HENRICO - Série:Homens da Máf...

By SuanyAnjos

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PLAGIO É CRIME. Violar direito autoral da pena de detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. art. 3º da Lei nº... More

Elenco
Prólogo
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Epílogo
QUADRO DE AVISOS III

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By SuanyAnjos


— Quais dos dois deixaram-na sozinha? — Henrico questionou encarando os seus dois soldados de joelhos no centro do galpão enquanto arremangava as mangas da camisa social usada por ele.

Nunca em sua mente passou que em uma semana tudo viraria de cabeça para baixo. Sequer imaginou que precisaria apagar um dos seus homens. Agora, ele tinha na sua frente dois ótimos soldados, ainda assim eles eram somente isso. Soldados.

— Desculpe, chefe, eu demorei a render o Brando — Evan respondeu sem demostrar medo, sempre o encarando como o homem ciente de suas atitudes que ele era.

— Brando? — Henrico se direcionou ao homem ao lado de Evan, o garoto não aparentava mais do que 24 anos e Henrico até entendia seus erros, mas no final, erros não eram permitidos naquele negócio.

— Saí um pouco mais cedo, chefe, sinto muito.

Henrico concordou com um aceno e caminhou em direção à pequena mesa localizada logo atrás dele. Pegou o copo com uísque e consumiu. Os olhos caíram sobre a quantidade absurda de armas, facas, alicates, chaves de fendas e outros aperitivos apreciados por ele para uma boa correção. Só estava em dúvida se a atitude dos seus homens exigia a morte como consequência ou uma simples correção.

Henrico estralou o pescoço e tornou a encará-los.

— Sabe — Henrico pegou um alicate e se aproximou dos soldados, analisando a ferramenta em suas mãos —, essa semana tem sido uma puta de uma semana ruim para mim. É uma desgraça e uma péssima novidade em cada esquina e isso tem me deixado louco — o mafioso relatou —, talvez nem um dos dois tenha realmente culpa, mas... — ele parou os observando e os dois o encaravam sem raiva, remorso ou medo nos olhos, eram homens corajosos — acontece que tudo se passou em uma péssima semana e eu estou com muita raiva. — Henrico parou na frente dos dois. — Mão — ele pediu e foi ouvido quando tanto Brando quanto Evan estenderam a mão na direção dele, então Henrico pegou primeiro a mão do Brando e posicionou o dedo mindinho dentro do alicate. — Fique ciente de uma coisa, Brando, quando eu ordenar que você cuide de alguém ou de alguma coisa, você fica até o final, até que seja ordenado a sair ou até que alguém o renda nessa função.

O garoto concordou com um aceno de cabeça e Henrico não se surpreendeu que ele o encarasse. Sem pensar duas vezes, Henrico apertou o alicate contra o dedo do soldado, ouviu o som do osso quebrando e o grito de Brando que eclodiu pelo galpão. As lágrimas caiam no rosto do garoto quando ele se jogou de bruços no chão. Sangue escorria do buraco o qual existia um dedo antes, sem remorso Henrico jogou o dedo no chão pisando em cima, o esmagando, destruindo qualquer chance implante.

Henrico segurou a mão de Evan, e o observou por alguns segundos. Ele não tremia, não suava e nem tentou fugir, mesmo vendo que Brando gemia de dor ao lado dele.

— E você — o mafioso apontou o dedo para o rosto dele —, nunca mais se atrase nas missões que eu o mandar fazer.

— Senhor. — Evan usou um tom de respeito e de concordância com o mafioso.

Assim como fez com Brando, Henrico apertou o alicate contra o dedo mindinho do soldado, ouvindo-o gemer, só que diferente de Brando, Evan não gritou, ele somente gemeu e ficou tão vermelho que Henrico esperou que ele desmaiasse por segurar o fôlego, mas não aconteceu. Evan se manteve de joelhos, com o sangue escorrendo do buraco do dedo. O mafioso se abaixou e segurou o rosto dele com as duas mãos.

— Não me decepcione mais, Evan.

Dessa vez ele não falou nada. Henrico abriu a mão livre do rapaz e colocou na palma da mão dele o dedo.

— A você, eu dou a chance de reimplantar seu dedo. — Henrico beijou o soldado na testa, depositando leves tapinhas contra as costas dele e ficou de pé. — Levem os dois ao hospital.

O mafioso jogou o alicate sobre a mesa vendo o sangue espirrar, pegou a garrafa de uísque e seguiu o seu caminho.

Catalyn necessitava dos seus cuidados.

oOo

Catalyn secou os cabelos com a toalha felpuda e os enrolou, logo em seguida sentou na beira da imensa cama localizada no centro do quarto do mafioso Henrico Velásquez. Após deixar a clínica, Lincoln a levou até o apartamento do mafioso e a deixou lá, com as ordens de que deveria tomar um banho e esperar. Esperou quase trinta minutos, antes de resolver tomar um banho. Agora lá estava ela, enrolada em um roupão, sentada na cama esperando. O que esperava não sabia ao certo.

O barulho da maçaneta da porta chamou atenção de Cat e Henrico apareceu. Com as mangas da camisa dobradas até os cotovelos, sem o paletó e uma expressão cansada.

— Você tomou banho.

Ela o viu sentar ao seu lado. Sabia que depois da outra manhã em seu próprio apartamento, manhã que ela dividiu o chuveiro com o mafioso e deixou claro, com um beijo, que o queria perto, não deveria se sentir tão estranha ao lado dele, mas era impossível. Henrico ainda era um desconhecido e seria loucura demais falar o contrário.

— Obrigada por me deixar ficar no seu apartamento. — Catalyn sentiu uma pequena ardência no corte do queixo ao falar.

— Sobre isso, você não precisa agradecer. Sinto muito pelo que aconteceu.

— Foi um assalto, Henrico. Isso acontece o tempo todo.

— O que eles levaram?

— Algumas gorjetas que consegui — ela respondeu sem realmente encará-lo. Henrico não a conhecia e nunca saberia quando ela mentia ou falava a verdade. — Se você me arrumar uma roupa e alguém para me levar em casa, eu o deixarei sozinho para aproveitar o resto da sua noite.

Catalyn se assustou quando Henrico se aproximou, havia um brilho diferente no olhar aquela noite, por não o conhecer, não sabia do que se tratava o tal olhar compenetrado.

— Pretendo aproveitar o resto da minha noite ao seu lado, ainda mais depois dessa semana insana que tive, mas se é da sua vontade ir embora, respeitarei a sua decisão.

Catalyn o viu ficar de pé e seguir em direção ao banheiro, já abrindo os botões da camisa. Ele entrou no cômodo e fechou a porta a deixando sozinha.

E lá estava o mafioso a deixando escolher de novo. Ir embora ou ficar, e Catalyn sabia que toda vez que ficava, Henrico deixava ainda mais marcas no seu interior.

Respirou fundo e se jogou de volta à cama, dessa vez ela não sentou, e sim deitou encarando o teto branco do imenso quarto. Não podia ouvir a água caindo no box, devido à porta fechada, mas ela esperou, não soube quanto tempo esperou, mas quando ouviu a porta do banheiro abrir novamente teve quase certeza que por pouco pegaria no sono. Sentiu quando o colchão cedeu com o peso do mafioso deitando ao lado. Catalyn se remexeu um pouco para dar espaço a ele, por mais que não fosse necessário, pois a cama era enorme.

Henrico a encarou, sério, calado, contido, mas manteve o olhar sobre ela. Catalyn se virou, ficando de frente para ele e mais uma vez analisando cada detalhe daquele rosto másculo, cheio de rugas de expressões e preocupações.

— Você ficou. — Ele finalmente quebrou o silêncio.

— E mais uma vez não sei onde isso nos levará, mas eu fiquei. — Catalyn esticou o dedo e tocou o contorno do nariz do mafioso. — Você é americano?

Ele sorriu.

— Não — respondeu se aproximando mais, e ela se deixou levar quando ele a pegou pela cintura, puxando-a mais de encontro a ele. — Sou italiano, mas desde que me entendo por gente vivo nos Estados Unidos, então posso dizer que sou americano.

— Então isso explica o fato de você ter traços diferentes. Você é europeu.

Henrico concordou com ela.

— Você é americana?

— Você não sabe mesmo a resposta para essa pergunta?

— Eu sei, mas estamos estabelecendo uma conexão aqui.

— E isso é o grande problema.

Silêncio. Catalyn entendeu que toda vez que algo não agradava o mafioso, ele se calava, pelo menos com ela.

— Farei uma proposta a você.

— Tenho medo de suas propostas. — Pela primeira vez naquela noite Catalyn sorriu. — A sua primeira proposta me trouxe até a sua cama.

— Parabéns para mim — ele brincou —, mas falando sério, que tal você não se preocupar com o futuro? Que tal só aproveitarmos o momento e o fato de que nos curtimos e que quero cuidar de você.

— Por quê?

— Por que quero cuidar de você?

Catalyn concordou com um aceno de cabeça.

— Porque sei que você precisa de cuidados e não me importo em fazer isso.

— Como um ato de caridade? — Catalyn não estava o acusando, mas essas foram as palavras de Collin ao deixá-la.

— Ato de caridade? De onde você tirou isso?

Catalyn o sentiu mais rígido.

— Collin disse isso no dia que terminamos, que eu era um ato de caridade.

— Você acredita que estou fazendo o mesmo com você? — Um lampejo de raiva passou pelos olhos do mafioso e Catalyn entendeu que Velásquez estava furioso. — Não me leve a mal, Sheridan, mas eu não preciso fazer ato de caridade com nenhuma mulher. Existem milhares de mulheres no mundo e eu não perderia o meu tempo com você só porque a achei digna de pena. Estou deitado, nessa merda de cama ao seu lado, porque eu quero, e cuido de você, porque eu quero, mas se para você eu estou agindo por pena, talvez seja melhor que você...

Catalyn o calou com um beijo.

Não se conheceu quando subiu por cima do corpo do mafioso. A toalha enrolada na cintura de Henrico era a única peça que os separava, estava nua, nada por baixo do roupão. Ela se afastou o encarando e bem devagar levou a mão sobre o nó do roupão, retirando a peça lentamente e expondo o corpo nu para o criminoso. Henrico passou a língua pelos lábios, como se nunca tivesse visto ela assim, nua. Olhou-a como se fosse tudo novidade e com expectativa no olhar. Catalyn sensualizou ao tirar o roupão, mostrando os ombros, depois os seios e por fim se livrou por completo da peça. Ela fechou os olhos, pendendo a cabeça para trás quando Henrico agarrou os seios dela com vontade os apertando.

Naquele momento Catalyn decidiu que não faria mais perguntas e muito menos se preocuparia com o futuro, viveria, dia após dia, e esperaria o tão fatídico dia em que Henrico Velásquez destruiria o seu coração.

oOo

Velásquez analisou com cuidado os papéis em sua mão, os relatórios do novo carregamento de drogas recém-chegado nas docas da cidade. Observava seus soldados descarregando o navio e conduzindo a carga preciosa para dentro do galpão pertencente a ele. Era uma nova droga que chegava da América do Sul diretamente para a cidade de Roadland, o berço do crime e Henrico queria ser o primeiro a distribuir aquele brinquedo.

— Falta mais alguma coisa, Keller? — Henrico questionou ao seu capo, o qual tinha essa responsabilidade de tratar dos pequenos negócios da família.

— Não, senhor. Isso foi tudo por hoje.

— Faça mais uma vez a contabilidade das cargas e distribua ainda hoje.

— Sim, senhor.

Henrico entregou nas mãos dele os papéis e seguiu em direção ao carro que o esperava.

— Colton ligou — seu subchefe avisou assim que ele se aproximou do automóvel.

— Que não sejam corpos dessa vez.

— Ele pediu a sua presença em um resort no Caribe.

— Ele pediu o quê? — Henrico entrou no Sedan e esperou que Lincoln fizesse o mesmo.

— Algo relacionado ao casamento dele com a Senhorita Hine.

Henrico ficou sem palavras. Colton faria isso mesmo? Rex Colton se casaria? O quão louco ele estava?

— Confirmo a nossa presença? Ele conta com você para estar lá.

— Colton está perdido. Confirme a nossa presença.

— E a Senhorita Sheridan?

— O que tem ela? — Henrico encarou o seu subchefe com confusão.

— Confirmo a presença dela?

— Ela foi convidada?

Lincoln respondeu com um aceno negativo. Henrico já sabia a resposta, visto que ninguém sabia da existência dela em sua vida, mas era sempre bom jogar.

— Então, não tem porque você confirmar a presença dela.

O mafioso recolocou os óculos escuros e pegou o celular ficando em silêncio o resto da viagem de volta à cidade.

ALGUNS DIAS DEPOIS

Catalyn riscou mais um anúncio de emprego no jornal, a jornada para encontrar um novo trabalho estava mais difícil que nunca, rejeitada em mais vagas do que imaginava. Nunca pensou que o fato de só ter o ensino médio sem cursos adicionais e sua experiência em fazer hambúrguer e no caixa fossem poucas coisas para conseguir um emprego melhor.

Essa é a sua vida, Cat.

A mulher jogou o jornal no chão do apartamento e afundou o rosto contra a pequena almofada se segurando para não chorar, mas foi impossível de conter as lágrimas de solidão, o pior de tudo era que estava com saudade do Henrico. Ele sempre aparecia nos melhores momentos para alegrar seu dia, desde que aceitou viver o momento, mas ele estava viajando e não tinha notícias já fazia alguns dias e nem mesmo criou coragem de mandar mensagens e Henrico não se incomodou em fazer o mesmo.

Claro que ele não se incomodou, ele não quer relacionamento de verdade.

A mente dela relembrou. No fundo ela sabia que Henrico não queria um relacionamento verdadeiro, era somente desejo que os dois sentiam. Ficou de pé, seguindo em direção à cozinha e pegou o pote de sorvete dentro do congelador, colocou um pouco de calda e voltou a se sentar no sofá. Com raiva, comeu generosas colheres de sorvete e a intenção era comer só um pouco, mas alguns minutos depois o pote estava vazio e Catalyn se sentiu pior ainda. Acomodou-se melhor sobre o sofá, ainda se culpando por comer todo o sorvete, e pegou no sono.

Socou o ar quando sentiu dedos tocando a sua pele, para seu assombro, ou alegria, Henrico segurou os pulsos dela no ar alguns centímetros de distância do rosto.

— Para uma mulher adormecida você é realmente perigosa, gatinha.

E lá estava ele, lindo, sorrindo, de calça jeans e camisa de gola v preta e uma botina. Nada formal, diferente de tudo que já havia visto antes, mas ainda assim, perfeito. A vontade que sentiu foi de pular sobre o corpo dele, mas se conteve.

— Como você entrou no meu apartamento?

Ele piscou e Catalyn sabia que Henrico não a responderia.

— Como você passou a sua semana? — ele perguntou.

— Frustrada. Ninguém quer me aceitar como funcionária e isso está me frustrando. As minhas contas vencerão e não terei como pagar.

— Não se preocupe com isso, não precisa se frustrar também.

— Agora você pagará as minhas contas também?

— Se for preciso — ele respondeu com segurança —, mas eu sei que você arranjará um emprego rapidinho, você é inteligente.

— Eu só sei fazer hambúrguer e apertar botões na caixa operadora.

— Ainda assim você sabe fazer algo — ele a incentivou.

— Como foi a sua viagem? — Foi a vez de Catalyn perguntar.

— Foi boa.

Ela percebeu que foi boa, ele estava com um bronze diferente, mas não ressaltaria isso. Observou Henrico ficar de pé pegando o pote vazio do sorvete e seguir para a cozinha. Virou-se sobre o sofá e o notou mexer na sua geladeira e nos armários procurando algo para preparar. Vê-lo ali, sem terno, um pouco mais informal a fez sorrir. Cada vez menos Henrico parecia certo ao contexto da sua vida e apartamento e cada vez mais o sentia impregnado em sua pele.

Os dois passaram o resto da tarde e o começo da noite juntos. Henrico preparou comida, assistiram a um filme que passava na TV aberta, trocaram alguns beijos e carícias, mas não passaram disso. Quando o relógio marcou oito horas da noite Henrico a deixou com a desculpa de que precisava trabalhar, mas que retornaria em breve.

Quando o mafioso saiu, correu em direção à janela e o viu entrar no carro. Ela sorriu e andou em direção ao banheiro. Tinha planos para aquela noite, e esse plano consistia em surpreender Henrico Velásquez.

oOo

— Entre em contato com o Colton, Lincoln. Preciso falar com ele — Henrico ordenou antes de entrar no seu apartamento e ir até o quarto.

Enquanto Lincoln cumpria suas ordens, o mafioso tomou um banho rápido, pegou um dos seus ternos, arrumou-se e saiu cerca de uma hora depois. Durante seu banho, ele se lembrou de que ao chegar do Caribe seguiu direto para o apartamento da Catalyn. Ela contou sobre seus dias, mas na verdade ele já sabia de tudo, porque Evan e Brando reportaram tudo a ele enquanto esteve nas ilhas caribenhas para o casamento milionário de Rex Colton. Não queria, mas sentiu falta dela e quando a viu deitada sobre o sofá com uma expressão tão cansada, ele sabia que precisaria entrar em ação de novo. Saiu de seus devaneios quando Lincoln retornou o surpreendendo com o celular estendido em sua direção.

— Colton na linha.

— Colton, desculpe interromper a sua lua de mel, mas preciso de uma ajuda.

Estou ouvindo. — Rex Colton parecia cansado e Henrico sorriu.

— Será que a sua esposa não arrumaria um emprego para a minha... uma conhecida minha?

Me envie as informações da sua amiga e documentações que falo com a Alix e retorno a ligação o mais breve possível.

— Grato, Colton. Agora aproveite sua lua de mel — Henrico finalizou a ligação e entregou o celular ao seu subchefe saindo logo em seguida.

Os dois entraram no carro que os esperava no estacionamento do prédio e seguiram para Mystique. Tudo o que ele mais queria era passar a noite ao lado de Catalyn, conversando, mas o dever o chamava.

Alguns minutos depois, Henrico entrou pela porta da frente da boate, com a sua grande comitiva de seguranças o cercando. Os clientes na pista de dança se afastavam conforme passava. A intenção não era intimidá-los, mas era sempre bom que soubessem quem mandava e proporcionava suas diversões. Henrico enxergou os seus agregados vendendo as mais novas sensações do momento, algumas pessoas já pareciam completamente afetadas pela nova droga, não deveria sorrir, mas ele sorriu. Era o seu mundo, não seria hipócrita em dizer que não o agradava o fato de vender drogas.

O mafioso seguiu com sua comitiva para a parte de trás da boate e em seguida até o seu escritório, não foi surpresa para ele ver Sky sentada, sobre a sua mesa, trajando um microvestido, um copo de uísque nas mãos e um olhar de amargura. A sua gerente estava afastada das atividades já fazia alguns dias e Henrico entendia que era um caos tudo o que ela vivia.

— Quem a deixou entrar? Dei ordens para que isso não acontecesse.

— Não comece a surtar, Henrico, eu menti para os seguranças. Ninguém teve culpa de nada.

— Então, você pode tirar esse rabo da minha mesa e sair. Não a quero aqui — ele respondeu com desprezo contornando a mesa e se servindo com um pouco de bebida.

Henrico cuidou o exato momento que Sky desceu da mesa e o encarou com os olhos cheios de lágrimas.

— O que você está fazendo comigo é errado! Você nem mesmo quis me escutar, saber os meus motivos.

— Sua raiva foi o seu combustível para me trair, e você melhor do que ninguém sabe como trato com traidores, contudo, eu fiz uma promessa ao meu pai e você só não está sob sete palmos nesse momento por causa dessa promessa.

— Eu sei que eu errei! — E lá estava ela chorando, tentando o seu melhor para convencê-lo. — Mas precisei de dinheiro e eu só queria chamar a sua atenção.

— Desde quando você precisa de dinheiro, Sky? Você recebe pelo seu serviço na Sense e como se isso não fosse o bastante, toda vez que eu a vejo lhe dou algum dinheiro. Você nunca precisou me trair.

— É verdade. — Ela se aproximou, e Henrico se afastou, caminhando até o sofá e sentando. — Nunca precisei de dinheiro, mas sempre precisei de você. Acontece que você não enxerga isso.

Henrico a analisou com cuidado, não sabia até que ponto as palavras eram verdadeiras e até que ponto tudo não passava de uma cena.

— Eu enxergo, Sky, eu só não a quero na minha vida.

— Mas a loira sem sal você quer!

Henrico inclinou o queixo em indagação. Como Sky sabia da presença de Catalyn em sua vida?

— De quem você está falando?

— Você sabe de quem eu estou falando.

Sim, ele sabia, só não entendia como Sky chegou até Catalyn se ele a escondia muito bem.

— O que você tem aprontado nesses dias longe do serviço, Sky? Não me faça pensar que você colocou alguém para me seguir ou que você está armando alguma emboscada.

— Eu nunca faria isso, Henrico.

O mafioso desceu o olhar quando Sky se ajoelhou na frente dele, apoiando as mãos no joelho e aproveitando para acariciá-lo. O enorme decote do vestido usado por ela fez com que os seios quase saltassem para fora. Henrico os encarou e Sky sorriu.

— Viu como você me deseja. — A mulher começou uma dança sensual, empurrando os seios contra as coxas do mafioso.

Henrico levou o copo à boca e apreciou o show.

— Eu não a desejo — ele respondeu ainda encarando a dança sensual. — Eu só acho os seus seios muito bonitos. — O radiocomunicador tocou sobre a mesa e Henrico sabia que havia algum problema na entrada da boate, ele direcionou um olhar para Lincoln que saiu, deixando-os sozinhos.

— Isso é desejo — Sky respondeu sentando sobre o colo dele e recebendo a atenção do mafioso. As pernas abertas, uma de cada lado. — Não me afaste, Henrico, tudo o que sei dessa vida está nessa máfia e na sua família que me acolheu. Não me puna a esse ponto.

Henrico não se mexeu quando Sky roçou os lábios de encontro aos dele, aproveitando para passar a língua.

— Será a sua última chance, Sky. — Henrico segurou o queixo dela com força, apertando, apreciando a expressão de dor que surgiu nas feições da mulher. — Se você pensar em me fazer de trouxa novamente, eu mato você. Me entendeu?

Ela concordou com um aceno de cabeça.

Henrico a soltou e Sky enrolou os braços em volta do pescoço dele, se aproximando, se roçando contra ele.

— Acontece que você já deixou marcas em mim que não consigo me livrar — ela sussurrou sobre a boca do mafioso e sorriu.

Desceu de encontro ao pescoço para beijá-lo e os olhos do criminoso pararam sobre a figura da Catalyn, parada à porta do seu escritório, mirando-o com um brilho triste nos olhos. Ele não a viu chegar, mas a viu sair, viu quando a mulher bateu a porta com força e fugiu.

— Merda. — Henrico deu um salto, lançando Sky para longe. — Vá embora, Sky.

Ainda sob os protestos de Sky, Henrico saiu correndo atrás de Catalyn.


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