L A R A
Eu não faço a mínima ideia do que esteja rolando aqui. Não mesmo!
Os pais do Gabriel e a irmã dele vieram aqui pra Arraial e nesse exato momento tá rolando um churrasco meio doido e com músicas ecléticas.
E dessa vez vieram algum dos meus amigos também, o Rodrigo tá babando na Dhiovanna e nem disfarça.
E por incrível que pareça, bastou alguns minutinhos pros nossos pais fazerem amizade. Agora parece que faz anos que se conhecem.
— Toma— o Igor me entrega um copão de whisky com gelo maior que o copo— que homem, hein?— se senta do meu lado, olhando descaradamente pro Gabriel que tá jogando algum jogo no celular com o Fred.
— Para de babar no meu macho— dou um tapa em seu ombro.
— Mas e aí, tão de boa mesmo?
— Sim, ele me ama.
— Ele disse que te ama?
— Sim— sorrio— e eu também disse.
— Meu Deus, Lara, socorro— leva a mão até o peito direito— meu coração está parando.
— O coração é no esquerdo.
— Esqueci.
— Qual o motivo do surto do Igor?— a Lavínia se senta do meu outro lado— aí, a irmã do Gabriel é muito gata.
— Ela gosta de homem— digo, quebrando todas as suas expectativas.
— Nada que eu não possa mudar— pisca— mas você com o Gabriel estão juntos juntos?
— Tecnicamente sim.
— Eles disseram as três palavrinhas— o Igor ainda mantém o surto.
— Me come agora?
— Não, Lavínia— arregalo os olhos.
— Eu te amo— o Igor diz.
— Eu também te amo, amigo.
Ok, ela fumou muito e bebeu muito. Não tá pura.
— Eu tô dizendo que eles falaram isso um pro outro.
— Aaaaaah, faz sentido agora, que legal! Eu acho que tô gostando de uma pessoa também.
Ok, agora quem fica surpresa é eu.
— Quem? A farmacêutica?— pergunto.
— Não, essa já foi— da de ombros— agora parti pra enfermeira.
— Vou proteger minha mãe— o Igor diz e a gente olha confusa pra ele— da Lavínia, ué.
Caio na gargalhada, mas levando em conta todos o histórico da Lavínia, acho que ele fará certo.
Aí ele levanta e realmente vai até a mãe dele que tá perto da minha e da Lindalva.
— Eu não pegaria a mãe dele— ela diz e eu não vejo verdades em sua palavra— tipo, ela é gostosa? É...
— Garota?
— Não pegaria!
— Fica longe das mães dos seus amigos.
— Que elas fiquem longe de mim então também.
— Oi, gente— a Dhiovanna senta na cadeira ao meu lado e eu bebo um gole da minha bebida.
— Ainda não acredito que vocês realmente estão aqui— digo.
— Depois que o Gabriel falou que vocês ficaram de boa, minha mãe colocou na cabeça que queria vir pra cá, aí já viu.
— Que bom que vieram— sorrio— mais tarde vamos à praia, hein?
— Óbvio, já quero tirar altas fotos pra postar.
— Eu posso tirar— a Lavínia diz— mando bem em tirar fotos.
— Tá bom, obrigada— sorri pra ela.
Repito, ela sorriu pra Lavínia!
Agora a garota vai achar que a Dhiovanna tá super na dela porque ela é pior que aqueles garotos emocionados.
Continuo tomando minha bebida na maior paz até que o Gabriel decide vir pra cá e se senta no meu colo.
A cadeira é de plástico, a chance de quebrar e derrubar a gente no chão é altíssima.
— Gabriel, a gente vai cair!— alerto e ele só pega o copo da minha mão.
— Fala tu, Lavínia— da um tapinha na cabeça dela— achei que ia descolorir o cabelo também.
— E tu acha que deixaram? Meus amigos ameaçaram terminar a amizade comigo.
— Seu cabelo é mó bonito, ia esfregar se descolorisse— a Dhiovanna diz.
— Também acho— ela responde na boa.
Olha só que falsa, quando eu disse isso ela disse que não ia estragar porra nenhuma.
O Gabriel me olha e eu dou uma risadinha.
— Oh Lavínia, tu tá jogando charme pra cima da minha irmã?
Filtro? Ele não tem!
— Eu não, maluco, para de doideira.
— Tá sim!
— Gabriel!— a Dhio da um tapa no braço dele.
A cadeira estrala.
— Eu percebi, tá? Nem tenta se fazer de sonsa— da mais um tapa na cabeça dele.
— Fica quieto ou eu roubo a Lara de você.
— Deixa minha mulher em paz, já é?
— Antes de ser sua ela era minha.
— Calada.
— Não me cala!
A cadeira estrala novamente.
— Gen...— tento falar, mas aí o Fred chega.
— Eu passei de fase, Gabi— sorri todo animado e de joga em cima do Gabriel.
Gabriel que está sentado no meu colo.
E eu estou sentada em cima da cadeira que quebra a perna e... Se espatifa no chão.
Eu caio, o Gabriel cai com a metade do corpo em cima de mim e o Fred em cima de nós dois.
Irei morar em outro plano, isso é fato, minha alma sai do corpo, dançando o pagodinho que tá tocando agora.
Ouço a gargalhada exagerada da Lavínia e do restante do pessoal também, mas vir me salvar ninguém quer.
— Levanta, Frederico— meto um tapa na cabeça dele que ainda continua deitado.
Alguém puxa a parte da cadeira em que eu ainda tava sentada e aí sim eu tô de vez no chão. Morta da Silva.
— Amor, sai logo de cima de mim— empurro o Gabriel pro lado e ele nem se move.
— Vem cá logo, Frederico— o Igor diz e vejo ele puxando o Fred de cima do Gabi que se joga pro lado e enfim me deixa livre.
Caraca, eu tô viva!
Só me levanto quando ele me ajuda, faço uma avaliação no meu corpo pra ver se não machuquei nada e sinto uma dor na bunda.
— Ai— resmungo e o Gabriel me olha.
— Que foi?
— Acho que eu machuquei minha bunda.
— Eu faço uma massagem— coloca a mão na minha bunda e eu tiro.
— Sai pra lá, eu sou uma moça de família!
— Eu nem vou falar nada— ri.
— Tá tudo bem?— a Lavínia pergunta pra mim.
— Tudo ótimo.
— Eu também tô bem— o Gabriel diz.
— Nem me preocupo.
— Se quiser cair em cima de mim tamo aí— o Igor diz pro Gabi e eu cruzo os braços.
— Aí, amor, tão querendo me tirar de você— ele me agarra e eu dou risada.
— Que fofo, chamou de amor— o Igor se aproxima e abraça a gente— meu casal!
— Não vem querer dar uma de Vitão— dou um tapa na bunda dele.
— Poxa, Gabriel também não quer dar um tapa na minha bunda?
— Deixa meu homem— dou um empurrãozinho nele que ri e se afasta.
— Tô brincando, tô feliz de ver vocês dois juntos— sorri todo fofinho e eu jogo um beijo pra ele. Me ajudou muito a compreender o lado do Gabriel— agora vou comer carne.
— O copo— a Dhiovanna me entrega— deu tempo do Gabi me entregar.
— Ainda bem, né? Caso contrário a gente estaria todo molhado agora.
Bebo mais um gole da minha bebida e fico abraçada no meu... meu o que? Enfim, ele é meu.
— Seu homem, hein?— da uma provocadinha pelo que eu disse pro Igor.
— E não é?— olho pra ele.
— Você sabe que sou.
— Acho bom.
— Nossos pais se deram bem, viu?
— Ainda bem, né? Isso é muito bom.
— E eles gostam de mim também.
— É, eles gostam de você, por incrível que pareça.
— Seu irmão me ama.
— É...
— Você também me ama.
— É, também te amo.
— Ou seja... tudo certo pra dar certo— me dá um selinho.
— E vai dar tudo certo— sorrio.
— Vai sim, linda— me dá mais um selinho e ma abraça.
Apoio a cabeça em seu peito e ele fica balançando de um lado pro outro no ritmo de uma música do Dilsinho.
Acho graça quando minha avó começa a dançar com o Fred que tá quase da altura dela. A festinha ainda rola aqui na casa dela, aproveitaram que é aniversário de um tio meu e emendaram tudo, teve um pessoal que nem dormiu.
Tô tão feliz, me sinto tão completa com ele, sabe? O coração fica aquecido, fico em paz, tranquila.
Não imaginava que aquele cara que eu chamava de velhinho se tornaria uma pessoa tão importante e essencial na minha vida, mas hoje eu agradeço a minha amiga por ter trocado alguns dígitos do número. Nada disso aconteceria se ela não tivesse feito isso.
Mas o fato da gente ter que passar o réveillon longe um do outro me deixa um pouco mal. Muito mal na verdade.
Espero que isso não atrapalhe em nada.
O caos kkkkkkkkkk 🗣️🗣️🗣️
Pra quem não viu, eu postei uma fic nova com o Gabi, espero vcs por lá.
Comentem que eu apareço amanhã com outro