Razão e sensibilidade- Jane A...

By leh_almeida5

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Originalmente publicado em 1811 sob o singelo pseudônimo 'A Lady', Razão e Sensibilidade começou a ser escrit... More

Prólogo
Volume I /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo sem título 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Volume II/Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Volume III /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14

Capítulo 4

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By leh_almeida5


Na carruagem da sra. Jennings, começando a viagem para Londres sob a proteção dela e como sua hóspede, Elinor não pôde deixar de pensar na situação em que se encontrava, em como era recente o relacionamento com a lady, no quanto elas eram díspares em idade e situação e no quanto havia se oposto àquela viagem poucos dias antes! Mas todas as suas objeções haviam sido derrubadas ou ignoradas pelo feliz ardor juvenil que era comum a Marianne e à mãe delas. Assim Elinor, apesar de suas ocasionais dúvidas sobre a constância de Willoughby, testemunhava o arrebatamento de deliciosa expectativa que se apoderara da alma e cintilava nos olhos de Marianne; pensava em como sua própria perspectiva era incolor em comparação com a da irmã,

como seu estado de ânimo era triste e como gostaria de se encontrar na situação de Marianne, tendo o mesmo animador objetivo em vista, a mesma possibilidade de esperança. Em pouco, muito pouco tempo, entretanto, seriam reveladas as intenções de Willoughby, porque com toda a probabilidade ele ainda se encontrava na capital. A ansiedade de Marianne indicava a determinação dela em procurá-lo lá. E Elinor estava resolvida a não apenas esclarecer todos os pontos sobre o caráter dele, tanto por sua própria observação quanto por informações de outras pessoas, mas também a observar a atitude dele em relação a sua irmã com tão zelosa atenção que descobriria quem de fato esse cavalheiro era e o que queria, antes que os dois se encontrassem muitas vezes. Caso suas observações viessem a ser desfavoráveis, trataria de abrir os olhos da irmã de qualquer maneira; mas, se fosse ao contrário, seus esforços seriam de natureza bem diferente: teria de aprender a evitar todas as comparações egoístas e a expulsar todo e qualquer pesar que pudesse diminuir seu contentamento com a felicidade de Marianne. Foram três dias de viagem e o comportamento de Marianne, enquanto viajavam, havia sido um exemplo bem claro do que seriam sua futura complacência e companheirismo para com a sra. Jennings. Permanecera sentada em silêncio durante quase todo o trajeto, mergulhada em profundas meditações e raramente falava por iniciativa própria, a não ser quando um detalhe de pitoresca beleza surgia diante de seus olhos; então, suas exclamações de encantamento eram dirigidas exclusivamente para a irmã. Para contrabalançar esse comportamento, Elinor assumira imediatamente o papel de companheira bem-educada que atribuíra a si mesma, dando toda a atenção possível à sra. Jennings, conversando com ela, ouvindo-a sempre que a senhora dizia alguma coisa. Por sua vez, a sra. Jennings tratava as duas com a maior bondade possível, era solícita a todo momento, a fim de proporcionar-lhes conforto e satisfação, preocupando-se apenas quando não conseguia fazê-las escolher o que gostariam de comer, nas estalagens onde paravam para jantar, nem obrigá-las a confessar se preferiam salmão a bacalhau ou frango ensopado a costeletas de vitela. Chegaram à capital às três horas da tarde do terceiro dia, felizes por se verem livres, depois de tão longa viagem, do confinamento de uma carruagem e prontas para usufruir o luxo de uma lareira. A casa era bonita e decorada com bom gosto; as jovens foram imediatamente acomodadas em um apartamento muito confortável. Havia sido o quarto de Charlotte e acima da lareira ainda se encontrava um retrato dela a óleo, nas sedas coloridas de sua formatura, como prova de que cursara os sete anos escolares com distinção. Como o jantar não ficaria pronto em menos de duas horas depois da chegada, Elinor decidiu utilizar aquele tempo escrevendo para a mãe e sentou-se à mesa com esse propósito. Dali a alguns minutos, Marianne fez o mesmo. - Estou escrevendo para casa, Marianne - disse Elinor. - Não quer deixar para mandar sua carta daqui um ou dois dias? - Eu não vou escrever para minha mãe - respondeu Marianne, seca, como se quisesse evitar maiores explicações. Elinor não disse mais nada. Compreendeu no mesmo instante que ela devia estar escrevendo para Willoughby e a conclusão que tirou imediatamente foi de que, por mais mistério que os dois queriam fazer com o caso, estavam noivos. Esta

convicção, se bem que não satisfatória por completo, deixou-a contente e ela continuou a escrever sua carta com evidente satisfação. A de Marianne ficou pronta em poucos minutos, portanto não podia ser mais do que um bilhete, que foi dobrado, selado e endereçado com notável rapidez. Elinor teve a impressão de ver um grande W no endereçamento que ficou pronto em pouquíssimo tempo. Assim que o completou, Marianne tocou a campainha e pediu ao lacaio que atendeu que levasse a carta escrita por ela para o correio de dois pence. O que foi feito sem demora. O ânimo de Marianne continuava muito alto, mas havia um certo nervosismo nessa animação que a impedia de sentir-se completamente feliz e sua agitação foi crescendo à medida que a noite se aproximava. Ela mal conseguiu comer um pouco ao jantar e quando, depois de terminar, as três foram para a sala de estar, parecia prestar atenção ao ruído de toda carruagem. Foi uma satisfação para Elinor que a sra. Gennings, ocupada com seus afazeres em outros aposentos da casa, não visse o que acontecia. O chá foi servido e, se bem que Marianne ficasse decepcionada com mais de uma batida de porta nas vizinhanças, no momento em que se ouviu uma batida mais forte, não houve dúvida de que algo ocorrera na casa em que estavam. Elinor teve certeza de que se tratava do anúncio da chegada de Willoughby e Marianne ergueu-se, iniciando um movimento para aproximar-se da porta. Tudo ficou em silêncio; sem conseguir suportar mais do que alguns segundos, ela abriu a porta, deu alguns passos em direção da escada e, depois de escutar por meio minuto, voltou para a sala com toda a agitação produzida, naturalmente, pela convicção de que o ouvira chegar. Nesse instante, no auge da excitação, não pôde impedir-se de exclamar: - Oh, Elinor, é Willoughby! É ele, sem dúvida! E parecia quase pronta para atirar-se nos braços do jovem cavalheiro quando o coronel Brandon apareceu. Foi um choque forte demais para ser suportado com calma e Marianne saiu da sala no mesmo momento. Elinor também ficou desapontada, mas imediatamente a atenção que dedicou ao coronel Brandon assegurou-lhe que era bem-vindo. Sentia uma angústia dolorosa ao pensar que aquele homem, tão dedicado a sua irmã, poderia perceber que Marianne nada sentira além de decepção e mágoa ao vê-lo. Não tardou a ter certeza de que nada passara despercebido para ele, que observara Marianne sair da sala tão aturdida e triste que se esquecera das regras de civilidade. - Sua irmã está doente? - perguntou ele. Embaraçada, Elinor respondeu que sim e falou em dor de cabeça, desânimo, cansaço, enfim, em tudo que _podia atribuir decentemente ao comportamento da irmã. Ele escutou-a com a maior atenção, pareceu recolher-se para dentro de si mesmo e não falou mais no assunto. Comentou o prazer que sentia ao vê-las em Londres, fez as perguntas costumeiras sobre a viagem e a respeito dos amigos que haviam ficado para trás. Com grande tranqüilidade e pouco interesse, tanto de um quanto do outro, continuaram a conversar ambos distraídos, com a mente ocupada por pensamentos alheios ao que diziam. Elinor gostaria muito de perguntar se Willoughby se encontrava na capital, mas não o fez por medo de fazer o coronel sofrer ao forçá-lo a falar sobre o seu rival; então, para dizer alguma coisa, perguntou-lhe se se encontrava em Londres desde a última vez que o vira.

- Sim - respondeu ele, demonstrando certo embaraço -, quase desde então. Fui uma ou duas vezes a Delaford por alguns dias, mas ainda não tive possibilidade de voltar para Barton. O que Brandon disse, e a maneira pela qual foi dito, trouxe imediatamente à lembrança dela todas as circunstâncias que haviam envolvido a partida dele, as desagradáveis suspeitas despertadas pela sra. Jennings e preocupou-se, temendo que sua pergunta desse a impressão de que havia muito mais curiosidade a respeito do que de fato ela sentia. Logo chegou a sra. Jennings. - Oh, coronel! - exclamou ela, com sua habitual e barulhenta alegria. - Estou espantosamente contente por vê-lo. Sinto muito não ter vindo cumprimentá-lo antes, peço que me perdoe, mas forcei-me a cuidar um pouquinho de mim e ajeitar minhas coisas. Há muito que não venho para a minha casa e o senhor sabe quantas coisas aborrecidas a gente tem de fazer quando se esteve fora por grande espaço de tempo. Além de tudo, tenho que pensar em Cartwright. Meu Deus, estive tão ocupada quanto uma abelha depois do jantar! Mas, diga-me, coronel, como o senhor descobriu que eu me encontrava na capital hoje? - Tive o prazer de ouvir a informação pelo sr. Palmer, com quem jantei. - Oh! Esteve com ele? E como vão todos na casa dele? Como vai Charlotte? Tenho certeza de que deve estar ótima! -A sra. Palmer pareceu-me muito bem e fui encarregado de dizer à senhora que com certeza ela virá vê-la amanhã. - Sim, com certeza. Considero isso muito bom. Bem, coronel, eu trouxe duas jovens damas comigo, como o senhor vê... Quer dizer, o senhor está vendo apenas uma, mas há outra em algum lugar da casa. Sua amiga Marianne também veio. E tenho certeza de que esta notícia não lhe causa tristeza. Bem, não sei como o senhor e o sr. Willoughby vão se arranjar com ela entre os dois... Ah, sim! É maravilhoso ser jovem e bonita. Bem! Claro que já fui jovem, porém jamais fui bonita de verdade... Má sorte a minha! No entanto, tive um marido muito bom e não sei o que mais uma grande beleza pode conseguir além disso. Ah, pobre homem! Ele morreu há mais de oito anos. Mas, coronel, por onde andou desde que partiu? E como vai o seu negócio? Vamos, vamos! Não se devem manter segredos entre amigos. O coronel Brandon respondeu com a costumeira calma a todas as perguntas, mas sem satisfazer a insistente senhora em nenhuma. Pouco depois, quando Elinor começou a preparar o chá, Marianne foi obrigada a aparecer. Depois que ela entrou na sala, o coronel tornou-se mais pensativo e silencioso do que antes e a sra. Jennings não conseguiu fazê-lo demorar-se por mais tempo. Nenhum outro visitante apareceu nessa noite e as damas concordaram por unanimidade em deitar-se cedo. Marianne acordou na manhã seguinte com o ânimo revigorado e com boas perspectivas. A decepção do dia anterior parecia esquecida na expectativa do que poderia acontecer nesse dia. Mal haviam terminado o café da manhã quando a caleche da sra. Palmer parou diante da porta e em poucos minutos ela entrou na sala, rindo. Demonstrou tanta alegria em ver todas as três recémchegadas, que era difícil dizer se ela sentia maior prazer por ver a mãe ou novamente as srtas. Dashwood; demonstrou enorme surpresa por vê-las na capital, apesar de ser um acontecimento

que já esperava havia algum tempo; mas também expressou grande mágoa, porque as jovens tinham aceitado o convite da mãe depois de haver recusado o dela, e ao mesmo tempo jurou que nunca as perdoaria se não tivessem vindo! - O sr. Palmer vai ficar tão contente em vê-las! - garantiu. - O que acham que ele disse quando soube que as senhoritas viriam com mamã? Agora esqueci o que foi, mas lembro que era muito engraçado! Depois de uma hora passada no que a mãe dela definia uma conversa confortável ou, em outras palavras, uma variação de interrogatório em relação a todos os conhecidos por parte da sra. Jennings, e de grandes risadas sem motivo por parte da sra. Palmer, que propôs às irmãs acompanharem-na às lojas em que precisava ir naquela manhã. Elinor e a sra. Jennings concordaram imediatamente, uma vez que também precisavam fazer algumas compras; em princípio, Marianne recusou-se a ir, mas acabou deixando-se convencer a acompanhá-las. Até o momento em que saíram, ela olhava para o relógio a todo instante. Especialmente na Bond-street, onde havia muitos escritórios, seus olhos mantinham-se atentos a tudo e a todos. Fosse qual fosse a loja em que o pequeno grupo entrava, sua mente permanecia longe de tudo que as rodeava, de todas as coisas que interessavam e ocupavam as outras. Inquieta e insatisfeita em todos os lugares a que iam, sua irmã não conseguiu a opinião dela sobre um artigo que hesitava em comprar, se bem que ele serviria para ambas. Marianne não sentia prazer em nada, estava impaciente em voltar para casa e tinha grande dificuldade em ocultar a irritação e o tédio da sra. Palmer, cujos olhos eram atraídos por tudo que era bonito, caro e novidade. A animada senhora queria comprar tudo, não conseguia se decidir por nada e mantinha-se o tempo todo empolgada e indecisa. A manhã já chegava ao fim quando voltaram para casa e nem bem haviam entrado, Marianne voou escada acima; Elinor a seguiu até a sala de estar para encontrá-la junto da mesa, tendo no rosto uma expressão triste que declarava que Willoughby não estivera ali. - Não chegou carta para mim, enquanto estivemos fora? - ela perguntou ao lacaio que entrou com os pacotes. Diante da resposta negativa, insistiu: - Tem certeza? Tem certeza de que nenhum criado, nenhum portador trouxe uma carta ou bilhete? O homem respondeu que nada chegara. - Que coisa mais esquisita! - disse Marianne em voz baixa e desapontada, enquanto se dirigia para a janela. "Esquisita mesmo", pensou Elinor, observando a irmã com inquietação. "Se Marianne não soubesse que Willoughby está na capital, não teria escrito para ele como fez. Teria escrito para Combe Magna. E se ele se encontra aqui, estranho não ter vindo e nem ter escrito! Oh, querida mãe! A senhora deve ter errado ao permitir um compromisso entre uma filha tão jovem e um homem tão pouco conhecido que se comporta de maneira duvidosa, misteriosa mesmo! Eu devia ter me informado, mas como poderia interferir? Depois de fazer algumas considerações, decidiu que se a situação continuasse com a mesma aparência desagradável que apresentava nesse momento, comunicaria à mãe a necessidade de uma séria investigação. A sra. Palmer e duas ladies mais velhas, amigas íntimas da sra. Jennings que ela convidara

no decorrer da manhã, jantaram com elas. As duas damas despediram-se logo depois do chá, porque tinham compromissos para a noite e Elinor viu-se obrigada a participar de um jogo de uíste' com as outras. Marianne, que não tinha utilidade alguma nessas ocasiões, pois jamais aprendera nem sequer um jogo de baralho, ficou com o tempo á sua disposição, porém a noite não ofereceu prazer algum a ela, como também não oferecia a Elinor, porque passou-a em ansiosa expectativa e na dor da decepção. De vez em quando dedicava alguns minutos a ler, mas logo colocava o livro de lado e voltava à mais interessante atividade de andar de um lado para outro da sala, parando de vez em quando para ir até a janela, na esperança de ouvir as tão esperadas batidas à porta. 


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