Encaro a mim mesma na frente do espelho, nervosa. Malditas mãos que não param de tremer.
É meu casamento e meu coração está disparado como se fosse saltar pela boca. Será que esse nervosismo todo é normal? Nunca me senti assim antes. Maldita anciedade. Respira e inspira. Respira e inspira. Repito várias vezes a mim mesma na tentativa frustada de me acalmar.
Olho pela janela. Preciso me distrair. Vejo o campo onde será a cerimônia, e fico fascinada com toda a decoração. Tem arranjos de flores por todos os lados, rosas brancas, dálias e margaridas, quase consigo sentir o aroma. Fica muito lindo olhando daqui. Sem falar que estamos na primavera, a estação perfeita para um casamento no campo e as arvores não poderiam estar mais vivas.
Avisto meus avós sentados na primeira fileira. Estão de mãos dadas. Que cena linda. Abro um sorriso e logo me vem o Dereck na cabeça. Talvez daqui a alguns anos seremos nós trocando os mesmos olhares apaixonados.
Dereck é o grande e único amor da minha vida. Nos conhecemos na faculdade a 3 anos, durante um protesto contra um diretor anarquista. Ele é alto, tem olhos claros, cabelos loiros e um corpo másculo muito bem trabalhado. Motivos suficientes para ser um dos caras mais populares da turma. Na verdade, ele foi considerado o mais gato segundo as garotas.
Sempre estava em todas as festinhas e chamava muita atencão. Era totalmente o mais cobiçado. Confesso que sempre tive uma quedinha por ele. Eu e todas as garotas, é claro.
Depois do protesto ele começou a reparar em mim e quando percebi já estavamos nos falando todos os dias, trocando mensagens e nos encontrando escondido pelos corredores. Sem dúvida era a melhor parte do meu dia. Afinal, não tem coisa melhor do que fugir da aula para dar uns amassos escondido. Me arrepio.