Eu estava vivendo duas vidas. Em uma, eu ia para a faculdade e aprendia sobre a importância de amigos falsos e bebidas energéticas; na outra, eu discutia a raridade da vida e da companhia enquanto admirava Paris e o garoto alto que sentava embaixo dela.
Nós passaríamos todas as terças, quartas e sextas-feiras juntos. Nós discutiríamos tópicos da faculdade e do trabalho (ele trabalhava no turno da noite em um restaurante francês). Ele poderia expressar esse maravilhoso sorriso enquanto me contava sobre todos seus sonhos e eu sentiria esse desejo irresistível de agarrar as estrelas e me balançar pendurado nelas.
Eu contei para ele que em uma vida diferente eu gostaria de ser um jogador de futebol, porque jogadores de futebol têm (1) mente perfeitamente sana e (100000000000000) libras. Ele me disse que se pudesse ser qualquer coisa, ele seria um cantor - e, a partir daquele momento em diante, eu imaginei o quão perfeito seria ouvir sua voz acompanhada de um violão em um palco.
Na segunda semana, aprendi que seu nome era Harry. Eu gosto do nome Harry porque tem (5) letras e poderia ser facilmente emparelhado com o meu. Harry e Louis tinha uma boa sonoridade.
Porém, eu sempre me sentia meio triste. Afinal, se pessoas fossem o que elas bebem, ele seria um brilhante copo de chá verde e eu seria uma pequena xícara de um terrível café (queimado).
Quanto tempo levaria até ele ficar entediado da nossa obra-prima e copos de baixa qualidade? Até ele parar de pensar que o jeito como eu havia memorizado quantos ladrilhos tinham no chão era incrível, mas um pouco estranho?
Afinal de contas, se pessoas fossem lugares, ele seria Paris e eu seria a cafeteria da Rua Três com a McKinley.
Eu gostaria de pensar que todo mundo conseguia andar na superfície de Paris, mas apenas alguém (duas vezes) mais corajoso e (quatro vezes mais) estúpido passearia embaixo dela.
E eu nunca havia me sentido tão feliz por ser estupidamente corajoso.