Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 30
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 36

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By alexia-macedo

Batuco os dedos na mesa do computador do Brian enquanto espero a internet dele conectar. Fico feliz em perceber que não é somente lá em casa que as coisas andam a passo de tartaruga. Escuto ele respirar fundo impaciente e irritado e reviro os olhos, tentando não rir. 

 - Acho melhor você parar ou então eu vou desistir! – Digo e ele me olha. Sinto seus olhos cravados em meu rosto e tenho vontade de olhar de volta e ao mesmo tempo me esconder. 

 Malditos paradoxos. 

- Quando eu disse agitar, eu queria fazer algo legal, divertido. Não ver um filme! – Ele fala irritado, ou pelo menos é o que parece. Mas pela sua expressão engraçada posso jurar que ele só está fingindo, como eu. Mas nunca dá para saber, afinal, o que está em jogo aqui é o Brian, e não há ninguém que finge melhor do que ele... 

 - O que você estava pensando, grande gênio? – Deixo o computador de lado e arrasto a cadeira até ele, me contendo muito para não sair deslizando com a cadeira de rodinhas por todo o quarto, como uma criança que descobriu uma nova forma de brincar. – Ir a uma festa às oito horas da manhã? Ou então que tal uma praia no meio desse temporal? 

Reviro os olhos e volto para o computador e vejo-o fingindo irritação. Fingindo porque eu sei que o quão ridículo ele é e em como ele jamais ficaria chateado com isso. Ele se levanta da cama e vem para trás de mim, passando seus braços por cima dos meus ombros. 

 E é nesse exato momento em que constatam meu óbito: infarto causado por uma mistura de braços fortes e cheiro maravilhoso. 

 Em vez de me abraçar, como eu jurava que ele fosse fazer, ele "apenas" coloca a cabeça em cima da minha e tira minhas mãos de cima do teclado, não consigo me concentrar no que ele faz porque fecho meus olhos e respiro fundo, torcendo mentalmente para que ele não sinta todo esse efeito que causa sobre mim. 

 Realmente não faço a menor ideia de como posso me entregar de tal forma, principalmente para alguém como ele. É algo absurdamente sem explicação. Sem sentido. Apenas sinto. 

 - Pronto. – Ele diz no meu pé de ouvido segura a minha mão e me puxa. Não penso em nada e apenas o sigo, para fora do quarto, pelo corredor e enfim na sala. Qualquer aproximação dele, respiração, voz, toque, faz despertar em mim um mostro que adormece. É a maior loucura que sinto em minha vida. 

 - O que você pensa que está fazendo? – Digo quando, enfim, volto a mim. Ele está ligando a televisão e nem sequer me olha, mas vejo um sorriso sair por seu rosto. Um sorriso que, aliás, me assustada. É algo como: espere para ver. 

 - Agora sim, vamos nos divertir. – Ele fica frente a frente comigo e joga o controle em cima do sofá, sem tirar seu olhar do meu. 

 Olho para a televisão e vejo a tela inicial de algum jogo de dança parecido com o Just Dance abrir e então eu apareço minúscula na tela juntamente com ele. 

 - Nananinananão. – Digo igual uma criança. – Você não pode fazer isso! Eu não vou dançar Brian. 

 Ele olha para mim e um terror toma conta do meu corpo. Socorro! Como se lesse meus pensamentos ele me abraça forte no exato momento em que me viro para correr e me trancar em algum lugar. Sua boca está próxima da minha nuca, e eu junto todas minhas forças para tentar fugir mesmo assim. Obviamente, é uma tentativa destinada ao fracasso.

 - Você faz qualquer coisa ficar perfeita. – Ele diz perto do meu ouvido e sinto sua boca passar levemente pela minha orelha. – E você dança perfeitamente que eu sei. 

 Ele me solta e eu tento recobrar o ar enquanto ele aperta o play. 

 - Apesar de eu saber que mesmo dançando incrivelmente bem, eu vou te vencer. – Me viro finalmente para ele e ergo as sobrancelhas. 

 Uma música que eu desconheço de quem seja começa a tocar e eu apenas tento seguir os passos. É evidente que eu estou dançando de forma ridícula, pois nem sei andar direito o que dirá dançar! Com o passar dos minutos começo a ficar cada vez mais com calor e sem ar, mas não desisto, principalmente quando olho para o Brian e vejo que ele não demonstra sequer um sinal de que está cansado. 

 - Pode desistir! Você não vai me desconcentrar me olhando assim! – Ele diz enquanto dança. È como se soubesse os passos de cor. E realmente deve saber. 

 No mesmo instante me pergunto se ele dança com a Cecilia, mas é evidente que eles fazem coisas muito mais interessantes do que apenas dançar na sala de casa, como duas crianças de 10 anos. Volto a olhar pra tv após perder alguns passos e um pouco (talvez toda) minha concentração com esses pensamentos. 

 É incrível ver o que o ciúme faz com uma pessoa, não? Em um minuto eu estava completamente desanimada para dançar e agora estou me doando completamente a essa musica, como se minha vida dependesse do meu desempenho nesses passos. 

 A música finalmente acaba e eu sou nomeada a vencedora. Tudo bem que foi acirrada. Mas isso é mais que o suficiente para que eu lance para o Brian um olhar desafiador e ele dar um sorriso de derrotado.

- Vai encarar de novo? – Me viro pra ele e ficamos próximo o bastante para um sentir a respiração ofegante do outro. 

 Sinto gotas de suor escorrer por entre minha nuca e as laterais do rosto. Ele vagueia o olhar pelos cabelos que estão grudados no rosto, pela minha boca que respira ofegante e tento, pela milésima vez hoje, me manter forte. 

 - Só se for agora. – Ele finalmente devia seu olhar e pega o controle, volto para meu lugar e uma musica mais sensual começa a tocar. Vejo que essa não tem a mesma pegada eletrônica que a outra. O ritmo é mais lento e os bonecos dançam em determinadas partes juntos. Bufo mostrando que já saquei qual é a dele e agora ele é que me lança um olhar desafiador. 

 Seu boneco fica parado enquanto a minha bonequinha ruiva é obrigada a dançar. Olho brevemente para o Brian e o vejo me analisar. Começo a rir, mas vejo que ele está realmente levando a sério a ideia de me analisar, cessando na mesma hora todo o riso que estava crescendo em mim. Seu olhar é profundo e na hora em que tento me desviar, nossos bonecos começam a dançar juntos, ele passar a mão pelos meus braços e eu me jogo para trás. Sinto-me em um clipe romântico, como o do Ed Sheeran. 

 Por fim, é minha vez de apenas vê-lo dançar. Eu poderia jurar que qualquer homem dançando dessa forma seria a coisa mais ridícula, mas o Brian não. A forma como seu maxilar endurece e sua veia do pescoço salta, e então ele suspende as mangas do casaco. Tudo isso causa um curto circuito dentro de mim e eu sou obrigada a me virar antes da hora. 

 Sem aguentar mais nenhum minuto me jogo no sofá. Ele apenas se vira pra mim e a música continua tocando e os bonecos dançando na televisão, enquanto ele me olha, e se não fosse por causa da movimentação na tv e a música, eu poderia jurar que tinham acabado de congelar todo o momento. Seus olhos me percorrem, desde a ponta dos pés (que estão encolhidos por causa do nervosismo) até o rosto.

 Minha mente gira e parece pensar em mil coisas e ao mesmo tempo em nada. Primeiro pensamento é do que ele vai me beijar. E de como eu iria amar se ele fizesse isso. Mas então eu deixo de lado meu inconsciente e passo a pensar racionalmente. Tem a Cecilia e eu me amo o bastante para saber que não mereço isso. Não mereço pequenas frações, quando me dou por inteira. Não mereço fragmentos de sentimentos, quando todo o meu coração está sendo servido de bandeja. Levanto-me como um relâmpago e rompo como todo o clima que foi formado. Ajeito meus cabelos, que a essa altura já voltaram a ficar molhados, só que de suor. 

 - Sabia que é muito educado oferecer uma água quando vê que a pessoa está igual um camelo? – Digo, por fim. 

Na verdade eu não estou nem com tanta sede, mas não aguento mais um minuto ficar com esses olhares sobre mim. Ele apenas abre um pequeno sorriso e enquanto vai buscar a agua aviso que vou ao banheiro. Fecho a porta e minha vontade é de me jogar no chão. A essa altura todo meu calor já passou e volto a sentir frio. Lavo o rosto e pego um elástico que encontro em cima da pia para prender parte do cabelo. 

Cabelos curtos podem ser muito práticos para lavar, secar e arrumar. Mas é uma merda para prender. Volto a me olhar no espelho e meu rosto está vermelho, não sei se é pela falta de ar causada pelo Brian ou a dificuldade em respirar por causa da dança. Aposto na primeira opção. 

 Quando volto para a sala vejo que ele está jogado no sofá e tem um copo de agua vazio e outro cheio na mesa. Pego o copo cheio e me sento ao seu lado. Seus braços que está esticado praticamente sobre meus ombros. Finjo não notar tamanha proximidade. 

 - Eu estive pensando... 

- Dizem que faz bem pensar– Digo e tento beber a água sem rir. Ele revira os olhos e se senta de uma forma que ficar voltado para mim. Faço o mesmo. 

 - Se a grande filósofa me dar a honra de continuar, tem coisa a acrescentar ainda. –Faço uma pequena reverencia com a mão ele continua a falar. – Você tem razão sobre tudo aquilo. – Percebo meus olhos arregalarem um pouco mais e começo a beber mais água. – Eu sou completamente um covarde. 

 Seus olhos fixam nos meus e me sinto nervosa o bastante para não conseguir focar em nada especifico. Por isso começo a mexer no copo, me obrigando a focar nas unhas. 

 - Não foi bem isso que quis dizer. – Digo após alguns segundos eternos e volto a olhar pra ele, como uma criança pedindo desculpas após quebrar algo. 

 - Foi isso sim, Rebeca. – Meu nome em sua voz me faz estremecer, é tão raro ele me chamar pelo nome todo, sem apelidos nem nada. – Eu me escondo do que sinto de verdade, e eu sei que não são boas justificativas, mas é a verdade. Eu não sei como lidar com nada. E eu preferi por muito tempo ficar com alguém em que eu me sinto confortável de uma forma acomodada a ficar com alguém que me atira em um caos de insanidade. 

 - Preferiu? – É a única palavra que consigo expressar, pois sinto minhas mãos tremerem e meu coração disparar ao passo em que minha respiração vai ficando cada vez mais falha. 

 - Sim, preferi. Porque eu terminei com a Cecilia. 

Um barulho estridente toma conta da sala e eu percebo no mesmo instante que deixei o copo cair da minha mão. Olhamos para os cacos quebrados no tapete, mas nem eu, nem ele fazemos menção de pegar nada. O susto é tão grande que eu sou forçada a me beliscar porque parece que estou dormindo. 

 - Sério? – É tudo que consigo exprimir, com muita força, aliás. 

 - Não. Nada sério. Tudo isso foi uma brincadeira Rebeca! – Ele diz e parece ficar bravo, e dessa vez eu tomo um susto maior ainda. Se ele estiver fingindo agora ele realmente deveria ganhar um Oscar. – É claro que é sério. Por isso eu não fui pra escola hoje. Não faço menor ideia de como ver ela. Vamos dizer que não foi muito agradável fazer isso, de romper, pessoalmente, mas não quis ser ainda mais canalha e terminar as coisas por mensagem... 

 - Eu não sei o que te falar. Você está bem com isso? – Pergunto sem ter mais nada para falar. 

 - Não estou bem com o fato de isso ter abalado tanto ela, apesar de eu sempre ter deixado claro que os sentimentos não são profundos. Mas me sinto mais leve. O que é estranho. – Ele passa a mão nas penas como se tivesse desconfortável e se levanta. – Acho melhor pegar uma vassoura e uma pá. 

 - Não, deixa que eu faço isso. Sou um desastre ambulante! – Digo enquanto me levanto com ele e vou ajudá-lo. 

 Passamos o resto da manhã juntos, em determinado momento fizemos alguns exercícios de matemática que estavam acumulados e pude perceber como Brian é inteligente ou talvez eu seja muito burra em exatas mesmo. No fim, fico com as duas alternativas juntas. O resto da manhã passa lentamente, mas de maneira agradável, a chuva alivia e o frio passa um pouco. Não tocamos mais no assunto, mas ambos pensamos em tudo que foi dito. Nosso olhares entregam o que não dizemos.  


Amoreeeees, estão vendo que estou tentando publicar com mais frequência novos capítulos não é? Não sei se a qualidade está a mesma ou se diminuiu, mas é por conta da falta de tempo. Espero que tenham gotado desse capitulo e da música escolhida para ele, escrevi quase ele todo ouvindo essa banda (que eu amo, aliás). Não esqueçam de votar e me contar tudo nos comentários. Ah e fiquem de olho que estamos na reta final, mas ainda muita coisa vai rolar por aí... Beijos e espero vocês nos comentários!

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