Amsterdam [PT-BR] ▬ Versão Wa...

By SofiaLoveWolf

2.1K 294 182

➤ Num mundo ficcional onde a bela cidade de Amsterdam não é tão perfeita assim, se passa a mais conflituosa h... More

Recadinho ♥
Ⓔ01 Ⓒ01 ✖ BREE & ALFY
Ⓔ01 Ⓒ02 ✖ ANDRIES
Ⓔ01 Ⓒ03 ✖ CLARA & ELISE
Ⓔ01 Ⓒ04 ✖ KYLER
Ⓔ01 Ⓒ05 ✖ STOKER & KAT
Ⓔ02 Ⓒ02 ✖ KYLER
Ⓔ02 Ⓒ03 ✖ LEONA
Ⓔ02 Ⓒ04 ✖ KATHERINA
Ⓔ02 Ⓒ05 ✖ ELISE & ALF
Ⓔ03 Ⓒ01 ✖ BREE ▬ Parte 1
Ⓔ03 Ⓒ02 ✖ KYLER & KAT
Ⓔ03 Ⓒ03 ✖ LEONA vs KAPPEL
Ⓔ03 Ⓒ04 ✖ STOKER
Ⓔ03 Ⓒ05 ✖ ANDRIES
Ⓔ03 ⒸEXTRA ✖ BREE ▬ Parte II
Ⓔ04 Ⓒ01 ✖ CLARA
Ⓔ04 Ⓒ02 ✖ ALF & BREE
Ⓔ04 Ⓒ03 ✖ KAT e STOKER
Ⓔ04 Ⓒ04 ✖ LEONA vs BECKERS
Ⓔ04 Ⓒ05 ✖ ELISE vs LEONA
Ⓔ05 Ⓒ01 ✖ KYLER ft ELISE
Ⓔ05 Ⓒ02 ✖ BREE
Ⓔ05 Ⓒ03 ✖ ANDRIES ft DANÏEL
Ⓔ05 Ⓒ04 ✖ CLARA vs ELISE & LEONA
Ⓔ05 Ⓒ05 ✖ KYLER
ⒺFINALE Ⓒ Parte 1
ⒺFINALE Ⓒ Parte 2
ⒺFINALE Ⓒ Parte 3
ⒺFINALE Ⓒ Parte 4
ⒺFINALE Ⓒ Parte 5
ⒺFINALE Ⓒ EPÍLOGO
ENTREVISTA: Conhecendo os personagens

Ⓔ02 Ⓒ01 ✖ CLARA & KAPPEL

88 14 7
By SofiaLoveWolf


Aqueles meros segundos pareceram durar horas aos olhos de Clara, até ao momento em que ela se encorajou a desviar o olhar fixo da mão que agarrava seu braço, e erguer suas íris celestes até o homem, o qual ela julgava ser outra pessoa.

O susto desse pensamento fizera seu coração bater forte, rápido e descompassado, como se tivessem injetado uma dose de adrenalina em seu sistema e fizera todos os seus sentidos se apurarem ao máximo.

Houve um alívio tremendo quando averiguou que aquele desconhecido não era quem Clara pensava — e temia — ser desde que chegara a Amsterdã. Contudo nem essa certeza aliviou o breve pavor que ela sentiu, segundos atrás, afinal o seu temido encontro com o homem que ela fugia, ainda era uma possibilidade.

— Me perdoe o meu descoro. — O belo desconhecido que a agarrava lamentou, desafrouxando o aperto dos seus dedos calejados em torno do braço pálido da mulher.

Clara o encarou mais demoradamente, o analisando com curiosidade pela sua audácia. O homem era um pouco mais alto que ela, o que já era consideravelmente alto visto ela ter 1,70m e estar de saltos altos. Seus olhos eram semelhantes aos de Clara, azuis claros como um dia de céu limpo. Seus cabelos beiravam um tom loiro arruivado e a barba tinha aspeto de não ser feita há pelo menos dois dias, no entanto, parecia bastante arrumada.

— Quem é você? — Elise questionou agressiva, dando um passo em direção a Clara e fazendo um breve gesto com a mão, na direção dos seguranças.

— Kappel. Frederik Kappel. — O homem se apresentou calmamente, não se preocupando com a aproximação dos seguranças com aparências de gorilas e posturas de armários.

Os olhos de Clara se arregalaram à menção daquele nome e de imediato ergueu a mão na mesma direção dos seguranças, gesticulando para que eles se retirassem.

— Clara, você o conhece? — Elise questionou preocupada e levemente ultrajada por suas ordens terem sido sobrepostas pelas da sócia.

— Sim. Elise, eu vou ter de sair. Não voltarei por essa noite, ok? Se certifique que o resto da festa corra bem. — Clara demandou num tom apressado, não se importando em explicar no momento quem era aquele homem e de onde o conhecia.

Elise tentou falar, mas antes de qualquer som sair de sua boca, Clara já havia desaparecido da sua vista.

Clara fez o resto do caminho de volta até a mansão em silêncio. Ela conduzia concentrada, atingindo uma velocidade consideravelmente alta. Sentia os olhos de Kappel sobre si e isso apenas aumentava o seu nervosismo e ansiedade.

O modo como ela estacionou o Peugeot 308 CC dentro da garagem foi perigoso, mas ainda assim Kappel não parecia assustado. Pelo contrário.

Ele saiu do veículo imediatamente a seguir a Clara e a seguiu até o interior da habitação, caminhando por entre corredores e passando por uma escadaria, até chegar a um escritório luxuoso.

— Só há um motivo para você finalmente aparecer para mim em pessoa. Vamos, diga logo! — O estado de nervos de Clara era palpável no ar. Seu corpo todo tremia como se estivesse ardendo em febre e lutando contra uma virose e sua pele estava seca e fria, como um cubo de gelo.

— Calma, Clara, tudo a seu tempo. — Kappel mantinha a tranquilidade, exibindo um sorriso preguiçoso.

— Você acha que eu tenho tempo, Frederik? Estamos nos falando há quase um ano! Há quase um ano eu te contratei para achar minha filha. Eu perdi 16 anos da vida dela, eu não tenho mais tempo, Kappel! Por favor me diz logo que você a achou. — O desespero tomava conta das suas cordas vocais, que saíam desnecessariamente mais estridentes e a faziam parecer histérica. Internamente, ela não sabia se aguentaria aquela enrolação, pois sentia que seu coração não suportaria tanta adrenalina.

— Se é isso que você quer ouvir... — Ele brincou com descaso do estado dela. Havia uma certa intimidade no modo com que ele se dirigia a ela. Mesmo que eles nunca tivessem se visto antes, pessoalmente, ele sentia que a conhecia melhor que ninguém.

— Quero que seja verdade. — Sua voz saiu sussurrada e lágrimas ameaçaram deslizar por seu rosto, que descaiu em desalento.

— Ei, eu prometi a você que ia achá-la, não prometi? — Kappel se aproximou de Clara e pela segunda vez naquela noite a tocou. Mas dessa vez havia um carinho especial no modo em como erguia o rosto dela e a olhava nos olhos.

— É o seu trabalho — respondeu afiada como uma faca e Kappel não se queixou. Sabia que havia merecido.

— Sim. Você tem razão. Eu a achei. — Ele finalmente disse, vislumbrando no mesmo instante um brilho de esperança se reacender no olhar dela.

O detetive privado retirou um envelope amarelado de dentro da lapela do seu terno, o pousou sobre a secretária de cor negra e se afastou breves milímetros, dando privacidade suficiente a Clara.

A mulher pegou o envelope com lentidão, suas mãos trêmulas e ansiosas, e então retirou o conteúdo, um conjunto de várias imagens de uma casa térrea simples com um jardim frontal muito bem cuidado, de onde um casal saía com as suas duas filhas.

Do nada Clara caiu num choro descomedido, se apoiando na mesa para não desabar. Kappel interveio de imediato, a segurando pela cintura e a guiando até o sofá de dois lugares encostado a uma das paredes do escritório.

— Ei, ei, você não está feliz? — Ele perguntou preocupado, tentando passar algum alento e conforto a ela, ao esfregar suas costas carinhosamente.

— Eu não sei quem ela é. — Suas palavras se embolaram em meio aos soluços.

— O quê? — Ele questionou sem entender direito o que ela falara e foi preciso algum tempo para Clara se recuperar levemente dos soluços e poder falar com mais clareza.

— Eu não reconheço minha filha, Frederik. Eu não sei quem ela é. — E de novo seu choro se tornou incontido e agoniado, entregando a Kappel o punhado de fotos que ela segurava.

Como foto principal, havia a imagem das duas meninas. Ambas de olhos azuis, rostos redondos e lábios cheios. Quem olhasse pela primeira vez, nunca duvidaria que elas não eram sequer irmãs de sangue. A única coisa que as diferenciava era que uma tinha os cabelos escuros como a noite e a outra fios claros como um raio de sol.

— Nós vamos descobrir, Clara. Uma delas é sua filha. Uma delas é Brigitte. — Kappel garantiu, a abraçando e permitindo que ela tirasse toda a dor que vinha escondendo de dentro dela.

Haviam se passado horas desde que Frederik se instalara em um dos quartos e Clara se trancara no seu, a fim de dormir. Sentia-se emocionalmente exausta e mesmo tendo esgotado todo o estoque de lágrimas, ela sentia que ainda não havia sido o suficiente.

Por mais que tentasse fechar os olhos para dormir, as imagens das duas adolescentes vinham de imediato à sua mente, a assombrando e a culpando por não saber qual delas era sua filha. A imagem era tão vívida que a podia reproduzir como um filme.

— Você não sabe quem eu sou, mamãe? — A menina loira choramingou, com uma expressão desapontada no rosto, que fez o coração de Clara sangrar.

— Não vê que eu sou sua filha? — Agora a morena falava com certa raiva e mágoa, derramando algumas lágrimas, que rapidamente apanhou com a ponta dos dedos.

— Vai mesmo acreditar nela? Eu que sou sua filha! — A loira gritou nervosa, olhando com desprezo para a morena.

— Não, eu que sou Brigitte! Mãe, somos iguais! — A morena altercou, indo até Clara e a virando de frente para um espelho, no qual se via o reflexo das duas. Os cabelos negros não podiam ser mais iguais.

— Mãe... e eu? — A loira perguntava, aparecendo do seu outro lado, de rosto encharcado em água salgada.

Clara pegou em uma almofada e gritou! Gritou até não ter mais forças.

Chorar, ela chorava por dentro. Lágrimas de sangue. Mas lágrimas de verdade, ela não as tinha mais. Odiava-se por isso. Sentia uma impotência enorme. Sentia que era inútil. Nem chorar por sua filha ela conseguia mais.

Agora havia uma dormência dentro de si. Sua mente parecia gelatina e seu corpo apenas um recipiente vazio por dentro, sem alma.

Seus pés se arrastaram para fora da cama em direção ao andar inferior. Precisava espairecer, apanhar ar, pensar em outra coisa que não aquilo, mas na sua ida até o jardim, ela ouviu um barulho na cozinha.

Julgou ser Elise que tivesse voltado, então se dirigiu ao cômodo a fim de conversar com a amiga, contar quem era Kappel e explicar a sua situação. Só ela poderia fazê-la se sentir melhor.

Mas ao invés de ver um corpo delgado e feminino de cabelos negros e olhos chocolate, ela viu um ladrão assaltando o frigorífico.

Por breves segundos ela se debateu em como reagir. A torpência de antes ainda a habitava e sua mente demorava algum tempo para processar aquela situação.

Pensou em gritar por ajuda. Pensou em correr de volta para o quarto e chamar a polícia. Pensou em ir acordar Frederik. Pensou em enfrentar o ladrão. Mas antes que pudesse fazer algo ele já estava de joelhos no chão, implorando por ajuda.

Clara não conseguiu responder o rapaz. Apenas o observou chorar desalmadamente e implorar pelos irmãos famintos. Isso despertou algo em Clara, por fim. Ela se aproximou dele lentamente e o ergueu do chão pelos ombros, até ele ficar de pé. Ele era da sua altura, bem formado fisicamente. A barba mal feita o fazia parecer mais velho do que ele realmente deveria ser, mas ainda assim seu olhar era puro desalento, perdido, desamparado, inocente.

— Qual o seu nome? — Ela perguntou num tom de voz afável.

— O quê? — O rapaz fungou e olhou a mulher confuso.

— Seu nome. — Ela repetiu, dando um sorriso carinhoso e tranquilizador para ele.

— Andries. Por favor senhora, eu juro que vou embora e nunca mais volto.

— Está tudo bem, Andries. Não precisa se preocupar, vai ficar tudo bem. — Clara o abraçou para espanto e confusão dele.

— Clara! — O som da voz de Kappel despertou os dois, eos separando do abraço um tanto abrutamente. Andries se sobressaltou e se apavorou pelo homem carregar uma arma em mãos. — Saía de perto desse ladrãozeco. — O detetive particular advertiu num tom mandatório.

— Frederik, abaixe essa arma. Não vê que é só uma criança? — Clara exigiu se colocando na frente de Andries, de modo a protegê-lo.

— Clara, eu sei que você não está bem, mas não caia na história desse garoto! São só lorotas pra enganar suas vítimas. Agora se afaste dele, por favor. — Kappel insistiu, se mantendo firme ao empunhar a arma na direção do garoto.

— Kappel, você está na minha propriedade, como meu contratado. Abaixe agora essa arma! — Clara ordenou um tanto mais irritada pelas palavras de Kappel sobre si.

Relutante, o detetive abaixou a arma ainda mantendo os olhos fixos no garoto, com um vislumbre atento e preparado para qualquer coisa.

— Leve tudo o que você precisa. — Clara proferiu num tom dócil, olhando nos olhos castanhos do garoto.

— O quê? — Ambos os homens questionaram incrédulos, a olhando com os olhos arregalados.

— Vá alimentar seus irmãos, eles precisam de você. Mas amanhã volte aqui. — Ela continuou, ignorando o ceticismo e espanto deles e empurrando Andries para fora de casa, o vendo partir na calada da noite e rezando para que ele voltasse.

— Clara? — Kappel questionou a olhando nos olhos e se perguntando interna e silenciosamente se ela tinha enlouquecido.

— Vamos dormir, Kappel, o dia foi longo. — Ela respondeu séria, passando por ele e o fazendo engolir em seco pela forma como ela o chamara.

Estava tão acostumado a ser chamado por ela pelo seu nome, que ouvir ela falar seu sobrenome era um indicativo sério de que ela estava tentando colocar um muro entre eles os dois.

Por algum motivo aquilo não o satisfez. Custava admitir, mas durante aquele ano em contato com Clara Mulder ele criara muito mais que um laço profissional por ela. Mesmo tendo apenas a sua voz e uma foto dela adolescente, Kappel se envolveu demais em todo o enredo da vida dela. Desde o seu passado negro até o seu presente conturbado.

Deitado na cama do quarto que lhe fora destinado na enorme mansão, Kappel fitou o teto com o olhar perdido. Mentalmente ele se debatia com o quão errado seus sentimentos por Clara eram. Sempre foi extremamente profissional quanto ao seu trabalho e aos seus clientes. Já teve em mãos inúmeras mulheres tão esbeltas, elegantes e traumatizadas quanto Clara. Muitas delas loucas por ele, que dariam mundos e fundos para o ter como interesse amoroso. No entanto Kappel sempre foi frio e ainda assim gentil e cordial com elas. Contudo, Clara era diferente. Mesmo não acreditando em tal fatalismo, Kappel achava ter sido paixão à primeira vista. Mesmo antes de ela contar sua história, mesmo antes dele a ter visto, mesmo antes de a conhecer, ele se apaixonara. Sua voz era a sua sina e o resto veio por acréscimo, apenas enfatizando e aumentando o que ele sentia por ela.

Por meses ele se manteve no seu canto, sendo amigo dela, sendo seu ombro pra chorar, sendo o seu herói na busca do bem mais precioso dela, mas agora, tão perto, ele não sabia mais por quanto tempo iria aguentar.

Talvez a frieza dela para consigo o fizessem se afastar, ou talvez fosse exatamente o contrário. Kappel só queria descobrir qual o feitiço dela para poder se livrar. Todavia, quereria ele mesmo se livrar desse encantamento de corpo, alma, coração e voz com o nome Clara Mulder?

Continue Reading

You'll Also Like

16.1K 1.9K 32
Jeongguk desde pequeno tem paralisia do sono, que vinha e voltava periodicamente, onde nunca vira nada de estranho. O garoto associara os episódios a...
366K 36.8K 53
"Quando ele morrer, Pegue-o e corte-o em pequenas estrelas, E ele vai fazer a face do céu tão bem Que todo o mundo vai estar apaixonado pela noit...
21.2K 1.2K 27
O pai de Celine se vê com uma dívida extensa no cassino da família Petrovy, a família mais poderosa da Itália, por tanto ele pagará entregando a sua...
10.3K 925 28
Zoe é apaixonada por um mafioso,ela é possessiva e totalmente obcecada e vai fazer de tudo para ter esse mafioso para si mesmo ele sendo completament...