro de mim se quebrasse.

─ Não. De modo algum. Eu só... Fiquei assustado por você ter visto.

Seus olhos lacrimejados pareceram um pouco mais suaves. Ela segurou carinhosamente em meus cachos e sorriu levemente para mim. Sentei em sua cama, ainda a carregando.

─ Você gosta dele? ─ Perguntou em um sussurro.

Eu sorri, fazendo-a abrir seu sorriso ainda mais.

─ Gosto, Meggie. Gosto muito.

─ Eu acho vocês tão bonitinhos juntos. ─ Meggie disse, apoiando o rosto em meu ombro e rindo baixinho. Parecia estar viajando nos próprios pensamentos. No entanto, levantou o olhar e encarou meus olhos. ─ Ele sabe?

─ Sabe o quê?

─ Que você gosta dele?

─ Não. E você não poderá contar a ele.

─ Por quê? ─ Perguntou confusa.

─ Porque eu preciso contar. E preciso que guarde isso como um segredo nosso. Em relação ao que viu entre eu e o Sr. Tomlinson. Eu acredito que a sua escola não iria gostar de saber disso.

─ Tudo bem. Não vou contar para ninguém. Promessa de dedinho. ─ Ela ofereceu seu dedo mínimo, dando um sorriso tímido, e eu apertei delicadamente com o meu.

─ Agora precisamos voltar. Ok?

Meggie concordou com um aceno e, ainda com ela no colo, andei até a sala de estar onde Anne e Johannah conversavam sobre algo que eu não sabia ao certo o que era.

─ Mas por que diz isso? ─ Anne comentou não notando minha presença no cômodo.

─ Eu não sei... Acredito que uma divisão de bens seria boa para os dois. ─ Johannah disse, fingindo desinteresse. Eu podia sentir sua ganância com aquelas palavras. Sentir o desespero que a dominava em razão da possibilidade de lucrar com aquele casamento. Um casamento um tanto quanto vantajoso para ela. ─ Principalmente se tiverem filhos. Veja... Não é como se eu desejasse ou estivesse prevendo, longe disso, muito longe disso mesmo, mas existe a possibilidade do casamento não dar certo e eles acabarem se separando. Nunca se sabe o que pode acontecer. Imagine como seria para os filhos terem de conviver assim. Indo para a casa de George e vendo toda a riqueza que o lar pode oferecer, diferente da casa de Fizzy que terá mais simplicidade. Eles provavelmente optarão pela condição mais estável.

─ Mas você não está sendo um pouco precipitada com esse pensamento? Porque, como disse, nunca se sabe o que pode acontecer.

─ Claro, claro. Mas, veja bem, às vezes uma decisão tomada hoje ajuda a evitar transtornos amanhã.

Olhei-a chocado, sem acreditar naquilo que acabara de ouvir. Aquela frase... Exatamente daquele modo... Como isso poderia ser possível?

Meu coração acelerou em desespero. Era um desespero avassalador, tomando meu peito em um aperto sufocante. Deixando minhas mãos trêmulas e meu rosto pálido.

Eu não poderia deixar isso acontecer outra vez. Meu dever era proteger todos aqueles que eu amava. Eu fiz uma promessa ao meu pai antes de sua morte e jamais poderia quebrá-la.

Deixei Meggie descer de meu colo e ir de encontro com Anne. Minha mãe me olhava levemente preocupada, com as sobrancelhas franzidas, com o olhar questionador e com os olhos esverdeados fixos em mim.

─ Preciso ir embora. ─ Falei antes que ela pudesse dizer algo a mais.

─ Como? Não. Nós ainda não tomamos o café que fiz.

─ É, Harry. Você disse que ia ficar com a gente. ─ Meggie insistiu tristemente.

─ Lembrei que tenho alguns assuntos a tratar urgentemente antes da reunião presidencial de sexta. Não posso adiar meus compromissos. ─ Menti.

─ Oh... Tudo bem então, querido. ─ Anne falou confusa.

Notei a expressão decepcionada e enraivecida de Meggie logo atrás do corpo de minha mãe e já sabia que sofria as consequências de meu ato no dia seguinte. Minha irmã provavelmente passaria um "sermão" por eu ter voltado atrás.

Anne deu um beijo de despedida, sussurrando que eu precisava descansar um pouco do trabalho e arranjar um tempo para o lazer. Despedi-me de Johannah também com um leve aceno. Com Meggie, no entanto, foi um pouco mais complicado e eu já imaginava que seria assim.

─ Você não vai ficar. ─ Falou emburrada, com os braços cruzados e sentada no enorme sofá se comparado a ela.

─ Desculpe, Meggie, mas eu realmente preciso ir. Por favor, entenda.

─ Eu queria que você ficasse. Eu gosto quando você está por perto. ─ Explicou, abaixando a guarda. Eu sabia que isso era devido a falta que nosso pai fazia. Mesmo não tendo conhecido tanto quanto eu.

─ Eu sei... E peço que me perdoe. ─ Ela permaneceu em silêncio. ─ O que quer que eu faça para recompensá-la?

Por uns minutos, ficou em silêncio, até ter uma ideia. Seu rosto se iluminou e seus olhos brilharam quando isso aconteceu.

─ Eu queria passar um fim de semana na sua casa... É tão grande e bonita.

Sorri a ela.

─ Tudo bem. Falarei com nossa mãe sobre isso.

─ Ok. Eu te amo muito mesmo, sabia?!

─ Eu também amo você. ─ E foi então que Meggie sorriu. Um dos sorrisos mais belos que eu conhecia.

Assim que me despedi de minha irmã, avisei Anne que estaria indo embora. Richard se impressionou ao me ver tão rápido após a minha entrada na casa. Eu não comentei, contudo. Não expliquei o motivo de minha saída e nem o porquê dela ter sido tão rápida.

Eu só precisava voltar para casa.

**

Olhei pelo que seria a oitava vez para o relógio pendurado na parede de minha sala. Esperava George havia dez minutos, mas ele avisara que poderia se atrasar. A sensação ruim se instalou em meu peito novamente. Suspirei fundo para tentar me acalmar. A preocupação fazia cada célula do meu cérebro pulsar de um modo incômodo, deixando-me ainda mais aflito.

(Flashback On)

Eu havia acabado de chegar à empresa, quando Marianne me avisara que Desmond precisava que eu fosse em sua sala. Concordei com um aceno e me dirigi até lá, passando por diversas mesas já ocupadas pelos funcionários de Preyon que trabalhavam arduamente em suas tarefas. Abri a porta e me deparei com meu pai e Zayn, um de frente para o outro discutindo assuntos diversos calmamente. Abri um sorriso para eles que retribuíram.

─ Harry! ─ Desmond falou euforicamente. ─ Nós estávamos conversando sobre alguns assuntos relacionados a transferências.

─ Sim, entendo. E do que se tratava exatamente?

─ Na verdade, já determinamos tudo antes mesmo de chegar. Pensei que trataríamos de um assunto complicado, mas Malik fez um plano muito bem elaborado em relação a alguns investimentos que recebemos.

─ Não seria melhor convocar todos os sócios para tomar tal decisão?

─ Não acho que seja preciso... ─ Desmond deu de ombros.

─ Acredito que devesse esperar para tomar essa decisão. Não é uma simples transferência para tratar de modo leviano.

Ao encarar os olhos de Zayn, eu vi aquele primeiro brilho diferente. Eu não desconfiei do que se tratava na hora. Talvez se tivesse o feito, poderia ter evitado muitas eventos futuros.

─ Às vezes uma decisão tomada hoje ajuda a evitar transtornos amanhã. ─ Falou com o mesmo sorriso de sempre, colocando as mãos nos bolsos da calça social de giz.

[Flashback Off]

Duas batidas na porta foram o suficiente para me afastar de meus pensamentos. Marianne apareceu na porta e informou que George já havia chegado. Ela informou que ele ainda estava na recepção, por isso não estranhei o fato de George somente não entrar e pedir para anunciar sua chegada. Concordei com um aceno e ela se retirou. Era angustiante e frustrante o assunto que tinha a tratar com ele e não poderia evitar essa conversa. Sei que me arrependeria se fizesse.

─ Hey Harry.

George entrou em meu escritório minutos depois de ser anunciado. Parecia um pouco receoso com a questão que eu queria tratar com ele. Talvez temesse que fosse algum assunto em relação aos negócios de nosso pai ou ao problema de um dos hotéis. Eu preferia que fosse, porém estava muito longe disso.

─ George... ─ Comecei enquanto ele encostava a porta. ─ Eu preciso falar com você.

─ O que foi? Parece preocupado.

─ E estou. ─ Levantei da cadeira e me sentei na beirada da mesa. Cruzei os braços e encarei o chão, tentando organizar os pensamentos e procurar as palavras certas. ─ É sobre o seu casamento.

─ O que aconteceu? A Fizzy está bem? Porque faz pouco tempo que eu falei com ela e estava tudo certo. ─ Comentou ainda mais preocupado, com o rosto em pânico e os olhos arregalados.

─ Não é isso. Ela está bem...

─ Então o que é? ─ Engoli em seco e o encarei. Arrumei minha postura e mantive sério enquanto o fitava e me decidia se continuava o que tinha para falar. Havia uma luta interna e intensa dentro de mim. De um lado, minha mente gritava para que eu desistisse dessas suposições tolas e não plantasse desconfianças em George, mas do outro pedia para que eu o alertasse e não deixasse ser tarde demais. ─ Fale, Harry, está me deixando com os nervos à flor da pele.

─ Eu acredito que a sua noiva não te ama do jeito que você acredita que ame. ─ Despejei de uma vez só e o vi empalidecer. Ele deu uma risada por achar que eu estava blefando, mas eu não era disso. Sempre tratava os assuntos de modo rápido e objetivo. Seu sorriso murchou.

─ C-Como assim? Do que você está falando? ─ Deu uma risada nervosa.

─ São desconfianças que se acumularam e não dá mais para me manter calado sobre o assunto. Anne também tem as mesmas suspeitas.

─ E quais seriam elas?

─ Johannah já deu muitas provas de que tem interesse financeiro nesse casamento. Toda vez que pode comenta sobre isso é de um modo absolutamente nada discreto. Ainda me admiro que não tenha percebido! Já deu várias provas de que quer lucrar com a união dos dois. E não é somente isso. Comenta sobre separação de bens, sobre o quanto você é generoso quando o assunto é dinheiro e já ouvi sussurrar coisas que iriam te surpreender. Eu e nossa mãe desconfiamos de que Félicité esteja com você somente por interesse. Eu poderia achar que é devido a timidez de sua noiva não demonstrar afeto em público, mas ela já se mostrou divagando várias vezes quando vocês estavam conversando. Além disso, tem todo o interesse financeiro da mãe.

─ E-Eu... ─ George começou meio boquiaberto e assustado, sem saber o que dizer. ─ Eu não...

A porta foi aberta violentamente o interrompendo. Marianne apareceu no espaço aberto e suas bochechas imediatamente coraram.

─ S-Senhor, me desculpe. É que... Eu apenas me distraí um pouco com a máquina de café que acabara de estragar. Eu pedi que ele esperasse, pois você estava conversando com George, mas o rapaz disse que era quase da família e que não haveria problema. No entanto, Sr. Styles, assim que chegou perto de sua porta, ele ficou parado por alguns segundos e depois saiu corren-

─ De quem está falando, Marianne?

─ D-Desculpe. É do Sr. Tomlinson. Ele saiu correndo daqui com os olhos cheios de lágrimas e com o rosto vermelho de raiva.

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