Razão e sensibilidade- Jane A...

By leh_almeida5

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Originalmente publicado em 1811 sob o singelo pseudônimo 'A Lady', Razão e Sensibilidade começou a ser escrit... More

Prólogo
Volume I /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo sem título 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Volume II/Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Volume III /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14

Capítulo 5

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By leh_almeida5


Depois de agradecer ao coronel Brandon, Edward dirigiu-se à casa de Lucy sentindo-se feliz. Era tanta sua felicidade ao chegar ao Edifício Bartlett que, no dia seguinte, quando a sra. Jennings foi levar seus parabéns à jovem noiva, pôde assegurar que jamais o vira tão animado. A felicidade e a animação de Lucy não eram menores e ela concordou com a sra. Jennings que antes da Festa de São Miguel eles estariam confortavelmente instalados no Presbtério Delaford. Longe de sentir o embaraço que Edward sentira em demonstrar o agradecimento pelo que acreditava que Elinor fizera por eles, Lucy falava livremente da amizade q as ligava com o mais agradecido calor. Declarava-se devedora eterna da amiga e afirmava abertamente que não se surpreenderia com nenhum esforço que a srta. Dashwood empreendesse, no presente ou no futuro, para ajudá-los, pois a acreditava capaz de fazer qualquer coisa neste mundo pelas pessoas às quais realmente dava valor. Quanto ao coronel Brandon, não apenas se dispunha a venerá-lo como a um santo, mas também se sentia mais ansiosa ainda para que ele agisse igual a todo ser humano normal, estava aflita para que as posses de seu benfeitor aumentassem logo e muito, e secretamente resolvida a tirar proveito, assím que possível e depois que se instalasse em Delaford, dos criados, das carruagens, das vacas e das galinhas do coronel. Fazia quase uma semana que John Dashwood estivera em Berkeley-street e desde então não haviam tido mais notícias do mal-estar da esposa dele, a não ser indiretamente. Elinor, portanto, começou a achar que era necessário fazer-lhe uma visita. Contudo, esta era uma obrigação que não apenas ia contra sua vontade, como também não recebia apoio algum de suas companheiras. Marianne, não se contentando com apenas recusar-se a acompanhá-la, insistia muito para a irmã não ir; a sra. Jennings, embora colocasse sua carruagem à disposição de Elinor, gostava tão pouco da sra. John Dashwood que nem mesmo a curiosidade de saber como ela estava depois da arrasadora descoberta e nem mesmo seu forte desejo de enfrentá-la para defender Edward foram capazes de convencê-la a ir também. O resultado foi que Elinor teve de ir sozinha fazer uma visita para a qual não tinha a menor inclinação; além disso, ao ir visitar a cunhada, corria o risco de ter uma conversa direta com a mulher de quem tinha motivos para não gostar mais do que qualquer outra pessoa. A sra. Dashwood não se encontrava em situação de recebêla e Elinor ia voltar, mas antes que

sua carruagem se pusesse em movimento, o sr. John Dashwood saiu da casa. Expressou seu enorme prazer em ver Elinor, disse que estava saindo justamente para ir à Berkeley-street, assegurou que Fanny ficaria muito alegre em vê-la e convidou-a para entrar. Subiram a escada e foram para a sala de visitas. Não havia ninguém lá. - Creio que Fanny está no quarto - disse ele. - Vou avisá-la que você está aqui e tenho certeza de que ela não tem a menor objeção deste mundo em vê-la. Longe disso, é claro. Principalmente agora que você e Marianne são as favoritas do Coronel Brandon. Por que Marianne não veio? Elinor deu a desculpa que encontrou no momento. - Na verdade, até acho bom você ter vindo sozinha - declarou John -, pois temos muito que conversar. Isso do presbitério do coronel Brandon é verdade? Ele o deu a Edward mesmo? Ouvi isso ontem, por acaso, e ia justamente perguntara respeito. - É a mais pura verdade. O coronel Brandon ofereceu o Presbitério Delaford para o sr. Edward. - Realmente? Bem, é espantoso! Não há laço algum de amizade, relacionamento algum de importância entre eles! Hoje em dia, esses presbitérios têm cada preço! Qual é o valor do dele?' - Cerca de duzentas libras por ano. - Muito bem... Supondo-se que o último pastor fosse velho, doente, e que deixou o presbitério vago depois de muito tempo, atrevo-me a dizer que se fosse bem cuidado, ele poderia valer umas mil e quatrocentas libras. Como se explica que não tenha sido providenciada a venda desse presbitério antes da morte do ocupante anterior? Agora é tarde demais para vendê-lo. Estranho muito um homem com o senso do coronel Brandon agir de tal maneira! Imagino por que ele pôde ser tão imprevidente diante de uma preocupação tão comum, tão natural! Bem, estou convencido de que há um vasto nível de inconsistências em quase todos os caráteres humanos. Contudo, pensando bem, suponho que o caso provavelmente seja este: Edward foi convidado apenas para ocupar o cargo até que a pessoa a quem o coronel vendeu o benefício alcance idade suficiente para assumi-lo. Sim, sim. Com certeza foi o que aconteceu. Elinor contradisse o irmão de modo positivo, contando-lhe que ela própria fora encarregada pelo coronel Brandon para oferecer o presbitério a Edward e insistiu em que o cargo fora de fato dado e não vendido. O sr. Dashwood teve de se submeter à autoridade dela. - É espantoso! - pronunciou-se ele depois que a irmã terminou de contar tudo. - Qual terá sido a razão que levou o coronel a tomar essa atitude? - Foi uma razão muito simples: ajudar o sr. Ferrars. - - bem... Seja o que for que o coronel pretenda, Edward é um homem de muita sorte! por favor, peço-lhe que não mencione esse assunto para Fanny. Apesar de ela ter reagido muito bem quando lhe contei, creio que prefere não ouvir falar nisso. A essa altura Elinor teve dificuldade em se conter para não dizer, francamente, que achava que se Fanny houvesse agido com dignidade deixando para o irmão o que lhe era devido, com certeza o filho dela não iria ficar pobre. - A sra. Ferrars - prosseguiu John, abaixando a voz como se fosse falar de algo muito importante - nada sabe até agora e acredito que seja melhor mantê-la na ignorância por mais

tempo que pudermos. Todavia, depois do casamento, acredito que ela forçosamente ficará sabendo de tudo. - Mas por que deve-se tomar essa precaução? Como é possível supor que a sra. Ferrars não tenha pelo menos um mínimo de satisfação ao saber que o filho terá dinheiro o suficiente para viver? Diga-me por que, depois do modo pelo qual essa senhora agiu, devemos achar que ela vai mostrar-se sensível agora? A sra. Ferrars rompeu com o filho, mandou-o embora para sempre e impediu que todas as pessoas sobre as quais exerce um pouco de influência o ajudassem. Agindo dessa maneira, é de imaginar que ela não corre o risco de sentir alegria ou tristeza a respeito de qualquer acontecimento que se refira ao filho mais velho e não pode interessar-se por coisa alguma que diga respeito a ele. É inacreditável que ela seja tão insegura do que quer a ponto de negar seu apoio a um filho e ao mesmo tempo manter por ele a ansiedade própria de uma mãe! - Ah, Elinor! - suspirou John. - Seu raciocínio é muito bom, porém se baseia na ignorância sobre a raça humana. Quando esse infeliz casamento de Edward se realizar, é bem possível que a mãe dele venha a sentir-se como se não o tivesse rejeitado. De todo modo, por enquanto deve-se evitar o máximo possível toda e qualquer circunstância que possa piorar a situação que já se encontra bastante delicada. A sra. Ferrars nunca poderá esquecer que Edward é seu filho. - O que acaba de dizer me surpreende muito. Pensei que a esta altura ela já quase não se lembrasse mais dele. - Creio que a está julgando erroneamente. A sra. Ferrars é uma das mães mais afeiçoadas aos filhos que eu conheço. Elinor manteve-se em silêncio. - Já que tudo aconteceu, estamos pensando - voltou o sr. Dashwood depois de longa pausa - que Robert poderá casar-se com lady Morton. Sorrindo diante do tom grave e decididamente importante do irmão, Elinor comentou, calma: - Acredito que a lady não terá escolha, no caso. - Escolha? O que quer dizer? - Quero dizer que pelo jeito que falou, à família parece a mesma coisa se lady Morton se casar com o sr. Edward ou com o sr. Robert. - Na verdade, não existe mesmo diferença, agora que Robert será considerado o filho mais velho, para todos os propósitos e situações. Além disso, ambos são jovens cavalheiros sim páticos e não vejo diferença alguma entre um e outro. Como Elinor nada dissesse, John Dashwood também ficou silencioso por algum tempo, pensando. Sua meditação resultou nisto: - Pelo menos, posso assegurar-lhe uma coisa, minha querida irmã, - ele falava em um sussurro medonho e pegou com suavidade a mão dela. - E vou fazê-lo porque sei que será muito gratificante para você. Tenho boas razões para pensar... Na verdade, tenho a maior autoridade ou jamais diria o que vou lhe dizer, pois seria muito errado falar de algo sem ter conhecimento a respeito. Como disse, tenho a maior autoridade... Bem, não que o tenha ouvido diretamente da sra. Ferrars, mas a filha dela ouviu e transmitiu-o a mim... Enfim, o fato é que qualquer objeção que a sra. Ferrars pudesse ter contra um certo... um certo compromisso... você me entende... esse compromisso seria preferível para ela, não lhe teria causado metade do vexame que este causa.

Para mim, foi excepcionalmente agradável saber que a sra. Ferrars vê o caso desta maneira... Essa circunstância é mesmo muito gratificante para todos nós, sabe? Ela afirmou: "Teria sido, sem comparação, o menor dos dois males"... Tenho certeza de que minha sogra ficaria feliz de aceitar, agora, esse algo que considera o menor dos dois males. No entanto, tal coisa está fora de questão... não deve ser pensada e nem mencionada. Já que se trata de uma união que nunca irá acontecer... você sabe... deve ser completamente esquecida. Mas achei que devia dizer-lhe isto, porque sabia que você iria gostar muito de ouvir. Não creio que tenha motivos para lamentar-se, minha cara Elinor. Não há dúvida de que está tudo bem para você. Eu diria que assim é até melhor, considerando bem todos os pontos... O coronel Brandon tem ido visitá-la ultimamente? Elinor já escutara o bastante não para lisonjear sua vaidade e dar-lhe sensação de importância, mas sim para mexer-lhe com os nervos e com a cabeça. Ficou satisfeita com a chegada do sr. Robert Ferrars, que a livrou da obrigação de responder ao que acabara de ouvir e afastava o perigo de ouvir coisas piores da boca de seu irmão. Depois de alguns momentos de conversa, John Dashwood pareceu lembrar-se de que Fanny ainda não fora informada da presença da cunhada e deixou a sala, para ir falar com a esposa. Elinor permaneceu ali e teve oportunidade de aprofundar o conhecimento com Robert. Assim, pôde confirmar a desfavorável opinião que já havia formado a respeito da cabeça e do coração do jovem cavalheiro. Impressionou-a verificar a alegre irresponsabilidade e feliz autocomplacência com que Robert aceitava a injusta divisão que a mãe fizera de seu amor e da sua liberalidade em prejuízo do irmão banido; ele não se preocupava um mínimo com a integridade de Edward e dava importância apenas a sua própria vida de dissipação. Estavam a sós havia apenas dois minutos quando Robert tratou de puxar conversa sobre o irmão, pois ouvira falar do presbitério e queria saber a respeito. Elinor deu-lhe os detalhes, como dera a John, e a reação do jovem cavalheiro, se bem que diferente da reação do cunhado, não foi menos chocante do que fora a de John Dashwood. Robert riu quase exageradamente. A idéia de seu irmão como clérigo, morãndo em um pequeno presbitério, divertiu-o muito mais do que era de esperar. E quando adicionou à imagem a figura de Edward lendo preces em uma sobrepeliz branca, publicando proclamas de casamento de John Smith com Mary Brown, achou impossível conceber algo mais ridículo. Elinor, enquanto esperava, em silêncio e discreta seriedade, pela conclusão de tanta hilaridade, não pôde evitar que seus olhos, que mantinha fixos nele, espelhassem toda a aversão que sentia. Contudo, Robert Ferrars não percebeu o significado desse olhar, que proporcionava grande alívio a ela, pois quando parou de rir, ele o fez porque se cansara, não porque compreendera a reprovação dela. - Isso tudo pode parecer muito engraçado - disse ele por fim, encerrando as afetadas gargalhadas que haviam ultrapasSado os limites de uma genuína alegria -, mas, por minha alma, é muito sério. Pobre Edward! Ele está arruinado para sempre. Sinto muito por meu irmão, pois o conheço bem e sei que é uma criatura de índole bondosa. Talvez seja até o melhor amigo do mundo. A senhorita não deve julgá-lo, pois o conhece muito superficialmente. Pobre Edward! Com certeza as maneiras dele não são das mais finas, porém nem todos nascemos, a senhorita

sabe, com os mesmos dons, com as mesmas habilidades. Pobre amigo! É triste ir para o meio de estranhos! Pode acreditar, cara senhorita, que é algo digno de compaixão! por minha alma, acredito que o caráter dele seja tão bom quanto seu coração e declaro, afirmo mesmo, que jamais fiquei tão chocado em minha vida como ao saber o que havia acontecido. Não conseguia acreditar. Minha mãe foi a primeira pessoa que me falou a respeito e eu, sentindo que devia tomar uma resolução, disse-lhe imediatamente: "Minha querida madame, não sei o que a senhora pretende fazer, mas por mim devo dizer que se Edward se casar com essa jovem, eu nunca mais quero vêlo". Foi o que declarei naquele mesmo momento, pois de fato eu acabara de sofrer um profundo choque! Pobre Edward! Ele prejudicou-se eternamente, baniu a si mesmo para sempre da sociedade respeitável! Mas, como eu disse a minha mãe de maneira clara, até que essa atitude não me surpreendeu tanto assim, pois era o que se devia esperar do estilo da educação dele. Minha pobre mãe estava em desespero frenético... - O senhor alguma vez viu a jovem? - Sim. Uma vez, quando ela se achava hospedada nesta casa, aconteceu de eu passar aqui por dez minutos e deu para vêla bastante bem. É uma jovem do interior, sem graça, sem estilo, sem elegância e até mesmo sem beleza. Lembro-me muitíssimo bem dela. É o tipo de moça perfeita para cativar um homem como o pobre Edward. Assim que fiquei sabendo dos fatos, ofereci-me a minha mãe para conversar com ele e tentar dissuadi-lo desse casamento; porém, descobri que então já era muito tarde para fazer qualquer coisa porque, infelizmente, eu não acompanhei o início do triste acontecimento e nada sabia até que a explosão já se dera havia bastante tempo. Não tinha, portanto, como interferir. Houvesse sabido um pouco antes, talvez fosse possível que minha intervenção desse algum resultado. Tenho certeza de que apresentaria os fatos a Edward com uma força devastadora. "Meu caro amigo", eu lhe diria, "pense bem no que está fazendo. Esse seu casamento está fadado a ser infeliz e ninguém da família o aprova". Enfim, não posso deixar de considerar que poderia influenciá-lo... De qualquer modo, é tarde demais. Ele deve estar desesperado, entende? É isso mesmo, completamente desesperado. Robert acabava de fazer esta afirmativa com grande compostura quando a entrada da sra. John Dashwood fez com que o assunto morresse. Apesar de que ela jamais fizera a menor menção de tocar nesse ponto, nem mesmo com a própria família, quando a cunhada entrou, Elinor percebeu algo como confusão em seu rosto e visível falta de naturalidade nos modos cordiais com que a tratou. Fanny apenas insinuou que sentia muito saber que Elinor e a irmã logo iriam embora da capital, que esperara poder vê-las mais vezes; isso tudo com um evidente esforço. O marido, fascinado como sempre por tudo que ela dizia e fazia, achava a atitude de Fanny a mais afetuosa e bem-educada do mundo. 


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