𝗔𝗥𝗥𝗔𝗜𝗔𝗟•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼...

By ma__fics

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Alguns dígitos de números trocados. Pode não parecer, mas isso pode mudar tudo, principalmente o destinatário... More

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UM
DOIS
TRÊS
QUATRO
CINCO
SEIS
SETE
OITO
NOVE
DEZ
ONZE
DOZE
TREZE
QUATORZE
QUINZE
DEZESSEIS
DEZESSETE
DEZOITO
DEZENOVE
VINTE
VINTE E UM
VINTE E DOIS
VINTE E TRÊS
VINTE E QUATRO
VINTE E CINCO
VINTE E SEIS
VINTE E SETE
VINTE E OITO
VINTE E NOVE
TRINTA
TRINTA E UM
TRINTA E DOIS
TRINTA E TRÊS
TRINTA E QUATRO
TRINTA E CINCO
TRINTA E SEIS
TRINTA E SETE
TRINTA E OITO
TRINTA E NOVE
QUARENTA E UM
QUARENTA E DOIS
QUARENTA E TRÊS
QUARENTA E QUATRO
QUARENTA E CINCO
QUARENTA E SEIS
QUARENTA E SETE
QUARENTA E OITO
QUARENTA E NOVE
CINQUENTA
CINQUENTA E UM
CINQUENTA E DOIS
CINQUENTA E TRÊS
CINQUENTA E QUATRO
CINQUENTA E CINCO
CINQUENTA E SEIS
CINQUENTA E SETE
CINQUENTA E OITO
CINQUENTA E NOVE
SESSENTA
SESSENTA E UM
SESSENTA E DOIS
SESSENTA E TRÊS
SESSENTA E QUATRO
SESSENTA E CINCO
SESSENTA E SEIS
SESSENTA E SETE
SESSENTA E OITO

QUARENTA

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By ma__fics

G A B I

Eu tenho medo de algumas coisas.

Ok, eu tenho medo de MUITAS coisas, Inclusive de cobras ou qualquer outro tipo de animal peçonhento que pode ter no meio do mato.

Isso explica o fato de eu dar dois passos e olhar tudo em minha volta com medo de algum bicho me atacar.

— Vem logo, Gabriel— a Lara que já tá lá na frente me chama.

— Calma aí, não me deixa sozinho— dou uma corrida pra alcançá-la e olho pra baixo só pra garantir que não tem nada subindo pela minha perna— porra, se eu soubesse que a gente ia passar pelo meio do mato colocaria uma calça e um tênis ao invés de estar usando bermuda e chinelo.

— Meio do mato, Gabriel? Não tem mato aqui.

— Tem sim, o chão tá todo sujo.

— São folhas.

— Mas pode ter cobra, aranha, barata, sapo.

— Relaxa e vem logo, nunca aconteceu nada comigo.

— Mas eu sou azarado.

— Você não é azarado.

Eu sou sim.

Ela me chamou pra ir até uma praia e não me deu dicas de nada, por isso não me preparei pra enfrentar um caminho cheio de subidas e mato.

Incrível que ela anda com uma facilidade invejável como se tivesse caminhando por uma estrada asfaltada.

— Olha o mar lá embaixo— aponta e eu olho, vendo aquele azul infinito.

Mas espera aí, se ele tá lá embaixo...

— LARA, a gente vai ter que descer pra chegar lá?— arregalo os olhos e ela ri, concordando com a cabeça— você me disse que era rápido, faz uns vintes minutos que estamos andando e agora você diz que vamos ter que descer?

— Você que é lerdo demais, era pra ser mais rápido.

Deus, me leva.

Ajeito o boné na minha cabeça e respiro fundo só pra não surtar com essa maluca.

Continuamos andando, andando e andando, minhas pernas quase falham quando ela enfim para e me olha.

— Vamos ter que descer só aquilo— aponta na direção e eu juro que quase choro quando vejo a escadaria.

Porra, nem ferrando.

— Ok, vamos embora—digo e já ia dar meia volta, mas ela segura meu braço e começa a rir— nem fodendo, Lara.

— Você é atleta, Gabriel, não pode reclamar.

— Eu só queria curtir uma praia, custava você me levar na mais tranquila e normal onde a gente só estaciona o carro, desce dele e da poucos passos até chegar na areia?

— Custava.

— Não tem como pegar outro caminho?

— Só indo pelo mar, mas agora já foi.

— A gente poderia pegar uma lancha.

— Mas aí seria fácil, gosto de aventura.

— Mas eu não, é muito alto, se a gente cair vai descer rolando e provavelmente morrer no meio do caminho.

_ Para de ser negativo e vamos logo— segura na minha mão novamente e sai me arrastando até que a gente chega na escada que não tem fim. Quando olho lá pra baixo da pra ver a faixa de areia, tem até algumas pessoas descendo os degraus, mas já estão mais afastados.

Ok, quem é o maluco que desce isso tudo pra ir aproveitar a praia? Ok, a gente.

— Posso pelo menos me preparar pra isso?— pergunto.

— Pode, vou aproveitar e tirar umas fotos.

— Pra postar no seu Instagram privado...

— Sim, só quem me segue verá.

— Sua chata.

Me sento no primeiro degrau e pego a garrafa de água, dando um gole que molha toda a minha garganta que já tava seca pra caramba.

Ela coloca a bolsa de lado no chão e começa a tirar umas fotos com aquela câmera fotográfica, enquanto a gente caminhava até aqui ela foi fotografando até as folhas com formatos que eram legais.

— Faz uma pose aí— diz e eu olho, mostrando o dedo do meio— ai que lindo.

— Pra demonstrar toda a minha felicidade.

— Mas você vai amar a praia— se senta do meu lado— ó, vamos tirar uma foto— ela me puxa— sorri.

— Não.

— Sorri por favor.

Me dou por vencido e dou um sorriso, vendo que ela tira várias fotos antes de me soltar e beber água também.

— Já veio muito aqui?

— Várias vezes, tanto pela trilha quanto pelo mar, a praia é bonita pra caramba a vale a pena.

— Mas tem como a gente ir de barco depois? Não tô afim de subir tudo isso.

— Não porque aí vamos perder a moto que tá lá no estacionamento.

É, viemos de moto com ela pilotando. Quase tive um infarto a cada acelerada e agradeci muito quando chegamos ilesos no estacionamento

— Então pode chamar a guarda marinha, costeira, samu, polícia e tudo que for de resgate só pra me buscar porque eu não vou nem ferrando subir tudo isso.

— Você vai sim, mas primeiro vai descer.

Eu até poderia falar que não e ir embora, mas ela ia ficar puta comigo, por isso me levanto e peço ajuda divina.

Quando começamos a descer os degraus até que é de boa, eu sei que é complicado na subida.

A vista que vamos tendo realmente compensa toda a caminhada e o suor gastado, o que não é pouco porque eu tô encharcado e por isso até tirei minha camisa.

— Já estamos na metade— ela me anima.

— Eu só penso na subida.

— Isso já é um problema do futuro.

— Que vai acontecer daqui a umas horas.

— Exatamente por isso não devemos nos preocupar com isso agora.

Seguimos descendo, descendo e descendo, parece que nunca ia acabar até quando enfim piso no último degrau.

— Obrigada meu Deus— piso na areia— morri muito.

— Que coisa lindaaaa!— ela se anima ao ver o mar que tá todo azul. Bonito pra caralho.

Só que olhando pro lado direito tem muita gente, muita gente mesmo!

Pô, depois disso tudo achei que teríamos uma praia tranquilinha.

— É um ponto turístico e por isso tem muita gente— ela diz certamente ao ver minha cara— lá onde a maioria está é o melhor ponto, então vamos.

— Lá pra baixo?

— Yes.

Hoje eu já fiz o treino da semana, tá maluco.

"Ai, mas você é jogador" sim, e daí? Fico reclamando no treino também.

Sou um pouco chato.

Tiramos nossos chinelos e caminhamos pela faixa de areia onde o mar bate e molha nossos pés, a água tá gostosa e eu sinto uma vontade de dar um mergulho, mas prefiro poupar o choque térmico.

Quando enfim achamos uma área mais tranquila e sem muita gente, pegamos duas cadeiras e um guarda sol e então nos acomodamos ali.

— Você quer água ou quer beber algo com álcool?— ela pergunta enquanto mexe na bolsa térmica onde trouxemos algumas coisas.

— O que tiver mais álcool.

_ Cerveja.

Sinceramente...

Começamos a beber e conversar, ela vai me explicando onde fica cada lugar e quando nosso corpo esfria, levantamos e eu fico observando ela tirando o shorts e ficando somente de biquíni.

Brinca de ser gostosa.

— Limpa a baba— me zoa e eu desvio o olhar, passando a mão na barba— você ficou vermelho.

— Não fiquei não.

— Ficou siiim— ri e se coloca na minha frente— fofinho.

— Eu não sou fofo.

— Você é fofo sim, agora vamos dar um mergulho.

Antes que eu dê minha resposta, ela pega na minha mão e então corremos em direção ao mar, dando um mergulho nele.

Água salgada parece que lava a alma, é uma sensação boa pra caramba e esse mar aqui é coisa de outro mundo, a água é totalmente azul, a areia branquinha, sem contar que não tem onda igual lá nas praias que eu vou.

Passo a mão no rosto e olho pra ela mergulhando feito uma sereia, só que de repente a filha da mãe passa a mão na minha perna e eu não tava esperando, então acho que é algum bicho.

Digamos que tenha me assustado.

— Vai se ferraaaar— jogo água nela que começa a rir— otária.

— Você se assustou?

— Não me assustei não, pô, só achei que um peixe tinha passado aqui na minha perna.

— E se fosse um peixe?

— Eu ia sair do mar dele, ué.

— Somos invasores aqui— ela se aproxima e passa os braços em volta do meu pescoço.

Olho em seus olhos, ela olha nos meus e ficamos em um contato visual, não sei explicar o que acontece, mas me sinto preso aqui.

— Olha nos meus olhos, lê a minha mente...— cantarolo e ela sorri, descendo e olhar até minha boca e em seguida voltando a olhar nos meus olhos.

Suas pernas se entrelaçam em minha cintura e eu levo as mãos até sua bunda, sentindo sua pele arrepiada.

— Vai que de repente a gente tá pensando igual— completa, jogando a cabeça e o tronco para trás. Giro nossos corpos na água e ouço sua gargalhada.

Por que caralhos eu tô sorrindo feito um otário?

Ela volta pra posição normal e junta os lábios no meu, iniciando um beijo tranquilo, gostoso e salgado. Beijar no mar é diferente, parece que fica tudo mais leve, não dá pra explicar.

Aperto sua bunda e em seguida desço a mão até suas coxas, enquanto isso a dela arranha minha nuca e as minhas costas.

— Gosto de te beijar— murmuro quando ela encerra o beijo.

— Eu também gosto, mas algo me diz pra gente não se acostumar com isso.

— Eu sei, é só um momento.

— Momentos passam.

— É, e acho que o nosso vai passar também.

— É, vai passar, sou só um passatempo pra você.

— Eu não disse isso.

— Mas é assim, lindo, por isso que você nunca tem só uma garota.

— Mas você também deve ter outros.

— Se você soubesse...

— O que?

— Nada, acho melhor a gente voltar pra lá e pedir algo pra comer— sorri sem mostrar os dentes e se afasta, indo até a beira da praia e saindo do mar.

Que merda acabou de acontecer aqui?

Eu acho que esse é um dos casais (ou O casal) mais complicados que eu escrevo, digo isso em relação deles falarem o que realmente sentem.

Mas os dois passaram por relacionamentos complicados no passado, ambos ficam com essa proteção e por isso sempre deixam claro que é só um momento que vai passar, mesmo que talvez não sintam isso.

É um processo demorado, mas confiem nele que é sucesso.

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