Razão e sensibilidade- Jane A...

By leh_almeida5

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Originalmente publicado em 1811 sob o singelo pseudônimo 'A Lady', Razão e Sensibilidade começou a ser escrit... More

Prólogo
Volume I /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo sem título 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Volume II/Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Volume III /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14

Capítulo 5

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By leh_almeida5


- Se este bom tempo continuar - comentou a sra. Jennings, quando elas se encontraram na sala do café, na manhã seguinte -, sir John não vai querer sair de Barton na semana que vem. É muito triste para um esportista perder um dia de prazer. Pobres almas! Sempre sinto pena deles quando isso acontece, pois parecem levar a perda muito a sério. - É verdade - concordou Marianne com voz alegre, indo até a janela enquanto falava, a fim de verificar o dia. - Eu não tinha pensado nisso. O bom tempo deve segurar muitos homens esportistas no campo. Era uma lembrança feliz, que a fez recuperar o bom humor. - Está um tempo excelente para eles, sem dúvida - continuou e foi sentar-se à mesa com expressão feliz. - E é claro que precisam aproveitá-lo. Mas - disse, com um leve retorno da ansiedade - não é possível que se prolongue muito. Nesta época do ano, e depois de algumas chuvas, com certeza teremos poucos dias de bom tempo. O frio deverá chegar logo e virá muito forte, provavelmente. Em um ou dois dias, talvez. Esta temperatura branda demais não pode continuar... Talvez caia neve: ainda esta noite. - De qualquer forma - apressou-se a dizer Elinor, desejando de algum modo impedir que a sra. Jennings lesse os pensamentos de sua irmã com a clareza que ela o fazia -, acredito que teremos sir John e lady Middleton na cidade no fim da próxima semana. - Sim, minha querida. Eu apostaria que será assim. Mary sempre consegue o que quer. "E agora", disse Elinor para si mesma, "Marianne vai escrever hoje mesmo para Combe". Mas se ela o fez, a carta foi escrita e enviada com uma discrição que eludiu toda a vigilância de Elinor para certificar-se do fato. Qualquer que fosse a verdade, no entanto, e ela estava longe de se contentar com isso, não conseguia deixar de sentir-se inquieta, mesmo ao ver que Marianne se reanimara. E, de fato, Marianne mostrava-se animada, feliz com a suavidade do tempo e mais feliz ainda com a expectativa da neve. A manhã passou muito rápida com a entrega de cartões nas casas dos conhecidos da sra. Jennings, a fim de informálos de que ela se encontrava na capital. Marianne mantinha-se ocupada o tempo todo observando a direção do vento, verificando as variações do céu e imaginando alterações no ar. - Não acha que agora está mais frio do que de manhã, Elinor? Parece-me que há uma diferença bastante sensível. Minhas mãos mal se mantêm aquecidas no regaço. Ontem não

estava assim, eu acho. Parece-me, também, que as nuvens estão se dissipando, o sol deverá sair a qualquer momento e poderemos ter uma tarde bem clara. Elinor sentia-se ao mesmo tempo divertida e penalizada; porém Marianne insistia em ver indícios indiscutíveis de uma próxima nevada a cada noite, no brilho do fogo na lareira, e a cada manhã, na aparência da atmosfera. As srtas. Dashwood não tinham grandes motivos para ficar insatisfeitas tanto com o estilo de vida da sra. Jennings e suas amizades, quanto com sua atitude para com elas, que era invariavelmente de atencioso carinho. Cada detalhe de sua organização caseira seguia as regras do plano mais liberal possível e, exceto por algumas poucas amizades da cidade que, para desgosto de lady Middleton, ela jamais concordara em deixar, a senhora não fazia visitas a ninguém cuja apresentação pudesse de algum jeito impressionar mal as suas jovens companheiras. Satisfeita por sentir-se mais à vontade nesse sentido do que esperava, Elinor ia com maior disposição aos bailes noturnos do que às reuniões e festas ao entardecer, que aconteciam geralmente em casas familiares ou na casa da própria sra. Jennings, onde apenas se conversava e se jogava baralho, portanto, divertia-se menos. O coronel Brandon, que tinha um convite permanente para fazer visitas à sra. Jennings, comparecia à casa dela quase todos os dias. Ia lá para olhar Marianne e conversar com Elinor, que na maioria das vezes gostava mais das conversas que mantinha com ele do que de outras atividades diárias; porém, não deixava de perceber, com muita apreensão, que ele continuava interessado em sua irmã. Temia que se tratasse de um interesse que o fizesse sofrer e afligia-se ao ver, de vez em quando, uma tal ansiedade nos olhares que ele dirigia a Marianne que a informava de que o padecimento do coronel era maior na capital do que quando se encontravam em Barton. Cerca de uma semana depois da chegada delas, confirmou-se que Willoughby também havia chegado. Encontraram um cartão de visita dele sobre a mesa quando voltaram da costumeira saída matinal. - Santo Deus! - exclamou Marianne. - Ele esteve aqui enquanto estávamos fora. Elinor, contente por saber que o jovem cavalheiro encontrava-se em Londres, aventurou-se a dizer: - Com certeza ele voltará amanhã. Marianne nem sequer a escutou e, como a sra. Jennings entrasse na sala, fugiu para seu quarto com o precioso cartão. Esse acontecimento, que sossegou Elinor, reacendeu em sua irmã a agitação anterior, Desse momento em diante, sua mente não teve mais descanso. A expectativa de poder vê-lo a qualquer momento do dia tornou-a imprestável para qualquer coisa. Na manhã seguinte, Marianne insistiu em ficar em casa, quando as outras saíram. Os pensamentos de Elinor não paravam de tentar adivinhar o que poderia estar se passando na Berkeley-street, enquanto a sra. Jennings e ela se encontravam ausentes. Mas no instante em que olhou para a irmã, assim que chegaram de volta em casa, foi o suficiente para informá-la de que o sr. Willoughby não tinha voltado uma segunda vez para tentar a visita. Nesse mesmo momento trouxeram um bilhete e o colocaram sobre a mesa. - É para mim? - perguntou Marianne, adiantando-se impulsivamente.

- Não, senhorita. É para a minha senhora. Não convencida do que ouvira, Marianne pegou o bilhete e verificou-o. - É mesmo para a sra. Jennings. Que coisa mais irritante! - Então, você está esperando uma carta? - indagou Elinor, incapaz de continuar em silêncio. - Sim, um pouco... não muito. Depois de curta pausa, Elinor murmurou: - Você não tem confiança em mim. - Tem coragem de fazer essa censura... você que não confia em ninguém, Elinor? - Eu? - Elinor ficou confusa. - Marianne, não tenho o que dizer diante disso. - Nem eu - retrucou Marianne com energia. - Nossa situação, portanto, é igual. Nenhuma de nós duas tem o que dizer. Você porque não se comunica, eu porque nada tenho a esconder. Sentindo-se culpada porque de fato precisava ser discreta por não ter liberdade para desabafar, Elinor compreendeu que naquelas circunstâncias lhe seria impossível pressionar Marianne para que esta falasse com franqueza. A sra. Jennings não tardou a entrar na sala, o bilhete foi-lhe entregue e ela o leu em voz alta. Era de lady Middleton, que anunciava sua chegada à Conduit-street na tarde anterior e solicitava a companhia da mãe e das primas na noite seguinte. Negócios por parte de sir John e um resfriado que a acometera haviam-nos impedido de ir visitá-las na Berkeley-street. o convite foi aceito, mas quando chegou a hora da visita e tornou-se necessário, por uma atitude de boa educação para com a sra. Jennings, que as duas irmãs também fossem, Elinor encontrou dificuldade em persuadir Marianne a ir. Como ainda não tivera notícia alguma de Willoughby, ela não estava disposta a sair para se divertir, pois não queria correr o risco do jovem cavalheiro aparecer durante a sua ausência. Elinor descobriu, quando a tarde terminou, que a disposição de uma pessoa não se altera com a mudança de residência, pois, apesar de raramente ir à capital, sir John havia conseguido reunir ao seu redor quase vinte jovens e organizara um baile para que eles se divertissem. No entanto, esta era uma iniciativa que lady Middleton não aprovava. No interior, um baile improvisado era aceitável; mas em Londres, onde a reputação e a elegância eram mais importantes e menos facilmente conseguidas, era arriscado demais que, para a gratificação de algumas poucas moças, ficassem sabendo que lady Middleton dera um pequeno baile para oito ou nove casais, com dois violinos e uma simples refeição servida sobre o aparador. o sr. e a sra. Palmer compareceram à festa sem que houvesse grande reconhecimento de sua presença. o sr. Palmer, que ela não tinha visto desde a chegada à capital, uma vez que ele evitava fazer tudo que se assemelhasse a uma mínima atenção à sogra e, portanto, jamais se aproximava dela, simplesmente olhou-as sem dar mostras de reconhecê-las e fez um aceno de cabeça para a sra. Jennings, que se encontrava do outro lado da sala. Marianne passou os olhos pelo ambiente assim que entraram; foi o bastante, ele não se encontrava ali e ela sentou-se, sem disposição alguma para receber ou oferecer simpatia. Depois de estarem reunidos por cerca de uma hora, o sr. Palmer plantou-se diante das srtas. Dashwood para expressar-lhes a surpresa de vê-las na capital, apesar de que o coronel Brandon havia informado o casal sobre a chegada delas, em uma visita que fizera à casa dele, ocasião em que o sr. Palmer teria dito algo muito engraçado ao saber

que elas tinham vindo. - Pensei que as senhoritas estivessem em Devonshire - disse ele. - Pensou? - foi a réplica de Elinor. - Quando irão voltar para lá? - Não sei. E isto encerrou a conversa. Jamais em sua vida Marianne sentira-se tão sem vontade de dançar como nessa noite, e tão fatigada por fazê-lo. Queixou-se disso enquanto voltavam para Berkeley-street. - Sim, sim... - comentou a sra. Jennings. - Nós sabemos muito bem o motivo dessa indiferença a tudo. Se certa pessoa, de quem não devo dizer o nome, estivesse lá, a senhorita não teria sentido o mínimo cansaço. E, para dizer a verdade, não foi muito bonito da parte dele ter sido convidado e não haver comparecido, pelo menos para se encontrar com a senhorita. - Convidado? - indagou Marianne. - Foi minha filha Middleton que me disse, pois parece que sir John encontrou-o em algum lugar, na rua, esta manhã. Marianne não falou mais nada, mas se demonstrava profundamente magoada. Impaciente com tal situação e querendo fazer alguma coisa que minorasse o sofrimento da irmã, Elinor resolveu escrever para a mãe na manhã seguinte, na esperança de despertar nela cuidados a respeito da saúde de Marianne, e iniciar a investigação que vinha adiando havia tanto tempo. Tomou tais medidas mais depressa ainda ao ver que, depois do café, no dia seguinte, Marianne estava escrevendo para Willoughby mais uma vez, pois não havia em Londres ninguém mais a quem a moça pudesse escrever. Ali pela metade do dia, a sra. Jennings saiu para tratar de suas coisas e Elinor começou a carta imediatamente, enquanto Marianne, desanimada demais para fazer qualquer coisa e ansiosa demais para conversar, ia de uma janela para outra ou sentava-se junto da lareira, em melancólica meditação. Elinor foi bastante sincera no que escreveu à mãe, relatando tudo que estava acontecendo, revelando as suspeitas sobre a constância de Willoughby, pedindo-lhe que em nome do dever e do amor chamasse severamente a atenção de Marianne para a verdadeira situação a respeito dele. Mal tinha terminado a carta quando ouviu-se bater à porta, o que significava uma visita, e o coronel Brandon foi anunciado. Marianne, que o vira chegar pela janela, e que no momento detestava qualquer companhia, saiu da sala antes que ele entrasse. O coronel parecia mais sério do que de costume, e depois de expressar sua satisfação por encontrar a srta. Dashwood sozinha, como se tivesse algo particular a lhe dizer, sentou-se sem pronunciar uma só palavra por algum tempo. Convencida de que o coronel tinha alguma comunicação íntima relativa a sua irmã para fazer, Elinor esperou com impaciência que ele se dispusesse a falar. Não era a primeira vez que ela sentia essa mesma espécie de convicção, pois mais de uma vez antes dessa, começando com os preãmbulos "sua irmã não parece estar bem, hoje" ou "sua irmã parece desanimada", Brandon parecera estar a ponto de fazer confidências ou perguntas particulares a respeito dela. Depois de passados alguns minutos, o coronel Brandon rompeu o silêncio perguntando, com voz que traía certa agitação, quando deveria congratular-se com ela pela aquisição de um irmão. Elinor não estava preparada para tal pergunta e como não

tinha uma resposta pronta, foi obrigada a lançar mão de um antigo e comum expediente, perguntando-lhe o que ele queria dizer. Brandon tentou sorrir e respondeu: - O noivado de sua irmã com o sr. Willoughby é bastante conhecido. - Esse noivado não pode ser bastante conhecido - retrucou Elinor -, uma vez que nem mesmo a família dela tem conhecimento dele. Parecendo surpreso, o coronel disse: - Peço-lhe que me perdoe se o que eu disse pareceu impertinente, mas não supus que esse fato fosse segredo, uma vez que eles se correspondem e todos falam que irão se casar. - Como assim? Quem disse essas coisas ao senhor? - Muita gente... Algumas pessoas que a senhorita não conhece, outras que são de seu relacionamento íntimo, como a sra. Jennings, a sra. Palmer e os Middleton. Todavia, eu não teria acreditado mesmo assim, talvez porque no íntimo não queria ser convencido e arranjei bases para minhas dúvidas, se não houvesse visto, incidentalmente, uma carta na mão do criado que me introduziu aqui, no outro dia. Carta essa dirigida ao sr. Willoughby pela letra da sua irmã. Eu pretendia fazer perguntas, mas isso me convenceu antes que as fizesse. Está tudo assentado definitivamente, então? E impossível para?... Ora, não tenho esse direito e nenhuma chance de ter sucesso. Desculpe-me, srta. Dashwood. Acredito ter agido mal dizendo tudo que disse, mas não sabia o que fazer e tenho muita confiança na prudência da senhorita. Diga-me se tudo já está absolutamente resolvido ou se alguma tentativa derradeira, se é que poderia haver tempo, ainda me é possível. Essas palavras, que significavam uma direta confissão do amor que ele devotava a Marianne, abalaram muito Elinor e ela não foi capaz de dizer coisa alguma de imediato. Mesmo depois de recuperar o equilíbrio, debateu-se por algum tempo procurando uma resposta adequada. A situação real entre Willoughby e sua irmã na verdade era pouco conhecida por ela mesma, por isso, caso se dispusesse a falar alguma coisa a respeito, tanto poderia dizer demais como de menos. Contudo, estava convencida de que a afeição de Marianne por Willoughby não permitia esperança alguma de sucesso para o coronel Brandon, acontecesse o que acontecesse entre os dois; ao mesmo tempo, como queria proteger a conduta da irmã de qualquer censura, depois de considerar a situação, achou mais prudente e acertado dizer ao coronel o que de fato ela sabia ou acreditava saber. Assim, contou-lhe que, se bem que nunca houvesse sido informada pelos jovens da situação entre eles, não tinha dúvidas sobre a mútua afeição que os unia e que, por isso, não se surpreendera ao ver que se correspondiam. Brandon ouviu-a com atenção silenciosa e levantou-se quando Elinor terminou de falar. Em seguida, retirou-se depois de despedir-se e dizer, com voz emocionada: - Desejo a sua irmã toda a felicidade possível e a Willoughby que ele faça por merecê-la. Esta conversa não despertou pensamentos agradáveis em Elinor, nem diminuiu as preocupações que a angustiavam. Ao contrário, ela ficou com a melancólica impressão de que a tristeza do coronel Brandon pressagiava maus momentos e a ansiedade com que ele parecera querer conjurá-los não fizera mais do que confirmá-los. 


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