Razão e sensibilidade- Jane A...

By leh_almeida5

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Originalmente publicado em 1811 sob o singelo pseudônimo 'A Lady', Razão e Sensibilidade começou a ser escrit... More

Prólogo
Volume I /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo sem título 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Volume II/Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Volume III /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14

Capítulo 13

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By leh_almeida5


A curiosidade de Elinor em conhecer a sra. Ferrars havía sido satisfeita. Encontrara nela todas as coisas que podiam tornar indesejável a ligação entre as duas famílias. Vira o bastante do seu orgulho, da sua mesquinharia e do seu determinado preconceito contra ela para ter a possibilidade de avaliar as dificuldades que se oporiam ao noivado e retardariam seu casamento com Edward, se ele fosse um homem livre. Tinha visto o bastante para agradecer, pelo seu próprio bem, que o grande obstáculo representado por Lucy a protegesse de sofrer devido a outros criados pela sra. Ferrars; desta maneira, achava-se preservada de se tornar dependente dos caprichos daquela senhora, ou de ter qualquer necessidade para obter uma opinião favorável por parte dela. Por fim, se não conseguia regozijar-se por ver Edward comprometido com Lucy, concluiu que se

Lucy se houvesse demonstrado mais amiga, teria sido obrigada a se regozijar. Imaginou se o caráter de Lucy seria mais refinado do que o da sra. Ferrars; se o interesse e a vaidade seriam tais a ponto de cegá-la e fazê-la aceitar as atenções que pareciam ser-lhes destinadas apenas porque ela não era Elinor, a receber cumprimentos ou deixar-se levar por um encorajamento vindo de uma preferência ditada apenas porque sua verdadeira situação era ignorada. Que se tratava disso mesmo foi demonstrado pelo olhar de Lucy naqueles momentos, assim como na manhã seguinte, e desta vez mais abertamente, quando, a seu pedido, lady Middleton a deixou em Berkeley-street, onde esperava ter a oportunidade de ver Elinor a sós e dizer quanto se sentia feliz. Para maior alegria da jovem visitante, a oportunidade logo se apresentou, trazida por um bilhete da sra. Palmer, que solicitava a presença da sra. Jennings. - Minha querida amiga! - animou-se Lucy, assim que se viram a sós. - Vim contar-lhe a minha felicidade. Pode alguma coisa ser mais gratificante do que a maneira pela qual a sra. Ferrars me tratou ontem? Ela foi tão maravilhosamente afável! A senhorita sabe o medo terrível que eu tinha só de pensar em encontrá-la. Mas desde o instante em que fui apresentada, ela demonstrou tanta amabilidade em suas atitudes que, realmente, pode-se dizer que gostou de mim. Não é isso mesmo? A senhorita viu tudo... Não ficou surpreendida com esse fato? - Com certeza, ela mostrou-se civilizada para com a senhorita. - Civilizada? Será que nada mais viu nas atitudes dela a não ser civilidade? Eu vi muito mais. Uma ternura que a sra. Ferrars dedicou apenas a mim e a ninguém mais! Nenhum orgulho, nenhuma altivez... E a sua cunhada agiu do mesmo modo: mostrou-se toda doçura e afabilidade! Elinor queria conversar a respeito de outras coisas, mas Lucy dava sempre um jeito de voltar ao motivo da sua felicidade. E ela viu-se obrigada a reagir. - Sem dúvida, se elas soubessem do compromisso que os une, não teriam sido tão amáveis com a senhorita. Mas não é o caso... - Desconfio que sei o que a senhorita está querendo dizer - replicou Lucy, rápida -, porém não há motivo neste mundo para a sra. Ferrars fingir que gosta de mim se não gostar, e ela, demonstrou-o bem claramente. A senhorita não deveria tentar diminuir a minha satisfação. Tenho certeza de que tudo acabará bem e que não haverá dificuldade alguma, como eu imaginava. A sra. Ferrars é uma dama encantadora e a sua cunhada também. Ambas são senhoras adoráveis, sem dúvida alguma! Imagino se a senhorita já tenha ouvido alguém dizer que a sra. Dashwood é agradável... Como não tinha resposta alguma para isso, Elinor preferiu manter-se calada. - Por acaso está doente, srta. Dashwood? Parece-me desanimada, não fala... Não está boa mesmo! - Nunca estive tão bem de saúde. - Fico contente, de todo coração, que assim seja. Mas, na verdade, não parece. Eu sentiria muito se a senhorita ficasse doente. A senhorita, que tem sido meu único conforto neste mundo! Só Deus sabe o que eu daria para manter a sua amizade...

Elinor procurou uma resposta bem-educada, apesar de duvidar que a encontraria. Mas Lucy parecia satisfeita, pois ela mesma deu-se a resposta. - Claro, estou absolutamente certa de sua amizade por mim e ela, depois do amor de Edward, é o meu maior consolo. Pobre Edward!... Mas agora tudo vai melhorar, porque poderemos nos encontrar com mais freqüência. Uma vez que lady Middleton está encantada com a sra. Dashwood, deveremos ir muito à Harley-street, acredito. Como Edward passa grande parte de seu tempo com a irmã... Além disso, lady Middleton e a sra. Ferrars também deverão visitar-se e, como tanto a sra. Ferrars quanto sua cunhada afirmaram que gostariam de ver-me novamente... Elas são mesmo muito queridas! Tenho certeza de que, se a senhorita resolver contar a sua cunhada o que penso dela, só poderá dizer coisas boas. Mas Elinor não queria dar-lhe esperança de que resolveria contar qualquer coisa à cunhada. Lucy continuou: - Tenho absoluta certeza de que eu teria percebido no mesmo instante, caso a sra. Ferrars não houvesse gostado de mim. Se ela apenas me cumprimentasse de maneira formal, por exemplo, sem dizer uma palavra, sem dar mais qualquer atenção a mim e sem me olhar a todo instante de modo agradável... A senhorita entende o que quero dizer. Se eu tivesse sido tratada de maneira distante, creio que agora estaria entregue ao desespero. Não o suportaria, porque quando ela não gosta de alguém, sei que é muito violenta. A porta abriu-se antes que Elinor pudesse fazer qualquer comentário e o criado anunciou o sr. Ferrars, que entrou imediatamente na sala. Houve um instante de perplexidade e a atitude de cada um deles demonstrou que percebiam isso. Os três pareciam ter ficado bobos de repente e Edward mostrava-se mais inclinado a sair depressa da sala do que a terminar de entrar. Formou-se entre eles uma atmosfera de cerimônia, em sua mais desagradável forma e que estavam ansiosos por evitar. Não apenas encontravam-se os três juntos, como também achavam-se juntos sem o alívio da presença de qualquer outra pessoa. As jovens foram as primeiras a recuperar-se. Não era de esperar que Lucy fosse a primeira a se manifestar, uma vez que devia manter seu caso em segredo. No entanto, ela podia demonstrar toda sua ternura no olhar e foi o que fez ao fitar o sr. Ferrars, sem dizer uma palavra. Todavia, Elinor tinha mais o que fazer e, por mais ansiosa que se encontrasse, por Lucy e por si mesma, teria de fazê-lo bem. Depois de um momento de hesitação, forçou-se a dar as boasvindas a Edward de maneira que parecia natural e quase alegre. Fez mais um esforço para aperfeiçoar o desempenho. Não podia permitir que a presença de Lucy nem a consciência de cometer alguma injustiça contra si mesma a impedissem de dizer que se sentia feliz em vê-lo e que lamentara muito ter estado fora de casa nas duas vezes anteriores em que ele viera à Berkeleystreet. Não devia ter medo de dar essas atenções a Edward Ferrars como o amigo e quase parente que era; atenções que lhe eram devidas por estar diante dos olhos observadores de Lucy que, percebeu Elinor, até se estreitavam tal a atenção que prestava nela. Suas maneiras devolveram um pouco da segurança de Edward e ele teve coragem de sentarse, mas seu embaraço ainda era proporcionalmente muito maior do que o das moças. Aliás, isso

era compreensível naquela situação, se bem que fosse de estranhar por ele ser homem, apesar de que seu coração não devia ter indiferença total por Lucy, nem sua consciência podia ficar tranqüila em relação a Elinor. Lucy, com atitude e expressão distantes, parecia determinada a nada fazer que desse conforto aos outros dois e não disse uma só palavra; quase tudo que se poderia falar já havia sido dito por Elinor, que se viu obrigada a fornecer informações sobre a saúde de sua mãe, a chegada delas à capital etc... Informações essas que deveriam ter sido pedidas por Edward, que não o fizera. Os esforços dela não pararam por aí; sentia-se heroicamente decidida a deixar os dois sozinhos, com o pretexto de ir ver como Marianne se sentia. E assim fez, de um modo elegante e bonito. Antes de sair, deteve-se por alguns segundos junto à porta para controlar as emoções, antes de ir ao encontro da irmã. Quando ia fazê-lo, para conforto de Edward, Marianne entrou na sala. Sua alegria ao vê-lo foi demonstrada de maneira forte e ruidosa. Dirigiu-se ao encontro dele com a mão estendida, enquanto falava com voz que expressava todo seu afeto de cunhada. - Querido Edward! - exclamou, radiante. - Este é um momento de grande felicidade! Vai compensar quase tudo que aconteceu. Edward tentou retribuir o carinho de Marianne como era devido, mas diante das testemunhas presentes não se atreveu a dizer metade do que sentia de fato. De novo todos se sentaram e por um ou dois minutos permaneceram em silêncio, enquanto Marianne olhava cheia de ternura ora para Edward, ora para Elinor, lamentando que o feliz reencontro deles fosse prejudicado pela presença indesejada de Lucy. o jovem cavalheiro foi o primeiro a falar e o fez para comentar a aparência alterada de Marianne; expressou o temor de que ela não estivesse gostando de Londres. - Oh, não se preocupe comigo! - respondeu ela, rápida e com ar alegre. Mas seus olhos estavam brilhantes de lágrimas ao dizer: - Não pense na minha saúde. Como vê, Elinor está bem. Isto deve ser o bastante para nós dois. Esta observação não era das melhores para fazer com que Edward e Elinor se sentissem mais descontraídos e não foi minimizada pela boa vontade de Lucy, que olhava para a jovem recémchegada com expressão nada benigna. - Está gostando de Londres? - Edward fez a pergunta tentando introduzir outro tema de conversa. - Não, de modo algum. Esperava encontrar muita alegria, mas não encontrei nenhuma. Ver o senhor é a única coisa boa que me aconteceu aqui. E, graças a Deus, o senhor continua sendo como sempre foi! Seguiu-se um silêncio que ninguém interrompeu. - Elinor, eu acho - acrescentou então Marianne – que podemos pedir a Edward que nos acompanhe de volta a Barton. Suponho que iremos dentro de uma ou duas semanas e confio que o senhor não iria recusar fazer-nos este favor. O pobre Edward murmurou alguma coisa, mas ninguém soube do que se tratava. Talvez nem ele mesmo. Marianne, porém, que notou a agitação dele e atribuiu-a à causa que mais a

agradava, ficou satisfeita e mudou de assunto: - Passamos um dia terrível, ontem, na Harley-street, Edward! Tão enfadonho, tão tristemente enfadonho! Temos muito a conversar a este respeito, mas não podemos fazê-lo agora. E com esta decisão tão admiravelmente discreta, ela declinou do desabafo que encontraria naquele momento, falando que achara os parentes de ambos mais desagradáveis do que nunca e que ficara muito desgostosa com a mãe dele. Para isso, teriam de estar sozinhos. - Por que não estava lá, Edward? - indagou, curiosa. - Por que não foi? - Eu tinha outro compromisso. - Compromisso? Mas o que é um compromisso quando amigos como nós podem encontrarse? - Talvez, srta. Marianne - interferiu Lucy, decidida a vingar-se dela -, a senhorita pense que todos os jovens cavalheiros não cumprem seus compromissos, que não se importam com eles, sejam grandes ou pequenos. Elinor irritou-se ao ouvir aquilo, porém Marianne pareceu não sentir a alfinetada, uma vez que respondeu com calma: - Nem tanto... Agora, falando sério, tenho certeza de que apenas a consciência impediu que Edward comparecesse na Harley-street. E, de fato, acredito que ele tem a mais exigente consciência do mundo e o maior escrúpulo com todo e qualquer tipo de compromisso, mesmo os menores e os que possam ir contra seus interesses ou sua alegria. Ele é a pessoa mais incapaz de causar Çofrimento ou insegurança a alguém, a mais incapaz de ser egoísta entre todas as pessoas que conheço. Edward é assim e quero deixar isso bem claro. O quê? A senhorita jamais ouviu estes louvores a seu próprio respeito? Então, não pode ser minha amiga, pois aqueles que terão meu amor e minha estima precisam de minha total aprovação. Aquela lição de moral aplicada com dignidade por Marianne no presente caso, no entanto, foi ouvida com sentimentos contraditórios pelo menos por um terço das pessoas que a ouviam e foi um Edward triste e sombrio que se ergueu para ir embora. - Já vai, tão cedo?! - estranhou Marianne. - Não pode ser, meu caro Edward! E, distanciando-se um pouco com ele, murmurou-lhe ao ouvido, persuasiva, que a srta. Lucy não iria demorar-se por muito tempo. Mas mesmo seu encorajamento falhou, pois o sr. Ferrars voltou a afirmar que precisava ir. E Lucy, que se ele não tivesse aparecido pretendia prolongar sua visita por duas horas, foi embora logo em seguida. - Por que ela vem sempre aqui? - perguntou Marianne, assim que a jovem saiu. - Será que não percebeu que queríamos que fosse embora? Como foi desagradável para Edward! - Por quê? Somos todos amigos e a srta. Lucy é amiga dele há mais tempo do que nós. Muito natural que ele goste tanto de ver a nós quanto a ela. Marianne fitou-a, intrigada, então disse: - Você sabe, Elinor, que esse é um jeito de falar que não suporto. Se você apenas espera que eu contradiga sua afirmação, como suponho que é o caso, deveria lembrar-se de que eu seria a última pessoa no mundo a fazê-lo. Não costumo me deixar enganar por afirmações que não são verdadeiras. Saiu da sala assim que terminou de falar e Elinor não se atreveu a segui-la para dizer algo

mais; uma vez que prometera segredo a Lucy, não poderia dizer nada que convencesse Marianne. No entanto, temendo as conseqüências que poderiam advir de sua irmã não saber a verdade, talvez tivesse de lhe contar tudo. Sua única esperança era que Edward não expusesse a ela e a si mesmo ao tormento de testemunhar a confiança; calorosa de Marianne, nem à repetição de qualquer detalhe do sofrimento que se dera nesse encontro recente. E havia razões para esse temor.


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