"a mesma pessoa que eu preciso é aquela de quem estou fugindo"
– Ozone, Chase Atlantic
🥀
A garota à minha frente não se cansa, instigada e cheia de tesão, sua bunda mexe com a melodia sensual. Não é novidade, estou por aqui novamente e meus olhos estão quase fechando, talvez não tenha sido uma boa ideia não ter dormido nos últimos dias. As pílulas estavam começando a fazer efeito e meu nariz já não ardia, três carreiras fechadas por mim, de uma vez em segundos. Não é meu recorde.
Meu corpo estava tenso e tinha leves espasmos, eu precisava descansar, mas era impossível, aquela maldita garota insistia em endiabrar meus pensamentos
Estou começando a detesta-la
Teimosa para um caralho
As coxas grossas e cintura fina me fizeram de cadeira, o couro mal segurava sua vagina de tão inchada. A boate estava cheia, sempre cheia, e naquele momento eu tinha um belo par de peitos gigantes na minha cara, balançando como doces na frente de uma criança sedenta.
Suas unhas gigantes e pretas agarraram minha bochecha, levantando meu rosto para cima. Linda. Lábios carnudos e olhos claros, seus cabelos insistiam em se rebelar e cair em seu rosto pálido e bonito, os fios alaranjados eram incrivelmente sexy naquela garota
Eu nunca havia visto ela por aqui, talvez James tenha contratado recentemente
Era uma vadia linda
E eu seria a primeira.
- Você me quer? - a voz doce e funda ecoou em meu ouvido, o quentor me instigou a apartar sua enorme bunda.
Um beijo intenso e preciso, línguas experientes e mordidas necessitadas. Os gemidos agudos soando em minha boca, e ela sedenta por ter sua boceta apalpada por cima da fantasia.
Deliciosamente deslumbrante, eu a comeria de todas maneiras que eu posso, em todos os cantos precisos, eu precisava esfriar a cabeça, e seria no meio daquelas pernas fartas
O beijo se tornou amargo e as mordidas não ateava mais fogo
A empurrei de meu colo e me levantei ajeitando minha camisa social. kiton. Peguei meu paletó e joguei sobre os ombros, logo me afastando dali, eu precisava de ar e procuraria na rua. Não ali, mas na rua daquela desgraçada
Eu não entendo oque sinto, não entendo oque acontece comigo quando estou com ela ou quando penso nela
Nos últimos dias, James me infernizou para que fosse me desculpar com ela, me redimir e explicar como eu me sentia, e porque a trato assim. Obviamente eu não dei ouvidos, confesso que sou orgulhosa, mas ao mesmo tempo não queria perde-la, digo com clareza que adoro sua companhia e não é por querer eu ser grossa e estúpida, me sinto uma babaca quando vejo seus olhos brilharem quando sem perceber sou escrota com ela.
Uma doce garota que insiste em não ver maldade em ninguém, que deseja ver a doçura e vantagem em tudo, é por causa disso que eu me atrai de forma diabólica por ela
Traguei o cigarro e respirei fundo, firmando meus olhos tentando enxergar por entre a janela, as luzes estavam apagadas, apenas a da sala estava acesa.
Eu sabia onde ela estava, naquele momento ela e Luiza assistiam a atividade paranormal comendo doces e pipoca, voltei meu olhar para o celular que mostrava as duas na tela
Lisabelle estava com sono, estava cansada porque não havia dormido na última noite. Eu poderia estar lá, a vigiando por entre as portas do guarda roupa ou em qualquer lugar fodidamente apertado, mas ela precisava se sentir confortável, não pensar na possibilidade de estar sendo vigiada
Parecia meio cabisbaixa, e eu espero que não seja por minha causa
Ir para a casa agora seria a melhor escolha, eu precisava tentar mudar, tê-la por perto está sendo minha prioridade agora
É engraçado, mas eu não consigo me aproximar de mais nenhuma garota, nem foder qualquer outra menina, isso me frustra porque passei anos de minha vida experimentando novas garotas, loiras, morenas, ruivas, até as coloridas. Me afoguei em mares rasos que quando experimentei um oceano, tudo se tornou pequeno e insignificante
Eu queria apenas aquela praia e aquelas ondas, nada mais.
Lisabelle é minha, me contento e desejo ser só sua. Movo mares e montanhas, mato e morro por aquela maldita garota
Meu celular tocou e estranhei o contato, era Luiza. Eu não conseguia mais observá-las, já que agora teria que atender sua ligação
- Luiza?
- Ah, Dominique? Está por onde?
Franzi o cenho e olhei para cima, a luz onde Lisa estava dormindo acendeu
- Oque aconteceu? - Ignorei sua pergunta.
- Vou direto ao assunto!
- Continue!
Eu estava involuntariamente encarando a janela a muito tempo
- Lisabelle esta mal...eu nunca vi ela tão abatida com algo - Sua voz era baixa, talvez para a garota não escutar. - Ela anda abatida pelos cantos...
- Ela esta comendo?
- sim! - suspirou. - Mas não sai do quarto. Ela me contou tudo oque aconteceu...
Droga. Luiza me odiaria.
- Eu disse a ela para ter calma e tentar entender seu lado...
Mas oque?
- Aconselhei para que ela te ligasse para você, afim de consertar tudo, porque eu sei que vocês duas se gostam! E ambas são adultas, você é bem mais velha do que ela, Dominique, eu sei que seu passado a assombra, mas tem que aprender a arriscar!
- Você ta achando que é quem?
A risada ecoou
- Eu sou Luiza, meu amô!
- Não me diga
- Mas é sério! Dominique...tente lutar para aprender, eu vejo em seus olhos que além da obsessão louca e diabólica, você gosta dela. Então tente mudar seu passado, você precisa focar no futuro, e suponho que Lisabelle esteja ajudando nisso...
- Vadia... - sussurrei baixo. Ela estava certa. - Mas oque eu faço?
O silêncio pairou durante segundos
- Comece a fazer oque ela gosta junto a ela, comece a levar em lugares, dê presentes simples a ela, ela adora! - Riu fraco. - E Dominique, tente não ser possessiva, deixe-a livre
- Entendo...
- Okay, então, se cuide
- Luiza, onde Lisabelle está?
- Foi dormir
- Certo
A chamada encerrou e vagamente guardei meus pertences, o cigarro acabou e tanto que traguei e segui para o gramado, afim de subir pela janela.
Eu era boa em escaladas, era uma das formas que eu usava para escapar de alguns castigos quando criança, e desde então me empenhava ao máximo para tudo oque eu quisesse
Linda.
Linda.
Linda.
Ver seu peito subir e descer fez meus músculos se acalmarem, mas não por completo. Seu corpo estava encolhido e coberto pelo cobertor lilás, estava serena, dormindo pesadamente. Seu rosto estava um pouco inchado e isso me deixou aflita
Era por minha causa?
Droga Lisabelle
- Se um dia eu acabar me apaixonando por você, eu nunca irei superá-la
Era ironia, eu até que curtia ela, gostava da sua presença e da forma que ela se submetia - pouco - para mim
Tocá-la e saber que ela de alguma forma pensaria só em mim, era oque eu mais queria a um tempo. E hoje ela está deitada em uma cama sonhando com possíveis lagartos com asas cintilantes e com glitter, na minha frente.
Eu não esperava por isso, não esperava que ela me aceitasse de tal maneira. Ela confia em mim de olhos fechados, acredita em cada maldita palavra, não exitou em se entregar para mim naquela cafeteria sem protetores na vidraça, ela confia em mim de forma intensa
Gosto de você, Lisabelle. Gosto muito de você
“esta é a última vez que estou te pedindo isso: coloque meu nome no topo na sua lista”
— the last time, taylor swift
Com cuidado desço meus pés da janela e caminho até a cama, me deito ao seu lado e automaticamente o cheiro de algodão doce invade minhas narinas.
Ela era fofa
Usava pijama de bolinha com tecido fino, provavelmente havia se mexido muito que a camiseta foi para baixo quando mostrando seus seios, o short estava levantando e mostrava a polpa de sua bunda.
Eu não entendo o porque estava nervosa e meu rosto esquentou tanto
Eu estava com vergonha?
Eu já não conseguia pensar muito, na escrivaninha ao lado havia um relogio digital, marcava vinte e uma horas e quarenta e seis minutos. Meus olhos estavam pesados e meus músculos relaxados demais, eu estava confortável, satisfeita em tê-la por perto, apesar de estar em um sono pesadíssimo.
Era estranho o meu cheiro se misturar com o dela, o odor do cigarro com o doce de seu perfume, como uma junção entre céu e inferno, pureza e impureza
Lisabelle...
A sensação de estar dentro de uma bolha quente foi se dissipando aos poucos. Onde eu estava? Meu corpo estava relaxado e aos poucos abri meus olhos, ardendo rapidamente após o contato com a luz do sol atravessando a janela. Eu estava sozinha no quarto de Lisabelle, tinha um lençol sobre mim e eu ja não estava com os meus sapatos
Ela que tirou?
Aliás, porque ela ainda dorme aqui?
Podia eu ouvir Luiza falando algo da cozinha, não consigo entender muito bem, uma das piores desvantagens de acordar, é que eu demoro para raciocinar
- Lisa, Caralho! Vai queimar!
O som de panelas batendo e risadas era novidade, nunca havia vivenciado isso, o cheiro de café fresco era revigorante. O som foi aumentando a cada passo que eu dava em direção a cozinha, e lá estava elas, correndo de um lado para o outro, Luiza cortava frutas e Lisabelle estava fazendo algo no fogão
- Ah, você acordou! - Luiza disse sorrinso. Estava suja com líquido laranja.
Lisabelle se virou com a frigideira em mãos e sorriu. Oh, droga. Seu rosto estava com farinha e provavelmente não viu, tentiva de fazer panquecas
- você esta péssima - A loira comentou colocando o prato de frutas na mesa.
Como assim?
- Onde fica o banheiro?
- Terceira porta - apontou para o corredor.
Deplorável. Era como eu estava, totalmente deplorável. Não estava com olheiras, mas meu rosto estava inchado e brilhoso, fora meu cabelo que estava espetado para cima, consequência de muito gel e pomada.
Respirei fundo e molhei meu rosto afim de tirar o peso, ajeitei meu cabelo com uma escova da monster high que estava ali.
Cortar o cabelo foi uma ideia genial, mas tomei muito no rabo, era difícil mante-lo deitado. Quando tinha o cabelo médio, batendo nos ombros, era um pouco mais fácil, mas agora os malditos fios estão rebeldes, custo alto de ter um cabelo baixo.
Eu estava sentindo falta de algo, algo faltava ali, e eu sei que era a vida deprimente e desgraçado que eu tinha antes de conhecer Lisabelle. Eu estava todos os dias pelas ruas da cidade, afim de retratar o erros cruéis de pessoas cruéis; exterminando-as. Matando e decipando da pior maneira possível, fazendo com que provem do próprio veneno e maldade
Desde que decidi involuntariamente focar em Lisabelle, coloquei pessoas para trabalhar por mim, de começo relutei, ter a sensação de tirar o lixo da rua era delicioso
Dava um puta tesão
Eu os acompanho de perto, mesmo estando em outros lugares, sigo cada passo e ação daqueles que um dia fizeram um pacto comigo. James esta abaixo de mim, me informando sobre terceiros.
Casa é uma empresa anônima que caça pedófilo online, afim de pegar cada informação sobre a pessoa, fazendo assim, um caminho totalmente aberto até ela, e quando consigo, eu o sigo, nem que seja na porta do inferno, e quando os acho, os mando direto para o colo do diabo.
Eu a fundei quando ainda estava dentro daquele casarão, havia pego o celular de um dos pedófilo que me vigiava, eu o matei, mantive o aparelho escondido e pela madrugada, ficava horas aprendendo a mexer no celular, aprendi a desenvolver sites e um deles foi a Casa, onde só eu tinha acesso e era a única forma de acha-los
E essa será mantida até que o mundo acabe
Eu sentia que algo estava acontecendo, mas era como se eu estivesse do lado de fora, do outro lado da porta. E isso me frustra porque eu gosto de estar no controle
Voltei para a cozinha e encontrei as meninas quietas, mas sorrindo uma para a outra até me verem
- Estou saindo...
- Mas já? - Luiza estava de boca cheia.
- Come com a gente - Lisabelle pediu baixo.
Seus olhos praticamente imploravam para que eu ficasse
- Eu preciso ir, docinho...
- Vagabunda! - Brava, luiza me olhava de cara feia. - Lisabelle acordou cedo para cozinhar para você, mesmo depois de aparecer do nada no quarto dela!
Droga.
Ela estava com a cabeça baixa, atingida pela situação. Meu peito latejou.
Eu não podia deixar minhas obrigações, eu precisa de ambos. No entanto, caminhei até a mesma e beijei o topo de sua cabeça, acariciando-a levemente, meio estranho já que nunca havia feito isso sem ser em Kyra
- Desculpa docinho, prometo te recompensar mais tarde
Ela nem se moveu, mas eu a conhecia de olhos fechados, sabia que ela havia se ferido com aquilo, e não era a minha intenção
- Tudo bem - Sua voz saiu baixa, mas eu podia perceber que estava embargada.
Mil maldições
"Comece a fazer oque ela gosta junto a ela, comece a levar em lugares, dê presentes simples a ela, ela adora!"
As palavras vagaram em minha mente o resto da noite
- Tchau meninas
Sem esperar alguma resposta, sai para fora da casa e adentrei meu carro, quente para um caralho. Parecia que o diabo havia passado a noite ali, retirei meu celular do porta luvas e o desbloqueiei
"87 chamadas perdidas de James"
- Porra...
A última vez que James havia me ligado tanto, foi quando eu matei um velho tarado e seu povinho vieram atrás de mim querendo vingança
Eu os matei
Um por um.
Liguei para o mesmo que atendeu no mesmo instante
- Caralho, Dominique - Esbravejou. - Sai um dia e volta no outro, filha da puta!
Girei as chaves e o carro subiu, o ronco era baixo e o carro era leve, sai dali sem pressa
- Oque aconteceu?
- Heitor...
Minhas mãos gelaram e o volante se tornou mais duro que um tronco
- Ele esta vivo...
- Oque?
E pela primeira vez, eu quase bati o carro, em uma das esquinas.