POV Louis
Eu tinha me preparado para que o jantar com o Brian em nossa casa saísse do melhor jeito possível porque sabia como era importante para o Harry, mesmo que eu ainda não o conhecesse tão bem assim, até porque aquela seria justamente uma ótima forma de eu poder conhecê-lo melhor.
Harry estava super tranquilo, enquanto eu me sentia um pouco ansioso, mas assim que Brian chegou consegui relaxar. Ele trouxe uma garrafa de vinho e foi tão simpático que eu não podia agir de outra forma, portanto retribuí a sua simpatia e fiz o possível para que ele se sentisse à vontade.
-A casa de vocês é linda. – Brian elogiou quando já estávamos na mesa, nos servindo do jantar.
-Nós demoramos um pouquinho para encontrá-la, mas assim que entramos aqui pela primeira vez tivemos a certeza de que era essa! – Harry exclamou.
-Foi amor a primeira vista. – completei com um sorriso ao me lembrar de como tinha sido perfeito o dia em que nós fomos visitar a casa, bastou apenas alguns instantes para Harry e eu nos olharmos e termos a certeza de que era ela.
-E dá pra ver que também capricharam na decoração. – Brian apontou para alguns dos quadros de Harry que estavam pendurados pelas paredes.
-Ah, mas isso é fácil quando se tem um artista tão talentoso como namorado. – segurei a mão do Harry em cima da mesa e ele riu antes de levar a minha mão até os seus lábios e beijá-la.
-Vocês formam um casal lindo. – ele comentou. –Raro de se ver. Como se conheceram?
-Eu tinha saído de um relacionamento bem complicado e ainda estava de coração partido quando o Harry apareceu. – contei, sempre que falava sobre isso eu sorria como um idiota e agora não estava sendo diferente.
-E bastou um olhar sobre ele para eu me apaixonar. – Harry disse, sem nunca deixar de me olhar. -E você, Brian? Também tem um Louis na sua vida?
-Nem perto disso. – ele riu. –Eu tinha uma namorada, mas terminamos há pouco tempo, acho que ainda não estou pronto para encontrar a minha alma gêmea.
-Ah, mas acontece quando menos esperamos, vai por mim. – Harry riu enquanto eu me dava conta de que ele tinha falado sobre uma namorada, o que era só mais um motivo para eu esquecer de vez o ciúme bobo que às vezes sentia da proximidade dele com o Harry, até porque quanto mais conversávamos mais eu ia me simpatizando com ele.
O restante do jantar transcorreu sem nenhum problema, quando eles começaram a falar sobre a exposição eu prestei o máximo de atenção possível, pois adorava o fato da arte do Harry estar prestes a ter o reconhecimento que merecia.
Em certo momento, Harry sugeriu que fôssemos até o seu ateliê e Brian aceitou imediatamente... E eu senti um baita orgulho ao ver a expressão no rosto dele quando entramos lá e ficamos rodeados pela arte do Harry.
-Não me canso de dizer o quanto o seu talento me surpreende, Harry. – Brian comentou indo até algumas telas, umas prontas, outras ainda inacabadas. –E esse também é um belo lugar.
-É sim, foi um dos motivos para sabermos que essa era a casa certa pra gente quando a vimos. – Harry passou um braço ao redor da minha cintura e eu me recostei em seu peito.
Brian observou cada pintura e Harry e ele começaram a conversar sobre quais dali seriam boas opções para a exposição, eu fiquei contente quando eles também pediram a minha opinião, mas Harry continuava dizendo que algumas seriam surpresas até mesmo para mim, o que me deixava extremamente curioso e ansioso para o grande dia.
Conforme a noite ia chegando ao fim, eu me perguntava por que tinha temido tanto esse jantar ou por que tinha chegado a sentir ciúmes do Brian antes, mas agora que o conhecia um pouco melhor, me dei conta de que ele só estava mesmo interessado na arte do Harry e em ajudá-lo a se tornar um artista reconhecido, de qualquer forma isso não importava mais porque o jantar de hoje serviu para que eu deixasse qualquer tipo de implicância boba de lado e me concentrasse apenas em estar ao lado do Harry, apoiando-o e comemorando com ele esse momento tão importante em sua vida.
Bem mais tarde, depois do Brian já ter ido embora, eu estava nos braços do Harry em nossa cama, eu amava deitar meu rosto no peito dele, ouvindo as batidas suaves do seu coração, enquanto uma de suas mãos acariciava meus cabelos e seu outro braço rodeava o meu corpo.
-Depois de hoje você finalmente vai parar de sentir ciúmes do Brian? – ele provocou inesperadamente.
-Nunca senti ciúmes! – me fiz de indignado.
-Sério Lou?
-Vamos mesmo começar uma discussão sobre ciúmes, senhor possessivo? – arqueei uma sobrancelha ao erguer o rosto do seu peito e ele deu risada. -Mas admito que o Brian é um cara bem legal.
-E hétero!
-Sim, isso também. – ri, afinal isso tinha ficado bem claro ao longo da noite. –Agora, deixando isso de lado, nunca vou me cansar de dizer como estou orgulhoso das suas conquistas.
-Você é a maior conquista da minha vida, Louis.
-Eu amo quando você faz essas declarações. – me deitei completamente em cima dele e o beijei.
-E eu amo você. – ele declarou novamente entre um beijo e outro.
O meu amor por ele era algo tão grande e intenso, um sentimento quase palpável de tão forte, ele já fazia parte de mim... O nosso amor era a única certeza na minha vida, o que eu sabia que sempre existiria, não importa o que acontecesse, nós éramos para sempre!
****
Mais uma semana se passou desde o jantar do Brian em casa e agora estávamos nos preparando para outro, mas esse bem mais importante, já que a convidada era Anne, mas não só ela. Meus pais fizeram questão de também participarem do jantar quando souberam, eu fiquei com medo de que isso pudesse intimidar a Anne, mas ela aceitou sem hesitação, e acho que no fundo seria mesmo bom que ela pudesse ter uma conversa tranquila com a minha mãe, agora que estava verdadeiramente disposta a respeitar e amar os filhos.
O primeiro e único encontro entre Anne e os meus pais não tinha sido nada legal, mas as circunstâncias eram completamente diferentes agora. E, além deles, obviamente teríamos Josh, Niall e também Liam e Zayn, porque eles eram parte da nossa vida, eram nossa família.
O jantar já seria na noite seguinte e eu estava tentando me manter calmo pelo Harry, porque mesmo que não admitisse, eu sabia como ele estava ansioso.
-Seus pais chegam amanhã cedo, não é? – ele perguntou pela centésima vez enquanto estávamos em frente a nossa casa e nos despedíamos antes de entrarmos em nossos carros e irmos trabalhar.
-Sim, eles chegam cedo. – afirmei. –Hoje também precisamos ir ao mercado comprar umas coisas que faltam.
-Ok, e amanhã o Josh e o Niall vão buscar a minha mãe e trazê-la junto com eles. – ele repassou o que já tinha sido combinado há alguns dias.
-Já está tudo certo, amor. – fiquei na ponta dos pés para alcançar os seus lábios e isso foi o suficiente para fazê-lo sorrir. –Tente ficar tranquilo.
-Acho que você vai precisar fazer algo para me acalmar mais tarde. – ele maliciou enquanto as suas mãos desciam até a minha bunda.
-Harry, os vizinhos podem ver. – dei risada, mas não fiz questão de afastar as suas mãos de onde elas permaneciam.
-Que vejam! – ele desdenhou. –E então, sabe como fazer para me deixar mais calmo?
-Pensarei no seu caso. – agarrei em seus ombros e puxei seu lábio inferior entre os meus dentes antes de deslizar a minha língua para sua boca e beijá-lo de um jeito nada contido, apesar do risco de qualquer um que passasse por ali poder nos ver.
-Merda, podemos fazer isso agora mesmo. – ele gemeu.
-Não senhor, já estamos atrasados, os seus alunos te esperam e eu tenho um dia agitado hoje na empresa. – lhe dei mais um beijinho e me afastei.
-Lou! – ele choramingou quando o empurrei para o seu carro.
-Mais tarde, amor. – prometi.
Ele ainda resmungava quando entrou no seu carro e eu fui para o meu, mas eu ia garantir que mais tarde ele estivesse realmente bem mais relaxado para amanhã.
****
A parte da manhã no trabalho foi tão corrida que eu nem tive tempo para pensar em mais nada, conversei brevemente com o Peter, que agora já estava praticamente namorando o carinha com quem tinha se encontrado há um tempo, então quando finalmente consegui um tempinho para respirar, pouco antes da hora do almoço, aproveitei para responder algumas mensagens dos meus pais, que estavam ajeitando tudo para a vinda deles amanhã bem cedo, eu estava animado por tê-los aqui conosco, mesmo que fossem ficar tão pouco tempo. Depois disso feito, eu estava prestes a ligar para o Harry perguntando se dava para almoçarmos juntos, mas antes disso o celular tocou em minhas mãos, e eu sorri ao ver que era ele.
-Ei, amor, eu ia te ligar agora mesmo... – comecei, mas me interrompi ao ouvi-lo.
-Louis! – imediatamente notei que tinha algo errado em seu tom de voz.
-Estou aqui, o que foi? – apertei o celular com força, sentindo-me instantaneamente preocupado.
-Eu não sei direito, preciso ir para o hospital... Um acidente... – ele disse tudo meio embolado, estava ofegante, e o meu coração quase saltou literalmente peito afora.
-Espera! Acidente? Harry, você está bem? – acho que eu tinha falado alto demais porque recebi alguns olhares, mas pouco me importei.
-Sim, eu estou bem, não é comigo... Merda, são os meus pais, Lou, me ligaram porque eles sofreram um acidente, mas não sei de mais nada, eu preciso ir para o hospital.
Senti um misto de enorme alívio por ele estar bem, mas também de preocupação.
-Onde você está? – perguntei.
-Na escola ainda, acabei de receber a ligação, encontraram meu número no celular da minha mãe, eu fui o último para quem ela ligou... – a voz dele embargou no fim da frase.
-Amor, fique aí, não saia daí porque você não vai dirigir nervoso assim, eu chego em dez minutos e vamos para o hospital. – eu disse enquanto já ia pegando as minhas coisas. –Ouviu, Harry? Me espere aí!
De jeito nenhum eu ia deixá-lo dirigir no estado de nervoso em que ele estava.
-Tudo bem, eu te espero. – ele respondeu, sua voz não soando mais alto do que um murmúrio.
Por sorte eu consegui rapidamente avisar que precisaria sair por uma emergência familiar e consegui o resto do dia de folga.
Do meu trabalho até o colégio onde o Harry dava aulas não era muito distante e mais uma vez tive a sorte ao meu lado quando não peguei muito trânsito. Mas também acho que nunca dirigi tão rápido em toda a minha vida, eu estava com medo de que ele não aguentasse me esperar e fosse sozinho para o hospital.
Foi o trajeto mais curto e ao mesmo tempo mais longo que já fiz em toda a minha vida, e o tempo todo eu só implorava para que Anne e Robin estivessem bem, não seria justo acontecer algo com a Anne justamente agora que ela estava novamente na vida dos filhos e bem na véspera do jantar dela em nossa casa. E mesmo que Robin ainda continuasse sendo um pai de merda, era o único que o Harry e o Josh tinham, e eu sabia que os dois ficariam devastados se algo acontecesse!
Quando enfim parei na frente do colégio, Harry já estava ali do lado de fora me esperando e apressadamente entrou no carro.
-Podemos ir. – ele falou, me dizendo rapidamente qual era o hospital para onde os pais tinham sido levados.
-Você teve mais notícias? – perguntei, já dirigindo para o hospital porque vi como ele estava angustiado e ansioso.
-Não, só disseram que foi um acidente de carro e os levaram pra lá. – ele passou as mãos nervosamente pelos cabelos, puxando-os de leve. –Liguei para o Josh, Niall já foi com ele pra lá, coincidentemente Liam e Zayn estavam almoçando com eles num lugar lá por perto do hospital e foram junto.
Assenti um pouco aliviado por saber que os rapazes estavam com o Josh nesse momento e que estariam todos lá.
-Respira fundo, baby. – segurei a sua mão com força. –Eles ficarão bem, talvez nem tenha sido algo muito grave.
-Eu espero. – ele apertou minha mão de volta. –É que não consigo acreditar que algo aconteceria com a minha mãe logo agora que a tenho de volta... E o Robin, ele... Ah, ele foi terrível comigo e o Josh, mas é o nosso pai!
-Eu sei. – era difícil me concentrar em dirigir quando tudo o que eu queria era envolver meus braços ao redor dele e confortá-lo. –Mas ainda não sabemos de nada, vamos ter esperanças, ok?
Ele apenas assentiu, mas vi como estava assustado.
Felizmente o hospital também não ficava muito longe e um pouco mais de dez minutos depois chegamos lá.
Eu agarrei com força a mão do Harry enquanto entrávamos e íamos até a recepção para pedir informação, mas antes disso vimos que Josh e os outros já estavam ali, então fomos direto até eles, que ainda não tinham nos visto. Nós estávamos quase os alcançando quando percebemos que algo estava muito errado.
Josh chorava copiosamente nos braços do Niall, que também tinha lágrimas nos olhos, assim como Liam e Zayn pareciam bem abalados. Harry empacou quando percebeu isso e eu parei ao seu lado, bem no momento em que o Josh nos viu e correu em direção ao irmão.
Meus dedos ainda permaneciam entrelaçados aos do Harry e por isso senti o impacto quando Josh se jogou com força nos braços dele, ele chorava e ao mesmo tempo falava algo que eu não conseguia entender o que era, mas quando Harry soltou a minha mão e o abraçou com força, eu vi que ele tinha entendido. Olhei em seus olhos sempre tão brilhantes e meu coração se despedaçou ao ver a tristeza formada ali.
-Ele se foi... Ele se foi... – finalmente compreendi o que o Josh dizia entre o choro.
Niall, Zayn e Liam se aproximaram da gente e olhei assustado para os três.
-O Robin não resistiu, ele faleceu. – Zayn explicou baixinho o que eu já tinha entendido, mas ainda era difícil de acreditar.
-Anne está em uma cirurgia, mas não nos deram muita informação sobre o estado dela, acabamos de chegar. – Liam complementou a informação enquanto Niall só olhava para o Josh do mesmo jeito que eu encarava o Harry, porque era terrível ver alguém que amamos tanto sofrer do jeito que eles estavam sofrendo e não poder fazer nada!
Vi os dedos do Harry ficando brancos enquanto ele apertava com cada vez mais força o Josh em seus braços, mas ao contrário do irmão que chorava copiosamente, ele estava quase que em estado de choque.
Eu dei um passo à frente e envolvi os dois em meus braços, sentindo em seguida o Niall, Liam e o Zayn fazendo o mesmo. No meio de todos aqueles braços, consegui encostar minha testa na do Harry e sussurrei o quanto o amava, ele fechou os olhos, deixando as primeiras lágrimas caírem e ficamos os seis abraçados no corredor do hospital enquanto Josh e Harry sofriam pela perda de um pai que, apesar de tudo, eles nunca conseguiram deixar de amar.
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N/A: Oii :) Eu sempre acabo me atrasando para postar cap. aqui, mas é pq "Recomeço" tem me ocupado bastante e tem a faculdade tbm, mas enfim, consegui terminar esse cap. hj e aí está ;) Momento bem dramático, né?! Apesar do Robin ter sido um grande cretino, era o pai deles, então obviamente vai ser bem difícil para ambos!! No próximo cap. saberemos sobre o estado da Anne tbm, prometo tentar não demorar tanto!! rsrs... Muuito obrigada e relevem qualquer errinho, por favor, o cap. não foi revisado ainda <3 beijos