Gente cuidado com o que voces estão lendo na história, o que os personagens afirmam ou acreditam não é o contexto real da história, então muita afirmação dos próprios personagens não fará sentido ou não é real futuramente. Sigam essa dica shshsh (incluindo dos capítulos anteriores) 💕
•
Dia 6
27 de Junho de 2001
Quarta-feira
Draco caminhou em silêncio pelos corredores do St Mungus, o avental devidamente limpo e sem amassos, ele ignora os olhares de pacientes e dos próprios funcionários, desde o aparecimento de Murphy ele vem recebendo mais atenção do que gostaria. Ser curandeiro e estar em um lugar onde muitos bruxos frequentam é complicado quando só está precisando fugir um pouco de todos. Mas ele gosta do que faz, o interesse em ser curandeiro veio depois que foi condenado a dois anos de serviços sociais prestados no St Mungus e passou a gostar daquele ambiente de trabalho e em muita coisa relacionada, depois de um ano enfurnado no hospital ou em casa lendo diversos livros de curandeiros, herbologia e poções, ele prestou um teste dado pelo ministério e passou com honra, assim tendo um título como curandeiro e podendo trabalhar tanto no St Mungus como um particular. Era bom ter feito algo sem o mérito do seu pai ou de seu sobrenome, e agora ele não conta muito já que está sujo para o mundo bruxo.
Draco entrou em uma das despensas de ervas e plantas para serem usadas como medicamentos, murmurando um bom dia aos funcionários já presentes lá dentro, caminhou para uma das estantes do fundo procurando por algo em especial.
"Acham mesmo que ele e Potter tem um caso?" ele ouviu alguém dizer não muito longe.
"Do jeito que Potter sempre foi meio doido, eu não duvido." outra voz falou, Draco rodou os olhos em desgosto mas não se atreveu a olhar, apenas continuou a sua busca.
"Isto não posso concordar, Potter sempre foi um bom garoto."
Ele rodou os olhos com ainda mais força com o comentário de adoração pelo idiota que não sabe nem cuidar de uma criança. Claro que Draco não tem experiência por ser filho único também, mas o tempo que estudou para o teste de curandeiro teve uma parte só sobre crianças e em como elas são bem diferentes com as reações de poções e outros modos de cura mágicos e os cuidados necessários.
Depois de se retirar do local agora com uma carranca para os homens sem vida própria, Draco retornou para o local de atendimento entregando os frascos para a curandeira a qual está quase sempre ajudando quando não está com seu próprio paciente. Ele já recebeu alguns não de pessoas machucadas que se recusaram a ser atendidas por um "comensal", claro que no mesmo instante ele deu meia volta e avisou outro curandeiro, não iria ouvir de sangues-ruins e mestiços ridículos sobre como seu nome foi manchado devido os acontecimentos durante a guerra e antes dela. Mas ainda era frustrante saber que tinha menos pacientes e ocasionalmente menos experiência no ramo, o que torna mais difícil os pedidos por clientes em suas casas.
"Obrigado meu querido." a senhora curandeira agradeceu, Draco permaneceu em silêncio observando-a com sua poção. "Sabe, estive lendo os jornais ultimamente... Murphy, o nome da criança, certo?"
Draco entortou a cabeça ligeiramente para o lado ao ouvir a senhora comentar sobre isso, como não tinha mais ninguém para falar sobre, ele apenas se encostou na parede murmurando uma afirmação sobre a sua pergunta.
"É uma pena para ela, tem algumas especulações sobre a origem dela. Mas não se preocupe querido, Potter e aqueles amigos irritantes dele irão resolver esse problema."
Draco não conseguiu evitar um riso sobre a forma que a curandeira se referiu aos colegas de Potter. Ele olhou para o caldeirão e os movimentos que ela fazia enquanto despejava alguns ingredientes, suspirou e desviou o olhar para o teto.
"Traga ela aqui na próxima vez, uma avaliação séria bom já que a mesma viajou no tempo e pode causar algum problema em seu corpo." Draco pensou que realmente deveria ter avaliado a saúde de Murphy, mas como não saberia dizer exatamente se está tudo bem com a mesma, o melhor seria trazê-la para que a curandeira experiente a analisasse. "Se vão enviá-la de volta, precisa estar saudável, viagens no tempo são complicadas e às vezes o próprio viajante pode causar problemas absurdos a si mesmo."
"Irei trazê-la."
Dia 8
28 de Junho de 2001
Quinta-feira
Harry olhou para Malfoy segurando um Teddy contente adentrando sua sala. O moreno se levantou do sofá pronto para seu trabalho.
"Por que está com Teddy de novo? Achei que ficaria com ele só na terça passada."
"Andrômeda anda saindo para algum lugar, não sei o que ela faz, mas não me importo de ficar com Teddy." Malfoy respondeu, Harry olhou para o bebê que assim que o avistou começou a mudar a cor dos cabelos loiros para um escuro igual ao seu, ele sorriu para a criança antes de encarar Malfoy com uma nova carranca e erguer um frasco de poção de confiança já um pouco vazio, tomou a poucos minutos atrás.
"Murphy está dormindo no quarto de hóspedes, apenas não bagunce nada."
Malfoy deu de ombros engolindo a poção e guardando o frasco no bolso de seu casaco, tornando a segurar Teddy com as duas mãos. Harry não esperou nenhum comentário e saiu do apartamento, aparatando do lado de fora.
Dia 9
29 de Junho de 2001
Sexta-feira
Era a vez de Harry ficar com Murphy em sua casa, e como sempre ele a alimentava, auxiliava em tarefas como o banho e vestir-se, procurava por pergaminhos não usados para que ela desenhasse, e depois se sentava no seu escritório para ler coisas sobre o trabalho, ou então se perdia em pensamentos sobre o que fariam com aquele pequeno ser de cabelos loiros, não poderiam ter essa vida pra sempre, todos os dias revezando para cuidar dela. Tinham trocado seus horários de trabalho e aquilo renderia a Harry muita coisa acumulada no final do mês, mas foram ordens de Hermione e o Ministro então o chefe dos aurores está tentando não deixá-lo com tantas coisas para fazer.
Era entediante de certa forma, exceto quando ela começava a falar animada, mesmo sendo apenas uma criança ele se sentia bem de tê-la por perto, claro que não admitirá aquilo em voz alta até porque tem medo que ela tenha de ficar por muito mais tempo do que imagina.
O que fariam se não acharem uma solução nas próximas semanas? A vida dela está em jogo, e a deles também. Harry acredita que Malfoy não ficará nessa brincadeira por muito mais tempo, ele sabe que em algum momento o loiro irá desistir e largar tudo em suas mãos. Ele talvez não ousaria, mas Harry não o conhece bem o bastante para saber se ele realmente faria isso com uma criança ou não.
E com todos esses pensamentos, mais um dia se passou para ele.
Dia 10
30 de Junho de 2001
Sábado
Infelizmente naquele sábado Potter precisaria trabalhar, então seria obrigação de Draco cuidar da pirralha loira.
Além de terem trocado seus horários no trabalho, tinham que conviver com tremendo tédio nas vezes que a pequena garota estava entretida brincando ou dormindo. Draco não sabia se explorar o apartamento de Potter seria uma boa ideia, na última fez foi pego em seu escritório lendo uma pasta sobre ele mesmo, mas o moreno nem deve ter se lembrado por estar ferido devido uma batida. Então Draco decidiu ler um livro chamado Crianças Mágicas: O Guia Para Pais. Claro que o loiro não era pai, mas que mal tinha em ler aquilo para ter mais facilidade com Murphy e seu jeito curioso de ser? Seria bom para um melhor entendimento caso situações estranhas venham acontecer com a criança.
Olhou para o relógio ao passar à próxima página de introdução. Ainda é 16:45 da tarde, Potter retornaria por volta das 18 ou 19 horas, Murphy brincava com Camellia no carpete ao seu lado, foi quando lembrou-se de que deveria levar a mesma para uma avaliação com a curandeira.
"Murphy, o que acha de sairmos um pouco?" ele pergunta ganhando a atenção dos olhos verdes.
"Pra onde vamos?" ela pergunta em animação.
"Talvez você não goste muito, mas precisamos ir ao médico."
A garota fez uma expressão enfurecida e Draco quis rir mas se manteve sério.
"Não estou doente, não quero ir."
"Ei, não te dei escolhas, nós precisamos ir, você pode ficar doente." Draco tentou não soar bravo, mas preferiu falar de uma forma mais óbvia para evitar que a mesma fizesse birra.
"Por que?"
"Hum... viagens demais. Mas eu prometo a você que não será nada ruim, você não vai precisar tomar nenhuma poção amarga." ele começou expondo alguns pontos que a fizesse repensar.
"Tudo bem..." ela suspirou, se levantando do carpete.
Draco sorriu em vitória e também se levantou, deixando o guia na poltrona.
***
"Oh, ela está ótima, muito saudável." disse a curandeira, Draco continuou observando a senhora terminar de avaliar Murphy com diversos feitiços. "Nada para se preocupar."
"Viu, eu disse." Murphy falou olhando para Draco convencida, o que o faz sorrir pequeno para ela.
"Por Merlin, essa criança exala magia." o loiro olhou com seriedade para a mulher, que parece ter uma expressão duvidosa e preocupada, enquanto olhava para a criança com a varinha erguida, fazendo sutis movimentos. "Muita magia..."
"Meu pai disse que eu tenho muita magia." Murphy falou sorrindo para Draco. "Que eu venho de linhagens de sangue muito nobre."
"Estou sentindo." Draco estranhou o olhar curioso e sério da curandeira. "Bem, boa garota. Sugiro que compre algumas barrinhas doces de salamandra para ela na Botões de Açúcar."
"Eles vendem doce lá?"
"Oh sim, melhor do que ir até o Beco Diagonal nas Gemialidades Weasleys. Você sabe, crianças não podem aparatar então suponho que seja longe para você."
"Tudo bem, acho que posso ir no ministério. Mas há necessidades de barras de salamandra?"
"Vai tirar qualquer vestígio de viagem no tempo nesse pequeno corpinho." ela falou voltando-se para Murphy e tocando seu nariz com o indicador, fazendo-a rir.
"Vamos papai, por favor!"
"Certo. Obrigada Sra Beerry, não me deixe esquecer de depositar as moedas de ouro pela avaliação amanhã na recepção do St Mungus." Draco agradece enquanto segura na mal de Murphy após a mesma ter decido da maca e ir até ele.
"Sem necessidades querido, ela está bem."
"Eu insisto. Tenha uma boa tarde." Draco sai da sala segurando a mãozinha delicada de Murphy.
No percurso até lá foi estranhamente ruim todos os olhares curiosos de pacientes e funcionários do St Mungus, que observavam Murphy com os olhos arregalados, provavelmente por causa da semelhança com Draco. No caminho de volta não foi diferente, pelo menos Murphy pareceu não perceber muito e falava algo animada para Draco sobre Camellia e suas brincadeiras.
Pergunta do Capítulo:
Sobre Murphy ter muita magia, o que isso pode significar para você? Explique.