A Prostituta

By SAPATONEZ

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Camila Cabello se envolveu com pessoas sujas em uma inocente tentativa de ganhar dinheiro, no meio disso acab... More

Prólogo
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI

I

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By SAPATONEZ

Pov's Camila

Minha irmã chorava pois tinha fome, minha mãe chorava pois só receberia o pouco dinheiro que ganhava trabalhando com costura dali há 3 dias, eu não aguentava mais isso, peguei minha mochila cheia de roupas e disse à minha mãe que iria pra escola.
Sozinha eu estava num galpão abandonado, olhei em volta e o endereço dado não parecia um lugar apropriado para um teste de modelo, uma mão com um pano cobriu minha boca e meu nariz, então apaguei.

Não sei quanto tempo depois, acordei meio zonza em um quarto meio bagunçado, haviam várias camas mas eu estava sozinha. Eu escutava uma música alta, parecia que vinha de um andar abaixo do que eu estava. Já não vestia a mesma roupa que saí de casa, e sim um short jeans tão apertado que chegava a me dar cólica e uma blusinha à cima do umbigo.

-Mas que merda é essa? -Eu me perguntei enquanto desabotoava um botão do short para ficar mais confortável

Andei até a janela e vi que estava em um tipo de prédio, deveria ter três ou quatro andares, sei que eu estava no último.

Olhei em volta, tinha 4 camas naquele quarto, cada uma com uma escrivaninha ao lado, haviam fotos, garrafas d'água e algumas bijuterias. Só a minha que estava vazia.

-Socorro! -Eu gritei- Socorro!

Então o homem que me fez a proposta para ser modelo entrou no quarto

-A porta não está trancada, cale a boca. -Ele disse

-Onde eu estou? Eu quero ir embora. -Eu disse

-Num bordel e você não vai embora.

-Eu vou sim, vou ligar pra polícia se você não deixar. -Eu disse

-Eu conheço sua família, sei que a situação dela no momento é passando fome. 40% de todo dinheiro que você ganhar lá em baixo, é seu. Com o tempo eu deixo você voltar e ajudar sua família...

-Eu não vou vender meu corpo. -Eu disse com o ódio estampado em cada palavra

-Você tem duas opções, aceitar minha proposta amigável, ou fugir, fugir e nunca mais ver sua família. Pois além de você não saber onde está, eu daria um jeito de matar sua família e, quem sabe.... até você.

-Se eu fugir e chamar a polícia, você vai preso.

-Todas as meninas que trabalham aqui estavam na mesma situação que você, umas fugiram, pobrezinhas... ficaram sem família, sem ter pra onde ir, então voltaram. -Ele disse- E olha que uma até na delegacia, mas nossos documentos de aceitação que obrigamos vocês à assinar são reais, então vocês não tem oque manipular. -ele disse ficando por trás de mim- E então? Prefere tentar fugir, e receber a noticia da morte da sua família, ou ficar?

-Você me da nojo. -Eu disse

-Ótimo, você começa essa noite. Vou te dar a tarde inteira pra se preparar psicologicamente. -Ele disse saindo, então deitei na cama e chorei.

Logo ouvi o barulho da porta e três moças entraram.

-Oi. -Uma loira alta disse

-Oi... -Eu respondi, ainda meio intimidada

-Calma, aqui não é penitenciária feminina. Não precisa ter medo, somos todas amigas. -Ela disse- Meu nome é Dinah, e o seu?

-Camila...

-Sophia. -Outra moça disse

-Becky. -Uma outra disse com antipatia depois de me medir

-Vocês não teriam um short maior? Mal consigo respirar com esse. -Eu disse e Dinah riu.

-Becky deve usar o mesmo número que você, empresta um pra ela? -Dinah disse

-Não. -Becky falou

-Para de graça. -Dinah disse

-Eu comprei todas as minhas roupas, ela que arranje dinheiro e compre as dela. -Ela disse

-Olha, eu sou magrela mas acho que uso o mesmo número que você... posso te emprestar alguma coisa -Sophia disse

-Obrigada. -Eu disse quando Sophia me entregou outro short, pouco mais comprido que o outro e bem mais confortável.

-Não tem como sair daqui? -Perguntei

-Não, e eu senti isso na pele. Tentei fugir e acabei quase morta. -Becky disse, ainda com o jeito ignorante

-Teve uma amiga minha que ficava ai na sua cama, ela também tentou, mas não teve a mesma sorte da Becky. -Dinah disse

-Eu tenho medo das ameaças, então nunca tentei fugir. -Sophia falou se sentando do meu lado.

-É, eu acho que vou fazer o mesmo que você. -Eu disse concordando com Sophia

-Bom, vou descansar pois hoje tem leilão. -Becky disse

-Leilão? -Perguntei

-Becky! -Sophia gritou

-É, não sabia? Quando chega uma virgem, ele leiloa sua virgindade. -Ela disse na maior frieza e então eu me assustei

-Não é bem assim... -Dinah disse percebendo minha reação

-É, é sim. -Eu disse chorando

-Já vi que essa semana não vou dormir direito. Para de chorar, que inferno. -Becky disse

-Como se você não tivesse chorado quando chegou aqui. -Sophia disse

-Chorei uma única vez, e depois aceitei a realidade.

-Mas chorou! -Dinah disse

As horas foram passando, as meninas desceram e falaram que se eu não fosse por vontade própria, seria levada de um modo bem violento. Então decidi descer depois de Dinah e Becky, fui com Sophia.

-Eu tenho uma dica... -Sophia disse

-O quê? -Eu perguntei

-Fica com essa cara de choro, de desgosto. E se alguém levar você pro quarto, você fica dura feito uma pedra. Os homens acabam desistindo de nos levar pra cama por causa disso. Mas você não vai poder fazer isso pra sempre, pois um dia o Jonathan descobre e então nos damos mal.

-Jonathan? -Eu perguntei

-O Homem que te trouxe aqui. E não se arrumar, não se maquear e usar roupas feias também ajuda à evitar os homens. -Sophia disse

-Isso funciona com você? -Perguntei

-Não muito... Infelizmente eu costumo chamar a atenção. -Sophia disse, realmente ela era linda, o cabelo ruivo num tom bem avermelhado, os olhos azuis, a pele lisa, tinha um corpo bonito. Eu pegaria ela se eu fosse lésbica.

-Creio que não será muito diferente pra você, você é linda. E seu cabelo, vai ser o principal atrativo. Ou então sua bunda. -Ela disse e eu corei- Não liga, somos diretas assim mesmo.

-É... percebi.

-Vamos? Já estamos demorando de mais! -Sophia disse.

-Vamos....

Eu disse desanimada e nós fomos, entramos no elevador com mais duas moças que deviam estar em outro quarto naquele mesmo andar, Sophia cumprimentou elas e eu apenas sorri.

Quando chegamos, o olhar de Jonathan foi direto pra mim, então ele caminhou em minha direção.

-Vocês podiam ter dado un trato nela, em. -Ele disse percebendo que eu estava com a cara lavada e a mesma roupa de antes.

-Sou garota de programa, não personal stylist e muito menos babá. -Sophia disse piscando pra mim e indo embora, mas ele segurou seu braço

-Essas suas grosserias comigo tem que parar, ou senão... já sabe. -Ele disse

Não entendi direito do que se tratava essa ameaça, mas sabia que Sophia e Dinah estavam fazendo o possível pra me ajudar.

Jonathan me puxou pelo braço até uns degraus mais altos do salão, e chamou a atenção das pessoas.

-Meus queridos clientes, um minuto aqui. Temos essa novata aqui, quanto vocês dariam por ela? -Ele perguntou Ainda me segurando

-Mil dólares. -Um rapaz disse

-Mil? Só mil por isso tudo? -Ele disse me virando de costas para as pessoas

-Cinco mil. -Um homem disse, não sabia como era sua aparência pois eu estava de costas

-Quinze mil. -Outro disse

-Dezesseis mil. -Aparentemente o mesmo da segunda proposta disse

Eu estava indignada, estava sendo leiloada por homens deploráveis. Eu estava chorando novamente, ele apertou meu pulso fortemente quando viu, deixando minha mão numa cor próxima de roxa.

-Ah, perdão cavalheiros... -"cavalheiros " todos ali estavam longe disso- Esqueci de um detalhe. Ela é inteiramente virgem. -Jonathan disse e no mesmo instante a proposta foi para 30 mil

Então entendi porque as meninas não se importavam mais por serem prostitutas, eu estava ali, apenas sendo leiloada, nem oficialmente "vendida" e já estava me sentindo um lixo, depois então não sei como reagiria.

Ele me virou e a cara sarcástica de cada pessoa naquele lugar me dava nojo.

-30 Mil ninguém dá mais?

-50 Mil. -Um homem de uns 50 e poucos anos gritou, vi Jonathan sorrir.

-É toda sua. -Ele disse me empurrando para o homem

-Me solta. -Eu disse enquanto ele segurava fortemente meu braço.

Me levou até um balcão onde assinou um cheque e deu para Jonathan.

Fomos pra um dos quartos do andar de cima, eu até fiz oque a Sophia me disse mas não adiantou de muita coisa, ele quis transar comigo de qualquer forma, e minha primeira vez foi tudo que eu sempre quis esquecer, mas três anos se passaram e ela continua fresca na minha mente.

Daquele dia eu arrecadei 10 mil reais, não foi 40% do que eu ganhei como o combinado, eu pedi para ele fazer dois cheques de 5 mil, um eu enviei pra minha mãe junto com uma carta;

"Oi mãe, aqui é a Mila... Desculpa ter sumido sem mais nem menos, é que eu precisava te ajudar de alguma forma, então vim trabalhar como modelo, estou fazendo um desfile em Páris, ainda não ganho tão bem quanto essas modelos famosas mas esse cheque da pra ajudar você por um tempo, use-o, por favor. Não fique com essa sua frescurite de "não posso aceitar". Eu te amo muito e estou com saudades, em breve poderei te ver. Fala pra Sofi que eu amo muito ela e que quando voltar vou comprar aquela boneca linda que ela sempre quis! Fica com Deus.

Com todo meu amor, Camila ❤"

A carta foi entregue à minha mãe sem remetente, na verdade eu nunca soube se ela recebeu, eu espero que sim, pois todo mês eu mando uma carta e uma quantia em dinheiro, nem sempre da pra ser uma quantia alta, mas creio que minha mãe não esteja mais passando fome.

Eu acabei me acostumando com essa vida, aprendi a fingir um sorriso sedutor e até mesmo um orgasmo, assim eu ganharia mais. Na verdade eu nunca tinha sentido prazer, tinha nojo de cada uma das pessoas que pagaram pra transar comigo. Acabei virando uma das garotas mais solicitadas daquele lugar, essa minha fama me dava medo. Medo que isso chegasse aos ouvidos da minha mãe, nós havíamos ido pra Las vegas, eu percebi pelo sotaque diferente das pessoas de lá, mas com o passar dos dias as meninas me contaram.

Eu comprei roupas diferentes, nada muito bonito, só o basico. Algumas calças coladas, umas t-shirts, blusinhas curtas, shorts e blusas de frio. Eu tinha adquirido o estilo que eu mais abominava na adolescência, o típico estilo "periguete", dei risada ao pensar oque minha amiga da escola, Diana iria pensar ao me ver, ela que fazia o estilo rockstar também odiava roupas assim. Por um momento lembrei dos meus momentos com ela e quis escrever, mas talvez fosse melhor se ela não soubesse nada, do jeito que ela é, seria capaz de colocar o FBI atrás de mim.

Estava perdida nos meus pensamentos quando Dinah me tirou deles

-Camila! Camila! -Dinah disse

-Que foi? -Perguntei

-Tem cliente ai perguntando por você. -Sophia disse

-Aff, em plena tarde de domingo? -Eu disse me levantando da cama

-Não é um simples cliente. -Dinah disse

-Como assim?

-É uma cliente. -Dinah disse

-Muito gata por sinal. -Sophia disse

-Uma mulher? -Perguntei

Nesses três anos, nenhuma mulher havia me procurado antes.

-Sophia tem razão, muito linda ela. -Dinah disse

-Mais essa não, eu não sou lésbica. -Eu disse

-Olha, pra quem transa com um velho acabado, transar com ela chega até a ser uma recompensa. -Sophia disse

-Então transa com ela você! -Eu disse

-Para de fazer cu doce e vai! -Dinah disse e eu revirei os olhos e fui

Quando cheguei no andar de baixo, ela estava lá. Era realmente muito linda, tinha olhos verdes, cabelo preto e era branca como a neve. Estava bem vestida, uma calça social preta, uma camiseta cinza e por cima um casaco preto num tom um pouco mais claro que a calça.

-Você é Camila, certo? -Ela disse, sua voz rouca me fez estremecer

-Sim... -Eu respondi.

-Recomendo que coloque uma roupa mais quente, está frio lá fora. -Ela disse

Ela parecia ser uma pessoa séria, suas palavras eram curtas e diretas.

Eu peguei um casaco grande de Dinah que estava pendurado no cabide que tinha ali no canto.

-Podemos ir? -Ela perguntou

-Vamos aonde? -Perguntei

-Pra um hotel aqui perto, onde estou hospedada. -Ela respondeu andando sem olhar pra mim, apenas a segui

-Mas não é... -Eu disse e ela me cortou

-Sem mais perguntas. -Ela disse, sendo meio grossa.

-Jonathan não permite que a gente saia com clientes assim. -Eu disse

-Eu já deixei um bom cheque em suas mãos, ele disse que não se importaria.

-Quanto você deu à ele? -Perguntei

-Valores, por quê isso tem tanta importância para o ser humano? -Ela perguntou enquanto entrava no carro, era uma lamborghini preta, o chofer abriu a porta do outro lado pra mim entrar.

-Você sabia quem eu era? -Eu perguntei

-Sim.

-Como soube de mim?

-Prefiro conversar quando chegarmos lá. -ela disse

Então seguimos sem trocar mais uma palavra

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