FATAL FAME - PEDRO PASCAL

By ficjoelispunk

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Você se mudou para Los Angeles com a expectativa de deixar para trás uma sequência de erros, e tentar escreve... More

aesthetic
Beginning
Opportunity
Recognition
Agency
Bookstore
Friendship
Flashes
Lights
News
Show
Set
It's your boyfriend?
Addicted to You
Do you want to be a star?
I think I might have falling in love
"Good night"
Just me & you.
I'm yours
miserable
Venice
I saw your interview
hollywood bowl
aesthetic cap hollywood bowl
be honest
intoxication
I wanna end me
rehab
pedro
and the Oscar goes to
Just like the moon
Everything I wanted
your mess is mine, forever

Call 911

208 26 30
By ficjoelispunk

As primeiras semanas foram basicamente imersivas. Como você foi escalada "por acidente" - acidente, uma palavra da qual cerca sua vida - você estava a alguns passos atrás de toda a equipe.

Foi necessário longos dias e noites estudando o personagem. Não importa quantos cursos, faculdades, filmes, teatros, novela ou qualquer coisa que você faça para se tornar uma atriz, todo papel que você escolher interpretar, por mais que você costume ter um caminho a seguir, formas de como trazer aquele personagem à tona, todo personagem sempre ensina ou muda algo em tudo que você já pensou saber.

Você precisou entender quem era sua personagem, como era a vida dela, quais eram os sonhos dela, pelo o que ela já havia passado, os valores, as características, os sonhos. Estudar aquela pessoa. É como conhecer uma pessoa, um ser, e tentar dar vida àquilo.

Entender os figurinos, entender as maquiagens. Mudar a cor do cabelo. O jeito de andar, o jeito de falar. A forma como se comportar. O olhar, as manias. Os gostos.

A equipe era graciosa. Não foi difícil criar uma conexão com quem estava mais presente. Era uma correria de gente o tempo inteiro, mais de 20 pessoas trabalhando no mesmo tempo, no mesmo lugar, analisando cada movimento, cada luz, cada som, para que uma cena de 5 minutos, estivesse perfeita. E depois, entrava mais uma equipe, e depois outra, e outra.

No início os figurinos e a maquiagem eram básicos, nada de muito extravagante. Havia horas e horas de aulas de canto. Tratamentos. Avaliações. Academia. Acompanhamento psicológico. Preparações para coletivas. Preparações para ensaios fotográficos. Preparações pra mil coisas, que você já estava sendo iniciada, porque, ninguém queria ter que lidar com você despreparada por ter passado um tempo longe das câmeras. Hollywood tinha uma forma diferente de lidar com a mídia, e definitivamente eles não queriam arriscar as fichas com você.

Matthew estava certo, você ia desaparecer, e não foi uma escolha, foi inconsciente, quando você deitava, uma chave desligava e você apagava. Teve muitas noites que você dormiu com o celular na mão, fechou os olhos apenas pra respirar fundo antes de responder as mensagens, mas acordou com o alarme do despertador no dia seguinte.

As relações pessoais começaram a acumular. Não que você tivesse muitas. Mas ainda assim, as únicas que você tinha, estavam ficando negligenciadas, e você sabe disso.

Acordar às 4 da manhã, e não ter horário para ir dormir, era realmente algo que não fazia parte da sua rotina há muito tempo. Você rezou por compreensão.

Não era para ser assim, mas você estava fora de forma. Por um bom tempo você apenas vivia em câmera lenta dentro de uma livraria. E agora você estava vivendo no 1.5x, tentando associar todos seus compromissos, com seu trabalho, e tentando não decepcionar toda uma equipe gigantesca que estava trabalhando, esperando colher os resultados.

As quatro primeiras semanas foram puxadas. Havia muitas mensagens de Matthew para você responder. E havia mensagens do Pedro também. Mensagens do Simon. Ligações. Caos. Seu celular estava um caos.

Você ligou para Matthew.

"Oi!"

"Oi" ele estava chateado.

Você suspirou fundo, se sentindo culpada.

"Me desculpa carinha, me desculpa por favor, eu sei que deixei você em uma página em branco, mas as coisas estavam realmente insanas aqui, eu tô pegando o ritmo das coisas agora..."

"Tudo bem"

"Não, não está, você está me odiando, e partindo meu coração"

"Excelente"

"Menino mau"

Houve um silêncio.

"Ok, me fale como você passou esse mês... o que você fez? Eu vi os links dos vídeos que você me mandou, eu vi as entrevistas também... tá tudo bem? Você está bem?"

"Sim, as coisas estão fluindo muito bem, eu fechei um contrato com a Sony"

Você gritou.

"É, estou compondo para uns singles, vou lançar no Spotify..."

"Aaaaaah! Isso é ótimo! Tô muito feliz por você, você nasceu pra isso Matt, eu falei para você, eu sabia disso..."

Você ouviu um sorriso fraco dele.

"Por que estou com a impressão que você não está feliz como deveria?"

"Queria que você estivesse aqui, eu realmente preciso de você..."

"Matt, eu estou aqui"

"É, depois de tipo, um mês..."

"Matt, você... cara, você é muito mais capaz do que eu, você sabe disso, se não fosse por você e sua teimosia eu nem estaria aqui, isso é sua culpa" você riu.

Ele ficou em silêncio.

"Escuta, eu também sinto saudade de você. Muita saudade. Mas você precisa confiar em você mesmo, você é extremamente capaz, e se você se sentir inseguro ou precisar de ajuda, eu estou aqui, eu vou dar um jeito"

"Não é só isso..."

"Ok, então me fale"

"É que..." ele hesitou "eu não sei se deveria falar sobre essas coisas..."

"Você pode me falar sobre qualquer coisa, a não ser que seu contrato não permita"

Ele ficou em silêncio por uns segundos.

"Eu vou precisar fazer coisas, seguir agendas e falar com pessoas, comparecer em festas, você sabe como é, e eu não sei se me sinto bem com isso..."

"Entendo... é o céu e o inferno bebê, o luxo e a pobreza de viver nesse caminho doido, faça suas escolhas, veja o que você está disposto, você é seu produto, precisa valorizá-lo"

"É... vou pensar sobre isso."

"Tem algo mais? É só sobre trabalho?"

Ele hesitou.

"Matt?"

"Eu acho que meus pais vão se separar..."

Você fez uma careta.

"Matt..."

"É, nós sabíamos que isso iria acontecer, eu só não queria que fosse agora, já é um saco conciliar as coisas que estão acontecendo, e eles parecem tão egoístas em escolherem esse momento para fazerem isso, tipo..."

"Sinto muito meu bem, tem algo que eu possa fazer?"

"Sim, estar aqui para que eu possa passar um final de semana no seu apartamento asqueroso, encontrar o cara mais famoso de Hollywood no seu sofá, te fazer você passar vergonha e te irritar até você me mandar ir embora"

Você riu.

"Prometo que vou tentar melhorar a minha agenda, e ir te ver"

"E você? Me conta sobre os câmeras tarados, e o pessoal nerd com quem você está trabalhando"

"Não fale assim. Todos são muito profissionais, por enquanto. Mas, bom... por aqui, é o céu e o inferno também. Trabalho, apenas trabalho, o tempo inteiro. As pessoas são legais, no geral, está tudo bem."

"Sinto sua falta"

"Sinto sua falta também. Por favor, por mais que eu seja péssima, não hesite em me ligar, me mandar mensagem. Eu posso demorar para ver, ou responder, ou atender, mas eu estou aqui. Mesmo que você pense que não, penso em você o tempo inteiro"

"Ok, isso está muito brega, você não tem que trabalhar?"

Você grunhiu.

"Chato."

"Amo você"

"Amo você também."

Seu peito doeu ao saber que esse garoto estava precisando de você, e você não estava ali para ele. Os pais de Matthew nunca foram muito presentes, na verdade eles substituíam a ausência, com dinheiro e ocupando o tempo dele de todas as maneiras possíveis. Não era atoa que ele fazia aulas de violão com você no sábado.

Era horrível, porque ele é um garoto tão gentil, tão doce e talentoso. Em todo o tempo ele está correndo atrás de aprovação, e por ter pais ausentes que só pensam neles mesmos, trabalho e dinheiro, não importava muito o que ele fizesse, nada chamava atenção suficiente. Você poderia até imaginar o tapinha nas costas que o pai dele deu sem nem olhar no rosto dele, quando ele fechou o contrato com a Sony, e o beijo superficial que a mãe dele deu nele sem nem desgrudar os olhos do celular. No mínimo mais uma alegria por manter o garoto mais ocupado ainda.

Você precisava imediatamente encontrar um jeito de estar mais presente para ele.

Agora você estava pulando para a missão número dois. Ligar para Pedro, pelo FaceTime. Estava ansiosa porque você estava loira, e isso provavelmente seria uma cena. Suas mãos estavam suando, e você estava com um sorriso ridículo no rosto, andando de um lado para o outro no seu trailer.

Estava chamando, por alguns momentos, e você já estava fazendo uma mini careta de derrota.

"CARALHO"

Você começou a rir, afastando o celular do rosto.

"VOLTE AQUI AGORA MESMO"

Você aproximou o celular, movendo o rosto, e o cabelo tentando o melhor ângulo.

"Quem é você?"

"Você está linda. Não que você não fosse, porque, Deus! Você é linda. Mas, seu cabelo ficou lindo, existe alguma maneira de você ficar feia? Porque eu acordei com você e você estava simplesmente impressionante, na verdade eu acho que..."

Ele não parecia que iria parar de falar, e seu coração talvez explodisse se ele continuasse por esse caminho, falando compulsivamente sobre você e sobre o que ele pensa, você iria ter um piripaque.

"Pedro?"

"Desculpa, fiquei nervoso, estou completamente sem rumo"

Você mordeu os lábios, incapaz de desfazer o sorriso.

"Obrigada"

"Eu sou velho, você sabe? Não pode simplesmente me ligar assim e esperar que eu não tenha um problema do coração"

"Alguém precisa providenciar mensagens como essa e vender como AUTOESTIMA, você iria ficar riquíssimo"

"Eu estou mentindo?"

"Sobre a parte do velho, não. Mas..."

"Hey!"

"Como você está?"

"Perdido, eu já falei... não faço a menor ideia de como encontrar meu rumo"

"Para"

"Você está corando?"

Você grunhiu.

"Tão linda"

Ele também tinha um sorriso bobo persistente no rosto, enfatizando aquela covinha, maldito charme. Deus não economizou com esse homem.

"PARA! Estou tentando ter uma conversa aqui."

"Pois então não me ligasse por chamada de vídeo"

"Onde você está?"

"Chile, por um breve momento. O que me faz pensar o que você está fazendo acordada nesse horário..."

"Precisava dar um jeito de falar com as pessoas"

"Eu só não estava começando a me preocupar porque pelo menos tenho meus meios de informação"

Você franziu o cenho em confusão.

"O que você quer dizer?"

"Tenho minhas fontes"

"Eu acho que preciso contratar seguranças"

"Se você pretende sair na rua assim, eu recomendo pelo menos uns quatro"

Você revirou os olhos.

"Eu sei que as coisas estão corridas para você, tenho conversado com Brad algumas vezes"

"Ah sim, o chefe"

"Ele está sendo muito difícil para você?"

"Não, ele é ótimo"

"Mentirosa"

"Hey!"

"Eu sei que tem o tempo de adaptação também, são muitas coisas, como você está indo?"

"Obrigada por ser uma pessoa com um total de zero defeitos."

"Eu faço meu melhor"

"Está tudo bem por aqui, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, meu cérebro vai fundir ou explodir, mas você sabe perfeitamente do que eu estou falando. Fora isso, tudo certo, apenas muito cansada e, desculpe não ter respondido suas ligações..."

"Eu perdoo com uma condição"

"Você é um barganhador"

"Eu uso minhas oportunidades"

"Diga"

"Estarei em LA na próxima semana, e eu preciso, realmente, ver você"

"Você poderia pensar uma condição que fosse possível, esta está definitivamente fora de condições..."

"Você é má"

"Você me arrumou um emprego, o que eu posso fazer?"

"Ser eternamente grata"

"Eu sou"

"Pensei que pudesse extorquir outro tipo de gratidão, já que somos atores e somos vendidos"

Você gargalhou.

"Eu tenho meus princípios"

"Eu não tenho nenhum, então por favor, não me faça implorar, porque você sabe que eu sou um homem persistente"

"Hmm, cheio de atitude"

"Eu posso ser muitas coisas, e todas elas incluem o que você quiser"

Você afastou o celular do rosto. Porque com certeza você estava vermelho sangue.

"Não sabia que você era tímida"

"Cala a boca"

"Eu posso fazer isso pelo resto da minha vida"

Você aproximou o celular de novo.

"O que?"

"Te deixar envergonhada"

Você arqueou uma sobrancelha para ele.

"Eu sei, você tem total capacidade para isso"

"Te encontro ou tenho que ir te buscar no set?"

"Pedro, não sei se consigo..."

Você estava com medo de não conseguir um tempo para ele, e não queria decepciona-lo. Talvez você não conseguisse sair.

"Eu sei, não precisamos fazer nada se você não puder, só quero poder passar um tempo com você, posso acompanhar as filmagens, servir água se você precisar, retocar a maquiagem, segurar o ventilador..."

Você sorriu. Ele era muito fofo. Não existia "não" no vocabulário para esse homem.

"Você tem certeza que vai querer passar seu dia segurando ventiladores?"

"Ok, talvez a gente precise repensar alguns detalhes"

"Ok"

"Linda, preciso desligar, mas, me ligue, qualquer hora, em qualquer momento"

"Ok"

"Vejo você semana que vem"

Você assentiu. Ele mandou um beijo com as mãos. Você piscou para ele. Desligou. E se jogou na cama.

***

Todo esse mês foi dedicado a preparações. As filmagens iniciariam agora, com tudo organizado de fato, seria rápido. Vocês trabalhariam dia e noite, porque a intenção da produção era que o filme estivesse pronto para o lançamento no Festival de Veneza, então vocês teriam que agilizar o andamento das coisas.

Quando você conhece e é chamada para trabalhar com um diretor, a única coisa que você espera, é que você consiga transmitir a visão do que ele tem em mente, você quer ser hábil para interpretar aquele personagem, conhecer e entender o que esperam de você. Neste caso, você estava ali porque foi indicada, e consequentemente - na sua cabeça - seu trabalho valia a pena o risco.

Seu relacionamento com Bradley no começo foi uma coisa suave e tranquila, ele foi paciente, muito gentil e educado. Mas, - e é claro que teria um "mas" - nos últimos dias ele tem apresentado um comportamento um tanto quanto curioso. Você viu ele perder a paciência algumas vezes, e não só com você mas com várias pessoas da equipe.

As filmagens estavam acontecendo de forma bem rápida, e como voce interpretava uma cantora, vocês precisavam conciliar algumas oportunidades de palco que, basicamente eram únicas. Acontece que, essas oportunidades de palco era, nada mais nada menos que, Coachella. Você meio que não esperava se apresentar para um público tão grande. E, claro, sendo filmada. Atuando. Para um público. Em um festival.

Seus nervos estavam a flor da pele, e você poderia com toda certeza afirmar que seu corpo inteiro poderia explodir ou entrar em ebulição a qualquer momento. Sua mente é no mínimo traiçoeira quando se trata de ansiedade. Seu cérebro é tão traidor em implantar tantas possibilidades de momentos terríveis na sua cabeça, ou de possíveis tragédias que, seu corpo como meio de defesa fica doente.

É como se você pegasse uma infecção dos seus próprios pensamentos. Ou fosse contagiada pelo vírus do desastre iminente que sua ansiedade criou, e fizesse você sofrer por antecedência, não só mentalmente mas fisicamente também.

Quinta-feira

Hoje era quinta-feira a apresentação aconteceria no sábado, e você já estava começando a apresentar sintomas de colapso por causa do estresse. Hoje você tinha um dia inteiro de filmagem, na sexta-feira você tinha um dia de filmagens e ensaios fotográficos, e no sábado filmagens e a apresentação na porra do Coachella.

Ironicamente você acordou com uma dor na coluna ridícula, que você sabia que era muscular, sempre acontecia isso, você estava tentando manter o estresse controlado embaixo da sua pele, inconscientemente tensionando seu corpo e amanhecendo como se um caminhão tivesse passado por cima do seu corpo. E claro, não podemos esquecer os calafrios bizarros que passavam pelo seu corpo.

E adivinhem quem estava aos berros no cenário porque você não conseguia completar a porcaria da sua fala? Exatamente.

"Caramba!" Bradley jogou os braços na lateral do corpo "já é o quarto take e você engasga na mesma linha, qual a porra do problema em decorar as malditas falas..."

Você abraçou seu estômago, e tentou conter o calafrio.

"Desculpa... eu... podemos fazer de novo? Eu vou..."

"Não" ele pressionou os dedos nos olhos azuis, levantando uma mão para alguém atrás das câmeras "cadê a maquiadora? Alguém precisa dar um jeito nesse seu rosto" ele olhou para você "você tem dormido? Você está horrível"

Você queria vomitar. Era no mínimo perceptível que você estivesse horrível.

"Sim, eu, acho que só estou um pouco..." você se encostou em um balcão atrás de você.

"Cansada? Oh, querida, todos nós estamos e nem por isso estamos com uma cara de merda"

Você não tinha forças para discutir, e sinceramente, você não iria discutir. Nem se tivesse forças. Fazer uma cena na frente de toda uma equipe, não era bem o que a sua eu do presente faria. Se fosse a eu do passado, provavelmente já teria vomitado sim, algumas verdades na cara desse babaca.

A maquiadora estava na sua frente, abrindo a bag de maquiagens.

"Estou muito péssima?"

Ela fez um biquinho.

"Não..."

Você levantou uma sobrancelha.

"Ok, você está pálida e suando. Você está bem?"

Você fechou os olhos.

"Sim, só um pouco..."

"Eu acho que você está com febre" ela falou, enquanto suspendeu o pincel na frente do seu rosto.

"Talvez, mas não tem importância, apenas me deixe com um rosto de uma pessoa que está viva, e é isso..."

"Não seria melhor avisa-lo e pedir atendimento?"

"Não, estou bem, sério, apenas, coloca um blush e está ótimo, você faz milagres, confio em você"

Ela fez uma cara de dó, ou angústia, não dá pra definir.

A pausa valeu a pena, você pode olhar seu texto pelo celular, e tentar enfiar na sua cabeça o mais rápido que pode.

Você avançou um take. Mas talvez não como deveria estar avançando.

"Não, não, não, não. Isso aqui tá péssimo" Bradley murmurou atrás da câmera revendo a cena.

Você estava ao lado oposto dele, o câmera no meio de vocês dois. Não havia como negar, estava de fato horrível. Você não conseguia expressar nada. E, na sua cabeça, estava tudo completamente compreensível, já que, todo o seu esforço estava sendo direcionado para te manter em pé.

"CORTA!" Vocês repetiram a cena pela 9ª vez.

Assim que a voz alta de Bradley ecoou na sala, você agachou, os braços em volta da sua cabeça, as vozes e os sons do cenário se tornando um ruído distante dentro do seu pequeno casulo. Só voltou a realidade quando uma mão apertou seu ombro.

Jimmy o câmera amigo de Pedro. O primeiro cara que você falou quando chegou nessa loucura. Ele estava com uma garrafa de água na mão.

"Hey, você está bem?" Ele perguntou oferecendo a água a você.

Seus olhos demoraram para se adaptar e desembaçar, você tentou seu melhor sorriso.

"Obrigada" você aceitou a água "sim, sim estou bem"

Ele te ajudou a levantar, você teve dificuldade de esticar o corpo e ficar em pé, Jimmy colocou a costa da mão no seu rosto, mudando da bochecha para a testa.

"Você está queimando em febre" antes que você pudesse tentar impedi-lo, ele se virou e gritou por cima do ombro "ELA ESTÁ ARDENDO EM FEBRE"

Você murmurou um "não" e choramingou o anúncio mordendo os lábios, mas talvez ele nem tenha percebido. Houve um silêncio no cenário.

Bradley revirou os olhos.

"Sério?" Ele foi bem sarcástico "vamos ter que pausar?"

"Não, não. Estou bem, podemos continuar"

"Eu consigo captar seus calafrios pela câmera" Jimmy falou.

Você abriu a boca para contestar, sem chance.

"Ótimo! Você precisa que chame um médico ou algo assim? Não vou continuar com você aqui, não quero contaminar toda a equipe"

Você franziu o cenho.

"Eu estou bem. Isso não é transmissível. E não preciso de um médico, muito obrigada pela sua preocupação"

O clima estava um pouco tenso. Bradley olhou ao redor, percebendo que a equipe estava toda paralisada observando vocês. Ele sorriu sem graça, querendo disfarçar.

"Tudo bem, por que você não tira o resto do dia de folga? Podemos continuar amanhã, um descanso é tudo que você precisa?"

Você ficou em silêncio por um momento, querendo contra-argumentar, mas Deus! A sua cama era tudo que você precisava.

A única resposta possível que você poderia dar, foi assentir para ele, pedir um táxi até o set de filmagem, se jogar na cama do seu trailer e se enrolar nas cobertas, e tentar dormir, para se acalmar. Foi exatamente o que você fez.

Sua mente simplesmente apagou. Desligou totalmente. Exceto pelo som estridente do alarme do seu celular tocando. Você tateou pela cama, até encontrar o aparelho, e abriu apenas um olho.

Não era dia ainda, na verdade era 23h. E, Matthew estava ligando pela 3ª vez. Você piscou os olhos rapidinho, tentando afastar a sonolência, sentou-se na cama e atendeu o telefone.

"Hey? Tudo bem?"

"Não"

A voz dele estava estranha.

"O que aconteceu?"

"Preciso de ajuda, não me sinto bem"

Ele parecia, bêbado?!

"Matthew, você está bêbado?"

Até onde você sabia esse garoto nunca tinha bebido uma gota de álcool na vida.

"Talvez algo a mais"

Você estava completamente acordada agora. Suas engrenagens funcionando melhor, você ouvia ao fundo um som de música.

"Onde você está?"

"Eu precisei vir nessa festa estúpida, algo sobre... eu não sei... eu estou realmente passando muito mal"

Você pulou da sua cama, procurando seu tênis no chão.

"Onde você está?"

"Algum lugar de Beverly Hills"

"Ok, preciso que você seja um pouco mais específico"

"Eu acho que mandei a localização para você... eu não sei... eu não estou..."

Ele estava fazendo um som estranho. E você já estava passando pela porta do seu trailer.

"Espera"

Você abriu suas mensagens, procurando pelo chat com Matthew, e sim, ele tinha enviado a localização.

"Matt? Você está aí?"

"Mhmmm"

"Ok, eu chego aí em 30 minutos, você fica no telefone comigo. Quem está aí com você?"

"Sozinho"

A voz dele estava quase derretendo pelo telefone.

"O que você tomou?"

"Eu não sei... alguma coisa na minha bebida"

Você estava correndo pelas ruas dos sets, até a portaria.

"Que bebida?"

"Eu realmente..." ele vomitou.

Isso era ruim. Ruim. Ruim.

"Oi, Ronald, tudo bem? Boa noite" você estava ofegante, com a mão no joelho, e o celular na outra contra o coração.

Ronald era um dos caras que ficavam na guarita de identificação, e inexplicavelmente vocês eram amigos, agora não é um bom momento para explicar como essa amizade surgiu, mas é importante apenas que saiba que ela existe.

"Talvez agora não seja um bom horário para atividades físicas"

"Sim, você está completamente certo, mas, na verdade, eu preciso de um favor, será que você poderia me emprestar seu carro? Eu estou... eu realmente tenho uma emergência e não posso esperar por um táxi"

Ele levantou de sua cadeira habitual, franzindo o cenho, claramente preocupado.

"Você está bem?"

"Eu estou ótima. Melhor impossível. Mas preciso ajudar um amigo. Eu realmente preciso ir agora, e eu posso abastecer..."

"Aqui" ele esticou a chave na sua frente.

Você não pensou duas vezes antes de pegar.

"Obrigada. Obrigada" você beijou a chave.

Correu em direção ao estacionamento.

"Onde está?" Você gritou.

"Segunda fileira, Ford verde"

Você correu, procurando o tal Ford verde. Ford verde. Ford verde. Ford verde. Você ia passando por uma camionete Ford verde, brecou no meio no caminho.

"Só pode ser brincadeira" você murmurou pra si mesma, apertando o alarme, o farol piscou para você.

Dirigir. Há quanto tempo você não dirigia? E olhando para essa relíquia clássica Ford F-100 na sua frente, só podia ser um teste, cujo prêmio seria o seu lugar no céu, direto, sem julgamentos.

"Ok"

Você estava falando consigo mesma. Enquanto abria a porta, e pulava para dentro da cabine. Os pedais eram muito distantes do seu pé, o banco não se movia pra frente.

"Foda-se"

Você se inclinou sobre o volante, girando a chave na ignição, e rezando para que você pudesse chegar até Matthew com vida. Acenou, fingindo costume, quando passou por Ronald na guarita.

"Matt?"

Você falou com o celular na perna no viva-voz.

"Matt, você está me escutando?"

Você ouviu um murmúrio mas não tinha certeza de nada.

O caminho até lá era um pouco longo, você fez o melhor que pode, e convenhamos que estar em Beverly Hills dirigindo uma F-100 não era algo, usual.

O GPS te parou em uma mansão, digna de filme, escadas ornamentadas das calçadas até a entrada da casa. Um pé direito altíssimo sustentado por dois pilares incrivelmente largos. Era basicamente uma casa imensa e branca, com um jardim escondendo os carros luxuosos estacionados, e, muito, muito chique. A casa de filme de adolescente de sessão da tarde da Flórida.

Você subiu, tropeçando nos malditos degraus de granito. A porta imensa na sua frente. Você tocou a campainha. Uma música de balada tocando incrivelmente alta, e ninguém disposto a abrir a porta.

Foda-se! Sua mão girou a maçaneta, a porta se abrindo facilmente. Foi só então que você pensou em coisas como, sua roupa, um moletom chinfrim, regata e tênis. Cabelo relativamente desgrenhado, segundo a imagem que o espelho gigante do corredor refletiu inconvenientemente a você.

De quem era essa casa? Quem era o dono da festa? Poderiam ligar para a polícia? Você poderia ligar para a polícia?

A casa estava repleta de jovens, todos na casa dos 16 aos 20 e poucos anos. Música pop e eletrônica. Muita, muita bebida por toda a casa. Gente se beijando nos corredores. Gente se pegando nos corredores, é a forma correta de dizer. E claro, drogas. A nuvem de cigarro, maconha e talvez narguilé, deixava o ar espesso. Quanto mais você andava, pior ficava.

"Matthew, eu estou aqui, onde você está?"

Sem resposta no telefone mudo, há 1h07min.

Você se esgueirou em uma sala de jogos, carreiras de cocaína esticadas na mesa e em cima da mesa de sinuca. Meninas de sutiã e calcinha no colo de rapazes. Alguém com um baseado na mão, servindo de cadeira para uma garota loira, chamou sua atenção.

"Você está perdida, meu amor?"

"Se eu for comparar com você, acho que estou completamente consciente"

Ele riu, empurrando a garota do colo e caminhando em sua direção.

"Desculpe, meu bem, mas eu tenho certeza que você não foi convidada" ele olhou obscuramente para você da cabeça aos pés.

Você simulou uma surpresa em seu rosto.

"Sério? Não me diga..." você deu um peteleco no baseado entre os dedos dele, fazendo cair no chão "eu não fui mesmo, e você pode ter certeza que você vai agradecer por não ter convidado"

O rapaz sorriu sarcasticamente.

"Você sabe quem sou eu?"

Você sorriu para ele também.

"Não, mas eu também tenho certeza que você vai se lembrar de mim pra sempre. Onde está o Matthew?"

O garoto olhou para trás para os amigos.

"Rapaziada... ela quer saber onde está o Matthew"

Os outros garotos riram.

O menino devia ter uns 22 anos. Ele era loiro, alto, forte, provavelmente um atleta - o que era uma ironia, tendo em vista a quantidade de droga nesse lugar - consideravelmente mais alto que você, mas foda-se. Você grudou no colarinho da camisa dele e puxou ele para baixo, na altura do seu rosto.

"Eu não vou perguntar duas vezes"

"Calma, moça. Você é a mãe dele ou algo assim?"

Você puxou a camisa dele, para que ele te acompanhasse, mas ele segurou seu pulso, e fez você parar.

"Hey. Você é maluca?"

Você inclinou a cabeça para ele, se livrando do aperto dele.

"Garoto, eu juro por Deus, que você não vai querer descobrir. Me leva até o Matthew, agora"

Ele se virou para a mesa de sinuca.

"Você não é aquela gostosa que fazia os vídeos com ele, é?"

Você franziu o cenho.

"Por que você não relaxa um pouco?" Ele tirou outro baseado do bolso da camisa, e ia acender "e mostra pra gente o que mais essa boca linda consegue fazer..."

Você bateu na mão dele, jogando o baseado no chão.

"Ou você me leva até o Matthew ou eu vou chamar a polícia"

Os amigos do garoto vaiaram em coral. E ele riu, como se você estivesse contando uma piada.

"Ela é agressiva, eu gosto disso"

Talvez você tenha rosnado para ele antes de sair daquela sala. Enquanto o garoto pedia para você esperar.

Nesse momento, você estava meio cega, de raiva, de medo, de ansiedade. Mas principalmente, porque você era uma viciada. Estar nesse ambiente, com o estado mental que você estava. Não era nenhum pouco propício. Não porque você iria cheirar uma carreira de cocaína. Mas porque te trazia uma sensação de sujeira. Uma sensação horrível. Pensar que Matthew estava ali, com aquelas pessoas, te dava repulsa. Era como ver todo tipo de pecado encarnado. Ou reviver um filme da sua própria vida.

Além disso, quando você está em situações como essa, seu corpo não processa muito bem emoções, ele simplesmente age. Age impulsivamente apenas para que você consiga resolver o precisa o mais rápido possível. As consequências você lida depois.

Sem muitos rodeios você abriu porta por porta daquela maldita casa, gente transando, gente usando droga, mais gente transando. E Matthew não estava em lugar nenhum.

A música estava entrando dentro da sua mente, quando você saiu para o jardim tentando ter um pouco de ar puro dentro de si, e tentar ligar para Matthew.

Você discou umas três vezes, andando de um lado para o outro, em frente à piscina quilométrica que ficava na parte de trás da casa.

Seu celular estava prestes a ser arremessado na grama, quando uma luz violeta chamou sua atenção para a edícula da casa. A casa de piscina. Você caminhou de vagar até lá. Parecia que seu sexto sentido tinha medo do que poderia encontrar.

A porta de vidro era de correr, suas mãos estavam frias quando você deslizou a porta. A casa tinha sido feita de estúdio. Havia alguns meninos fumando maconha, outras garotas de biquíni bebendo alguma coisa, e um garoto em frente a mesa de home studio.

"Oi" você disse para o menino "você viu o Matthew?"

O menino olhou para você dos pés a cabeça. E apontou com o queixo a porta ao fundo.

Você abriu.

Matthew estava caído no chão, ao lado da privada, ele foi feliz em tentar vomitar no lugar correto, mas algo deu muito errado, porque havia vômito em toda a roupa dele. Ele estava encostado no vidro do box, as pernas esticadas para frente, o braço apoiado na privada, e cabeça caída para o lado. O telefone do lado do corpo dele.

Você entrou de vagar, o cheiro não era nenhum pouco agradável. A boca dele estava roxa. Seu coração estava disparado, e você não sabia se estava respirando. Você se abaixou ao lado dele, trazendo a cabeça dele pra frente, ele engasgou. Tossiu quando o líquido preso conseguiu sair da garganta. Ele voltou a respirar.

"Socorro" você gritou. Mas não sabia exatamente se sua voz era forte o suficiente. Talvez você só tenha murmurado.

Suas mãos começaram a perder a força. Você começou a sentir sua vista embaçar. Que porra é essa?

"Ok. Ok. Ok. Matt, estou aqui" você murmurou tentando deixar o corpo dele mais ereto.

"Heyy! Preciso de ajuda, alguém me ajuda" você gritou em direção a porta.

O garoto da mesa de home studio, apareceu na porta. Não dava pra saber se ele tava chapado, ou se ele estava consciente. Não dava pra saber.

"Liga pra emergência agora!" Você disse para ele segurando a cabeça de Matthew.

O menino ficou te olhando, ele demorou alguns segundos para conseguir processar o que estava acontecendo. Os olhos se alargando aos pouquinhos.

"LIGA PRA EMERGÊNCIA AGORA. AGORA!!!" Você gritou estética.

-

Bom. Você estava do lado de fora do quarto onde Matthew estava recebendo atendimento.

Levantou. Sentou. Levantou. Sentou. Andou. Sentou. Mais vezes do que qualquer pessoa possa contar. Aparentemente ele não chegou a ter uma overdose. O que era relativamente bom. Mas pode ter entrado em estado de coma alcoólico.

Você gritou com meio mundo de adolescente. Questionou o que ele tinha tomado. Mas ninguém sabia dizer. Quando a ambulância chegou, não demorou muito para a polícia aparecer em seguida. E não demorou muito para a mídia aparecer logo atrás.

Era uma quinta-feira de muito trabalho para a polícia, ou que alguém pai teria que desembolsar muitos dólares para abafar o escândalo daquela festinha. Tinha muitos menores de idade. Muita droga. E, nenhum adulto, sem entorpecente na mente para responder por tudo aquilo.

O garoto loiro, estava sendo algemado e colocado dentro do camburão da viatura, quando você estava respondendo algumas perguntas a outro policial.

"Você é mãe dele?"

"Não"

Seus braços estavam enrolados na frente do seu corpo, enquanto você olhava o bombeiro verificar as seguranças e travas da maca onde Matthew estava deitado.

As luzes vermelhas piscando na sua frente, da ambulância e da viatura, estavam te deixando tonta.

"Então o que você é dele?"

"Professora de música"

"Professora de música?" A agente parecia sarcástica.

Você olhou para a agente.

"Me desculpe, senhora, eu realmente não estou em plenas condições, o garoto significa muito para mim, eu era professora de música dele, mas agora somos amigos. Ele me ligou pedindo ajuda, e quando cheguei para buscá-lo ele estava assim."

A agente assentiu escrevendo e registrando os detalhes.

"Eu tenho o contato dos pais dele"

Havia muitos fotógrafos, os flashes estavam por todos os lugares. Você começou a hiperventilar.

"Você pode me passar por gentileza?"

Você desbloqueou seu celular, e mostrou os números para a agente.

O bombeiro fez um sinal com a mão te chamando para acompanhar.

A agente assentiu, liberando você, sem mais perguntas.

Antes de você chegar no meio do caminho, uma jornalista te abordou.

"A senhora poderia esclarecer o que aconteceu na casa? Você está acompanhando esse jovem? É responsável por ele? Ele é Matthew Mackenzie?" Conforme a jornalista ia olhando mais pra você, ela ia relembrando mais de você "você é a professora de música?..."

"Desculpa"

Você simplesmente virou as costas, e tentou andar o mais rápido possível até a ambulância, os flashes estavam acompanhando você. Instintivamente você quis gritar. Mas só cobriu seu rosto com sua mão. Pulou para dentro da ambulância, o bombeiro pediu desculpas para todos os fotógrafos e jornalistas, fechando a porta lentamente.

Só quando você ouviu o click da trava da porta. Seus olhos correram rápido pela ambulância, você achou um lixo, e vomitou dentro dele.

Agora estava no corredor frio de um hospital. Esperando os pais de Matthew chegarem.

Assim que o médico saiu do quarto, a mãe de Matthew apontou no corredor, os saltos altos clicando no chão enquanto ela corria e segurava a bolsa de luxo sobre o ombro.

"Ela é a mãe" você murmurou para o médico "melhor falar direto com ela, eu posso vê-lo?"

O médico assentiu.

Você chegou perto do rosto do garoto que você pensou que ia morrer nos seus braços, seus dedos trêmulos passando suavemente pela pele sem cor dele, os lábios ainda roxos. Seus olhos começaram a escorrer lágrimas sem sentido. Jesus. O que você iria fazer se esse menino morresse? E se você não tivesse chegado a tempo? E se você, automaticamente, não tivesse movido a cabeça dele? Ele iria morrer? Há quanto tempo ele estava fazendo isso? Por que ele estava fazendo isso? Conhecendo a sua história.

Seus dedos estavam acariciando o cabelo dele, desacordado. Seu corpo parecia doer ainda mais do que de manhã. Falando em manhã. Já passavam das 3 horas da manhã. Os calafrios começaram de novo. Seria muito errado pedir um calmante?

A mãe de Matthew, Kate. Estava do outro lado da cama. Impassível. Apenas olhando o corpo frágil do filho.

"Ele te ligou?"

Você limpou as lágrimas, a secreção péssima que escorria do seu nariz, tentou conter os soluços.

"Sim, ele disse que estava em algum lugar, e não estava se sentindo bem..."

Kate cruzou os braços.

"Você sabe de quem é aquela festa?" Sua voz era rouca, e completamente quebrada.

Ela não parava de encarar o filho. Mas não era com preocupação. Não era com medo.

"Sim" Kate disse impassível ainda "era do filho do sócio da agência que conseguiu o contrato dele com a Sony Music"

Talvez seu coração tenha parado.

Kate olhou para você.

"Você não sabia não é?" Ela perguntou friamente.

Você balançou a cabeça, ainda secando as lágrimas.

"Esse garoto estúpido, pode ter perdido um contrato milionário porque não sabe cheirar a porra de uma cocaína"

Você tossiu.

"Desculpe, o que?"

"O garoto foi preso." Kate jogou a bolsa no sofá, e sentou-se falando sobre isso como quem fala sobre ações da bolsa de valores "é claro que ele vai ser solto, se já não estiver, mas, aquele monte de repórter na frente... não sei, até Rooster vai ter que desembolsar um bom dinheiro para manter as bocas caladas..." ela revirou os olhos "o garoto só da prejuízo"

Você não sabe se voltou a respirar. Mas, balançou a cabeça. Suas mãos subindo para pressionar os olhos, e amassar o rosto, como se pudesse deletar isso da sua cabeça.

"Desculpe te incomodar com esses assuntos, você não deve fazer ideia do que eu estou falando, ou do que isso vale"

É claro que eu sei, sua filha de uma puta, a vida do seu filho é que está em jogo, o garoto quase morreu, e você está pensando em dinheiro, tratando isso como prejuízo. Ela realmente falou que ele não sabe cheirar uma carreira de cocaína? Que porra é essa?

Você se inclinou se aproximando de Matthew.

"Eu venho te ver amanhã, ok?" Você beijou a testa fria dele. "Te amo" sussurrou no ouvido dele.

Foi só quando você abriu a porta do hospital, para receber o ar fresco da madrugada, que ao invés disso, recebeu milhões de flashes desnorteastes no seu rosto, que você lembrou que, a camionete de Ronald, não tinha vindo a reboque da ambulância.

Você teve que entrar de volta no hospital. Se xingando mentalmente.

"Inferno!"

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