Em Meio a Tua Mente sem Lembr...

lovelyynie

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Park Jimin tinha muitas ambições, e apesar de seguir carreira como dançarino, ele levava uma vida relativamen... Еще

✦ AVISOS ✦
Parte I: Lembranças ✦ Capítulo 1
✦ Capítulo 2
✦ Capítulo 3
✦ Capítulo 4
✦ Capítulo 5
✦ Capítulo 6
✦ Capítulo 7
✦ Capítulo 8
✦ Capítulo 9
✦ Capítulo 10
✦ Capítulo 11
✦ Capítulo 12
Parte II : Memória ✦ Capítulo 13

✦ Capítulo 14

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lovelyynie

Betagem por P4ndaGirl 

✦ ✦ ✦

Fomos até a lanchonete do hospital no fim da tarde. O ar cheirava a fritura e a molho de tomate. Olhei para o lado, e em uma das mesas, havia um grupo de enfermeiros que pareciam exaustos aproveitando uma pizza enorme, o que explicava o aroma do molho espalhado por todo canto. Decidi pedir por um sanduíche de atum. Tinha esquecido que não havia comido praticamente nada desde ontem, exceto pela água.

Uma quantidade considerável de pessoas espalhava-se pelo local, e, no alto da parede, a TV noticiava algo sobre o presidente e coisas do tipo. Eu nem me dei ao trabalho de prestar atenção.

ㅡ Esse foi um dos melhores sanduíches que já comi na vida ㅡ Hoseok comenta ainda com a boca cheia. ㅡ Eu comeria mais uns dez, se pudesse.

Ele não estava exagerando, o sanduíche era de fato muito bom. Talvez fosse a fome imensa que estávamos sentindo por causa da viagem e de toda essa confusão, mas eu também, com certeza, repetiria se fosse possível.

ㅡ Eu posso pegar mais, se vocês quiserem ㅡ Nam diz, depois de beber um gole da água que ele também havia pego pra gente. ㅡ Podemos guardar e deixar pra comer na volta para casa.

ㅡ Eu não vou voltar hoje ㅡ respondo, e todos olham em minha direção. ㅡ Como posso ir pra casa e deixar Jungkook aqui, nesse estado e sozinho? É provável que eu nem consiga dormir.

ㅡ Jimin, ele ainda está na UTI, lembra? Não podemos visitá-lo ㅡ Hoseok diz, me fazendo lembrar desse fato horroroso. ㅡ Além do mais, a família dele está vindo para cá, eles devem fazer vigília.

ㅡ Então eu fico junto com eles, pronto.

ㅡ Jimin... ㅡ Nam respira fundo. ㅡ Você é tão teimoso...

ㅡ Tem certeza mesmo? ㅡ Yoongi me encara. Seu semblante sonolento indica que ele merece umas boas horas de repouso. De repente, me pergunto como deve estar minha aparência. ㅡ Vocês chegaram de uma viagem super exaustiva, mal tiveram tempo de comer e muito menos para descansar. Não é como se fôssemos abandoná-lo ou coisa do tipo, o Jungkook têm os familiares dele e não vai ficar sozinho.

Suspiro, porque sei que ele está certo. Mas a sensação de não poder fazer nada é um tanto desesperadora, então pelo menos ficar por perto compensa um pouco.

ㅡ Eu até ficaria com você se não tivesse que trabalhar amanhã ㅡ Seokjin diz, apoiando o rosto em uma das mãos. ㅡ Mas eu volto assim que chegar.

ㅡ Amanhã, eu venho bem cedinho, e se tudo der certo, venho preparado pra ficar ㅡ Nam afirma.

ㅡ Eu venho assim que puder, mas caso vocês cheguem primeiro, vão me informando sobre as coisas.

ㅡ Tudo bem, gente, esta noite eu vou para casa ㅡ decido. ㅡ Aliás, Hobi, posso dormir na sua?

ㅡ E precisa pedir? Você sabe que pode, Ji.

A caminho da saída, avisto Chaeyoung e o pai de Jungkook junto de duas mulheres e um homem, cujo julgo ser alguém da família, sentados na sala de espera.

Como é de se esperar, todos eles têm uma expressão de preocupação no rosto. O pai de Jungkook conversa com uma das mulheres enquanto Chaeyoung parece mais absorta em seus próprios pensamentos, encarando algum ponto qualquer no chão.

Eles não nos viram, mas, em pensamento, peço que tudo fique bem e que, amanhã, possamos receber alguma notícia boa de Jungkook.

• • •

A neve começou a cair às seis da manhã, um pouco depois de eu ter acordado.

Levantei antes de Hoseok, é claro, como todas as outras vezes que já dormi na casa dele ㅡ não tenho ideia de como ele consegue dormir até mais tarde, já que o movimento nas ruas por aqui começa bem mais cedo e o barulho dos carros buzinando a poucos metros de distância incomodam bastante, mas hoje foi diferente. No inverno, os dias costumam ficar mais preguiçosos, e o movimento nas ruas diminui consideravelmente ㅡ principalmente em época de férias. As pessoas preferem pegar metrô ao invés de saírem de carro, porque evita o estresse de dirigir na neve, dizem que é menos trabalhoso. Então foi isso que Hoseok e eu fizemos, logo após o café, que se resumiu a uvas e água, pegamos o metrô e seguimos para o hospital.

A caminho de lá, não hesitei em tirar uns cochilos, afinal, não havia dormido praticamente nada noite passada. Por mais que eu tentasse, não conseguia fechar os olhos sabendo que Jungkook ainda estava desacordado, e não ter previsões de quando ele ficaria bem me fez ter insônia.

ㅡ Consegui ㅡ Nam diz ao se aproximar, trazendo consigo três copos de café que havia pego na lanchonete do hospital. ㅡ A fila estava um pouco grande, acho que costuma ficar assim nesse horário.

ㅡ Está ótimo ㅡ respondo. ㅡ Estou me sentindo um zumbi, acordei cedo e vim o mais rápido que pude.

Nam suspira antes de tomar um gole de seu café e se encosta na cadeira estofada.

ㅡ Mas, e então, enquanto eu estava fora, alguém deu notícias?

Nego com a cabeça. Assopro o café antes de bebericar um pouco.

ㅡ Nenhuma novidade até agora, não aguento mais ficar esperando aqui sem poder fazer nada. Será que ainda não podemos visitá-lo?

ㅡ Receio que não, Jimin ㅡ Hoseok é quem responde dessa vez, ele também bebe um pouco do café fervendo antes de continuar: ㅡSomente os familiares são permitidos a entrar na UTI.

Suspiro, cansado de receber sempre a mesma resposta.

ㅡ Se pelo menos conhecêssemos alguém que pudesse nos ajudar...

Nam suspira e dá de ombros.

Ouço um burburinho se aproximando, e ao olhar em direção ao balcão da recepção, vejo Chaeyoung acompanhada de dois homens e uma mulher. Ela conversa alguma coisa com a atendente, que assente e telefona para alguém por breves minutos. Me pergunto se ela já tem alguma nova informação sobre o estado de Jungkook, e quem sabe, possa nos ajudar a visitá-lo. Chaeyoung conversa mais um pouco com a atendente e então caminha em direção aos assentos, nos cumprimentando com um breve aceno quando passa em nossa frente.

ㅡ Será que ela já tem notícias?

ㅡ Não sei, vamos perguntar ㅡ Nam diz.

ㅡ Vamos esperar um pouco, eles acabaram de chegar.

Antes que Namjoon pudesse responder, avisto Yugyeom, Mingyu e Dongmin vindo em nossa direção assim que nos vêem. Por algum motivo, é aliviante ver os amigos de Jungkook. De repente, sinto como se fôssemos próximos também.

ㅡ Faz tempo que vocês estão aqui? ㅡ Yugyeom pergunta após nos cumprimentar. ㅡ Como ele está?

ㅡ Até onde sabemos, na mesma ㅡ Hoseok responde. ㅡ Desacordado, sem dar sinal de vida.

Yugyeom leva a mão até a testa, com uma expressão preocupada e ao mesmo tempo confusa estampada no rosto. Por uns segundos, parece absorto em seus pensamentos. Ele e os outros dois sentam ao lado de Namjoon.

ㅡ Em breve teremos notícias dele ㅡ Nam os assegura. ㅡ Vai ficar tudo bem, Jungkook vai acordar logo, logo.

Queria me manter positivo como Namjoon, pois sei que pensamentos negativos só pioram a situação, mas é difícil não imaginar coisas ruins quando alguém importante pra você está à beira da morte e não dá sinal de vida há quase dois dias. É desesperador, para ser mais exato.

ㅡ Você é amigo do Jungkook, não é? ㅡ ouço uma voz dizer ao meu lado. Chaeyoung me encara com expectativa, e eu apenas concordo com a cabeça.

ㅡ Jimin ㅡ respondi, e ela me observa como se já soubesse e só tivesse perguntado pra ter certeza.

ㅡ Ele já falou algumas vezes de você ㅡ ela diz.

ㅡ Ele também já falou de você ㅡ respondi sorrindo.

ㅡ Espero que tenha sido coisas boas.

ㅡ Uma boa parte foi sim.

Ela ri. Seus olhos grandes, parecidos com os de Jungkook, ficam menores.

ㅡ Ele gosta muito de você, Jimin.

ㅡ Eu também gosto muito dele.

ㅡ Quando eu vi os dois juntos pela primeira vez, deu pra perceber que vocês são bastante próximos... ㅡ Chaeyoung prossegue, me encarando enquanto fala, bem que Jungkook falou que uma das suas características de sua irmã era ser observadora, ela quase nunca desviava o olhar enquanto conversava com alguém, e por isso conseguia perceber coisas que mais ninguém consegue. Mas, calma, o que ela quer dizer com "próximos"? ㅡ Como irmãos, eu diria, mas olha pra gente, não somos o melhor exemplo para isso.

Sorri como resposta, um tanto confuso com suas últimas frases.

ㅡ Como assim?

ㅡ Jungkook não costuma chegar muito próximo das pessoas, ele geralmente evita contato físico desde que me entendo por gente. ㅡ Engulo um pouco de saliva. Ele evita...? Nunca tinha reparado nisso. Repentinamente me sinto um desatento.

ㅡ Nós nos tornamos muito próximos, sim, Jungkook é realmente... muito especial para mim.

Ela sorri novamente, o que me faz sorrir também. Tenho que me segurar para não desabar em lágrimas falando dele desse jeito, e não é nenhum exagero.

ㅡ Sabe de uma coisa? ㅡ Chaeyoung volta a falar. ㅡ Jungkook vai ficar bem, ele sempre fica. Desde pequeno, ele aprontava pra gente, sumia por horas e depois voltava subindo a ladeira da rua de onde morávamos como se nada tivesse acontecido. ㅡ Dessa vez ela desvia o olhar para um ponto qualquer, divagando entre suas lembranças enquanto seus olhos grandes brilhavam. ㅡ Na primeira vez que isso aconteceu, chegamos até a chamar a polícia, acredita? Mas quando estávamos quase saindo para procurar, ele apareceu na porta de casa, sorrindo e com um arranhão no braço. Eu só tinha seis anos, e ele, sete, mas lembro com bastante clareza desse dia.

Fiquei imaginando cada cena que Chaeyoung descreveu. Era a cara de Jungkook fazer essas coisas.

ㅡ O que eu quero te dizer é, ele vai ficar bem, claro que vai, tenho certeza que, em algum lugar de sua consciência, ele está lutando pra acordar logo, e quando tudo isso acabar, a gente vai até rir dessa situação pelo susto que ele deu na gente.

Chaeyoung sorriu, ainda olhando para um ponto específico no chão, como se estivesse com os pensamentos bem longe daqui. Eu entendi suas palavras, ela conhecia Jungkook melhor do que todos nós e sabia bem o que estava dizendo. Mas a cada frase, eu sentia que ela não falava somente pra mim, como também para si mesma, na tentativa de se acalmar e se auto afirmar de que tudo tinha que ficar bem.

Mais tarde, mais parentes de Jungkook apareceram. Chaeyoung não foi embora em momento algum, ao contrário do pai, que saiu ainda pela manhã. Almoçamos por aqui mesmo, e por volta das três da tarde, um enfermeiro finalmente apareceu trazendo informações sobre o estado de Jungkook.

ㅡ A situação de Jungkook é delicada, mas ele se encontra estável no momento. Por enquanto está fora de perigo, e apesar disso, vai ficar sob observação até que seja liberado da UTI. Já passou por alguns procedimentos cirúrgicos e creio que irá passar por mais, isso vai depender de como o corpo dele irá reagir.

Tínhamos noção de que não adiantaria muita coisa se ficássemos aqui, mas também sabíamos que Jungkook poderia acordar a qualquer momento e precisaria de nós por perto, por isso, decidimos seguir com o combinado, revezando entre a noite e o dia.

As férias de inverno estavam contribuindo bastante com isso, já que, se estivéssemos tendo aula, sobraria pouco tempo para o plantão. Tempo. Me toquei o quanto ele tem passado devagar esses dias assim que coloco os sapatos no hall da entrada de casa e olho para o relógio da cozinha, indicando sete e meia, trinta minutos após Nam, Hobi e eu termos deixado o hospital.

ㅡ Você chegou cedo ㅡ mamãe diz ao me ver entrar, então eu tiro os fones para escutar melhor. ㅡ Pensei que hoje fosse ficar no hospital...

ㅡ Vamos intercalar. ㅡ Deposito um beijo rápido no topo de sua cabeça e jogo a bolsa no sofá. ㅡ Jin e Yoon só podem ficar de noite por causa do trabalho, então Hoseok, Namjoon e eu vamos continuar indo pela manhã, pelo menos por enquanto.

Ela concorda com a cabeça, dividindo a atenção entre mim e sua panela no fogão.

ㅡ E como vão as coisas? Alguma novidade?

Suspiro.

ㅡ O mesmo de sempre. Não sei mais o que pensar.

Ela faz um estalo com a boca e exibe uma expressão de chateação.

ㅡ Então não pense muito, sim? Jungkook me pareceu um rapaz saudável e cheio de vida quando veio aqui, ele vai sair dessa logo.

Ela pega uma tigela, deposita um pouco da sopa de algas que estava preparando e me oferece.

Desde que me entendo por gente, mamãe sempre fez a melhor sopa de algas que já comi, mas neste momento, sinto tudo deslizar sem propósito pela minha garganta. O gosto é inexistente, e a minha vontade de comer, mais ainda.

Quando subi para o quarto, já se passavam das onze, então decidi esvaziar a cabeça e me concentrar em dormir, nem que fosse por algumas horas. A última coisa que lembro antes de cair no sono são as palavras de Chaeyoung pairando em minha mente até finalmente se dissiparem aos pouquinhos. "Jungkook vai ficar bem, ele sempre fica".

• • •

Ao retornarmos ao hospital no dia seguinte, recebemos uma notícia tão boa que eu me odiei mais ainda por não ter ficado durante a madrugada: Jungkook havia finalmente saído da UTI, exatamente quando eu não estava aqui. No meu celular, havia algumas chamadas perdidas de Yoongi e Jin, mas pasmem, foi exatamente na hora em que eu havia pegado no sono e o cansaço tinha me tomado de vez. Porém, não durou muito tempo.

Agora, a única coisa que eu sei, é que ele retornou ao centro cirúrgico por algum tipo de complicação, e por isso, voltou a respirar por aparelhos. Não sei exatamente qual, aliás, Chaeyoung não me disse detalhes sobre o estado dele ㅡ digo, aparentemente ㅡ, o que é até bom, porque talvez eu entraria em colapso.

ㅡ Você precisa ficar calmo, Jimin, suas mãos estão tremendo muito ㅡ disse Namjoon enquanto esperávamos por uma resposta positiva do médico.

ㅡ Eu deveria ter ficado aqui ㅡ respondo. Sinto um nó se formando em minha garganta. ㅡ Deveria ter esperado mais.

ㅡ Não tínhamos como saber...

De um dos corredores, o médico surge e caminha em nossa direção. Ele suspira antes de começar a falar.

ㅡ A cirurgia correu muito bem. Ele já foi liberado do centro cirúrgico e segue em observação na UTI.

ㅡ Mas o que aconteceu? ㅡ pergunto. ㅡ Ele vai ficar bem logo?

Ele suspira antes de voltar a falar.

ㅡ Devido às lesões abdominais, ocorreu sangramento interno causado pelas complicações pós cirúrgicas, o que ocasionou a retirada do baço e parte do fígado. ㅡ Sinto as mãos geladas de Hoseok apertarem as minhas ainda mais forte, enquanto Namjoon afagava minhas costas num movimento de vai e vem, me fazendo ficar mais nervoso ainda com as palavras que vieram a seguir. ㅡ Eu vou ser o mais claro possível com vocês, existe uma possibilidade do coma de Jungkook se estender por mais dias, semanas... ou até mesmo meses. O tempo ainda é indefinido. ㅡ Sinto o nó em minha garganta se tornar maior. ㅡ Estamos fazendo o melhor possível para reverter a situação e Jungkook se recuperar logo, mas o que resta agora... é aguardar.

Quando percebo, as lágrimas já estão caindo pelo meu rosto, então Namjoon me puxa junto de Hoseok para um abraço, ambos no mesmo estado que eu. A situação é muito, muito pior do que eu pensava, e isso só me faz desabar ainda mais.

As palavras do médico permanecem ecoando na minha mente. "... Existe uma possibilidade do coma de Jungkook se estender por meses...". Meses. O que eu faço com essa informação? Minha vontade é voltar no tempo, fazer as coisas voltarem pro momento antes de quando tudo aconteceu. Voltar pro instante em que Jungkook me mandava mensagens, antes da véspera de natal e de combinar com os meninos de passar o natal juntos. Retornar para os minutos antes da neve cair e ocasionar o acidente. Mas agora é tarde demais pra isso.

• • •

Voltar à rotina após quatro dias seguidos de vigília no hospital, não é tão fácil quanto o imaginável, ainda mais diante às circunstâncias. Apesar disso, as coisas não haviam mudado muito.

A véspera do ano novo nunca havia sido tão melancólica, e eu nunca havia desejado que o dia passasse rápido e que tudo acabasse logo, até agora.

Jin e Yoongi conseguiram folga e vieram para o hospital, se juntando a mim, Namjoon e Hoseok. Os amigos de Jungkook passaram por aqui hoje mais cedo e foram embora ao entardecer, mas prometeram voltar antes da meia noite. Tenho certeza de que Jungkook ia gostar de ver todos reunidos assim, mesmo a ocasião não sendo boa.

Acho que uma das piores partes de tudo isso ㅡ além da situação em si ㅡ, é não podermos ao menos estar ao lado dele, ver, conversar ㅡ mesmo que ele não ouça nada ㅡ, tocar ou qualquer outro tipo de contato. Pensar nisso só me deixaria mais frustrado e desesperançoso ainda, então decido ligar para minha mãe, avisando que chegaria mais tarde e levaria os meninos comigo, quando vejo o médico se aproximar.

ㅡ Alguma novidade? ㅡ Hobi pergunta ao se levantar e então encaramos o médico, esperançosos.

ㅡ Não precisam ficar preocupados dessa vez. ㅡ Seu semblante estava melhor do que antes. ㅡ Trago boas notícias. A partir de hoje, Jungkook já poderá receber visitas além dos familiares.

Meus ouvidos demoram alguns segundos para processar as últimas falas do médico. Por um momento, fico assustado com o quão poderosa uma mente pode ser, já que eu fiquei idealizando esse dia chegando. Só acredito quando ele nos guia por entre os corredores angustiantes do hospital.

Ao chegarmos em frente a sala, o médico abre a porta, liberando nossa entrada para o quarto amplo e apertado ao mesmo tempo, pela sensação de aflição que sinto todas as vezes que adentro um hospital. E lá está ele, repousando sobre a cama enorme no centro da sala, cercado de cabos e fios ligados a uma televisão. Ouço a porta se fechar atrás de nós, então Hoseok e eu nos aproximamos da cama.

O rosto de Jungkook está cheio de marcas, hematomas e cicatrizes horríveis, é difícil de encarar por mais de um minuto. O braço e a perna direita estão enfaixados. A parte menos machucada é o lado esquerdo, que tem apenas alguns arranhões e curativos pequenos. Jungkook respira por um aparelho preso no rosto e cabos ligados ao seu peito. Toco em seu cabelo, que está espalhado sobre o travesseiro, deixando a testa machucada à amostra.

ㅡ Sentimos tanto a sua falta, Jungkook- ah... Você precisa acordar logo ㅡ digo enquanto acaricio seus cabelos. É realmente muito difícil olhar para ele nesse estado.

ㅡ É quase ano novo, sabia? ㅡ do outro lado da cama, Hoseok diz se aproximando devagar, tão chocado quanto eu. ㅡ Os meninos estão todos aqui, ansiosos pra te ver.

Ele tenta disfarçar, mas percebo seus olhos se encherem de lágrima ao mesmo tempo em que pega a mão de Jungkook ㅡ a menos machucada ㅡ entre as suas.

Passamos o resto dos minutos atualizando Jungkook sobre os dias e o quanto tudo tem sido difícil e tedioso sem ele. Falamos sobre as luzes de natal e as ruas enfeitadas, sobre tudo o que os meninos haviam preparado para comemorar na casa de Namjoon, mas que no próximo ano será mais que perfeito, porque Jungkook estará com a gente.

Meia hora depois, ouço alguém bater na porta e a enfermeira aparece, avisando que o tampo de visita havia terminado.

ㅡ Que horas são?

ㅡ Um pouco mais da meia noite.

Hobi e eu trocamos olhares. Suspiro em um sorriso fraco, olho para Jungkook ao que levo minha mão novamente ao seu cabelos e digo:

ㅡ Feliz ano novo, Jungkookie.

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