Acordei com as trombetas martelando em meu ouvido.
Virei-me para o outro lado da cama e avistei Lucy se vestindo.
- Acorda, Sofi... - disse, meio sonolenta.
Suspirei e me levantei da cama, rastejando até o banheiro, onde fiz minha higiene matinal e tomei um banho.
Logo após, retornei ao quarto, para me trocar.
- Como ela sai tão cedo? - perguntou Lucy, amarrando o cadarço de seu tênis.
Olhei-a, confusa, e me toquei que "ela" era Milena. Suspirei.
- Eu não sei... Aliás, Leo continua encontrando-se com ela. - falei.
- Com Milena?! - exclamou Lucy, de boca aberta. - Como você sabe?
Terminei de amarrar meu cadarço e tirei meu pé de cima da cama.
- Ontem, na hora do almoço, quando eu saí da mesa depois de discutir com Tiago, corri até o lago... Então eu escutei um barulho, e quando me virei, vi Milena. - fiz uma pausa e suspirei - Pensei que ela fosse se desculpar, mas... Leo estava lá. Então a ficha caiu. Era óbvio que ela estava lá para vê-lo.
" Eu não fiquei triste por causa que ela não foi me pedir desculpas... Eu fiquei triste, por causa que Leo não nos contou. E ele deveria ter feito isso... "
Lucy suspirou e andou até meu lado.
- Mas vamos deixar isso pra lá... Temos que ir tomar café e eu estou com fome. - disse, dando um pequeno sorriso.
Sorri também e andamos até a porta, por onde saímos do chalé e seguimos para a Cabana-Central.
Nos servimos e seguimos para a nossa mesa de sempre, onde já se encontravam Leo, Diogo e Tiago.
- Oi... - falei, sentando-me.
- Oi - responderam, em coro.
Bebi um pouco do suco e pigarreei.
- Bom, eu fiquei pensando essa noite e cheguei em uma conclusão... - falei.
- Que conclusão? - perguntou Leo.
Respirei fundo e comecei:
- Nós devíamos parar de investigar o Chalé 13...
- Como?! - exclamaram os quatro, em uníssono.
- Acalmem-se - falei e prossegui - É que... O que estamos ganhando com essa investigação no Chalé? O que exatamente estamos procurando?
- A verdade! - falou Tiago, em voz alta - Sofia, não acredito que está dizendo isso... Por que parar agora? Quando tudo está finalmente se encaixando?
- Mas isso não vai mudar nada! Temos que focar em Paula... Ela cometeu um crime, e temos que provar isso... - sussurrei.
Apesar de minhas palavras - mesmo em voz alta - serem praticamente engolidas pelo burburinho dos campistas, eu não podia arriscar.
Diogo ia falar algo, mas foi interrompido quando a vice-diretora subiu no pequeno palco de madeira, logo no centro da Cabana-Central.
- Muito bem, Campistas! - falou, sorrindo - Vim aqui informá-los do baile de encerramento do Acampamento. O mês está chegando ao fim, e o acampamento também.
" Como alguns de vocês devem saber, todo ano a festa de encerramento tem um tema diferente, e o deste ano é... Baile de Máscaras! "
Vários gritos de animação puderam ser ouvidos pela Cabana.
Olhei para Lucy e ela sorriu.
Nossa, seria demais. Um baile de máscaras! Até então, eu pensava que isso era coisa de filme, mas agora EU estaria em um!
- Para providenciar as máscaras, os vestidos e etc., convidei a loja Toque de Gala para o acampamento, onde poderão pedir a máscara e a roupa que quiserem.
Mais gritos de animação. Meu sorriso estava cada vez maior.
- Bom, é isso. A partir de amanhã vocês já podem ir até o container onde se encontra a loja. Tenhan um bom dia! - concluiu e desceu do pequeno palco, caminhando para fora da Cabana-Central.
Virei-me para Lucy, animada.
- Meu Deus, eu não faço ideia que vestido usar... - falei, sorrindo.
- Nem eu! - exclamou, também sorrindo.
O refeitório foi tomado pelo burburinho dos campistas, que aumentava a cada minuto.
- Muito legal, mas... Temos que focar na nossa investigação em Paula - disse Tiago, e eu assenti.
Parecia que eles tinham esquecido do assunto "Desistir da investigação no Chalé 13". E eu esperava que não lembrassem nem tão cedo...
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Logo após o café, segui para o Chalé 7, onde peguei minha carga de livros e segui para uma parte isolada do acampamento.
Pedi para conversarmos sobre Paula depois. Afinal, estávamos em um acampamento e não em uma missão do FBI.
Enconstei no tronco da árvore e iniciei minha leitura.
- Oi... - escutei uma voz murmurar, atrás de mim. Era Tiago.
- Oi - respondi, em voz baixa.
Ele sentou-se ao meu lado e suspirou.
- Você gosta mesmo de ler, não? - perguntou.
- Amo! - respondi, dando um sorriso tímido.
Tiago retribuiu e ficou observando as árvores e flores ao nosso redor, em silêncio.
- Tá tudo bem? - perguntou, quebrando o silêncio.
- Por que não estaria? - retruquei, olhando-o.
- Por causa de ontem na hora do almoço... - respondeu.
- Não foi nada. Esquece. - falei, levantando-me.
Tiago também se levantou e segurou em meu ombro.
- Se não foi nada, por que está fugindo de mim? - perguntou.
- Não estou fugindo de você... - respondi.
Ele riu sarcasticamente.
- Bom, já vou indo, afinal temos um crime para investigar, não? - falei e saí andando.
Tiago correu atrás de mim e segurou em meu braço, fazendo-me virar e encara-lo.
- Pelo amor de Deus, Tiago! Temos que ir! - falei, impaciente.
Ele soltou meu braço e suspirou.
- Agora, vamos, e por favor não faça isso de novo! - exclamei, e saí andando, novamente.
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Já eram 23:35 (sim, adoramos sair durante a noite violar regras do Acampamento!), e estávamos na Cabana-Central, naquele momento vazia.
- Lucy, tem certeza disso? - perguntei, bocejando - Estamos aqui já faz uma hora e uns trinta minutos!
- Claro que tenho! No bilhete estava escrito "Encontrem-se comigo às 22:00, na Cabana-Central. Tenho algo que pode ajuda-los"!
Lucy havia recebido um bilhete, da suposta Mona.
- Cara, nem sabemos quem é essa Mona. Pode ser a própria Paula, tentando nos enganar! - disse Diogo.
- Ele tem razão... - disse Leo.
Suspirei e coloquei a mão na cabeça.
Ficamos em silêncio, até escutarmos um barulho vindo de uma das mesas.
Corremos até a mesma, mas não havia ninguém.
- Nada! - bufei.
- Tá precisando de óculos, hein? - comentou Leo, rindo e abaixando-se.
Ele se levantou com uma caixa de papelão nas mãos. Nela, havia um bilhete.
Peguei-o rapidamente e li, um pouco alto para todos escutarem:
- "Vocês são lentos (Nós não somos lentos!) nesse processo, então, tive que me arriscar.
Espero que agora consigam incrimina-la. Não demorem.
Mona. "
- Abre logo isso! - exclamou Lucy.
Leo assentiu e abriu a caixa. Nela havia uma espécie de gravador.
Apertei em um botão vermelho - mesmo sem saber sua função - e então, uma voz saiu da caixa de som do aparelho. A voz de Paula.
" Diário de número 15: O remorso aumenta. Mas eu precisava fazer aquilo. Mona. Coitada. Eu precisava fazer aquilo... Eu precisava me tornar diretora. Tinha tudo planejado. Mas deu errado... Eu a matei e continuei no cargo de vice... "
Então ouviu-se um baque e a gravação terminou.
- Meu Deus. - falou Lucy, de boca aberta.
- É isso! Só precisamos disso para incrimina-la! - exclamei, sorrindo.
- Espera um pouco, Sofia... Ainda não sabemos quem é Mona! - exclamou Diogo.
- E o que isso importa? Nós vamos incrimina-la! - exclamei.
- Então, vamos logo amanhã cedo... - disse Lucy, guardando o gravador novamente na caixa.
Assenti, mas então, outra ideia surgiu em minha cabeça.
- Espera, eu tenho uma ideia muito melhor. - falei, sorrindo.
E então, os quatro olharam para o mesmo lugar que eu: o quadro de avisos, onde havia belo e grande postêr, que tinha estampado logo no centro:
BAILE DE MÁSCARAS!
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Olá Campistas!
Me desculpem POR FAVOR pela demora em postar os capítulos! Por favor, por favor, por favoor!
E não desistam do livro! Por favor, mesmo!
Espero que tenham gostado do capítulo! Atéee!
PS: Eu dei uma revisada rápida, mas acho que ainda tem alguns erros!