HEARTBREAKER | SEBASTIAN STAN

By tomcruisre

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Sebastian Stan é o baterista de uma banda famosa e está vivendo com todo o glamour e prestígio de um verdadei... More

Personagens & Avisos
Soundtrack & Avisos
00. Prólogo
01. A vadia da Rolling Stones
02. Primeiro escândalo
03. Tudo o que poderia dar errado
04. O contrato
05. Aparição Pública
06. Upper East Side
07. Tequila e limão
08. Lençol de seda
09. Jantar a dois
10. Caixa de veludo
11. O equivoco
12. Preço da liberdade
13. Estúdio de gravação
14. Mais uma casualidade
15. Topless & TMZ
16. Massagem relaxante
17. O acidente de Skyler
18. A maldição
19. Lavagem a seco
20. Olho por olho
21. Noite de jogos
22. No limite
23. O álibi perfeito
24. Artigo da cosmopolitan
25. Escolha errada
26. Revelações
27. Um lugar chamado notthing hill
28. Como conquistar uma mulher
29. O depoimento
30. Dupla traição
31. Inimigo do meu inimigo
32. Envelope de fotos
33. Good morning america
35. Feliz aniversário
36. Voyeur
37. Cottage grove - parte I
38. Cottage grove - parte II
39. Momento em família
40. Dia de SPA
41. Sorvete de baunilha e escândalo
42. Ação de graças
43. O primeiro corte é o mais profundo
44. O dia seguinte
45. Arma de choque
46. Pedido de desculpas
47. O peso do passado
48. Acerto de contas
49. Primeiro encontro
50. Ouroboros
51. Contagem regressiva
52. Um pequeno favor
53. Negocio Arriscado
54. Desastre de natal - Parte 1
55. Desastre de natal - Parte 2
56. A verdade nua e crua
57. Mais um beijo
58. O ultimo suspiro

34. Novas suspeitas

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By tomcruisre

A primeira parada antes de ir para o trabalho foi em uma farmacia que ficava na esquina do apartamento. O tempo havia fechado de repente e estava ameaçando chover a qualquer momento e por isso Skyler saiu preparada usando uma bota de cano alto, um sobretudo vermelho e uma meia calça embaixo do vestido.

Ao menos ela estava muito bem agasalhada.

— Oi, uma pílula do dia seguinte. — Skyler sorriu para o rapaz que permaneceu imóvel como se não tivesse ouvido. — Algum problema?

— Outra pílula do dia seguinte?

Skyler franziu o senho confusa e só então percebeu que aquele era o mesmo rapaz que tinha lhe vendido a pílula há alguns dias atrás.

— Você por acaso é algum fiscal de contraceptivos?— Skyler perguntou sem paciência. — Eu estou pagando pela pílula e não pela consulta.

— Desculpa, eu só quis dar um conselho. — O rapaz entregou a caixa com a pílula nas mãos de Skyler. — Sabe que isso faz muito mal, não é?

— Você quer mesmo testar minha paciência essa hora da manhã? — Skyler perguntou forçando um sorriso. — Meu namorado quebrou a cara do ultimo cara que me importunou... Quer mesmo encher o meu saco?

— Só isso mesmo? — O rapaz perguntou assim que Skyler pegou uma garrafa de água. — Temos uma variedades de camisinhas.

— Eu só posso estar pagando pelos meus pecados. — Skyler pegou um pacote qualquer de preservativo e jogou dentro da cesta.

Pagando pelo remédio e uma garrafa de agua, Skyler não esperou nem sair da farmacia para tomar logo aquele comprimido apenas para irritar o rapaz enxerido que não parava de dar pitaco.

— Tenha um bom dia. — O rapaz acenou com a cabeça e Skyler deu as costas mostrando o dedo do meio.

Depois do sermão de um desconhecido ela teria que tomar jeito, afinal acidentes como aquele poderiam trazer consequências permanentes.

— Skyler!

Ao se virar em direção a voz que a chamou, Skyler afastou a garrafa da boca quase engasgando e molhando o busto do seu vestido ao ver Morgana Pierce na sua frente.

A Viúva de Pierce.

— Desculpe, você me assustou. — Skyler passou a mão pelos lábios.

— Me perdoe. — Morgana se aproximou com um sorriso no rosto. — Eu estava dando uma volta e te vi aqui. Como você e sua mãe estão?

— Estamos bem. — Skyler deu uma resposta vazia mostrando seu desconforto com aquela conversa.

— Tentei entrar em contato com você depois do velório mas não consegui. — Morgan continuou dando um passo em direção a Skyler. — A Mary disse que você saiu mais cedo com o namorado...

— Eu troquei de numero recentemente. — Skyler sorriu de forma simpática. — Mas e como ela está? Quer dizer, depois do que aconteceu ao Pierce... Imagino que seja dificil lidar com o luto.

— Estamos bem. — Morgana parecia muito calma e Skyler estava começando a ficar desconfiada. — Aceita tomar um café comigo?

— Na verdade, eu estou atrasada para o trabalho... — Skyler fingiu olhar para o relógio imaginário em seu pulso. — Podemos marcar isso para depois?

— Você não é uma mulher ocupada. — Morgana interrompeu Skyler que estreitou os olhos. — Esse seu trabalho nesse jornalzinho é só um hobby para passar o tempo, não é? Sendo filha de quem é e namorando um astro do rock... Imagino que deva ter uma vida entediante.

— Não é um jornal, é uma revista. — Skyler a corrigiu. — Se soubesse ler saberia a diferença.

— Tem uma cafeteria do outro lado. — Morgana apontou com a cabeça. — Vamos? É só um café inofensivo.

— Um café. — Skyler foi a primeira a atravessar a rua deixando Morgana para trás.

Seja lá o que a mulher queria, Skyler sabia que ela não iria desistir e resolver esse assunto talvez lhe desse a paz necessária para que pudesse dormir bem a noite.

— Olha, você me pegou em um péssimo dia. — Skyler abriu o cardápio dando uma olhada na sessão de bebidas quentes. — Então espero que você seja rápida.

— Tem certeza? Não quero causar uma má impressão. — Morgana fez o mesmo ocupada analisando o cardápio sem dar atenção a Skyler que estava sentada na sua frente.

— Você já fez isso me chamando de inútil.

— Ser jornalista não é bem um emprego dos sonhos. — Morgana disse com desdém. — Sua família é influente demais para você perder tempo com isso.

— Isso era o que eu sempre quis fazer e estou muito feliz no meu emprego. — Skyler respondeu. — Conhece isso? Felicidade?

— Eu sou muito feliz, obrigada por perguntar. — Morgana fechou o cardápio com uma batida. — Ou ao menos eu era antes do Pierce falecer misteriosamente.

— Por que me chamou aqui? — Skyler perguntou sem paciência.

— Algumas duvidas passaram pela minha cabeça nos últimos dias. — Morgana deu de ombros. — É difícil lidar com o luto, principalmente quando alguém morre assim tão de repente.

— Sinto muito pelo o que aconteceu com o seu marido. — Skyler mentiu tentando não deixar escapar um sorriso ao se lembrar que tinha se livrado de vez daquele homem.

— Você foi embora tão depressa no dia do velório que eu nem pude conversar... — Morgana nem terminou de falar quando Skyler a interrompeu.

— Eu estava acompanhando o Sebastian e ele detesta cemitérios. — Skyler agradeceu ao garçom que colocou sua xícara de café na mesa. — O coitadinho ficou traumatizado depois de gravar um videoclipe em um mausoléu.

— Entendo... — Morgana ficou em silêncio por alguns segundo analisando a expressão de Skyler. — Você esteve com o Pierce na semana que ele morreu?

— Não. — Skyler não demonstrou nervosismo mesmo com suas mãos soando embaixo da mesa.

— Não? — Morgana riu. — E porque tinha várias chamadas do celular dele para o seu número?

— Eu não sei do que está falando.

— Foi muito inteligente da sua parte usar um pré-pago para ninguém te rastrear mas você esqueceu de desligar o celular durante o velório. — Morgana sorriu sem mostrar os dentes ao ver o desespero no olhar de Skyler.

Ela havia sido pega e estava em um beco sem saída.

— Foi você? Por que isso é relevante? — Skyler perguntou com uma ruga na testa.

— Por que eu tinha certeza que a amante do Pierce iria aparecer lá. — Morgana disse arrancando uma risada sincera de Skyler.

Seus olhos encheram de lágrimas enquanto ela se segurava para não continuar gargalhando.

— Como é que é? Essa foi boa. — Skyler passou os dedos pelos cantos dos olhos.

— Estava ou não estava tendo um caso com o meu marido? — Morgana rosnou irritada ao ver Skyler não levar a sério sua acusação.

— Primeiro de tudo, que nojo! — Skyler fez uma careta. — E segundo acha mesmo que eu seria burra o bastante de deixar um rastro caso eu fosse a amante de alguém? E o pior... Amante do seu marido? Com todo respeito.

— Eu não me importo se você estava ou não tendo um caso com o meu marido, mas a questão é que tem muita coisa em jogo aqui, garotinha. — Morgana disse fazendo Skyler rolar os olhos por ter sido chamada de "garotinha". — O seguro de vida não quer pagar o que deve porque estão investigando o caso.

— Investigando?

— A polícia acha que não foi um acidente. — Morgana não conseguia ler as expressões de Skyler já que ela estava em choque com aquelas informações. — Você sabe de alguma coisa sobre isso?

— Se seu marido tinha uma amante, essa mulher não sou eu. — Skyler pegou a xícara com as duas mãos para que Morgana não percebesse que ela está tremendo. — Talvez devesse investigar isso e descobrir quem era a verdadeira amante dele.

— Eu vou. — Morgana respondeu. — O Alexander era um homem horrível e desprezível e eu fiquei muito feliz em saber que agora ele está apodrecendo embaixo da terra mas ninguém vai ficar no caminho da minha herança e no que é meu por direito.

— Você está certa. — Skyler forçou um sorriso. — Espero que consiga o que quer.

— Seja lá quem for o culpado vai pagar por isso. — Morgana recostou na cadeira.

— Que a justiça seja feita. — Skyler ergueu a xícara para o alto dando um gole na bebida.

— Meu filho Max está gerenciando a gravadora agora. — Morgana mudou abruptamente de assunto para tentar arrancar qualquer reação de Skyler. — Vai ser o novo chefe de tudo.

— Pensei que a Mary iria voltar para Nova Iorque e ficar com a gravadora. — Skyler franziu o senho. — Eu mal a vi no velório.

— Ela está com alguns probleminhas pessoais e por isso não pode ficar. — Morgana respondeu. — Vai passar algumas semanas em Chicago na casa da minha família.

— Olha, por mais que eu queira ficar aqui batendo um papo... — Skyler se levantou da mesa antes que aquele assunto continuasse. — Eu preciso trabalhar.

— Claro. — Morgana se levantou para abraça-la. — Mande lembranças para o seu pai. Estou com saudades.

Skyler congelou ao ouvir aquilo porque era exatamente ele quem ela iria procurar quando saísse dali.

— Espero que dê tudo certo e que consiga o que quer. — Skyler se afastou do abraço tentando parecer simpática.

— Eu vou. — Morgana respondeu. — Nem que pra isso eu precise pisar em algumas baratas no meio do caminho.

[...]

Sebastian estava ensaiando a nova batida de sua música na bateria quando a porta foi aberta por Hope que entrou correndo com um papel na mão.

— Olha, não surta tá legal... — Hope viu o momento que Sebastian estreitou os olhos desconfiado. — Levei uma suspensão.

— Você o que? — Sebastian se levantou do banquinho pegando uma toalha enxugando o suor da testa.

— A Kim veio falar que minha mãe se matou porque eu era uma chata e eu dei um soco nela. — Hope disse dando de ombros deixando Sebastian sem palavras. — Ela mereceu.

— Aqui está dizendo que você deixou a garota inconsciente. — Sebastian ainda estava chocado com toda aquela informação. — E desde quando adolescentes são tão maldosas?

— Ela falou que eu não tinha mãe! — Hope bufou de raiva. — Que se dane eu tenho uma Skyler.

— Uma o que? — Sebastian se segurou para não rir.

— Você entendeu. — Hope respondeu. — Além do mais, eu não preciso de uma mãe porque eu tenho você.

— Você sabe que eu preciso te colocar de castigo por isso, não é? — Sebastian perguntou olhando para a filha que jogou a cabeça para trás. — Não faz essa cara, eu preciso ser um bom pai.

— Pode ser depois do meu aniversário? — Hope fez biquinho. — A vovó não está aqui e eu não queria passar meu aniversário sozinha.

— Vamos fazer o seguinte. — Sebastian abraçou Hope de lado envolvendo seu braços em um abraço apertado. — Seu castigo começa hoje, nada de televisão, nada de ir para loja de discos... Sim, eu sei sobre isso e nada de encontrar a Skyler e a amiga dela depois da escola por um mês.

— O que? Isso não é justo!

— E no dia do seu aniversário você está livre do castigo e faremos nossa maratona de filmes anual com direito a pizza e um bolo da sua escolha.

Ah... — Hope disse desanimada.

— O que foi? — Sebastian perguntou confuso. — A gente sempre fez isso no seu aniversário. É quase uma tradição.

— Eu ainda não conheci o Central Park. — Hope disse piscando algumas vezes. — E é um dos lugares mais lindos da cidade.

— Lá é muito movimentado, Hope. — Sebastian viu o semblante triste de sua filha e aquilo lhe partiu o coração. — Mas nós podemos fazer o que você quiser, até assistir filmes de mulherzinha se for te animar.

— Podemos fazer uma surpresa para a Skyler. — Hope disse deixando Sebastian confuso. — É aniversário dela também.

— Ela faz aniversário no mesmo dia que você? — Sebastian tinha acabado de perceber que não sabia muitos detalhes da vida de Skyler.

Nem mesmo seu aniversário ou o sabor do seu bolo favorito.

— Eu não sabia. — Sebastian respondeu.

— O que você acha? Podemos ficar a tarde aqui no apartamento... Encher algumas bolas e comprar uma faixa de feliz aniversário! — Hope deu um pulinho animada. — E um chapéu de aniversário também.

— Eu acho que a Skyler vai querer comemorar o aniversário com os amigos.

— Mas se você pedir ela fica. — Hope segurou a mão de Sebastian. — Por favor, esse é meu presente de aniversário.

— Seu presente de aniversário é passar o dia com a Skyler? — Sebastian fingiu estar com ciúmes. — Você lembra que eu sou o seu pai, não é?

— Por favor! A gente faz uma surpresa pra ela. — Hope apontou para Sebastian. — Só não estrague tudo com sua língua grande.

— Quantas vezes eu estraguei alguma surpresa? — Sebastian cutucou a cintura de Hope fazendo cócegas.

— Então podemos ter chapéu de aniversário? — Hope perguntou em meio a risadas.

— Sim.

— E uma faixa?

— Sim e depois disso você volta para o seu castigo. — Sebastian bagunçou o cabelo de Hope que mostrou a língua pra ele quando estava de costas.

— E a gravação das novas músicas do álbum? Deu tudo certo? — Hope perguntou enrolando o cabelo em um coque seguindo o pai até a cozinha.

— Escrevi duas músicas novas e acho que vão entrar como faixa bônus. — Sebastian foi até a geladeira pegar uma garrafa de água. — Estamos esperando a aprovação da gravadora.

— Pensei que o dono da HIDRA tivesse morrido. — Hope disse com uma ruga na testa.

— O filho do falecido vai assumir o negócio, só espero que ele não seja um babaca que chegue cheio de ordens.

— A Skyler deve conhecer ele. — Hope disse chamando a atenção de Sebastian. — Se tiver algum problema pede pra ela resolver.

— É... — Sebastian tirou o celular do bolso e começou a digitar o nome da família Pierce no google.

Não foi difícil achar Max Pierce nas pesquisas já que o rapaz era um empresário no ramo da música seguindo os passos do pai.

— O que foi? — Hope perguntou se aproximando vendo o pai dar zoom na foto da família. — Ele é bonitinho...

— Acha que faz o tipo da Skyler? — Sebastian perguntou e Hope abriu a boca surpresa vendo seu pai morrendo de ciúmes sem nem perceber.

— Eu não sei. — Hope não iria questionar porque sabia que Sebastian iria negar por ser tão cabeça dura. — Talvez eles tenham namorado no passado e não deu certo.

— Com esse cara? — Sebastian olhava para a foto com desprezo. — Eu não duvido. Ela tem mesmo um péssimo gosto para homens.

— Ela namora com você.

— De mentira. — Sebastian imediatamente se defendeu. — Esqueceu que isso tudo é uma farsa?

— Mas ela gosta de você. — Hope pode ver os olhos de Sebastian brilharem ao ouvir aquilo.

— Ela disse isso? — Sebastian perguntou tentando não demonstrar interesse no assunto.

— Disse. — Hope respondeu animada. — Não com essas palavras mas disse sim.

— Isso não importa. — Sebastian sacudiu a cabeça como se estivesse tirando aquela ideia de sua mente. — O que acha de fazer uma viagem para o chalé do seu tio Chace?

— No meu aniversário?

— Não exatamente. — Sebastian fez uma careta. — A Lexi queria te conhecer melhor e eu acho que uma viagem seria a oportunidade perfeita pra isso.

— Não. — Hope sacudiu a cabeça de forma desesperada. — Nem pensar.

— Por que não? — Sebastian questionou confuso. — Você não pode odiar ela sem nem ao menos conhece-la.

— Porque é meu aniversário e eu não quero viajar. — Hope cruzou os braços. — Combinamos que seremos eu, você e a Skyler.

— Você é impossível, sabia? — Sebastian riu ao ver a determinação da filha.

— Meu aniversário, minhas regras. — Hope respondeu. — Depois eu conheço essa madrasta malvada.

— Você não é a Cinderela.

— Eu não duvido nada que você apareça amanhã com mais duas filhas. — Hope disse debochada ao escutar aquele apelido.

— E se eu aumentar seu castigo?

— Para com isso! — Hope fechou a cara. — Porque você quer tanto que eu conheça essa mulher?

— Você não confia em mim? Eu tenho tudo sob controle.

[...]

A sala de espera estava ficando cada vez mais sufocante para Skyler e quanto mais ela andava de um lado para o outro mais ansiosa ela ficava. Seus saltos faziam um barulho irritante no assoalho do piso e mesmo assim ela não parava de andar.

— O que é tão urgente que você não podia marcar hora? — William perguntou assim que entrou na sala abotoando seu terno caro.

— Eu sou sua filha, não sabia que precisava marcar hora. — Skyler disse dando um longo suspiro ao sentir seu pai abraça-la.

— Até o presidente precisa marcar hora comigo. — William riu debochado. — E acredite ele já marcou.

Skyler rolou os olhos com a presunção dele.

— O que te fez vir até aqui? — William puxou uma cadeira para se sentar e em seguida pediu para Skyler fazer o mesmo.

— A Morgana sabe de alguma coisa. — Skyler disse de uma vez. — Ela acha que o Pierce tinha uma amante.

— Espera um pouco. — William piscou algumas vezes incrédulo. — A Morgana te procurou?

— Sim.

— E o que você disse? — William colocou as duas mãos sob a mesa inclinando o corpo para frente.

— Nada. Eu mantive a calma e não disse absolutamente nada. — Skyler disse vendo seu pai relaxar os ombros.

— Ótimo.

— Mas o caso está sendo investigado pela polícia. — Skyler respondeu engolindo seco. — Eles não acham que foi um acidente.

— É, eu sei disso. — William disse pensativo passando a mão pela barba.

— Você sabia?

— Tenho amigos na polícia. — William respondeu. — Eles sabem que o Pierce estava acompanhado naquela noite... Ele pediu um jantar para duas pessoas no salão e o pagamento foi feito direto no cartão de crédito.

— E por que não me disse isso?

— E o que você ia fazer a respeito? Voltar no tempo? — William perguntou irritado. — A única coisa que você precisa fazer é manter o seu relacionamento da forma mais saudável possível... E deixar o resto comigo.

— Ela encontrou meu número no histórico de chamadas dele. — Skyler disse e para William aquilo foi como uma bomba sendo jogada em seu colo.

— Porra, Skyler! Eu te ensinei a usar pré-pago para não ser rastreada desde que você era uma criança. — William esbravejou. — Como pode ser tão burra?

— Eu não tenho mais conta de celular no meu nome porque ainda tenho que pagar uma dívida. — Skyler respondeu. — O número era de um pré-pago.

— E como ela te achou? — William perguntou confuso afinal a informação não batia.

— Ela ligou para o número durante o velório.

— Merda... — William de levantou indo até a janela da sala. — E qual a desculpa você usou?

— Eu mudei de assunto quando ela me acusou de ter um caso com ele. — Skyler respondeu e William respirou fundo tentando pensar. — Se estão investigando a morte do Pierce isso pode chegar até mim.

— Não vai. — William respondeu. — Conheço o delegado.

— A polícia de Nova Iorque está na sua folha de pagamento? — Skyler perguntou chocada. — Pensei que você só defendia crimes do colarinho branco, não sabia que também participava.

— O mundo não é um conto de fadas, Skyler. — William deu uma risada sarcástica. — E você tem sorte por ter um pai como eu para limpar sua barra.

— Vai jogar isso na minha cara? — Skyler perguntou sentindo um nó em sua garganta. — Eu te liguei porque pensei que você fosse o único em quem eu poderia confiar.

— Não minta pra mim, Skyler. — William segurou o queixo dela para que pudesse olhar em seus olhos. — Você me ligou porque sabia que eu não negaria te ajudar porque meu nome estaria envolvido naquilo.

— Foi exatamente por isso. — Skyler engoliu a vontade de chorar ao se ver em uma situação tão inesperada.

Ela estava assustada e se não fosse seu pai ali em Nova Iorque para ajuda-la, ela não saberia o que fazer... Tudo o que ela precisava era de um apoio.

— Acho que pai é só um título que você carrega mesmo. — Skyler disse em um leve tom de deboche.

— Sem drama. — William respondeu. — Tenho que pensar no próximo passo porque se a Morgana resolver contratar um detetive particular estamos ferrados.

— As filmagens do hotel? — Skyler lembrou se desesperando ao pensar que poderiam ter dado mole sobre isso.

— Já resolvi.

— Então não tem o que se preocupar. — Skyler respondeu dando de ombros. — A Morgana não vai encontrar nada.

— Eu sempre tenho que me preocupar com você. — William deu uma risada sarcástica que incomodou Skyler.

— Você fala como se eu fosse uma grande irresponsável que faz tudo errado.

— E você não é? — William perguntou debochado. — Eu tenho que te lembrar de todas as burradas que você fez? É uma lista infinita.

— Cala a boca. — Skyler engoliu seco. — Você nunca fez nada por mim e quando eu finalmente te peço um favor você quer jogar isso na minha cara?

— Eu sempre fiz tudo por você e por essa família! Tudo! — William alterou o tom de voz. — Você e sua mãe são duas ingratas.

— Porque você me odeia tanto?

— Se eu te odiasse mesmo eu deixaria você arruinar sua vida mas por eu te amar eu estou aqui te dando quantas chances você quiser. — William olhou dentro dos olhos de Skyler. — O amor é a maior fraqueza que existe e você e seu irmão são as minhas.

— Não parece. — Skyler respondeu com a voz trêmula.

— Um dia você vai entender. — William apoiou as duas mãos na cintura. — Até lá você pode pensar o que quiser de mim.

— Eu já entendo. — Skyler sentiu seus lábios tremerem. — Entendo que você é um pedaço de lixo que só pensa em si mesmo.

— O filho da Morgana assumiu a gravadora. — William pareceu não se importar com as palavras de Skyler mudando de assunto. — Se aproxime dele e descubra o que ela sabe.

— Você quer que eu me aproxime daquela família? — Skyler riu. — Eu quero distância de todos eles.

— Quer sua liberdade ou não? — William perguntou debochado. — Então faça o que eu mando.

— E depois o que? — Skyler deu de ombros. — Eu preciso de respostas.

— A gente resolve o problema de um jeito ou de outro. — William parecia firme. — Até lá você precisa ser forte. Eu sei que você consegue.

[...]

Ao abrir a porta do apartamento, Skyler pode ver Sebastian sentado no sofá com Hope ao seu lado que dormia encostada em seu ombro.

Devagar, Sebastian a deitou com cuidado no sofá puxando uma almofada para apoiar a cabeça dela.

— Ela dormiu assistindo O Sorriso De Monalisa. — Sebastian se aproximou de Skyler que estava pendurando o casaco no cabide.

— É um filme legal mas realmente é meio cansativo. — Skyler deu uma olhada por cima dos ombros de Sebastian. — Eu acho que ela estava exausta da escola.

— Já assistiu esse filme? — Sebastian perguntou surpreso.

— Claro, a Julia Roberts é minha atriz favorita. — Skyler respondeu dando as costas para pegar algo na geladeira.

Sebastian se virou em direção a filha que ainda dormia tranquilamente no sofá percebendo que ele tinha sido manipulado para gostar das mesmas coisas que Skyler.

— Claro que é. — Sebastian riu debochado vendo Skyler servir banana, sorvete, chatilly e jujubas em um prato. — Está com fome?

— Estou estressada. — Skyler sujou a ponta do dedo de chatilly e lambeu. — Quer um pouco? Só não coma as minhas jujubas.

— Não, valeu. — Sebastian respondeu vendo todo aquele doce em um prato lhe deixar enjoado. — O que vai fazer na sexta-feira?

— Por que? — Skyler por um segundo pensou que Sebastian havia lembrado que era seu aniversário.

Talvez ele a levasse para jantar em um dos restaurantes mais caros da cidade e se isso acontecesse ela prometeria não implicar com ele por um mês inteiro.

Eram tantas possibilidades que passavam pela sua cabeça que ela não parava de sorrir.

— É aniversário da Hope. — Sebastian disse tirando o sorriso do rosto dela.

— Ah... — Skyler tentou esconder sua decepção. — Está querendo fazer uma surpresa pra ela?

— É, mais ou menos isso. — Sebastian respondeu. — Ela queria visitar o Central Park para um pinique mas acho muito perigoso. Pode ter algum paparazzi ou algum stalker.

— O Central Park sempre está cheio no fim de semana. — Skyler disse pensativa. — Já sei! Por que vocês dois não fazem um piquenique aqui mesmo?

— Aqui?

— É. Na área da piscina. — Skyler respondeu levando um pedaço de sorvete até a boca.

— E como seria isso? — Sebastian perguntou curioso.

— Eu posso te ajudar e comprar algumas comidas. — Skyler colocou a mão em frente a boca. — No final da tarde, o por do sol aqui é incrível.

— Faria isso?

— Pra Hope? Claro que sim. — Skyler passou a língua pelos lábios para limpar o sorvete.

— O que te deixou tão estressada assim? — Sebastian se debruçou sobre a mesa pegando uma jujuba de ursinho e jogando na boca.

Skyler olhou feio para ele.

— Eu disse nada das minhas jujubas. — Skyler pegou o prato aproximando do peito. — Você é muito enxerido.

— Eu só fiquei curioso. — Sebastian riu achando graça ao ver a reação de Skyler. — Eu posso passar a noite com você de novo se quiser... Para aliviar o seu estresse.

— Não obrigada. — Skyler levou a colher de sorvete com jujuba até a boca. — Prefiro descontar em comida.

— Tem certeza? Eu não vou te dar uma mãozinha da próxima vez que seu encanamento estiver com problema.

Skyler ficou em silencio analisando suas opções, Sebastian podia ser bastante persuasivo com aquele sorriso cafajeste e olhos azuis penetrantes.

— Você quem sabe. — Sebastian deu uma piscadela prestes a dar as costas.

— Espera! Antes de dormir você pode dar uma passadinha no meu quarto. — Skyler se virou para Sebastian vendo o sorriso presunçoso no rosto dele. — Pare de sorrir como um pervertido.

— Eu não estou fazendo nada. — Sebastian deu um tapa na bunda de Skyler. — Ainda.

— Oi, S. — Hope bocejou ainda sonolenta acenando para Skyler.

As bochechas de Skyler estavam vermelhas de vergonha e ela implorava mentalmente para que Hope não tivesse visto o tapa que Sebastian havia lhe dado na bunda.

— Por que você cancelou nosso lanche hoje? A Layla me avisou quando eu estava no meio do caminho. — Skyler perguntou e Hope olhou para Sebastian esperando que ele explicasse a situação.

— A Hope recebeu suspensão na escola e está de castigo. — Sebastian respondeu por ela.

— Colocou ela de castigo porque faltou uma aula? — Skyler perguntou rolando os olhos. — Você também já deve ter matado aula quando tinha a idade dela.

— Ela deu um soco em uma colega. — Sebastian respondeu.

— Bateu na Kim? — Skyler arregalou os olhos. — Eu falei para você ignorar as provocações dela.

— Espera um pouco. — Sebastian piscou algumas vezes. — Você é cúmplice disso?

— A Hope me contou que essa garota estava implicando com ela e as amigas.

— Porque não me disse nada? — Sebastian perguntou olhando para Hope totalmente desacreditado.

— Você iria aparecer no colégio para resolver alguma coisa? — Hope perguntou e Sebastian abriu e fechou a boca tentando argumentar. — Eu resolvi o problema e pronto.

— Não resolveu nada. — Skyler a repreendeu. — E de quebra ainda ficou de castigo. Você não pode resolver o problema batendo em ninguém, seu pai resolve desse jeito porque é um idiota.

— Valeu. — Sebastian agradeceu o insulto.

— Você precisa procurar um adulto ou um supervisor e se nenhum deles resolver eu mesma vou até lá bater na mãe dessa garota. — Skyler respondeu fazendo Sebastian e Hope se entre olharem.

— Mas você acabou de dizer que não se resolve nada batendo em ninguém. — Hope disse confusa.

— É você disse. — Sebastian se segurou para não rir.

— Eu quis dizer em último caso. — Skyler tentou se justificar mas Sebastian e Hope se entre olharam e começaram a rir. — Vocês entenderam.

— O papai me proibiu de sair para tomar café com você e a Layla. — Hope fez biquinho. — Pede para ele reduzir minha pena.

— Se seu pai decidiu isso eu não posso me meter. — Skyler disse se sentando ao lado de Hope no sofá.

— Então você é uma tirana carrasca igualzinha a ele.

— Ei! — Skyler se sentiu ofendida. — Por que está me insultando? Eu tenho muito mais personalidade que o seu pai.

— Mas eu gostei. — Hope sorriu sem mostrar os dentes. — Até parece que somos uma família de verdade.

Skyler olhou para Sebastian que desviou o olhar para tentar fugir daquele assunto.

— Está na hora de você ir pra casa da sua madrinha. — Sebastian pegou a mochila de Hope a entregando. — Não quero você andando sozinha tarde da noite.

— Tá legal, a gente se vê na sexta-feira? — Hope perguntou para Skyler que apenas acenou enquanto ela seguia pela saída.

Sebastian a deixou na portaria e de longe acenou para ela que entrou no primeiro táxi que parou em frente ao edifício.

Quando voltou ao apartamento, Sebastian pode ver Skyler sentava no sofá com o bowl de sorvete no colo assistindo a ultima cena do filme que passava na TV.

— Você está ocupada agora? — Sebastian perguntou vendo Skyler enfiar mais uma colher de sorvete na boca.

— Não, porque? — Skyler nem terminou de falar quando Sebastian se jogou no sofá a beijando a pegando totalmente de surpresa.

Ela tinha gosto de morango pelo seu gloss e sorvete de baunilha. Cada segundo que passava Sebastian sentia que ficava ainda mais viciado no sabor dela.

— Espera o sorvete vai derreter... — Skyler segurou o bowl que estava em seu colo mas Sebastian arrancou o objeto das mãos dela jogando-o de qualquer jeito sobre a mesinha.

As mãos de Sebastian foram até a saia que ela usava a puxando para cima para conseguir se encaixar no meio de suas pernas.

— Eu tive um dia muito estressante hoje. — Skyler disse de olhos fechados aproveitando os beijos de Sebastian que descia do seu pescoço até o decote. — Tive uma conversa com o meu pai e um problema no trabalho...

Skyler gemeu baixinho ao sentir um arrepio quando ele mordeu sua clavícula.

— Quer mesmo conversar?

— Quero. — Skyler disse fazendo Sebastian abaixar a cabeça e suspirar. — Mas eu também quero você.

Dando um selinho nos lábios de Sebastian, ela se afastou sorrindo ao ver a cara dele em completo choque por ter levado "um fora".

— Mas as vezes eu só quero um ombro amigo pra conversar. — Skyler se sentou no sofá passando as mãos pelos cabelos que estavam uma bagunça.

— Entendi. — Sebastian forçou um sorriso. — Nada de sexo, só uma DR.

— Você é tão ingênuo as vezes. — Skyler fez biquinho. — Chega a ser fofo.

— Não entendi.

— Você escuta os meus problemas fingindo interesse... — Skyler apontou para ele. — Tem que fingir com convicção. E depois resolvemos o resto entre quatro paredes. Só você e eu.

— Porque não disse antes. — Sebastian sorriu animado. – Por favor, me conte tudo o que aconteceu com detalhes.

NOTAS!!!

Parece que a paz da Skyler está com os dias contados porque se depender a viuva... E o que acharam do Sebastian insistindo nessa historia da Lexi com a filha?? Algo me diz que essa viagem vai ser muito boa mas só o futuro irá nos dizer algo... RSRSRS

Espero que estejam gostando ❤️

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