SOMBRA E LUZ

By Merreddie

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Em uma metrópole envolta em sombras, onde cada passo pode ser o último, um assassino atormentado vagueia pela... More

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14🔞
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17🔞
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 03

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By Merreddie

Raul esticou-se quando o seu turno finalmente havia acabado de atender uma idosa que sofria com graves problemas respiratórios mas felizmente estava se recuperando.

— Café? — O enfermeiro fintou a pessoa que entrava no local onde somente eles conheciam e também aproveitavam para ir quando precisassem descansar.

— Se eu tomar mais um não durmo mais tarde — Respondeu bocejando e levantou-se pronto para ir receber o recém-chegado.


O homem aproximou-se de Raul que desviou-se ao perceber as intenções dele.


— Adam! — Indagou passando a mão pelo seu rosto, estava cansado e sem paciência para aturar as cantadas dele.

— Ainda sem chance? — O homem alto, com o cabelo castanho escuro, mordeu o lábio inferior tentando reprimir o seu desagrado, perguntou decepcionado pela rejeição do outro.

— Você é o meu melhor amigo, Adam e isso não vai mudar — Raul respondeu encostando na parede fria mesmo o aquecedor estando ligado, levou a mão até o cabelo do mais alto e o afagou as madeixas castanhas.


Adam encurralou o homem retinto, o segurando pela cintura tentou novamente beijá-lo porém foi novamente rejeitado.


— É por causa da minha idade? Nós até transamos e você quis então porque não aceita namorar comigo? — Questionou esfregando o nariz contra a bochecha do outro.


— Eu não sinto nada além de carinho por você. Sabes como eu sou e não é por você ter idade para ser o meu filho — Adam soltou o menor quando escutou aquilo, ele odiava saber que não despertava interesse em alguém mesmo sendo atraente.

— O apartamento que indiciou é óptimo — Complementou fugindo sorrateiramente dos braços de Adam que fingiu nada aconteceu.

— Eu sei. O meu irmão é o dono do prédio e o Max pode viver a vontade por lá — Disse seguindo o homem negro que ia em direcção ao vestiário para trocar de roupa e poder trocar de turno.

— O Max adorou e tem o novo vizinho, ele parece ser amargurado e sem vida que levei um pedaço de bolo para ele — Adam balançou o dedo em frente ao amigo.

— O seu optimismo e bondade vão te levar para a cova, Raul — Interveio quando aqueles olhos castanhos vívidos que encantavam até a mais cruel das criaturas.

— Não seja estraga prazeres. O mundo é cheio de amargura e sofrimento, que mal tem eu ter esperanças que algum dia mude e mesmo que não mude, saber que posso melhorar o dia de uma pessoa é o suficiente para mim — Raul respondeu enquanto caminhavam entre o corredor totalmente branco do enorme hospital onde trabalhava.




Adam continuou calado observando as pessoas andando de um lado para outro no ambiente silencioso que no começo o causava arrepios.

— Pois espero que os meus pacientes pensem como você — Disse quando entraram no vestiário.

— Também espero. Amanhã irei trazer algumas coisas para as crianças e idosos, vai querer alguma coisa? — Falou pegando as suas coisas dentro do seu cacifo e não deveria esquecer o frio congelante do lado de fora e felizmente o inverno estava passando.

— Não venha trabalhar amanhã. A Ortega irá cobrir o seu lugar enquanto descansa e não vou querer nada — Respondeu Adam colocando a sua bata branca.


Raul não teve tempo para responder pois Adam saiu logo de seguida, podia não gostar do clima tenso entre eles quando o maior insistia em falar sobre um assunto delicado como aquele.


Suspirou profundamente antes de ir pegar o elevador que o levaria para a parte de baixo.

Encostou as costas na parede, exausto, o seu trabalho era óptimo e ele adorava mas sempre manter um sorriso e ser inabalável para ganhar o sorriso sincero dos pacientes era uma recompensa que valia muito para ele mesmo que cobrasse tanto de si mesmo.

Fechou os olhos, inalando o ar fresco da noite e respirou fundo antes de sair do elevador e ir procurar um táxi ou ônibus que o levasse para casa.

A luz do sol batendo contra o seu rosto o fez sentir tão vivo, mesmo sendo um homem de trinta e cinco anos, as vezes sentia que a sua alma ainda continuava jovem.

Chamou um táxi que prontamente veio atendê-lo, era caro? Sim porém chegaria mais cedo em casa e não precisaria ter que escutar um monte de gente reclamando.


— Ben? — O homem negro disse quando viu o loiro parado ao lado de sua porta como se estivesse o esperando.

— O que está fazendo aqui? — O loiro simplesmente olhou para si sem dizer uma palavra porém estendeu uma marmita para o menor.

— Para mim? — Raul perguntou surpreso e logo o seu sorriso angelical se abriu enquanto recebia a marmita, algo que não passou despercebido por aqueles olhos azuis sem vida.

Benjamin ainda pensava que aquilo era uma actuação perfeita para um amador, o loiro acreditava veementemente que Raul não era quem mostrava ser mesmo as informações dizendo o contrário da sua opinião, ainda precisava confirmar.

— Quer entrar? — O retinto convidou surpreendendo o loiro que pensou outra coisa porém aceitou, estava sem sexo há tempos então porque não aceitar?

Max foi a primeira coisa que viu quando entrou dentro do apartamento de Raul, o pastor alemão latiu antes de pular nos braços do seu dono que o recebeu com uma chuva de beijos e carícias atrás da orelha.

Benjamin notou o ambiente decorado com móveis pintados a cores vívidos e algumas flores mesmo dentro de vasos continuavam vivas e transbordando a vida.

— Pode sentar, eu já volto — O sofá afundou quando Jones descansou o seu grande corpo contra a superfície macia.


Max, o pastor alemão veio sentar ao lado de Benjamin, as suas orelhas apontadando para o alto agora estavam levemente caídas, o seu focinho preto encostou na perna do loiro e ele fechou os olhos caindo no sono.

Quinze minutos passaram enquanto Benjamin somente observava o ambiente estranhamente reconfortante para a sua vista mesmo não estando habituado a um lugar tão convidativo, não desgostou do lugar.


— Desculpa, eu precisava de um bom banho — Raul disse segurando duas chávenas que pareciam ter alguma coisa quente dentro, pelo aroma, reconheceu o chocolate de longe.


O loiro recebeu o chocolate quente ainda sem dizer uma palavra enquanto olhava para o retinto, ele trajava um moletom que ficou folgado no seu corpo e junto de calções que deixavam as suas pernas por fora.

Raul chamou o pastor alemão que se levantou dando espaço ao dono para sentar, assim que o enfermeiro o fez, Max se deitou nas suas coxas voltando a dormir.

— Você é assim com todos? — O enfermeiro fintou confuso o homem com a voz ríspida, parecia estar sussurrando quando falava, aquilo faria qualquer um subir nas nuvens.


— O que quer dizer, Ben? — Benjamin deu mais um gole no chocolate quente encarando fixamente os olhos castanhos.

— Irritante, barulhento e bonzinho, pessoas como você não vivem muito por um motivo, sabia? — Respondeu desagrando o enfermeiro que quis retrucar a altura, entretanto o loiro ficou de pé.


— Esse jeitinho bondoso só vai te criar problemas — Raul deixou a chávena e seguiu o loiro que abriu a porta se deparando com Adam segurando um bouquet de flores.

O menor ficou sem entender o porquê Jones tinha parado até seguir para onde ele estava olhando e ver o seu amigo que havia ficado no hospital.

— Quem é você? — O médico ignorou completamente o retinto e retorceu a boca em desprezo para com o loiro que estava totalmente indiferente.

— Depende de quem quer saber — Benjamin respondeu num tom calmo que irritou o outro.

— Sou o namorado dele — O loiro não quis comprometer a sua missão por causa de um homem imaturo e explosivo como aquele, por isso o afastou do caminho e seguiu em total silêncio de volta para o seu apartamento.

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