EFEITO DO CAOS

By VRomancePlus

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+18 DARK ROMANCE DE VROMANCEPLUS. S i n o p s e Everest Thomas volta para Seattle depois de anos morando com... More

avisos + personagens principais
s i n o p s e + p e r s o n a g e n s
c a p í t u l o 1 - S o r r i s o ☠︎
c a p i t u l o 2 - i n t u i t i o n
c a p í t u l o 3 - B i g (pai)
c a p í t u l o 4 - v o c ê
c a p í t u l o 5 - l o u c o ☠︎︎
c a p í t u l o 6 - b o g e y m a n
c a p i t u l o 6 (parte 2)
c a p i t u l o 7 - D e n a l i
c a p í t u l o 8 - o p a s s a d o
c a p í t u l o 9 - a m e a ç a
c a p i t u l o 1 0 - v i b r a ç o e s
c a p í t u l o 11 - U n i v e r s i d a d e
c a p í t u l o 12 - d j a v ú
c a p í t u l o 13 - F i q u e L o n g e
c a p í t u l o 1 4 - l o c a l i z a ç ã o
c a p i t u l o 1 5
c a p i t u l o 16
c a p i t u l o 17
c a p í t u l o 19
c a p í t u l o 20
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c a p i t u l o 22

c a p í t u l o 18

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Everest

26 de Julho em Seatte

— E se eu não quiser isso? — Sussurrei ao, relutantemente, desgrudar nossos lábios. Henry estava atordoado, a boca brilhando e inchada, eu não estava diferente, só uma massa confusa e aérea, com batimentos trovejantes e acelerados.

Respirávamos com dificuldades.

Ele lambeu os lábios, encarou-me de modo intenso e selou nossas bocas rapidamente, afastando-se logo. A impressão era que não conseguia ficar longe.

— Vai querer, eventualmente. — respondeu minha pergunta, pressionando seu quadril — Você vai ansiar por isso, querida. — corei ao senti-lo firme, duro, entre nós, conforme pronunciava baixinho.  

Segurei-me para não abaixar o olhar, temendo aquele tipo de intimidade. Beijá-lo era maravilhoso, tanto que esqueci de todo o resto e foquei somente nele, na sua boca, na língua grudando na minha, no sabor que seus lábios possuíam. No quanto o beijo tinha conexão com outras partes do meu corpo. Contudo, eu não ia adiante, e não sabia o que fazer com Henry pressionando a pélvis entre minhas coxas, transformando-me em uma poça sensações.

Precisava pará-lo e afastá-lo.  O nervosismo emanando de mim era aparente. Ele arqueou a sobrancelha em confusão.

Mesmo sem força, eu fiz menção de empurrá-lo pelo ombro. Ele se afastou, sentando sobre a cama. Eu também fiz o mesmo, passando os dedos e ajeitando os fios bagunçados. Busquei me acalmar. Busquei pensar racionalmente.

Tinha que colocar a cabeça no lugar.

Algo estava remoendo em mim. O que significava de fato? Eu era dele? Meu corpo pertencia a ele? Ele achava que era o meu dono, era isso? Que namoraríamos?

Juntando as mãos sobre as coxas, esfreguei o pulso. Levantando a cabeça devagar, meu olhar caiu sobre suas pernas, no volume grande que ele ostentava ele elas. Minha boca secou, eu engoli mais uma vez e, quando ouvi a risada baixa e rouca, encontrei as esferas em mim.

— Eu... — Abri a boca e fechei.

Porque eu estava daquela maneira, se segundos antes Henry estava se esfregando, fazendo com que eu sentisse o pacote entre suas pernas? Tudo bem que ambos estávamos vestidos e nublados pelo beijo – eu estava – ,mas mesmo assim.

— Respire, Everest. — Esticou o braço e pegou minha mão, que ainda estava com os dedos sobre o outro pulso. Deixando-a sobre a cama, levou a outra a sua boca, prendi a respiração; ele beijou a pele ardendo — Eu não vou comer você, não hoje, pelo menos. — Inalei o ar pesadamente diante das palavras sujas.

Fiquei quieta, absorvendo as palavras.

O toque do telefone soou ao longe, ele fechou os olhos e respirou fundo, logo se obrigando a levantar, o acompanhei com o olhar.

— Preciso atender. — Parecia tenso e indeciso, franzi a sobrancelha.

— Tudo bem. Já estou saindo.

— Se sente melhor? — quis saber, mas olhou minha boca e pareceu se divertir.

— Sim

Henry acenou, hesitou um pouco, mas acabou indo em direção a porta aberta e saindo.

Eu enfim pude respirar calmamente.

Que tornado.

☠︎︎

Era domingo e eu estava deitada, repassando o dia anterior inteiro em minha cabeça. Já passava das cinco da tarde e tive que inventar mil e uma desculpas para Denali quando essa bateu na porta depois que me retirei após o almoço.

Nós ainda estávamos estranhas. Mas a minha irmã ficou preocupada quando abri a porta de casa. O seu abraço era prova disso. O suspiro de alívio também. E quando Henry me deixou na entrada do prédio no começo da noite anterior, a certeza de que ela tinha visto tudo, estava enraizada em mim. Ela sabia. Meu pai sabia.

Ela se afastou, com as mãos em meus ombros e me mediu inteira, torcendo o rosto para o que eh vestia.

— Não faz mais isso, Eve. Pelo amor de Deus! — Pediu

— Tudo bem, me desculpe.

De maneira egoísta e filha da puta, evitei pensar em Marco quando Denali explicou a situação. Ele tinha quebrado o tornozelo ou algo assim. Henry havia feito.

Que direito eu tinha de me importar com ele, se eu beijei repetidas vezes sem remorso o homem que o machucou?

~

Suspirei e deitei de barriga para cima, querendo conversar com Charlie, mas sem ter coragem de contar detalhe por detalhe, eu nem podia fazer aquilo. Ela enlouqueceria e mandaria as forças armadas.

Levei minha mente até o apartamento de Henry e o momento em que voltou da ligação, totalmente diferente. Me tratou da mesma maneira estranha e possessiva, mas havia algo ali que não estava, parecia uma angústia, era como se ele se segurasse interiormente.

Não perguntei o que era. Apesar dele achar que tinha algum tipo de poder excêntrico sobre mim, eu não me achava no direito de perguntar nada sobre sua vida pessoal... Pelo menos não ainda.

Balancei a cabeça para os lados. — você tá maluca, doida e pirada, Eve.

— Talvez ele tivesse razão quando disse que eu fugi do manicômio. — murmurei.

Joguei o cobertor para o outro lado, decidida a saltar da cama, espantar a preguiça e tomar um belo banho, mas a notificação do celular chamou minha atenção.

Peguei-o escondido debaixo do cobertor.

Terá uma luta em alguns dias. Quero que esteja na Catedral

Surpresa tomou meu rosto, assim que acessei as mensagens.

Henry? Mas que pergunta idiota, é claro que era ele. 

Com os dedos rápidos e certeiros mandei de volta:

Você estava bloqueado.

Ele logo respondeu:

Aparentemente não estou mais.

Fiquei incomodada com a ideia de ter fuçado meu celular. Todavia, analisei os números e eram diferentes.

Quantos números você tem?

Você quem decide

Me arrepiei com a mensagem, Imaginando a voz grave e baixinha falando.

Certo, então, independentemente de eu bloqueá-lo ele continuaria comprando, se já não tivesse em casa, chips de celular, novos. Okay, entendido.

E a resposta é não. Eu não vou.

Denali me contou o suficiente para que eu não quisesse pisar lá outra vez. Ali não era mais onde brincavamos quando pequenas, estava longe de ser nosso refúgio outra vez. Tinha virado um buraco onde pessoas iam se drogar, extasiadas ao verem dois homens se esmurrando até que um estivesse quase desfalecendo.

Um deles era Henry. — Fechei os olhos e balancei a cabeça para os lados.

Mirei a tela do celular e não havia mais uma mensagem.

Aguardei mais alguns minutos e ele não respondeu.

Desisti de esperar, indo tomar banho. Após sair, ele ainda não havia respondido.

Sai do quarto, passei em frente ao da minha irmã, mas estava tudo quieto.

Desci a escada, ainda de olho no celular. A agitação que vinha junto com a antecipação deixou um frio na barriga, era sufocante, a expectativa da espera.

Quando enfim desci o último degrau, a atmosfera pesou, a sensação se tornou desagradável. Fiz uma careta, incomodada. Levantei a cabeça lentamente e meus olhos focaram na figura sentada sobre o sofá, com a pernas cruzadas e um olhar gelado sobre mim.

Meu coração saltou dentro do peito.

Procurei Denali com um olhar e não vi nem sinal de que estava ali por perto.

Ela me deixou sozinha com ele? Custei a acreditar.

— Cadê Denali? — minha voz saiu afiada. — Na verdade, o que você está fazendo aqui?

— Henry.

Oh, claro. Tremi com o tom estranho, o olhei de lado.

— O que tem? — Perguntei petulante, escondendo o que de fato sentia com sua presença ali. Não me lembro de alguma vez que estivemos juntos numa mesma sala, nos dois.

Só quando criança. Quando meu mundo era incrível e eu não tinha problemas com o papai.

Eu estava orgulhosa de mim por ter criado essa personalidade para tratar com ele. Não queria que ele visse que eu sentia dor por sua escolha, que eu queria um pai, que eu me ressentia mesmo que um pouco o fato de que sempre esteve ali para Denali, a acompanhou.

— O que você está querendo provar, mi carino? Saindo com ele e indo para o seu apartamento? Se expondo ao perigo!

Bufei.

— Não me chame assim. — avisei entredentes — Não preciso provar nada.

— Sabe que ele irá machucá-la, não sabe? — aquelas palavras me fizeram tremer — E eu serei obrigado a abrir a cabeça dele com uma bala. — Gesticulou, mirando em sua própria cabeça, travei o maxilar, apertando os lábios

Medo me dominou.

— Você é mal, Big, e não me culpe por suas decisões — falei baixo, me referindo ao fato de que se ele quisesse, ele faria e não precisaria por a culpa em mim, faria porque queria.

Mas queria me fazer pensar, ele sabe como me sinto em relação a tudo que engloba violência.

Ele riu.

— É ingênua, menina! — Acusou — Não deveria ter voltado. Estavam seguras, longe daqui, você é sua mãe. — o tom aumentou gradativamente.

— Claro que estávamos — o sarcasmo banhou minha voz — Fiquei malditamente presa em uma escola a vida inteira enquanto minha mãe ficava sozinha— Apontei — e fomos obrigadas a isso, quando a única coisa que você viu foi a ganância catorze anos atrás. Você não prestou atenção em nada, pai  — Chamei-o de pai no mesmo tom debochado de antes, ele estreitou os olhos — Nem na minha mãe sofrendo, nem em Denali observando e ouvindo coisas escondidas que eram demais para os seus ouvidos infantis, nem em mim quando eu peguei aquela arma e apertei o gatilho. — Engoli a seco e falei de uma vez: — é impossível lembrar com tanto a sangue nas mãos não é? Quando os seus desejos são maiores que todo o resto.

Ele saltou do sofá, fazendo menção de vir até mim. O fogo crepitava em seus olhos ferozes e negros como os de um corvo, BigCrow fazia jus a ele.

— Cale a boca, porra! — grunhiu, parando à uns três passos, meu corpo sacudiu— Ainda sou seu pai e posso fazer o que achar necessário, portanto, se não se afastar dele, o Canadá será nada comparado com o lugar que vou jogá-la. — Ameaçou frio, nada abalado com o fato de eu ter jogado sobre ele a minha quase morte.

Eu tinha uma satisfação amarga em jogar aquilo nele. Eu sentia, fiquei com as marcas e tinha odio quando só eu parecia lembrar do que ocorrera. Eu iria acusar sempre que pudesse, lembrá-lo a cada instante que tivesse a chance. Se eu não poderia viver tranquila e a minha indiferença não era nada pra ele, eu abriria minha boca.

A sua presença era grande, estranha. Ele parecia diferente também. Talvez os anos sendo um tirano, tendo vida de jovens destruídas por suas drogas... O sangue que ele carregava nas mãos e a maldade em seus olhos fossem o efeito daquilo.

Cada um era responsáveis por suas escolhas e ele era pela que fez.

— Você pode ter poder sobre qualquer um que lhe deva obediência, seus homens e até minha irmã, mas não tem poder sobre mim. Eu não te devo na-da. — esgui o queixo, encarando-o desafiadora, mas por dentro eu estava prestes a desabar.

A Everest interior estava com medo, com as pernas oscilando e o coração saltando pela boca.

— Você só é uma jovem imatura e burra. — Lançou as palavras, que foram recebidas com sucesso — Você viu o que ele fez com Marco? — não respondi, riu forçadamente — Porra! Só tem algumas semanas que está aqui minha filha. Ele irá destruí-la pedaço por pedaço — ele parecia lamentar.

— Então vocês são parecidos.

Ele não negou. Mas fechou as mãos em punhos.

— Sim, mais do que você imagina.

— Que bom que não terei filhos com ele então.

Meu pai grunhiu alto, rosnando como um bicho selvagem em descontrole. Saltei para trás assustada, enquanto ele foi até a televisão e arrancou da parede, lançando-a por qualquer lugar longe de mim.

Foi como se eu ouvisse sua voz gritando com a minha mãe catorze anos antes. Era como sentir a textura da madeira da porta contra minha bochecha, enquanto lutava para ouvir a briga do outro lado. Até parecia que Denali estava atrás de mim, puxando-me para colocar seu fone em minhas orelhas.

Minhas mãos cobriram meus ouvidos. Mas meu olhos permaneceram nele, focados. Eu estava me segurando com toda minha força para que a lágrima prestes a transbordar nao lhe desse o prazer.

Quando ele se acalmou de sua ira de merda, parou. Com os olhos frios em mim, enfiou a mão na parte de dentro do casaco que estava usando, eu sobressaltei, imaginando ele tirando uma arma, mas ele só puxou um celular e o estendeu para mim.

Hesitei. Mirando o aparelho. Aquilo parecia que me queimaria.

— Pegue. — Mandou, minhas mãos continuaram onde estava — Pegue! — rosnou, obedeci.

Um grito ficou estrangulado na garganta quando vi a imagem de Marco deitado em um beco sujo. Ele estava machucado e o que me fez fechar os olhos foi o osso exposto do seu tornozelo. Foi como se alguém estivesse pegado e pisado com força, bem como uma madeira a ser partida no meio.

O osso partiu a carne, rasgando a pele e ficando com a ponta para cima. O sangue e a carne partida reviraram meu estômago.

— Passe para o lado.

Ele não precisou pedir duas vezes. Meus dedos agiram automaticamente.

Mais fotos.

Mais sangue e carne.

Osso para fora.

Conforme eu passava e passava, Big; o chefe e líder de uma gangue, me dava uma lição. Mas foi quando eu parei em um vídeo que eu de fato vi onde tinha me metido.

Porra, palavras não tinham sido suficientes. Alertas não haviam se infiltrado na minha cabeça ingênua e tola.

Eu precisei ver.

De um ponto estratégico gravado de frente para a cena, Henry estava abaixado sobre os calcanhares, uma arma brilhava em suas mãos enquanto ele olhava para o homem caído diante dele. Atrás deles eu podia ver as pernas longas de Big, mas o resto do seu corpo não apareceu.

Quem filmou, aproximou um pouco a imagem e eu precisei cobrir a minha boca. O homem no chão tinha algumas partes do corpo dobradas em ângulos impossíveis. Meu Deus.

Mas não foi naquilo que meus olhos decidiram focar e sim no rosto sem expressão de Henry. Ele parecia vazio, os olhos prateados eram um poço fundo sem nada. O sorriso que ele abriu, assustador. Suas palavras murmuradas com uma satisfação que vinha de dentro, do âmago.

Não desviei meus olhos. Não pisquei quando ele levantou, não respirei quando apontou a arma.

Ele atirou sem hesitar. Meu corpo tremeu. O sangue sujou o chão e parede, respingou nele mas esse não pareceu se importar.

Ele gostou do que fez.

Soltei o celular no chão e não consegui segurar o jato de vômito que veio com força, arranhando e queimando minha garganta. Depois de expelir tudo, caí de bunda não chão, sem forças para nada e com o tiro ecoando na minha cabeça.

Encarei as pernas de Big quando se aproximou, abaixou-se e pegou o celular.

— Você não sabe de nada, menina. — Disse suave — Não me forçe a fazer isso outro vez, Everest.

Foi embora.






Muitos votos e comentários que vai sair mais esse fim de semana.

Eu amo uma treta 🤗




















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