Boa noiteee
Cap não revisado, boa leitura.
POV Rosalie Hale
Tudo na minha vida seguia a sua monotonia, os dias se resumiam a fingir ser uma adolescente normal, voltar pra casa, me trancar em meu quarto e me afundar na melancolia da minha vida, fadada a viver sem minha companheira, o amor da minha vida que sumiu a 50 anos, o que me impede de definhar e enlouquecer é a esperança de encontra-la viva e bem.
E esse mês é o pior de todos, é quando faz o aniversário de seu sumiço.
Normalmente é quando eu me afasto de minha família e vou atrás de pistas sobre seu paradeiro, já estava perdendo as esperanças, até que há uma semana um contato meu em Nova Orleans entrou em contato afirmando que a irmã do meu amor foi vista na cidade. Tudo que eu precisava fazer era ir até ela.
Mais o medo me corroía, e se ela estivesse morta? e se não estivesse. Mais nada me tira da cabeça que ela jamais me abandonaria, afinal ela não poderia, então só me restava as opções de que algo muito ruim aconteceu com ela.
Saio de meus devaneios quando Alice me chama para ir pra escola.
Fazia uma semana que Edward estava com os Denali, algo sobre uma humana nova na escola ser a lá cantante dele e ele precisar ir pra fora para não matar a garota, confesso que nem me atentei a isso, tudo que sabia é que era maravilhoso não ter ele aqui para invadir meus pensamentos.
Isabella Swan a garota que chegou na escola e já causou alvoroço na minha família, Alice afirma que a garota fará parte da família.
Edward está enlouquecido por não poder ler a mente da garota, e tudo oque eu sei é que quero ficar o mais longe possível dela.
As aulas se arrastaram naquele dia, me sentia ansiosa por algum motivo que não sei dizer, mais ao mesmo tempo essa ansiedade trazia uma leveza, acho que pela primeira vez em décadas eu não estava afundada em meus pensamentos sobre ela.
Minha leve alegria repentina se esvaiu quando entrei no refeitório e encontrei meu querido irmão Eduardo em nossa mesa, droga toda minha energia iria agora para esconder meus pensamentos.
Afinal algo me dizia para não confiar 100% nele.
Bufei frustada e sentei em minha mesa logo pegando minha edição da semana da revista de car&drive.
Foquei em minha leitura sobre o novo Ford GT, seu motor é um V8 de 5.4 litros, equipado com supercompressor fazendo com que ele tenha 558 cv e torque de 69,2 kgfm a 3.750 rpm. Esse propulsor faz com que ele chegue a 330 km/h e leve 3,8 segundos para chegar aos 100 km/h.
Talvez esteja na hora de comprar outro carro, franzi os lábios quando senti aquele cheiro peculiar, peônias e morangos, Isabella estava no refeitório e eu não precisava olhar pra saber que ela estava me olhando agora, comprimi mais os lábios e franzi as sombrancelhas na tentativa de disfarçar e esconder meus pensamentos afinal a privacidade era inexistente agora.
Com o canto dos olhos observei Edward, que estava parecendo um psicopata obcecado olhando ela, isso me incomodou muito, em pensar que ele talvez estivesse cogitando se aproximar e por a vida dela em risco.
Ergui meus olhos e vi quando Isabella desviava sua atenção de mim e encarava o cacatua do meu lado, ela sustentou seu olhar o quanto pode, podia ver daqui seu desconforto. Até que ela desistiu e foi pra sua mesa e fingiu não se incomodar com o jeito que meu irmão olhava obsecado pra ela.
- Cuidado, você tá parecendo um psicopata
Ele finalmente tirou os olhos dela e me encarou, provavelmente tentando ler minha mente, aonde eu cantava I want break free incansavelmente.
Sorri quando ele desistiu e só bufou, amava ve-lo não conseguir tudo o que quer
- eu não consigo ler a mente dela- disse exasperado
- que inveja dela, pelo menos nisso ela tem total privacidade como deveria ser com todos - destilei veneno em sua direção
Nossa relação não era a melhor depois que eu fui transformada e feri o ego dele ao me recusar a ter qualquer tipo de envolvimento com um mimado inconsequente.
Piorou quando encontrei minha companheira e precisei me afastar da família pois ele destilava seu veneno sobre ela, mesmo ela nunca tendo feito nada para merecer.
Ficou muito pior depois da surra que dei nele.
Flashback on
Estava arrumando uma mala com minhas coisas, fazia 5 anos que Lutessa tinha sumido, e como fazia todos os anos no mês de seu sumiço eu me afastava dos Cullen, e passava 30 dias atrás da família dela.
5 anos repetindo isso e nunca tinha encontrado uma pista sequer, o tanto de inimigos que a família tinha não era de se esperar que seria fácil acha-los, eu só precisava saber oque houve, o porque ela me abandonou, se ela realmente me abandonou ou houve algo pior, eu realmente esperava que não, a dor de ser abandonada não se compararia a descobrir que ela poderia estar morta.
Eu me recusava a isso.
Ouvi passos em minha direção , bufei irritada, não estava nos melhores termos com ele, ele era um babaca egocêntrico
- oque quer?
- você vai embora de novo? Atrás daquela mulherzinha que te abandonou? Vai deixar sua família para trás preocupada com você? - cuspiu seu veneno em minha direção.
Passei as mãos pelo meu cabelo exasperada, estava cansada dos caprichos de Edward ele ainda não superará eu não ter morrido de amores por ele e muito menos que eu não faça tudo que ele quer igual o resto da familia.
- isso não é da sua conta!
- Você é tão burra, porque não admite logo que ela te abandonou, que ela não te amava, e só queria te usar para seus caprichos, eu lia a mente dela, você não era nada para ela senão um pedaço de carne Rosalie.
Não me contive e avancei desferindo um soco em seu rosto, ele voou longe quebrando a porta de vidro e caindo do lado de fora da casa.
Corri em direção a ele e desferi uma sequência de golpes, ele nunca fora páreo para mim, minhas abilidades em combate eram superiores a de toda a família, inclusive Jasper não conseguia me derrotar.
No momento eu era uma besta descontrolada, com sangue nos olhos e ninguém podia me parar.
- Quem você pensa que é? Seu bastardo imundo, Jamais volte a falar tamanha calúnia a respeito da minha companheira, se não eu não vou parar até sentir cada pedaço seu se quebrando em minhas mãos.
- Eu só estou tentando abrir seus olhos Rose, olha oque essa mulher fez com você, você não é assim!- podia ver o medo em seus olhos, mais eu não era idiota era isso que ele queria.
- me poupe desse seu teatro barato seu verme, eu não sou o resto da família que cai na sua lábia barata, você esquece que ela era minha companheira, você não sabe a dimensão desse laço seu imundo- apertei mais minha mão em seu pescoço começava a ouvir as rachaduras- Você não me engana com suas mentiras sabe porque? Porque eu sei que você não podia ler a mente dela! - meu sorriso se alargou ao ver o espanto em seu rosto.
- c-omo
- eu conheço aquela mulher, não existia segredos entre a gente, eu conheci a alma dela e ela a minha, se existe algo maior que isso eu desconheço então sugiro que pare de me infernizar antes que eu perca o pouco de paciência que tenho, e nada nem ninguém, nem mesmo Carlisle ou Esme me impedirá de te matar - Rosnei em seu rosto finalmente o soltando.
Quando levantei que me dei conta de que estávamos sozinhos, talvez seja por isso que ninguém me interrompeu, afinal a família jamais me deixaria relar a mão no bebezão aí. Só podia significar que ele sabia que estaríamos sozinhos e seja qual foi sua intenção não deu certo.
Flashback off
Saio do meu breve devaneio quando o sinal da aula toca, recolho meus materiais a fim de seguir para a biblioteca, saio da sala e encontro Alice me esperando.
Ela sorri acolhedora para mim, nesses anos Alice tem tentando se aproximar mais de mim, mais eu sei que Edward sempre vai ser seu preferido, afinal eles tem uma conexão surreal, apesar de tudo isso não me incomoda ainda amo ela e não posso julgar é fácil cair na lábia de Edward, as vezes acho q sou a única que consegue enxergar quem ele realmente é.
Talvez Jade seja menos complacente mais até ela não consegue ir contra ele por muito tempo, as vezes me sinto totalmente sozinha.
-hum você está bem? - indagou Alice
- sim
- não parece
- estou bem Alice
- enfim, quando viaja? - perguntou genuinamente curiosa.
- não vou.
- o que?- indagou incrédula - Rose, oque houve? Há 50 anos você faz isso.
Não sabia oque responder, depois da descoberta de semana passada, eu queria sair correndo e ir para lá, mais algo ainda me prendia aqui e eu não sabia ainda oque.
- as coisas mudam Alice
- não, não isso, 50 anos rose, há 50 anos eu te vejo ir embora por 30 dias, procurar incansavelmente atrás de qualquer migalha, qualquer coisa que te leve a entender oque houve, e toda vez te vejo voltar mais quebrada do que quando partir, então na me venha com as coisas mudam!- ela falou em um fôlego só.
Eu suspirei derrotada, não podia contar a verdade para ela e correr o risco de Edward ler a mente dela.
- confia em mim Alice, talvez eu só esteja cansada de procurar e não encontrar - sinto veneno acumular em meus olhos e sorrio tristemente - talvez pela primeira vez em décadas eu só queria tentar seguir em frente, entende? - não era totalmente uma mentira, mais era boa o suficiente para tira-la do meu pé, só teria que tomar cuidado com minhas decisões daqui em diante.
- tá bom, fico feliz que tenha feito isso, você merece ser feliz rose - ela sorriu genuinamente para mim.
Apenas assenti e segui meu caminho ainda tinha que ir para a biblioteca tentar ter um momento de paz por pelo menos uma aula
Logo que adentrei a biblioteca senti o característico cheiro de peônias e morangos, inconscientemente segui seu cheiro, foi quando a encontrei encarando as prateleiras como se fossem um monstro que ela tinha que derrotar, sorri com a peculiaridade daquela garota, a observei por um tempo, seus cabelos sedosos era um castanho escuro um pouco abaixo de seus ombros, sua pele era pálida demais para alguém do Arizona, mais não deixava de ser linda, ela vestia uma calça jeans escura e uma camiseta branca simples, por cima uma camiseta xadrez vermelha e preta e nos pés um ALL star preto desgastado, vinha reparando mais doque gostaria de admitir, algo nela me intrigava, sai dos meus devaneios ao ouvir ela exclamar baixinho, só ouvi pela minha super audição, resolvi me aproximar mal não faria afinal.
-Quer ajuda aí?
Vi ela se virar lentamente em minha direção, sua expressão indicava que tinha visto um fantasma, sorri com aquilo, logo suas feições se avisaram e pude ver um certo brilho em seus olhos, quando nossos olhos se encontraram me senti sendo despida, aquela garota parecia estar desvendando meus maiores segredos, isso me assustou mais não demonstrei continuei parada esperando ela terminar de me analizar.
Sua expressão foi para algo levemente incrédulo, um sorriso brincou nos meus lábios ao perceber que seu coração estava disparado.
hum.. perdão?- ela finalmente saiu dos seus devaneios e ruborizou
-perguntei se precisa de ajuda - a compreensão pareceu a atingir - não me leve a mal mais você parecia que estava prestes a queimar a prateleira com sua visão de calor - sorri divertida
- kkkk engraçado senhorita Hale, não sabia que tinha senso de humor
- como saberia senhorita Swan, afinal não nos conhecemos! - a encarei arqueando a sombrancelha
Acho que quebrei a menina, seu coração disparou mais se era possível, não me contive e desviei meus olhos para sua caixa torácica só para garantir que o coração dela não ia sair dali. Ela pareceu perceber aonde olhava e logo se recompôs
- tem razão, não nos conhecemos uma pena a propósito, enfim, Bella Swan - estendeu a mão em cumprimento
Confesso que fiquei tentada a deixá-la no vácuo, mas algo em seu sorriso divertido me cativou um pouco e não me importei em pegar sua mão e entrar na sua brincadeira.
-prazer, senhorita Swan, Rosalie Hale .
As mãos dela quentes e macia, um contraste contra minha mãos frias de marmore, uma corrente elétrica se espalhou pelo meu corpo quando nossas mãos se tocaram, não demonstrei reação, consegui me manter neutra mais ela não foi tão discreta, sua leve depressão de surpresa me deu a confirmação de que ela tbm sentiu.
- respondendo a sua pergunta. Estou procurando um livro com referência a grande depressão de 1930, e segundo a bibliotecária fica nessa sessão na prateleira de cima, e eu estava pensando se me arrisco a pegar e deixo o destino definir se vou sair com um hematoma ou não - achei fofo seu nervosismo, era uma graça como suas bochechas se tornavam vermelhas e como a vermelhidão seguia seu pescoço, me pergunto até onde essa coloração chega, droga Rosalie oque você tá pensando, oque está acontecendo comigo.
- De fato seria interessante assistir isso - um sorriso perverso brotou em meus lábios - no entanto eu não estou com vontade de ter que te carregar até a enfermaria, então... - me estiquei um pouco já que eu era só alguns centímetros mais alta que ela, e alcançei o livro que ela precisava.
Quando fiz isso, senti minha blusa subir e mostrar parte da minha barriga, ao mesmo tempo senti olhos me queimando, disfarçadamente olhei de canto e pude ver ela encarando meu corpo, pude ver desejo em seus olhos, diferente dos olhos dos outros alunos os dela me fizeram esquentar, droga de hormônios, 50 anos sem ninguém deveria ser isso. Me recusava a Seder, e admitir que eu tinha gostado de me sentir desejada por ela.
- e aqui está! - passei o livro e nossos dedos tocaram no caminho. Dessa vez eu nao consegui disfarçar, estava confusa com as sensações que ela me causava, me sentia culpada por estar sentido isso por outra pessoa que não fosse Lutessa, lembro que no começo era exatamente assim que me sentia com ela.
-Obrigada - murmurou
Dei um sorriso tímido, precisava sair imediatamente da presença dela, eu iria enlouquecer, estava me sentindo suja, culpada, era para eu estar me afundando na minha dor de não ter minha companheira comigo e ao invés disso eu estava desejando outra, uma humana ainda por cima. Droga. Isabella Swan seria minha ruína.
Ou minha libertação?