It's Pink, Honey | jikook

By BellaVittory

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O ano de 2017 havia chegado ao fim. E com ele, o término de uma guerra entre as duas Coreias, da qual Jungkoo... More

desejos, aromas e permissões
lúpus, paparazzi e olhares
fotos, freddie e coragem
ternos, ódio e surtos
ciúmes, dior e desejo
café, aranha e beijos
pesadelos, perguntas e gemidos
prazer, descobertas e luz
cartas, vaga lumes e proteção
feridas, róseo e meu
toques, terapia e egoísmo
verdades, saudades e Ghost
declarações, socos e máscara
lembranças, cio e marca
memórias, dor e herói
trio, gestos e início
proposta, gestação e Suíça
amor, segredos e raiva
carinho, proteção e vingança
retorno, ataque e planos
justiça, juramentos e falas
adeus, momentos e vencer

brigas, perseguidor e respostas

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By BellaVittory

Oii gente, capitulo novo!

Lembram da meta? 4k de comentários até sexta 20h, se conseguirem, a próxima att é dupla

Sem love hoje, apenas respostas.

Vocês queriam saber quem é o perseguidor? Pois agora vão saber.

Boa leitura!

━━━━━━━ •♬• ━━━━━━━

Jin caminha a passos rápidos em direção a mansão dos Park's. Carregava consigo sua bolsa, a segurando pelo antebraço, como naqueles filmes de patricinhas dos anos 90.

Já tinha se passado dois meses. Park Sumin havia voltado misteriosamente, dizendo ter viajado a negócios e que não tinha obrigação alguma de dar algum tipo de satisfação, até porque no fundo, ela sabia que tinha criado um certo nível de antipatia com todos os que residiam na casa. Ninguém se importava com ela no fim.

Todos os funcionários, seguranças e equipe de resgate do Ghost, assistiram escondidos à última discussão do "casal" que foi resolvida em um silêncio profundo e um clima frio.

Sumin queria saber sobre o paradeiro de Jungkook e Jimin, e Jun Woo, não estava disposto a contar.

— Você não pode esconder isso de mim por muito tempo, você sabe disso. Uma hora, eu vou descobrir — dizia, sempre mantendo um sorriso falso no rosto.

— Sério? Tem algum motivo em específico para tamanha preocupação? Quer voltar a fazer um inferno na vida do seu filho?

— Talvez. No fim, era divertido.

Jun Woo se aproxima, encarando a mulher nos olhos pela última vez.

— Isso tudo não é só sobre traumas, não é? Você sempre teve um lado sádico que ficava escondido, era o que os funcionários diziam antes de tudo acontecer.

— Descobriu tarde demais.

Sumin estava pronta para caminhar e ir para longe se não sentisse uma mão firme segurar seu pulso, a puxando novamente para o homem mais alto que si.

— Espero que não tenha feito algo da qual irá se arrepender — o tom de voz era firme e direto.

A risada debochada o estressava completamente.

— Tenho uma perguntinha para você, pai do ano — diz, aproximando os rostos, que queimavam em pura fúria.

Todos que olhavam a discussão concordaram que seriam um casal muito bonito se toda a situação não fosse doentia.

Se tivessem escolhido seguirem seu próprio caminho e ignorarem os comentários ruins da mídia sobre o divórcio, talvez, muita coisa poderia ter sido evitada.

— Você realmente me amou? — pergunta, vendo a expressão do ex militar mudar drasticamente. Sabia que Jun Woo havia ficado pensativo.

No fim, a resposta era simples. Mas nunca diria.

— Não foi uma viagem a negócios, não foi?

— Depende da sua interpretação do que são negócios. Ambos guardamos segredos, não é Park?

O homem solta uma risada sem humor, antes de soltar o pulso fino da mulher.

— Você iniciou uma guerra e nela, somos inimigos.

— Gostei, vamos descobrir quem vence no final, esposo.

— Ex.

Encerraram ali, com cada um se afastando depois de uma discussão que apenas os dois entenderiam. Sumin não ficou na casa, tinha planos melhores.

Agora estavam ali, toda a equipe e pessoas que sabiam sobre o Ghost, reunidos.

Jin se aproxima em silêncio, passando a mão levemente pelas costas de Namjoon, que solta um leve sorriso ao vê-lo. O tempo que passaram juntos foi o suficiente para entenderem como o relacionamento de ambos funcionava. O ômega tinha sua vida, onde nela, construía uma carreira como pianista. O alfa por sua vez, dedicava de seu tempo no exército, era o que amava.

Quando estavam cansados e confusos sobre seus próprios sentimentos, decidiam se encontrar, comendo algo gostoso ou aproveitando de longas noites de prazer. Ainda não estavam prontos para um relacionamento.

A situação do trio de alfas não era diferente. Estavam ali, um ao lado do outro, de braços cruzados. Eram pessoas completamente diferentes.

Yoongi se tornava alguém brincalhão quando estava próximo de pessoas que lhe faziam bem, porém, era alguém fechado 99% das vezes. Gostava de passar suas noites bebendo e dominando, mostrando sua verdadeira personalidade ali.

Hoseok ainda estava se conhecendo. Aprendia consigo mesmo aos poucos, entendendo que não adianta fugir, seria feliz se entendesse que roupas coloridas e maquiagem só realçariam sua beleza.

Taehyung era o homem de espírito mais livre ali. Era bagunceiro, gostava de salvar vidas e ter o comando de tudo que fazia. Os seguranças entenderam que nunca conseguiriam fazer o médico sequer pensar em relacionamento sério algum dia, não conseguiria se prender a isso.

Os três eram amantes e amigos, que compartilhavam de bons momentos e a maior parte deles numa tal boate que tinha o poder de fazer pessoas confusas se tornarem incríveis.

Ignoraram seus pensamentos quando caminharam até o quarto de Jimin. Todos, a procura de Jun Woo, que estava parado com as mãos escondidas nos bolsos de seu casaco bege. Encarava as inúmeras fotos de Jungkook na parede.

Era um homem bonito. Seu porte físico mostrava que foi alguém forte no passado, por mais que sua aparência ainda parecesse mais jovem do que sua idade realmente é.

Parecia extremamente preocupado, todos perceberam.

— Senhor Park, tudo bem? — Yoongi pergunta, vendo o alfa balançar a cabeça, afastando seus pensamentos.

— Não sei dizer. Senhora Shin! — diz de forma alta, demorando poucos segundos até que a senhora aparecesse e se reunisse ao grupo.

— Sim querido.

— A senhora pegou as duas fotos que caíram no chão quando Noah estava aqui?

— Não peguei.

— Droga...

— O que houve? — é a vez de Namjoon perguntar, vendo o homem respirar fundo antes de cruzar os braços e responder.

— Acho que Sumin ligou os pontos... por que ela sumiria por tanto tempo? Também deixou claro que está planejando algo.

— Está querendo dizer...

— Acho que ela sabe.

— Senhor — o mordomo aparece, se curvando até de continuar sua fala — os dois jovens militares estão na sala, trouxeram uma pessoa diferente com eles.

— Obrigado Moon.

Namjoon respira fundo voltando a olhar para o alfa.

— Jovens militares? O Konig e o Gaz?

— Isso, acompanhados de alguém importante.

Todos desceram as escadas focando suas visões nos dois homens já conhecidos antes de disporem de suas atenções ao mais baixo ali, visivelmente nervoso.

— Senhor — Konig diz — insistimos para que ele continuasse escondido, mas foi em vão.

— Eu precisava... as coisas estão ficando ruins — o homem responde, olhando para o topo da escada onde Jun Woo e os outros estavam — Park Jun Woo?

— Isso. Jeon Yeom Ji? Ou melhor, Soap?

— Correto senhor.

— Então sobreviveu.

— Acordei a um ano. Me mandaram ficar escondido, mudar para outro país.

— E por que não foi? Teria sido mais seguro.

— Coisas inesperadas aconteceram, senhor. — Responde, fechando as próprias mãos para conter as leves tremidas involuntárias que seu corpo insistia em manter.

Jun Woo desce as escadas, se aproximando. Os outros preferiram se manter afastados, ouvindo e analisando a situação.

— Pode ser mais claro?

— Eu conheci uma pessoa e tenho certeza de que todos aqui ficarão assustados quando saberem quem é.

— Quem?

— Eu não posso dizer, não ainda. Jungkook precisa descobrir primeiro, vocês podem no máximo ajudar.

— Ok, to completamente confuso. — Responde — eu entendi pela ligação do Gaz que ele iria te trazer aqui porque você precisava de ajuda, então seja direto e explique por que você parece tão nervoso ou teremos problemas. Já estou preocupado o suficiente sobre a situação do Jungkook.

— O senhor não entende? É exatamente sobre isso! Jungkook e seu filho são tão interligados ao ponto dos problemas de ambos se tornarem um só! — eleva o tom de voz, passando a mão levemente pelos fios escuros e curtos — eu conheci o perseguidor de Park Jimin, se é que posso chamá-lo assim.

— Como é que é? — pergunta, não conseguindo evitar que sua expressão mudasse completamente.

— Sim é exatamente isso. Eu sei quem é o perseguidor e ele vai entrar em contato com Jungkook a qualquer momento, se já não entrou.

— Porque com o Jungkook? Se ele queria tanto o Jimin, então por que não falar com ele?

— Ele não queria o Jimin! Senhor Park... Jungkook está em apuros. A pessoa que o entregou de bandeja para o governo, é a mesma que estava por trás de todos os planos de ataque contra seu filho.

Todos ali ficam paralisados, ligando os pontos.

As fotos no chão sumiram, alguém desapareceu por muito tempo e voltou carregando um sorriso prepotente e sádico. A mesma pessoa que também desejou a morte de Park Jimin desde seu nascimento.

Aquilo foi obvio para todo mundo. A situação parecia ser clara como a neve, simples como 1 + 1.

Por mais que Jun Woo tivesse uma fina esperança de que talvez a pessoa que ele amou no passado, ainda tivesse um resquício de bondade, no fim, percebeu que isso era impossível. Apenas estava se iludindo.

Foi em alto e bom som, que ele disse o que todos pensavam em completo silêncio.

— Park Sumin.

Yeom Ji acena em concordância, vendo o ex militar abaixar a cabeça.

— A mulher que foi esperta o suficiente para descobrir que Jungkook era o Ghost apenas observando e... a mandante das tentativas de assassinato contra Park Jimin.

Uma mãe contra o filho.

— Quem é o perseguidor Soap? Quem... — a voz de Jun Woo era falha, por mais que sua postura fosse impecável.

— Jungkook precisa descobrir isso primeiro. Ambos precisam estar cara a cara e aí sim, vão saber o que fazer e contarão a vocês.

— Por que os dois tem que ficar cara a cara? — Taehyung pergunta, vendo o mais novo suspirar.

— Porque ambos são da mesma linhagem.

(...)

Jungkook caminhava pelos corredores do mercado minúsculo em busca do básico para cozinhar nos próximos dias. É lógico que o "masterchef" da casa era ele e esperava que continuasse assim, ainda mais depois de descobrir o desastre que Park Jimin conseguia ser na cozinha.

A tarefa era fazer um simples macarrão. Não tinha erro, pelo menos, era o que pensava.

No fim, o macarrão derreteu completamente na hora do cozimento, o molho queimou, ficou extremamente ácido e a cozinha, antes limpa, conseguiu ficar uma zona. Jungkook se perguntou em como o ômega conseguiu sujar tantas panelas, sendo que no máximo, usaria duas.

Impediu que Jimin entrasse no cômodo, seria melhor assim.

Escolheu o que faltava no armário e geladeira de onde ficavam, antes de caminhar até o caixa vendo os dois atendentes não conseguirem esconder a risada alta assim que colocaram seus olhos no alfa.

Estava confuso, se perguntou se por acaso estava com cara de palhaço, mas se aproxima em silêncio.

— Boa noite, vai levar só isso senhor?

— Sim.

— Certo... — responde voltando a rir, agora baixo, sendo acompanhado pelo colega.

Jungkook estava começando a se estressar.

— Algum problema?

— Não senhor, de modo algum.

— Mas... precisamos fazer uma pergunta, se não for incomodo... — o outro responde, carregando uma expressão de expectativa no rosto.

Se dá por vencido, concordando.

— A primeira vez que o senhor veio aqui, estava acompanhado de um ômega loiro, certo?

— Sim... por quê?

— Então é ele mesmo! — ambos se encaram deixando Jungkook ainda mais confuso.

— O que tem ele?

— Quando estamos no tédio, vamos atrás das câmeras de segurança, sabe... fofocar, se distrair, aqui é bem chato e parado.

— Só por favor, agradeça aquele ômega por nós — o outro completa sorrindo.

— Agradecer?

Viram a tela do computador em direção a Jungkook, que se assusta ao ver a filmagem salva de Jimin, sozinho, carregando uma garrafa de molho de tomate enquanto dançava como uma integrante de grupo feminino.

Quando percebe a presença da câmera, aponta na direção, antes de simular que segurava um microfone invisível, começando a rebolar.

— Sério, isso melhorou muito nosso dia... queríamos apenas chorar e agora estamos rindo. Seu ômega é uma graça — diz, enquanto guardava o último alimento na sacola.

Jungkook ri, pensando em como Jimin as vezes era um completo maluco. Esperava que isso nunca mudasse.

— É, não existe tristeza quando estou com ele.

— Imagino. O agradeça por nós.

Demorou alguns minutos até que estivesse novamente na rua coberta de neve caminhando em direção a casa que escolheram ficar. Era extremamente confortável e concordaram de que facilmente morariam lá pelo resto da vida, por mais que sentissem falta dos amigos.

Para de andar por alguns segundos focando sua visão no parquinho que ficava a poucos metros de distância. Estava quase vazia se não fosse por duas crianças acompanhadas de seus pais, que usavam casacos amarelos e pisavam na neve fofa vendo seus pés afundarem.

As risadas agudas, bochechas rosadas e alegria no olhar, o fizeram desejar que daqui uns anos, quando seu filhote aprendesse a andar, seria ele e Jimin ali, ensinando loucuras e sendo pais bobões.

Seu coração se aqueceu instantaneamente, o fazendo voltar para casa logo.

Pega as chaves com sua mão livre, abrindo a porta de madeira e a fechando rapidamente assim que entra, não deixando que o frio entrasse e consequentemente, Jimin sentisse frio.

Estava fazendo um bom trabalho no quesito manter o ômega aquecido. Inauguraram todos os cantos possíveis da casa e amou todos esses momentos. Se fosse possível engravidar durante a gravidez, com certeza, teria acontecido.

Jimin estava ali, sentado em sua bola de pilates. A comprou e disse que queria ser como aqueles ômegas que ficavam se remexendo, aliviando as tensões da gravidez. Seu fone de ouvido se tornou seu companheiro e Jungkook sabia que era a mesma música da gravação que lhe mostraram no mercado.

Torcia para que não fosse Tell me. Não aguentava mais.

Deixa as sacolas no balcão, caminhando até o ômega e roubando um dos fones, finalmente descobrindo que música era.

Quando visto minissaia...

E caminho pela rua, todos me olham.

Sou uma garota confiante!

Jimin o olha sorrindo.

— AOA Jimin?

— Outro clássico. Eu deveria ter colocado uma saia para dançar essa!

— Ninguém merece, uma pior que a outra...

— Que falta de respeito com as minhas mulheres!

— Suas? — pergunta indignado.

— Sim, minhas! Eu viraria hetero por elas.

Jungkook cruza os braços, não acreditando no que ouvia. As vezes era difícil suportar sua patricinha. Apenas respira fundo, entregando o fone de volta para Jimin.

— Tudo bem, eu super beijaria o Backstreet Boys.

— Caraca... você tem um lado adolescente? Tô chocado!

— Ok chega, vou fazer algo para vocês dois comerem.

Foi tempo apenas para dar dois passos, antes que Jimin se levantasse.

— Espera! — diz, correndo para guardar os fones e buscar algo no quarto. Escondeu o que Jungkook não conseguiu identificar, atrás de seu corpo, se aproximando de cabeça baixa — tem algo que nós precisamos fazer...

— O que?

— Eu quero queimar algo...

Tira uma agenda de trás do corpo, a segurando com as mãos tremulas.

— Uma agenda?

— Um diário.

— Jimin, normalmente diários são para ser guardados... por que trouxe isso?

— Bom... vamos praticamente começar uma vida nova aqui. Queimar esse diário seria um recomeço.

Os olhos do loiro brilhavam, como se aquele fosse seu desejo mais intenso. Concordou. No fim, faria qualquer coisa por Park Jimin.

Alimentou a lareira, colocando mais madeira, fazendo o ambiente se aquecer mais. Ambos se sentam de frente para o fogo, em silêncio.

Jungkook encarava todas suas ações, segurava o objeto delicado com força, folheava as folhas mostrando certa angústia e a jogou no fogo completamente decido.

Encosta sua cabeça no ombro do alfa, sentindo um dos braços repousarem em sua cintura. Uma sensação de liberdade o atingiu.

— Sabe... sempre que a minha mãe jogava na minha cara algum defeito meu, eu anotava nesse diário. Eu lia várias vezes por dia e prometia para mim mesmo que mudaria tudo, pensando que talvez assim... ela ia me amar.

Acariciava a própria barriga enquanto se lembrava do passado.

— Eu penso em uma coisa as vezes...

— O que?

— No meu irmão... se ele estivesse vivo. Fico me perguntando se nós nos apoiaríamos, se cuidaríamos um do outro. Se teríamos ajudado o meu pai a se afastar da minha mãe e vivermos em um lugar melhor, um lar de verdade... não sei.

Fica em silêncio, escutando tudo o que Jimin dizia com o máximo de atenção possível. Teriam ficado ali naquele momento calmo, apagando mais uma vez memórias ruins do passado, se seu celular não tocasse.

Não tinha planos de atender. Momentos assim com seu ômega deveriam ser duradouros, não interrompidos. Porém Jimin, não parecia pensar o mesmo.

— Atende Kookie, vai que é importante.

Jungkook resmunga algo inaudível antes de buscar o aparelho em seu bolso.

Número não salvo.

Sentiu suas mãos tremerem, sem nem ao menos saber o motivo. Mesmo assim, leva o celular até o ouvido.

— Alô.

— Jeon? — uma voz grave pergunta.

— Quem é?

O silêncio se faz presente por alguns segundos, apenas as respirações podiam ser ouvidas.

— Por favor, peço que mantenha a calma e me escute com atenção. Não tenho intenções ruins.

Jimin observa o rosto de Jungkook, enquanto se afasta sentindo seu corpo ficar tenso conforme as expressões faciais do alfa vão ficando mais sérias.

— Você tem uma escolha agora. Pode guardar segredo do Jimin e fingir que isso é uma ligação normal, o que eu não aconselho. Ou, ambos escutem o que eu tenho a dizer.

— Quem é você?

— Escolha antes Jeon.

O alfa encara Jimin, que estava confuso enquanto abraçava o próprio corpo.

Era obvio que algo havia acontecido. Era uma questão de tempo. Tudo o que poderia acontecer daquele momento em diante, não atingiria apenas ele, mas o ômega também.

Pensou nisso antes de clicar no microfone na ligação, fazendo o áudio ser alto o suficiente para que ambos pudessem ouvir.

— Estamos ouvindo. Agora responda, quem é você?

— Olá Jimin.

O ômega não respondeu, mas sentiu seu corpo se aquecer por poucos segundos. Uma sensação estranhamente boa, por mais que não entendesse o motivo. Jungkook sentiu isso pela marca, o fazendo ficar ainda mais pensativo.

Aquela voz... tinha algo nela.

— Vocês me chamam de perseguidor, ou, paparazzi.

— O que você quer? — Jungkook pergunta.

— Você precisa da minha ajuda e consequentemente, eu preciso da sua.

— Eu não preciso da sua ajuda.

— Acredite Jeon, por mais que não entenda agora, logo verá que eu não sou um inimigo.

— Difícil acreditar nisso depois de tentar matar meu ômega.

— Tentei?

Aquela pergunta arrancou milhares de dúvidas no ex militar.

— Eu vou direto ao ponto. Os dias de vocês, onde quer que estejam, estão contados. Te descobriram, Jeon. Você foi entregue de bandeja.

— Por quem?

— Duvido que não saiba. No fim, temos muitas coisas em comum e seremos obrigados a trabalhar juntos.

— Quem é você? Eu quero nomes... eu quero que me explique o que está acontecendo.

— O governo está sendo cauteloso. Sabem que você é Ghost e consequentemente, sabem que você fugiu.

— Como sabe disso?

— Eu os observo, sou bom nisso. Usaram da lógica. Estão olhando as câmeras de segurança do aeroporto a partir da data em que a guerra na França foi anunciada, provavelmente, levarão pouquíssimos dias.

Jungkook solta o ar que nem ao menos percebeu segurar, sentindo a mão pequena e fria de Jimin se entrelaçar com a sua.

— Se confiarmos em você... o que acontece? — o ômega pergunta, sentindo novamente o mesmo arrepio e sentimento de acolhimento — você também sente isso, não sente?

Sem respostas, apenas o silêncio.

— Era você, não era? Foi você que jogou aquela arma na lixeira.

Jungkook encara o loiro, completamente confuso. Não se recordava de quando isso aconteceu.

— Sim. Se escolherem confiar em mim, o que é a melhor opção agora, prometo dar as devidas instruções de como devem proceder. Se escolherem agir por conta própria, então encerrarei a ligação.

— Porque isso agora, hum? Por que quis ajudar agora? — Jungkook pergunta.

— Porque eu nunca fui um vilão. Somos todos vítimas de alguém que também foi uma vítima no passado.

— Não está na hora de se vitimizar...

— Tem razão. Está na hora da sua escolha e espero que você seja rápido.

Jimin o olha, como se perguntasse o que o alfa faria a seguir. Qual decisão seria a correta?

Confiar em um homem da qual não faziam ideia de quem seja, ou, correr o risco e tentar fugir mais uma vez, por mais que o governo soubesse quem era Jeon Jungkook.

O ex militar respira fundo, talvez pensando que aquela era uma péssima decisão.

— Só por favor, prometa que acima de tudo, temos que priorizar a segurança do Jimin.

— Acho que temos força o suficiente para isso. Temos um trato?

Com muito esforço, ele responde.

— Temos.

— Tudo bem, aconselho que assim que essa ligação se encerrar, ligue rapidamente para Park Jun Woo, ele já deve saber da situação, informe a ele tudo o que eu disser. Ainda nessa madrugada, arrumem as malas e corram para o aeroporto, comprem a primeira passagem disponível para a Coreia.

— Mas voltar não é ainda mais perigoso? — Jimin pergunta.

— Na Coreia vocês têm um grupo enorme de pelo menos seis militares e dois seguranças. Se eles descobrirem onde vocês estão e forem atrás, não tem ninguém que poderá ajudá-los aí.

— E depois?

— Quantas horas de duração o voo tem?

— 10 horas, aproximadamente — Jungkook responde.

— Ótimo, chegarão quase no horário do almoço. Peça para que os mais fortes da sua equipe o busquem e garantam a segurança de vocês até voltarem a mansão, me liguem quando chegar e passarei mais instruções.

— Eu posso nos manter seguros.

— Claro que pode, Jeon. Eu apenas vou dar pistas de como me encontrar. Apenas eu e você. Até lá, arrumem as malas.

A ligação se encerra ali.

"Apenas eu e você."

Esse homem, seja lá quem fosse, deixou claro que Jungkook deveria ir ao seu encontro, sozinho.

Jimin procurou confiar. Resolveu não ignorar as ondas boas que passaram por seu corpo, esperando que no fim, tudo fosse resolvido, por mais que a situação piore a cada segundo.

Foi rápido em reunir suas roupas, voltando as peças para a mala, parando vez ou outra para respirar, sentindo os primeiros sintomas de enjoos fortes da gestação. Jungkook por sua vez, fez o que foi pedido, ligando para Jun Woo, que atende em uma velocidade assustadora.

— Jeon, você está bem?

— Estou. Já sabe o que aconteceu?

— Sim. Qual foi a ordem?

— Voltar para a Coreia o mais rápido possível e que os mais fortes nos busquem no aeroporto. As próximas instruções virão depois.

— Ok. Por favor, sejam rápidos.

— Senhor Park...

A voz de ambos os alfas estavam tremulas. O nervosismo tomava conta. Não tinham certeza de nada, apenas, que por hora, deveriam seguir seus instintos.

— Sim?

— Devemos realmente confiar?

— Seu amigo Soap foi realmente alguém confiável?

Jungkook estranha a pergunta. Não entendeu onde o antigo amigo estava relacionado com toda a situação.

— Sim.

— Colocaria a mão no fogo por ele?

— Sem nem pensar duas vezes, por incrível que pareça.

Escuta a respiração pesada de Jun Woo, como se o homem estivesse pronto para soltar uma bomba.

— Ele acordou do coma e conhece o perseguidor. Foi ele que me informou de toda a situação — responde, recebendo um silêncio profundo — você disse que colocaria as mãos no fogo por ele e consequentemente, ele confia no perseguidor. Também vou confiar.

— Como tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo?

— Creio que nossa rotina vai ficar assim. Por favor, sejam rápidos.

Encerram a ligação, fazendo Jungkook correr até uma das últimas casas da rua, atrás do proprietário, que tratava aquela região como um condomínio fechado, por mais que não fosse.

Explica seus motivos e lhe devolve a chave enquanto agradece o tempo que estiveram ali.

Entraram no carro alugado que usaram desde que chegaram. O devolveria para o serviço de aluguel no aeroporto, antes que embarcassem.

Jimin encarava a vista branca e calma com certa nostalgia e tristeza.

— Vou sentir saudades...

— É, eu também.

Resolveram tudo que faltava em pouquíssimas horas, adentrando ao avião no horário da madrugada, conforme foi o combinado. Estavam cansados, tanto físico quanto mentalmente, então parece que o voo foi mais rápido que o normal, já que dormiram por longas horas seguidas.

O sol já estava forte no céu e pessoas andavam apressadas, seguindo suas próprias vidas quando o casal retornou, vendo Namjoon, Gaz e Konig se aproximando para acompanhá-los. O resto da equipe decidiu esperá-los na mansão, caso Sumin ou alguém inusitado resolvesse aparecer.

Já haviam tirado Soap do local. Ele e Ghost ainda se encontrariam, mas ainda não era o momento certo.

Foram recepcionados de forma alegre como sempre. Todos ali, tentavam ao máximo fazer o peso daquela situação se tornar mais leve para o casal. Sabiam que estava sendo doloroso.

Jun Woo se pega sendo encarado. Sabia quem era e percebe que estava certo ao ver o filho o olhar de longe, enquanto era sufocado por perguntas preocupadas vindas de Shin.

Se perguntou qual foi a última vez que consolou o filho. Ou, se já tinha feito isso algum dia.

Seria avô. Tinha que aprender a ser alguém que demonstrasse e no fim, foi isso que fez, se aproximando a passos rápidos apenas para apertar o corpo pequeno em seus braços.

Jimin se sentiu seguro, bem. Parecia que nada naquele momento poderia lhe atingir. A mão livre fazia uma leve caricia nos fios loiros, o acalmando. Se separam segundos depois, vendo o ômega com os olhos encharcados.

— Vai ficar tudo bem.

— Eu sei. Obrigado... eu precisava disso.

Sorrisos sinceros são dados um ao outro antes que Shin e os outros presentes o mandassem tomar um banho rápido enquanto algo quente seria preparado para que eles comessem. Mereciam isso acima de tudo.

Após esses pequenos momentos, onde tudo ainda parecia calmo e os pesadelos caiam no esquecimento, Jungkook segurou seu celular com força. Todos se aproximaram e reuniram novamente, prontos para o novo telefonema que ocorreria entre o alfa e o perseguidor. A única pessoa que garantiu observar o governo e sabia os passos daqueles que lhe procuravam.

Aperta novamente no microfone.

— Alô.

— Chegou?

Todos ficam em silêncio, ouvindo a voz grave que parecia não ter sido alterada. Era limpa.

Aquela voz... era parecida com a de alguém.

— Sim, e agora?

— Bom, eu entendo que você não vai confiar em mim tão facilmente, então tenho uma ideia. Separe uma pequena parte do seu grupo para acompanhá-lo até a delegacia.

— Delegacia? Por quê?

— Câmeras de segurança. É importante que dessa vez, Jimin e Jun Woo estejam com você.

— Eu não estou entendendo.

— Jimin guardou um segredo e Jun Woo tem uma certa influência no meio militar e político, consequentemente, o delegado vai ser mais maleável e no fim, mostrará as gravações.

— Quais gravações?

— Se lembra das datas das quais seu ômega foi atacado?

— Lembro.

— São elas. Peço que seja extremamente observador e fique atento aos detalhes, serão importantes.

— Tudo bem. — Respira fundo, tentando manter seu foco.

— Fique calmo, Jeon. Tenho mais duas ordens, acabará rápido.

Todos se encaravam. Cada um criava uma teoria diferente na própria mente.

— Quais?

— Primeiro. Tem dois dias a mais que eu preciso que você observe. 12 e 20 de fevereiro, quando a perseguição se iniciou e você ainda não era segurança.

— E a outra ordem?

— Me ligue quando observar tudo que for preciso, mas, essa chamada deverá ser ouvida apenas por você.

Chamada encerrada.

Jimin, que estava de braços cruzados, olha para Jungkook e Jun Woo, que carregavam expressões sérias.

— Hoseok, você vem com a gente, já percebi que você é observador — o alfa mais velho diz — mas por favor, não seja fofoqueiro.

Após alguns instantes, todos estavam no carro, a caminho da delegacia, que ficava relativamente perto.

— Jimin — Jungkook diz, roubando a atenção do ômega para si — o que você escondeu?

Se recordou do dia que esperava o alfa na cafeteria e viu o perseguidor.

Se lembrava daquele aroma.

— O perseguidor, ele estava me encarando de longe. Foi quando eu estava esperando você, na cafeteria.

— O que ele fez? — Hoseok pergunta.

— Pegou a arma que estava na cintura e jogou no lixo.

— Ele não tinha intenções de atacar... — Jun Woo diz, girando o volante com cuidado — toda essa história ficou confusa do nada...

— Tem mais uma coisa...

A voz do ômega saia tremida, não conseguia evitar.

— O cheiro... eu conseguia sentir o aroma dele, mesmo estando longe.

Aquilo eliminava uma série de possíveis suspeitos.

— Tá... acho que tô começando a entender — Jungkook diz, fazendo todos lhe encararem por poucos segundos.

— É sério? Tô me sentindo burro agora! — Hoseok responde.

Fica em silêncio, sem dizer mais nada quando percebe que haviam chegado.

Adentram o local rapidamente. Deixaram a situação nas mãos de Jun Woo que conseguiu a autorização para que todos pudessem ver as câmeras. Agora os quatro estavam ali, encarando a tela grande, enquanto Jungkook dizia uma data específica, que era exposta para que observassem.

A primeira foi o dia do evento de moda que Jimin participou, quando ainda fazia um inferno na vida do alfa para que ele se tornasse segurança particular.

"Peço que seja extremamente observador e fique atento aos detalhes."

Aproxima o rosto, vendo o perseguidor se aproximar aos poucos, claro, na intenção de atirar em Jimin.

Parecia ter aproximadamente 1,70 de altura. O corpo era magro e a pequena quantidade de cabelo, quase mínima, que aparecia em sua testa, era levemente encaracolado.

As cenas seguintes foram do ataque, antes que o homem fugisse e corresse para outra rua.

— Tem as câmeras dessa rua que ele entrou?

— Sim — o policial responde, mudando a imagem rapidamente.

O encapuzado para de correr pela rua escura, com medo dos policiais, quando encara outra figura escurecida ao longe. A pessoa se aproximava a passos rápidos, se vestindo de forma parecida, tudo, antes de iniciar um ataque, deixando o agressor caído no chão, com uma bala no ombro.

Jungkook consegue observar o outro homem antes que ele desaparecesse. Pelo menos 1,79 de altura, fisionomia forte, atlética. Os fios eram escuros e lisos.

Os olhos, por mais que estivessem difíceis de ver, o lembravam alguém.

Próxima data, a noite em que Jimin participou novamente da orquestra, escrevendo uma música para Jungkook. A câmera pegou bem o momento em que os cinco homens partiam para cima do alfa.

Nenhum deles era igual o homem da gravação anterior.

Porém... ele estava ali de novo, escondido em um beco.

Olhava toda a situação ao longe, parecendo estar com a mira pronta apontando para cada um dos cinco homens, menos para Jeon.

— Caramba — Hoseok diz — sempre tinha alguém a mais e não víamos.

— Kookie, coloca no dia em que ele jogou a arma na lixeira, eu preciso saber se é a mesma pessoa... — Jimin tentava ao máximo manter a calma.

Obedece de prontidão, tendo a data salva em sua cabeça. Era bom nisso.

A filmagem, pela primeira vez, de dia, mostrava o homem de vestes escuras parado na calçada. Não estava preocupado se alguém acharia sua presença ali, estranha. Encarava Jimin, aquele era seu foco.

A mesma altura, mesma estrutura corporal e mesmo tom de cabelo.

Os mesmos olhos, por mais que não pudessem ser vistos com facilidade.

"12 e 20 de fevereiro."

Se lembrou disso rapidamente, colocando nas datas da qual foi pedido.

— Você se lembra de onde estava na noite do dia 12? — Jun Woo pergunta, vendo Jimin concordar.

— Voltando da aula de violoncelo.

O alfa mais velho informa o local, demorando poucos segundos até que pudessem ver as ruas vazias do centro.

Jimin andava parecendo incomodado. Olhava vez ou outra para trás, como se escutasse barulhos estranhos ou sentisse a presença de mais alguém ali.

Acelera os passos, já quase no fim da rua quando outra pessoa foi vista, o seguindo com certa calma.

Mais baixo, parecia ser alguém de faixa etária mais avançada se analisasse bem. Por volta de seus quarenta anos.

Jimin já não olhava mais para trás, tentava andar o mais rápido possível e chegar em casa logo.

Foi aí, que ele apareceu mais uma vez, apontando uma arma na cabeça do perseguidor.

As mesmas roupas e mesmo padrão.

Espera o ômega se afastar e entrar em outra rua, antes de agarrar o homem pelo pescoço, o sufocando, jogando atrás de um beco e saindo do local.

— Caramba, ele é forte! — Hoseok diz, cruzando os braços.

"Eu consegui sentir o cheiro."

"Ele é forte!"

Os olhos...

Talvez, Jungkook tivesse uma ideia, mas queria ver a última gravação.

Dia 20 de fevereiro.

— Onde Jimin?

— Casa do Jin, eu estava saindo de lá.

Passa o endereço, antes que a imagem mudasse novamente, dando para outra rua.

Dessa vez, Jimin passa, sem a sensação de estar sendo perseguido. Andava tranquilamente, por mais que os passos estivessem acelerados, evidenciando que queria voltar para casa logo.

Foi apenas o ômega sumir do campo de visão da câmera, que o mesmo homem apareceu.

Ele sempre esteve presente, só nunca o perceberam.

Dessa vez, parou no meio da rua, parecendo estar uma ligação. Encarava diretamente a câmera, com um olhar sério.

Afasta o aparelho lentamente, parecia que com quem ele estivesse conversando, a pessoa gritava.

O perseguidor se aproxima da câmera, levantando o braço e mostrando a tela do celular, com um número.

O número da pessoa que havia ligado.

— Droga — Jun Woo e Jimin dizem juntos, fazendo Jungkook e Hoseok lhe encararem — é o número da Sumin.

— É, era um pouco obvio que ela seria a mandante... — Jeon responde, voltando a encarar a tela, que agora estava pausada.

— Esse homem parecia aguentar as ordens dela, mas nunca me atacou... por quê?

Jungkook se levanta, encarando seu noivo. Todos ficam em silêncio, pensando que talvez, o alfa tivesse certeza de quem era aquele homem.

— Amor, se lembra do aroma? Quando o viu na cafeteria?

Jimin concorda. Os dois cheiros que ficaram gravados em sua mente, foram os de Jungkook e do perseguidor.

— Vinho. Ele cheirava a vinho.

O alfa concorda, voltando a encarar Hoseok e Jun Woo, que estavam um ao lado do outro.

— Está na hora de fazer a ligação, não é?

— Está — responde, pegando o celular do bolso — podem me fazer um favor?

— Claro, o que?

— Liguem para a penitenciaria que o abusador fica, descubram se ele ainda está preso.

Aquilo foi apenas um plano rápido para que os três se distraíssem e Jungkook pudesse fazer a ligação.

Ele já sabia quem era.

— Você vai ficar bem Kookie?

Encosta ambas as testas conectando os olhares.

— Eu prometo.

Foi a última coisa que disse antes de sair a passos largos da delegacia e começar a caminhar pela rua, ligando para o mesmo número.

— Eu vi as gravações.

— Eu sei, tem coisas que me preocupam mais agora.

— Como assim?

— Continua andando. Tem três homens atrás de você.

— Mandados pelo governo?

— Sim.

— De onde você está me observando?

— Vá até a rua 4. Tem uma encruzilhada entre quatro prédios pequenos, estão abandonados — fica em silêncio por poucos segundos, sempre com a respiração forte, mostrando que também andava — está com a sua arma?

— Estou.

— Quantas balas? É bom que saiba, não vai ter tempo para parar e olhar.

— 2.

Ambos ficam em silêncio quando Jungkook para de andar, seus pés tocam exatamente o meio da encruzilhada, antes de se virar e ver os agentes o olharam de longe, segurando suas armas.

Não faziam esforço algum para se esconderem.

O governo realmente o descobriu.

Park Sumin realmente havia ligado os pontos. Jungkook entendeu assim que viu um dos homens segurar duas fotos coladas por fitas. Uma com uniforme e outra, sem ambas onde estava em posição de descansar.

Idênticas.

— Eu tenho duas balas.

— Pode atirar no ombro, vai impossibilitar que eles atirem de volta — a voz grave diz pela ligação.

Ambos praticamente sussurravam.

— Não vai ser legal se você os matarem, a situação só pioraria.

— Eu atiro nos dois e ataco o terceiro.

— Você vai estar desarmado e propenso a levar um tiro.

— Tem uma ideia melhor? — pergunta, sentindo o aroma de vinho aumentar drasticamente.

Ele estava ali.

— Tenho sim — responde, aparecendo atrás do último prédio — você tem duas balas, eu tenho uma.

Suas mãos tremiam. O sentimento de adrenalina tomava conta de si completamente. Aquele era um momento decisivo.

Se errassem o tiro, os homens devolveriam e consequentemente, o levariam de volta para a base militar, onde seria obrigado a ser o Ghost.

Não poderia deixar acontecer. Deveriam ser certeiros.

Foi ali que Jungkook entendeu. Os agentes nem ao menos perceberam a presença do homem encapuzado atrás deles.

Alfas normais, não conseguiam sentir o aroma de alfas lúpus com a mesma intensidade.

Sabia que aquele porte físico e força, não eram de um homem de idade mais avançada, sendo assim, impossível de ser o abusador de Park Sumin.

— 3... 2... 1.

Três balas foram disparadas, acertando precisamente os ombros direitos de cada um dos homens de terno, os fazendo cair no chão, devido a dor.

Ficaram surdos por alguns segundos devido ao som alto da arma.

Tempo o suficiente para que os lúpus se encarassem.

— Vem! — o perseguidor grita, começando a correr pelos atalhos mais vazios que conhecia, sendo seguido por Jungkook.

O mascarado, que ainda segurava o aparelho eletrônico, liga rapidamente para um número, parando de correr apenas quando alcança um beco estreito.

— Soap, rua 1001, rápido.

— Porra, Soap? Como você conhece ele?

— Longa história — parecia buscar por ar, a máscara o atrapalhava a respirar.

— Tira a máscara.

— Não posso.

— Droga, eu sei quem você é! — diz, sendo observado pelo alfa a sua frente.

O olhar... igual ao olhar de Park Jimin.

— Você... está vivo.

Percebeu que não adiantava mais se esconder por trás de roupas enormes e máscaras. Jungkook sabia.

Leva ambas as mãos até o tecido escuro, a arrancando com força de seu rosto.

Por mais que Jeon tenha se preparado para aquela cena, ela veio como um belo tiro.

Os rostos eram iguais. Os cabelos negros caiam por sua testa. Ambos eram da mesma altura e tinham porte físicos parecidos.

Era como ver Park Jimin, mas com características que mostravam que ele era um alfa.

Um alfa lúpus.

— É Jeon, somos os demônios da vida de Park Sumin.

Se aproxima a passos lentos, apenas para encarar o rosto de Jungkook de forma melhor.

— Os gêmeos sobreviveram. 

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Aceita uma bebida? (livro físico em agosto)

Atlantic (em andamento)

Quarto 36 (concluída)

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