Razão e sensibilidade- Jane A...

By leh_almeida5

68.4K 3.6K 229

Originalmente publicado em 1811 sob o singelo pseudônimo 'A Lady', Razão e Sensibilidade começou a ser escrit... More

Prólogo
Volume I /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo sem título 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Volume II/Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Volume III /Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14

Capítulo 3

716 49 3
By leh_almeida5


Se bem que a sra. Jennings tivesse o hábito de passar uma boa parte do ano nas casas de filhos e de amigos, possuía uma casa que era apenas dela. Desde o falecimento do marído, que comerciara com sucesso em uma zona menos elegante da capital, ela passava todos os invernos na residência, que ficava em uma das ruas próximas da praça Portman. A proximidade de janeiro despertou na senhora lembranças que culminaram no desejo de ir para a sua casa. Assim, um dia, e abruptamente para elas, pediu que as srtas. Dashwood mais velhas lhe fizessem companhia na viagem. Sem reparar na mudança que se operou no semblante da irmã e no seu animado olhar, que demonstraram o grande interesse dela pelo convite, Elinor agradeceu e recusou-o definitivamente em nome de ambas, pois acreditava estar indo ao encontro do que Marianne também queria. O pretexto alegado foi a determinação que haviam tomado de não deixar a mãe sozinha nessa época do ano. A sra. Jennings recebeu a recusa com alguma surpresa e repetiu o convite imediatamente. - Oh, Senhor! Tenho certeza de que a senhora sua mãe pode perfeitamente dispor das senhoritas e vou implorar que me façam o favor de me conceder suas companhias, porque é algo que eu quero de todo coração. Não imaginem que podem me causar qualquer tipo de inconveniência, pois não estou me obrigando a nada que não faria se as senhoritas não fossem. Apenas mandaria Betty na frente com o coche e espero que concordem com isso. Nós três viajaremos muito bem em minha carruagem e, quando estivermos na capital, se as senhoritas não quiserem ir a algum lugar, eu irei, tranqüila e perfeitamente, enquanto poderão sair com uma das minhas filhas. Tenho certeza de que a senhora sua mãe não irá se opor a que me acompanhem, uma vez que tive a sorte de casar bem as minhas filhas, o que prova que sou uma pessoa a quem ela pode entregar as senhoritas com a maior confiança. E se eu não encaminhar uma das duas, pelo menos, a um bom casamento antes de voltarmos, a culpa não será minha. Posso informá-las a respeito de todos os jovens cavalheiros, tenham certeza disso.

- Eu acredito - observou sir John - que a srta. Marianne não se recusaria a viajar, se sua irmã mais velha quisesse ir. É muito triste, realmente, que ela não possa ter esse pequeno praZer só porque a srta. Dashwood não faz questão dele. Por isso aviso-as, sra. Jennings e srta. Marianne, que caso queiram ir para a capital quando estiverem cansadas de Barton, não digam nada a respeito para a srta. Dashwood! - Sim! - exclamou a sra. Jennings. - Eu ficarei espantosamente alegre se a srta. Marianne me acompanhar, quer a srta. Dashwood também vá ou não, apesar de que seria melhor e mais confortável para elas irem juntas. Caso uma delas ficasse aborrecida comigo, poderia conversar com a outra e as duas ririam das minhas esquisitices, quando eu não estivesse por perto. Mas uma ou outra, se não as duas, garanto que vou levar. Que o Senhor me abençoe! Com quem poderei bisbilhotar se for para lá sozinha, eu que estava acostumada a ter Charlotte a meu lado? Diga que vai comigo, srta. Marianne! Aperte minha mão, fechando nosso acordo, e se a srta. Dashwood mudar de idéia e for também, será muito melhor. - Muito obrigada, senhora. Agradeço-lhe sinceramente - disse Marianne com calor. - Seu convite merece minha gratidão eterna e me daria felicidade, quase a maior felicidade da minha vida, se eu pudesse ir, se pudesse aceitá-lo. Porém, minha mãe, minha queridíssima e bondosa mãe... Compreendo que a preocupação de Elinor é verdadeira, que se minha mãe venha a sentir-se menos feliz, menos tranqüila com a nossa ausência... Oh, não! Nada pode me tentar a deixá-la. O que não deve ser não merece esforços. A sra. Jennings repetiu que tinha certeza de que a sra. Dashwood poderia perfeitamente ficar sem elas. Então Elinor, que a essa altura já compreendera a irmã e via que, indiferente a quase tudo o mais, ela colocava em primeiro lugar a ansiedade em ver novamente Willoughby, não se opôs mais ao plano e simplesmente deixou que a decisão dependesse de sua mãe. Na verdade, Elinor não esperava nenhum apoio da sra. Dashwood para evitar aquela viagem que ela própria não aprovava por causa de Marianne e por seus motivos particulares. Como a mãe fazia até o impossível para atender Marianne em tudo que ela queria, não podia esperar que a senhora influenciasse a filha mais nova para ser cautelosa na orientação de um caso amoroso do qual Elinor não conseguira induzi-la nem sequer a desconfiar. Além disso, também não se atrevia a revelar o motivo da sua pouca vontade em ir para Londres. Marianne, impulsiva como era, provocada pelas maneiras nada finas da sra. Jennings que geralmente a ofendiam, poderia incorrer em todo tipo de inconveniências; seria, por exemplo, capaz de não prestar atenção o bastante para evitar ferir os outros com seus repentes de irritação quando em busca de um determinado objetivo. E a importância desse objetivo era tão determinante, tão poderosa que nem mesmo Elinor, com tudo que sabia da vida, estava preparada para testemunhar. Ao ser informada do convite, a sra. Dashwood persuadiu-se de que essa viagem seria muito divertida para suas filhas e ao perceber, apesar de toda terna atenção demonstrada pela indecisão de deixá-la, quanto era importante para Marianne, não admitiu que o convite fosse recusado por causa dela; insistiu que ambas o aceitassem imediatamente e começou, com seu habitual entusiasmo, a imaginar a quantidade de vantagens que todas elas teriam com essa separação. - Estou deliciada com esse plano! - entusiasmou-se a senhora. - Ele é exatamente tudo que eu

poderia desejar. Margaret e eu seremos tão beneficiadas por ele quanto vocês. Quando vocês e os Middleton tiverem ido embora, ficaremos aqui, sossegadas e felizes, com os nossos livros e a nossa música! Vocês encontrarão Margaret muito mais culta quando voltarem! Tenho também um pequeno plano para alterar os quartos de vocês, que agora poderei pôr em prática sem inconvenientes para ninguém. É claro que devem ir para a capital. Todas as jovens com as suas condições de vida precisam conhecer as maneiras e os divertimentos de Londres. Estarão sob os cuidados de uma mulher muito maternal que, não tenho dúvidas, será muito bondosa para com vocês. Com toda a certeza, irão encontrar seu irmão e, sejam quais tenham sido as faltas dele ou as faltas de sua esposa, como eu o considero meu filho, não posso aceitar que vocês se comportem como se fossem estranhos. - Apesar de que a senhora tenha desqualificado todos os impedimentos que lhe acorreram para esse esquema de viagem - ponderou Elinor -, devido à ansiedade em nos ver felizes, ainda existe um obstáculo que, na minha opinião, não pode ser removido com tanta facilidade. As esperanças de Marianne começaram a naufragar. - O que a minha prudente Elinor está querendo dizer? - perguntou a sra. Dashwood. - Que formidável obstáculo ela descobriu agora? Não me deixe perder uma só de suas palavras a respeito. - Minha objeção é esta: apesar de ter em alto conceito o bom coração da sra. Jennings, devo dizer que ela não é uma pessoa cuja companhia possa nos dar prazer ou cuja proteção possa nos ser importante. - Isso é uma verdade - assentiu a mãe -, mas dificilmente vocês ficarão em companhia dela sem que outras pessoas estejam presentes e, com certeza, irão aparecer em público acompanhadas mais por lady Middleton do que pela sra. Jennings. - Caso Elinor esteja assustada porque não gosta dela - esclareceu Marianne -, isso não impede que eu aceite o convite. Não tenho desses escrúpulos e sei que sou perfeitamente capaz de anular com pouco esforço qualquer inconveniente que possa surgir. Elinor não pôde deixar de sorrir diante da demonstração de tanta indiferença pelas maneiras reprováveis da sra. Jennings; vivia lutando com dificuldades para persuadir Marianne a tratá-la com tolerável gentileza. Resolveu então, consigo mesma, que se sua irmã persistisse em ir, ela iria também, porque não achava apropriado que Marianne fosse deixáda apenas sob a orientação de seu próprio modo de pensar ou que a sra. Jennings não pudesse ter, por causa de Marianne, o sossego confortável de horas passadas na tranqüilidade doméstica. Reconciliou-se consigo mesma por tomar essa decísão ao lembrar-se de que, segundo a informação de Lucy, o sr. Ferrars não estaria na capital antes de fevereiro; a temporada delas em Londres, com um providencial encurtamento, estaria encerrada antes disso. Eu gostaria que vocês duas fossem - insistiu a sra. Dashwood. - Essas objeções não têm sentido. Vocês irão divertir-se muito em Londres, principalmente se estiverem juntas. E se Elinor quisesse concordar em antecipar esse prazer, bastaria que vislumbrasse as várias fontes que irão proporcioná-lo. Por exemplo, você poderia ficar conhecendo a família da sua cunhada. Como sempre procurara uma oportunidade para tentar enfraquecer a insistência de sua mãe

no _relacionamento entre Edward e ela, Elinor resolveu aproveitar esse momento para que o choque da boa senhora fosse menor quando a verdade se revelasse. Se bem que sem muita esperança de obter sucesso, forçou-se a começar a cumprir seus desígnios dizendo, o mais calmamente que pôde: - Gosto muito de Edward Ferrars e sempre me agrada vê-lo, mas o restante da família dele me é indiferente e não muda nada para mim conhecê-la ou não. A sra. Dashwood sorriu e não fez comentários. Marianne fitou a irmã, espantada, e Elinor pensou se não teria sido melhor conter a língua. Depois de várias pequenas conversas, finalmente ficou estabelecido que o convite poderia ser aceito por completo. A sra. Jennings recebeu essa informação com grandes demonstrações de alegria e assegurando todo o tipo de cuidados e carinhos; isso era também um grande prazer para ela. Sir John ficou encantado; para um homem cuja ansiedade principal era causada pelo temor de ficar sozinho, a adição de mais dois habitantes em Londres era muito importante. Até mesmo lady Middleton deu-se ao trabalho de ficar deliciada, o que era algo muito difícil de acontecer com ela. Quanto ás srtas. Steele, principalmente Lucy, jamais haviam sido tão felizes em sua vida como no momento em que receberam essa notícia. Elinor constatou que se submetera a uma decisão que contrariava sua vontade com muito menos relutância do que esperava sentir. No que se referia a ela, tratava-se mais de indiferença sobre se iria ou não para a capital e não pôde deixar de ficar satisfeita com a causa e dificilmente se deixaria destruir pela conseqüêncía de sua determinação quando vira que a mãe gostara muito do plano, que a irmã vibrava de entusíasmo pelo olhar, pela voz e pelos gestos, demonstrando que voltara a sua animação natural e demonstrava muito mais alegria do que habitualmente. A alegria de Marianne estava quase um grau além da felicidade, tamanha era a perturbação que sentia e a impaciência de partir. A hesitação em separar-se da mãe era a única coisa que lhe devolvia a calma e, no momento da partida, o sofrimento que lhe causava deixar a boa senhora foi excessivo. A aflição de sua mãe não foi muito menor e Elinor era a única das três que parecia considerar a separação algo menos longo do que a eternidade. Elas partiram na primeira semana de janeiro. Os Middleton iriam uma semana depois. As srtas. Steele permaneceriam em Barton Park e só partiriam com a família .



Continue Reading

You'll Also Like

35.1K 4.1K 20
"você fez-me viciar em cigarros e rosas, e com o seu maço, queimou-me como uma rosa em resiliência."
4K 136 4
Fui na fazenda tentar te esquecer Ai vi uma vaca e lembrei de você Perna de pato Bico de pavão Se mexer no meu celular Eu arranco seu coração
2.8K 271 20
Osmar Campbell é o melhor detetive particular de uma cidade e recente ele contratou um assistente Murilo Couto para auxiliar nas investigações. Os do...
74K 13.1K 117
Rebecca Armstrong, é apaixonada por Hanna Marín, mas não sabe se a mesma tem os mesmos sentimentos, então Rebecca ver com a volta de sua melhor amiga...