𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱...

Autorstwa aPandora02

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Conseguir um emprego como faxineira no maior centro executivo de direção da S.H.I.E.L.D. foi a luz no fim do... Więcej

❗Importante❗
~ Personagens ~
1 - Alpine
2 - Socializar
3 - Traidor Entre Nós
4 - Invasão
5 - Socorro
6 - Confia Em Mim?
7 - Rodovia (Parte 1)
8 - Rodovia (Parte 2)
9 - Companheiro Caído
10 - Lado Errado
11 - Eu Sou Daiana...
(Parte 2) 1 - O Pacto
2 - Passado E Futuro
3 - Suspeitos
4 - O que aconteceu?
5 - Sujeito Mascarado
6 - Sacrifícios
7 - Dallas
8 - Visita Ao Pesadelo
9 - Ruínas De Um Homem
10 - Viva Por Mim
(Parte 3) 1 - O Que Acontece Depois
2 - Seguir Ou Não Seguir?
3 - Em Frente
4 - O Que Você Omite?
5 - O Passado Sempre Volta
6 - Bons Amigos
7 - Um Novo Capitão América
8 - Digno
9 - Um Símbolo Ou Um Objeto?
10 - Um Quase
11 - Super-Soldados
12 - Convite
13 - Jantar
14 - Ameaça
15 - Ordens
16 - Zemo
17 - Madripoor
18 - Princess Bar
19 - Respira, Expira
20 - Brownie
21 - Certo ou Errado?
22 - Abra Os Olhos
23 - Dog Tag
24 - Crianças
25 - Pessoas Confusas
26 - Ponto Fraco
27 - Não
28 - Sem Fôlego
29 - Medo
31 - Dor
32 - Liberdade
33 - Planos

30 - Silêncio

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Autorstwa aPandora02

"A distância e o tempo entre nós

Nunca farão com que eu mude de ideia, porque amor

Eu morreria por você

Amor, eu morreria por você"

(The Weekend - Die For You)

Em momentos de tensão, principalmente quando o destino de alguém querido é incerto e pode depender de você se essa pessoa importante vive ou morre, é comum que ocorra um turbilhão de pensamentos e emoções conflitantes. Pelos corredores ecoavam os rápidos e pesados passos que apressados os percorriam, sendo o único som além da respiração ofegante entre a dupla que legalmente ainda era um casal, deixando as próprias desavenças de lado para se unirem na busca da pessoa que importava mais para os dois que qualquer desavença que tivessem.

Por favor, esteja vivo... era dentre todos, o pensamento que mais se repetia tanto em um quanto no outro. Os Apátridas não tinham um bom histórico de misericórdia nos últimos tempos e ninguém sequestra alguém sem um motivo. Se o objetivo era atingir algum deles, haviam conseguido.

John era quem mais se culpava. Estavam juntos, lado a lado há poucos minutos e de repente, viu-se sozinho. Seu parceiro havia sumido magicamente sem deixar rastros e ele sequer havia percebido. Como era possível? Que tipo de parceiro permite que um deslize tão escancarado como aquele aconteça? Qualquer coisa que acontecesse a Lemar, até mesmo um mero arranhão, seria culpa de John por sua incompetência em protegê-lo. E isso o corroía por dentro.

Lemar não era apenas seu colega de trabalho. Era seu melhor amigo. Era seu irmão de coração. Era a pessoa que, depois de Daiana, mais importava para John e por sua culpa estava em algum lugar daquele prédio sendo possivelmente submetido a atrocidades das quais ele sequer conseguia imaginar, pois o fazia ser dominado por uma onda ainda mais intensa de raiva. Não sabia se era algum efeito do soro, mas tudo o que sentia parecia ampliado e em dobro, principalmente as emoções negativas.

Sequer tinha tempo para dedicar a este detalhe uma atenção a mais, pois todo o seu desejo estava no foco de manter Daiana segura agora que a tinha perto dele apesar de ainda sentir certa raiva por suas recentes atitudes rebeldes, mas era algo do qual uma parte teimosa sua insistia em dizer que agora que possuía o soro, não havia razão para que a mulher permanecesse ao lado do soldadinho de lata. Diferente dele, John era completo.

Era agora tão forte quanto Bucky, se não mais, e perfeitamente capaz de protege-la, além de o seu psicológico ser sem dúvidas melhor que a daquele sequelado de mais de cem anos. Ela só estava confusa e brigas de casais era perfeitamente normal. Era uma questão de tempo para que viesse ao seu encontro lhe implorando perdão pelas palavras duras e ele a perdoaria, reconhecendo que estava confusa.

Mas este não era o momento.

Manter Daiana segura. Encontrar Lemar. Eliminar qualquer Apátrida podre que aparecer em sua frente. Repetia em sua mente como uma lista importantíssima da qual não podia se esquecer em hipótese alguma.

Dos três, era o mais forte agora e manteria sua mulher e melhor amigo seguros. Sim. Ele era perfeitamente capaz disso agora com o soro. Eles não precisavam de mais ninguém.

Mais ninguém.

Daiana constantemente tinha os olhos escuros desviados do caminho para a figura alta de costas largas cobertas pelo uniforme azul em sua frente e que andava tão apressado e tenso quanto ela. A situação toda em si era problemática e não conseguia simplesmente ignorar a desconfortável sensação crescente de que algo ruim, muito ruim, estava prestes a acontecer.

O coração batia acelerado não mais pela adrenalina e isso a preocupava. Seria algo relacionado ao marido? Não tinha certeza, mas quase sempre que algo ruim acontecia, John infelizmente estava envolvido. Temia também por Sam e Bucky que se ainda não estavam no edifício, logo chegariam. Faria John algo de ruim contra os dois? Ela o impediria, obviamente, se pudesse.

Era de conhecimento entre eles que John constantemente se comparava a Bucky, principalmente em força e capacidade. Agora que possuía o mesmo soro, algo que ela ainda descobriria como conseguira aquilo, seria ele capaz de enfrentar Bucky propositalmente para provar a alguém ou a si mesmo que é tão forte quanto?

- Consegue ouvir algo? - Quebrou o silencio entre eles após alguns longos segundos andando por aqueles corredores e chutando portas de salas vazias e imundas.

Sabia que super-soldados tinham a audição melhorada, então o questionaria sobre o soro mais tarde. Agora, se concentraria em usar a seu favor os efeitos daquela droga.

John, que ela pensou que a ignoraria completamente devido a situação delicada entre eles, parou abruptamente no meio do caminho quase a fazendo esbarrar em suas costas. Não lhe respondeu em primeiro momento, tampouco lhe dirigiu qualquer olhar sobre os ombros, mas manteve-se parado.

Daiana não disse nada para não atrapalhar, deduzindo que estivesse se concentrando nos sons ao redor deles em busca de qualquer ruído que parecesse suspeito. Então em pouco tempo naquela posição, puxou o ar para os pulmões numa apreensão quando o viu virar o rosto com rapidez em uma direção, focando totalmente os olhos furiosos no corredor a esquerda.

Não lhe disse o que havia ouvido, mas Daiana não tardou em seguir seus passos, tentando acompanhar seu ritmo acelerado. Não pôde deixar de perceber também que ele continha a própria velocidade, ainda que permanecesse bastante rápido para ela.

Já vira Bucky correr antes em situações tão alarmantes quanto essa e era incrivelmente rápido. Não tinha dúvidas de que John desejava correr como um vulto por aqueles corredores em busca de seu melhor amigo, mas ainda que mantivesse um ritmo mais rápido do que ela era capaz de acompanhar bem de perto, era muito mais lento que a sua capacidade real para que ela ainda assim pudesse estar perto o suficiente dele. Uma atitude que a surpreendeu tê-la surpreendido.

Sentiu-se um pouco mal por pensar que ele a deixaria para trás por terem tido discussões sérias que a ambos magoou, pois ela mesma em seu lugar não viraria as costas para ele. Tinham seus defeitos como casal, é claro, mas estavam longe de serem inimigos. Podia estar recentemente tendo atitudes ruins e dizendo palavras rudes, mas uma pequena parte sua acreditava genuinamente que ele se preocupava com ela.

De um jeito meio distorcido, apesar.

Com um chute do homem as grandes portas duplas foram abertas escancaradamente, levantando poeira com o brusco movimento. Avançaram mais alguns passos para dentro do espaço amplo e vazio, de chão bastante sujo com duas grandes mesas de madeira tão sujas quanto o piso e sem nada sobre elas além de alguns papéis pouco importantes que pareciam terem sido esquecidos pelo tempo, assim como praticamente tudo naquele edifício que um fora uma escola repleta de crianças e vida. Outras mesas menores com cadeiras tão degradadas quanto, espalhavam-se reviradas pelos cantos das paredes.

Viu confusão estampada no rosto de John que girou no mesmo lugar olhando ao redor. Certamente era para haver algo ou alguém alí, mas não havia nenhuma alma viva.

Ela fez o mesmo, os olhos treinados em busca de qualquer mínimo sinal de que não estavam sozinhos ou não estariam por muito tempo. Talvez houvesse alguém alí antes de chegarem e poderiam ter deixado algum rastro que pudessem seguir, mas nenhuma pegada parecia marcar o pó no chão para que indicasse isso. Voltaram ao zero?

Daiana tardou apenas um segundo comparada a John para perceber um movimento em suas costas. Saltando de um dos pilares de gesso, duas figuras mascaradas estavam em pé em suas frentes com claras intenções quando eles se viraram para enfrentá-los.

Dialogar, para a sua tristeza, não era uma opção no momento.

- Merda - ela resmungou baixinho ao ver que um deles possuía uma faca em mãos.

Avançaram ao mesmo tempo e Daiana parou de prestar atenção nos movimentos de John, desejando apenas que ele soubesse controlar a própria força para que uma tragédia desnecessária não acontecesse. Sua estratégia era simples: desviar o quanto pudesse para dar ao Walker tempo o suficiente de lidar com um e depois com outro. Com sorte receberiam ajuda.

Não estava tão confiante em sua própria força física, que seria uma piada comparar a deles, mas não significava que não poderia dar algum trabalho ao Apátrida de blusa roxa que vinha em sua direção com uma confiança invejável. A mulher mascarada de cabelos curtos e encaracolados tinha as mãos nuas, diferente do oponente de John que era quem portava uma faca.

Não pôde dedicar mais atenção a isso quando precisou com uma rapidez impressionante desviar de um soco ao abaixar-se, recuando passos apressados enquanto desviava de outros consecutivos. Sentia-se um pouco enferrujada comparada aos tempos em que quase diariamente precisava lidar com problemas como este, mas era reconfortante saber que seus olhos e movimentos ainda trabalhavam muito bem juntos.

Esbarrou as costas numa mesa e foi ao chão antes que pudesse impedir. A Apátrida aproveitou a vantagem e Daiana arregalou os olhos ao ver um punho fortemente fechado cortando o ar em direção ao seu rosto. Teria esmagado seu crânio, constatou com pavor, quando conseguiu rolar para o lado antes que isso acontecesse. O som apavorante que ouviu e ficaria gravado em sua mente lhe dizia que o piso e concreto abaixo do azulejo haviam sido rachados tamanha fora a força utilizada para atingi-la.

Ainda era ágil e se pôs em pé com uma rapidez impressionante enquanto a Apátrida recém se erguia novamente após o golpe falho. Uma sequência de três golpes rápidos com o cabo de vassoura foram distribuídos em sua rival, atingindo primeiro a nuca para desnorteá-la por tempo suficiente para atingir o centro de suas costas, onde a dor que atingiu a coluna a fez tropeçar o suficiente para que todo o peso fosse depositado na perna que estava um pouco mais afrente, então Daiana deu o golpe final com mais força na parte de trás do outro joelho.

Desta vez, era ela quem se encontrava em pé e a outra no chão.

Tentou outro golpe no rosto, na intenção de apaga-la ou desnorteá-la por mais algum tempo, mas sua oponente foi mais rápida ao erguer a mão e parar o golpe agarrando o cabo de vassoura. Seus olhos se encontraram por um breve instante antes de Daiana erguer a perna para chutar sem dó o seu queixo, mas o chute foi desviado e o cabo arrancado de suas mãos com tanta força que os dedos, sem nenhuma luva de proteção para manuseá-lo, arderam com o movimento bruto.

Num segundo a mulher estava de pé e prestes a lhe golpear com o próprio cabo, o qual Daiana também estava pronta para desviar e ainda mais sedenta com fogo nos olhos para conseguir sua arma de volta. Tinha medo que com a super-força a Apátrida acabasse quebrando-o. Admitia que a arma possuía um valor sentimental.

A lembrava de Steve e da indignação do amigo por insistir em levar aquilo para todo canto.

O golpe, o qual ela estava preparada para desviar, foi interrompido por uma grande mão de metal que agarrou seu pulso com força o suficiente para forçá-la a soltar o cabo, o mesmo que Bucky pegou antes que caísse no chão e com duas joelhadas no estômago conseguiu arrancar-lhe o ar, arremessando-a em seguida para o outro lado do salão. Daiana sorriu amplamente quando o moreno virou-se e pôde fitar aqueles olhos azuis outra vez, contente que ele tivesse chegado a tempo.

- Eu tinha ela sob controle - informou-o em tom descontraído e ofegante.

- Não tenho dúvidas disso - retribuiu forçando um sorriso, pois as circunstancias tornavam difícil o gesto genuíno. - Mas tente não entregar as armas nas mãos do inimigo, meu bem - devolveu-a o cabo que fora com muito bom gosto agarrado, outra vez em sua posse.

Não era o momento. Definitivamente não era, mas ouvi-lo chama-la daquela forma outra vez fez os cantos de seus lábios se curvarem para cima apesar do inútil esforço de Daiana para conter-se em sua frente. A emoção não durou mais que alguns poucos segundos, sendo rapidamente desfeita quando os olhos atentos de Daiana capitaram um movimento estranho nas costas de Bucky.

- Cuidado! - Gritou e não hesitou em empurrá-lo para o lado, livrando-o do soco que receberia covardemente pelas costas, mas tornando-se então o alvo ao assumir o lugar de James.

Ficou muito consciente da dor que explodiu em seu estômago roubando-lhe o ar dos pulmões. Por alguns instantes não sentiu o chão sob os pés, mas sim o ar em suas costas enquanto o quebrava. Apesar de confusa, sabia que o golpe fora forte o suficiente para ser arremessada pelo ar a alguns pés de distância de onde estava.

Arfou quando chocou-se contra algumas cadeiras escolares, sentindo os pés de ferro a atingirem com violência, machucando sua pele. Não duvidava que houvessem hematomas pelo corpo depois disso e alguns arranhados, mas eram detalhes que pouco importavam agora. Não era a primeira vez que se machucava, precisava apenas ter um pouco mais de cuidado com o corte ainda não cicatrizado em sua nuca, disfarçado pelo cabelo solto.

Caída no chão, esticou o braço para alcançar seu cabo que havia lhe escapado e rolado pelo chão a alguns centímetros dela, mas então gritou de dor quando um tênis preto e surrado entrou em seu campo de visão esmagando sua mão. Pensou que os ossos quebrariam e isso seria um problema ainda maior, pois uma mão quebrada se tornaria um obstáculo e a colocaria em desvantagem.

Olhou para cima com raiva, percebendo que seu oponente agora era um homem. Com a mão ainda presa sob o pé dele, não lhe restava muito espaço para gestos mais bem pensados, então precisaria lidar com o que tinha a sua disposição.

Decidiu arriscar-se em um movimento que ela nunca havia tentado e sequer sabia se daria certo, mas em sua mente ela conseguiria. Como estava de barriga para cima, apoiou a mão livre no chão imundo no outro lado do corpo para conseguir força e apoio suficiente para impulsionar o tronco e as pernas para cima, quase sorrindo satisfeita ao conseguir altura suficiente para enlaçar a cintura do Apátrida com as pernas. Prendeu-o tão forte quanto pôde desta forma, tentando ignorar a mão que doía horrores e o desconforto de estar momentaneamente de cabeça para baixo, fazendo seu ferimento latejar e os recentes hematomas protestarem.

Quando se sentiu bem presa a ele, forçou todo o peso do seu corpo de volta para baixo, conseguindo com sucesso levá-lo ao chão com ela, mesmo que isso tenha resultado num impacto em suas costas, lhe garantindo que aquela área também teria, por este movimento, algumas marcas arroxeadas. Ele ainda parecia em vantagem por se recuperar mais rápido, apesar de parecer surpreso pelo movimento dela, então se apressou em se pôr em pé primeiro e recuperar o fôlego depois.

Mal tinha conseguido se equilibrar sobre as pernas e precisou cambaleante desviar de um soco no rosto, mas outro atingiu suas costelas, fazendo-a cair sobre outras cadeiras. Seu rival não lhe deu trégua e avançou com rapidez.

Com o cabo longe do seu alcance e outro soco prestes a lhe atingir, Daiana agarrou uma das cadeiras de ferro, que eram consideravelmente pesadas, e ergueu-a na altura do rosto para proteger-se. Não foi surpresa quando a madeira do assento se despedaçou em sua frente com o punho do Apátrida, mas nem por isso deixou de arregalar os olhos.

Por impulso jogou no rosto dele os destroços do que sobrou do assento, distraindo-o por tempo suficiente de agarrar outra daquelas cadeiras e revidar o golpe, erguendo o objeto sobre a cabeça e batendo com o mesmo nas costas do sujeito mascarado. Ouviu um resmungo de dor escapar deste que perdeu o equilíbrio e caiu de joelhos no chão. Daiana não tardou em golpeá-lo novamente com a cadeira, mas mais próximo de sua cabeça na intenção de apagá-lo.

Largou o objeto no chão quando viu a figura masculina de cabelos escuros e longos caída aos seus pés. Os gemidos de dor lhe diziam que não estava morto, o que era um alivio, mas estava ferido o suficiente para não ter mais tanta disposição quanto antes.

Era surpreendente que tenha conseguido, apesar das dificuldades, derrubar um super-soldado sozinha. Em outro momento poderia saltar de empolgação por isso lhe trazer de volta a confiança que lhe faltava, mas então sua preocupação e atenção se voltaram para outra cena que lhe atraiu pelo canto de olho.

John tinha os braços presos para trás por um Apátrida que o segurava pelas costas, impossibilitando-o a liberdade de movimentos. A força entre eles era quase a mesma, o que deixava John numa situação delicada e perigosa, pois não importava que possuísse o soro, seus rivais também o possuíam.

- John! - Gritou quando viu surgir correndo uma mulher mascarada, mas a cabeleira ruiva presa num rabo de cavalo mal feito lhe dizia que era Karli.

E Daiana sabia que Karli não tinha boas intenções com John como parecia ter com ela. A faca na mão dela lhe provava isso. Corria na direção do homem com determinação, não deixando dúvidas que sua intenção era esfaqueá-lo e matá-lo. O coração de Daiana acelerou num aperto doloroso.

Viu a arma ser erguida pronta para o golpe final quando estava a pouquíssimos passos de distância do Walker, mas seu pulso foi agarrado e torcido para as costas pela mão robótica de Bucky que nem com toda a força de Karli e seu soro poderia se livrar sozinha. Ele conseguiu alcança-la no último segundo para o alivio dos que estavam ao seu lado. John possuía seus defeitos, é claro, mas não importava quais fossem, jamais desejaria sua morte.

Uma luta entre os dois foi travada enquanto John ainda tentava se livrar do agarre do Apátrida, quase totalmente recuperado do susto da quase morte. Em algum momento ele teve sucesso com isso quando Bucky arremessou Karli contra o sujeito que o prendia, forçando-o a soltá-lo mesmo que isso o tenha levado ao chão também.

Daiana correu até o seu cabo jogado no chão sem nunca desviar o olhar da cena que, para a sua surpresa, viu James estendendo a mão para ajudar o Walker a se levantar do chão. Sabia o quanto Barnes repugnava o loiro, mas sua atitude, mesmo que muito simples, dizia muito sobre sua pessoa e aquilo encheu Daiana de orgulho. Sem dúvidas, James Barnes era dono de um coração muito bonito.

Mais surpreendente ainda foi ver que sua mão estendida a John foi aceita pelo mesmo e fitando um ao outro, estavam de pé frente a frente. Puxou o ar para respirar aliviada com a trégua momentânea que haviam dado entre eles, pelo menos até lidarem com a situação atual, mas então o prendeu dentro de si, quase se sufocando.

A cena a seguir lhe passou como uma câmera lenta. Karli, furiosa e impaciente por estar sendo impedida tantas vezes de concluir se objetivo de tirar definitivamente John Walker de seu caminhou, agarrou do chão a faca de antes e correu até os dois. Seria rápida. James Barnes, Daiana, Sam e qualquer outra pessoa que fosse que lhe perdoasse por isso, mas todos já sabiam que ela mataria qualquer um que se metesse em seu caminhou. Avisou isso a Daiana e lhe deu a opção de deixa-la em paz. Qualquer coisa que acontecesse e que ela achasse ruim, eram consequências de suas escolhas.

E no momento, James a havia interrompido quando estava prestes a matar o Capitão América. Ergueu a faca na altura do pescoço do Soldado, determinada a acertar-lhe a garganta e então com a mesma rapidez esfaquearia o Capitão América, matando dois no mesmo instante. Um atrás do outro. Se livraria de duas pedras muito facilmente e por estar atacando Bucky pelas costas, eles só perceberiam quem os atacou quando estivessem se afogando no próprio sangue, caídos no chão.

Distante, lidando sozinhos com dois Apátridas, Sam e Lemar, chagado há pouco tempo, observaram a cena com preocupação ao notar as intenções da ruiva, mas distantes demais para conseguirem impedi-la. Nenhum dos presentes soube dizer ao certo como aconteceu, mas num segundo Karli estava a centímetros de acertar a garganta de James Barnes pelas costas e no outro, estava caída no chão.

A jovem sentiu um forte impacto contra seu corpo num baque abafado, o ataque veio tão rápido, forte e inesperadamente que ela sequer o notou chegando. Olhos castanhos raivosos encontraram olhos castanhos raivosos. Ambas as mulheres se puseram em pé com rapidez como duas leoas disputando território, muito dispostas a irem adiante até que restasse apenas uma em pé e avançaram uma contra a outra antes que pudessem pensar demais.

Era nítido que Daiana enfrentar Karli frente a frente sem nenhuma arma ou escudo era suicídio. Derrubá-la não seria, para Karli, diferente de esmagar um inseto. Mas ainda assim era admirável a sua coragem, precisava reconhecer. Ou era apenas burrice.

Rápido demais para que qualquer um pudesse reagir e interferir na luta de ambas que não durou nem alguns segundos, Daiana desferiu um soco em seu rosto quando se encontraram a centímetros de distância, furiosa e cega pela raiva por ter visto todas as intenções da jovem de matar Bucky impiedosamente. A ideia de perde-lo definitivamente e bem diante de seus olhos a enfurecia ao ponto de lhe arrancar a racionalidade. Foi então retribuída da mesma forma com um soco no estômago.

Karli estava tão furiosa pela intervenção daquelas pessoas nos seus objetivos, que não mediu sua força. Nunca foi sua intenção machucar Daiana mortalmente, mas percebeu tarde demais o que acabara de fazer quando o corpo da mulher literalmente voou para o outro lado do enorme salão e se chocou contra um pilar de gesso, quebrando-o como se tivesse sido atingido por uma enorme pedra e não por um corpo humano sem resistência alguma. Após o baque, o corpo caiu no chão e pendeu para o lado. As pernas esticadas para frente davam a impressão de que a mulher estava sentada descansando, mas os olhos fechados e o corpo imóvel passavam outra ideia.

Nunca, para qualquer um deles, o silêncio foi tão ensurdecedor.

- Dai? - A voz trêmula de Lemar, que havia chegado até alí há poucos minutos e se juntado a luta após soltar-se das cordas que o prendiam em alguma sala vazia e imunda daquele edifício, chamou pela amiga, mas não obteve resposta.

Ninguém mais lutava. Amigos ou inimigos, todos fitavam o corpo imóvel com medo, tristeza e arrependimento.

Com a mão trêmula, Karli, incrédula com o que acabara de fazer, removeu sua máscara sem conseguir desviar os olhos do corpo.

- Daiana? - Aterrorizado com o medo perceptível em sua voz, Bucky foi o primeiro a correr na direção da mulher. - Ei - a chamou sem perceber o quanto tremia. - Abra os olhos.

Outra vez se via nesta mesma situação. Desejou mais do que tudo que ela abrisse os olhos, como daquela vez, e lhe xingasse. Que fizesse qualquer coisa. Qualquer coisa que lhe assegurasse que ainda estava viva.

- Daiana? - A chamou outra vez um pouco mais alto tentando soar firme, tocando seu rosto e erguendo sua cabeça que pendia para o lado, mas ela não demonstrou qualquer reação. Sequer parecia que estava respirando.

Danem-se todos os outros e qualquer coisa que acontecia antes disso. Há pouco pôde ver um pequeno sorriso dela e lhe devastou que agora sangue manchasse aqueles mesmos lábios.

Um movimento rápido próximo dele e então Sam estava ajoelhado ao seu lado.

- Deita ela com cuidado - instruiu ao perceber que Bucky não estava pensando direito e era completamente instável no momento.

Tentar conversar com ele para acalmá-lo era completamente inútil agora, então concentrou-se na mulher. Estava tão apavorado quanto Bucky com a possibilidade de terem perdido Daiana definitivamente desta vez, mas alguém precisava se manter firme para que nada saísse do controle e se tornasse ainda pior do que estava. Fizeram o que ele pediu, com muito cuidado para não lhe causar mais traumas.

Observando o estrago feito no grosso pilar logo acima, não seria surpresa encontrar alguns ossos quebrados e foi exatamente isso o que Sam sentiu quando tocou-a. Arregalou os olhos apalpando novamente a região abaixo das axilas com delicadeza, engolindo em seco e subindo os olhos apreensivos para os de Bucky que derramavam lágrimas de puro medo.

- Costela fraturada - contou o que sentia e o viu arregalar ainda mais os olhos apavorados. - Não sei se perfurou o pulmão, mas tem sangue na boca dela. - Aproximou o ouvido de sua boca e peito por alguns segundos antes de se erguer novamente. - Estou ouvindo um chiado, então ela está tendo dificuldades para respirar. Isso é péssimo, principalmente desacordada - levou dois dedos para seu pescoço, buscando por pulsação. - Coração acelerado. Ela precisa de um médico agora! - Falou mais alto para alertar os demais sobre esta última parte na esperança de que os ajudassem, mas calou-se.

Não havia percebido como nem quando, mas o salão antes incrivelmente cheio e agitado, estava agora completamente vazio contando apenas com a presença dos três. Sam, Bucky e o corpo de Daiana.

Oieee :)

Sinto muito pelo atraso dos capítulos, eu estou na correria e com pouco tempo para escrever.

A mulher é uma máquina. Tudo nas mãos dela vira uma arma 💅🏻

• Vocês pensaram que o Lemar que ia de F, né? Hihihi

• Eu não sei se no próximo capítulo vocês vão gostar do que eu vou fazer ou me odiar por isso 😅😅

• A pobi da Dai só entra em briga pra apanhar 🥲

Só para esclarecer a situação do John e da Dai. Ela quer divorcio por perceber que estava num relacionamento tóxico, mas por consideração ao tempo que passaram juntos, não vê ele como inimigo. Apenas alguém com quem não quer mais este tipo de contato e relacionamento. Quanto a John, acredita que ela está apenas confusa e logo retornará para ele. Não quer dizer que porque eles tem problemas no relacionamento, em uma luta se tornarão rivais.

• ✨ Me desculpem qualquer erro ✨

• ♥️ Espero que estejam gostando ♥️

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