EFEITO DO CAOS

By VRomancePlus

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+18 DARK ROMANCE DE VROMANCEPLUS. S i n o p s e Everest Thomas volta para Seattle depois de anos morando com... More

avisos + personagens principais
s i n o p s e + p e r s o n a g e n s
c a p í t u l o 1 - S o r r i s o ☠︎
c a p i t u l o 2 - i n t u i t i o n
c a p í t u l o 3 - B i g (pai)
c a p í t u l o 4 - v o c ê
c a p í t u l o 5 - l o u c o ☠︎︎
c a p i t u l o 6 (parte 2)
c a p i t u l o 7 - D e n a l i
c a p í t u l o 8 - o p a s s a d o
c a p í t u l o 9 - a m e a ç a
c a p i t u l o 1 0 - v i b r a ç o e s
c a p í t u l o 11 - U n i v e r s i d a d e
c a p í t u l o 12 - d j a v ú
c a p í t u l o 13 - F i q u e L o n g e
c a p í t u l o 1 4 - l o c a l i z a ç ã o
c a p i t u l o 1 5
c a p i t u l o 16
c a p i t u l o 17
c a p í t u l o 18
c a p í t u l o 19
c a p í t u l o 20
c a p í t u l o 21
c a p i t u l o 22

c a p í t u l o 6 - b o g e y m a n

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By VRomancePlus

14 de Julho Seattle

Henry

Cheguei no O Buraco faltando cinco minutos para o início da luta.

Do lado de fora tudo estava silencioso. Encarei a Catedral e ri mais uma vez. Era engraçado a ironia da situação. A igreja era antiga, o templo estava desgastado e caindo aos pedaços e nenhuma autoridade ousava ir com frequência para aqueles lados.

O Crown's Den, (Toca do Corvo) era um bairro médio no norte de Seattle, e Big Crown, também pai de Denali, minha sócia, quem administrava tudo com a sua gangue de traficantes.

Administrar tudo era um eufemismo. Bufei. Ele mandava em tudo. Tudo que entrava e saia daquele lugar. Ele era o maldito chefe.

Estacionei o carro nos fundos da Catedral e entrei pela passagem que costumávamos usar.

Conforme ia descendo as escadas até o subsolo, relembrava o momento que antecedeu para que chegássemos ali.

Tínhamos vinte e um anos quando Denali e eu nos conhecemos. Início de curso, correria de calouros e nos esbarramos.

Algumas semanas passaram até que passei a ouvir rumores que ela organizava, ilegalmente, lutas com os alunos. Revirei os olhos com a coincidência. Um dia eu interceptei seu caminho, ganhando um olhar fuminante que logo mudou quando eu fiz minha proposta. É, eu precisava de um escape e de quebra, podia ganhar dinheiro com isso.

Então passou a ser assim:

Eu lutava. Ganhava. Cinquenta a cinquenta com as apostas dos alunos. Só as Universidades. Principalmente fraternidades. Rolaria bastante grana. O mundo Universitário precisava de uma distração e demos isso à eles.

Um espaço confiável, mas não permanente. Mudaríamos  a cada três dias e o local era sempre surpresa. Montaríamos uma equipe confiável, poderia demorar um pouco.

Isso até eu descobrir de quem ela era filha, então conseguimos á Catedral.

A cada palavra que saia da minha boca, seus olhos cresciam e um sorriso ladino despontava em seus lábios.

Ela ansiava por aquilo também.

Na verdade, se passaram duas semanas até que Kaito se juntasse a nós. Ele foi direto. Disse que ouviu rumores e precisava de dinheiro e distração. Havia entrado na Universidade com meia bolsa e o trabalho de meio período não era suficiente.

Nada daquilo era da nossa conta, mas depois que ele nos apresentou um plano sólido, se mostrou bastante confiável.

Em dias estávamos no ar:

Todo acesso era através de um link. Link válido por pessoa física. Quando Kaito entrou, ele programou o sistema para criar links por acesso.

Precisaríamos de um vídeo contrato da pessoa, que ficaria armazenado na nuvem do nosso site com todas as informações e o valor de todas as suas apostas, em todos os dias que você comparecesse.

Basicamente era isso: você abria o site, assinava um termo de confidencialidade, colocava todas suas informações e então era direcionado a área principal onde as apostas eram feitas.

Uma cláusula no contrato: Todos precisavam ser maiores e se por um acaso infeliz, a polícia aparecesse, cada indivíduo tinha responsabilidade sobre si mesmo.

Até porque mantinhamos as informações sobre todos. Se um caísse, todos iam. A maioria ali era filhos de pessoas importantes.

Dois anos depois, estávamos ali.

Conforme eu descia as escadas para o subsolo, sentia o ar denso, delatando as pessoas que estavam lá, ansiosas, à espera de mais uma carnificina. Balancei a cabeça para os lados. Eles não eram melhores que eu.

Abri a porta que dava para a sala onde eu me trocava. Kaito estava andando de um lado para o outro, com o celular na mão. Bufei e fechei a porta, passando por ele. Apesar de não lutar, ele era um pouco maior que eu.

Acho que os treinos na Mount tiveram alguns resultados.

Antes de entrar nesse esquema conosco eu pesquisei sua vida. Descobri que ele e a mãe precisaram fugir da Tailândia quando Kai tinha apenas nove anos. Sua mãe havia morrido antes dele entrar na Universidade e desde então era só ele.

O pai era o motivo de terem saído como fugitivos do seu país.

E eu só consegui descobri até ai.

— Porra Henry! Não me fode, caralho! Dois minutos!

Pisquei.

— Não enche.

Ele grunhiu parando ao meu lado e lançando o IPad no banco à minha frente. A tela estava aberta na foto de um homem; meu oponente, supus.

— O nome dele é Damian Cross, mas é conhecido como Vodoo. Peso de noventa e oito quilos e, de quinze lutas, em somente duas, ele foi derrotado. — Listou.

— Aquele Vodoo que nocauteou o oponente um cinco minutos de luta? — Questionei ainda olhando a foto.

Meus olhos ficaram presos na cicatriz enorme e feia que ele tinha no olho. O uma linha tortuosa e grande na vertical, da testa à bochecha.

— H, eu não tive tempo de estudá-lo com precisão. De observar pontos fracos. Você passou quase duas semanas longe e está fora de forma. — passou a mão no cabelo na clara demonstração de impaciência e preocupação. — Merda!

Levantei o olhar e encarei-o.

— Eu fico até ofendido. — passei a língua nos lábios e tirei a blusa —Sinceramente, você não leva fé em mim, Kai?

— Para o inferno com essa merda toda — resmunga.

Gargalhei.

Eu conseguia ouvir os gritos e uivos das pessoas do outro lado da porta.

— Acho melhor você ir acalma-los — Apontei.

Ele fechou os olhos. Tencionou os ombros e eu notei que estava puto pra valer. Denali iria desaparecer a semana inteira por alguma merda de família e ele estava sozinho pra lidar com as minhas merdas.

Baixei a calça. Kai abriu os olhos e os revirou quando notou o que eu tinha feito. Então saiu batendo a porta com força.

Vesti o calção, enrolei os punhos com a atadura e respirei fundo. Peguei o IPad e olhei o cara mais uma vez. Ele era forte, sua pele clara contrastava com os olhos negros e intimidadores. As cicatrizes eram horríveis, mas mostrava claramente que ele já havia passado por muito e não caía por nada.

Meus lábios esticaram. Lambi-os sentindo o gosto ferroso de sangue.

Tinha bastante gente. O Globo de ferro ocupava o centro e as pessoas ficavam em volta, sedentos por sangue e socos.

Os gritos e uivos encheram meus ouvidos quando fui notado.

Bogeyman...

— Bogeyman...

Eles gritavam.

Continuei sério, andando pelo corredor que fizeram quando se afastaram.

Kaito me anunciou.

Eu parei em frente a entrada da gaiola e a abri, então entrei.

Ignorando todas as pessoas, eu podia ouvir minha pulsação descontrolada no meu ouvido, a adrenalina me fazendo funcionar. Meus dedos formigaram por contato.

Quando o anunciante chamou Vodoo, as pessoas gritaram com força.

Ele entrou, olhou nos meus olhos e ficou na outra extremidade. O Globo não era grande, o que significava que não podíamos perder o foco pois logo o oponente estava sobre você.

Kaito se aproximou e fechou o ferro.

— Uma única regra: Não matar. Do contrário, em cada extremidade dessa sala, tem dois atiradores que não hesitarão em fazer os mesmo. Não nos importamos com o extremo, lidaremos com isso.

Vodoo abriu um sorriso perverso.

— Eu estou ansioso pra desmanchar esse sorriso de bicha do seu rosto. — Disse somente para eu ouvir e nem notei que eu estava com um sorriso esquisito no lábios.

— Pode vim. — Balancei o pescoço, ouvindo os estralos e chacoalhei os ombros. Passei a língua nos lábios

Era só uma maneira de zombar do desgraçado. Uma mensagem indireta de que eu estava me fodendo para o filho da puta.

— No meu sinal! Um, dois e... Lutem!

Vodoo se lançou sobre mim sem mais espera, o punho fechado, mirando meu rosto, enquanto o outro punho vinha na minha costela. Um movimento ousado, mas nada calculado, totalmente impulsivo.

Abri um sorriso.

Me esquivei do soco no rosto, mandando um jab no maxilar desprotegido. Não rápido o suficiente  quando fui atingido na costela.

Grunhi.

Por alguns minutos trocamos socos, chutes e ele tentou me nocautear algumas vezez sem sucesso.

Quando eu decidi deixá-lo brincar, ele mandou uma de direita que me mandou pro chão, levantei atordoado.

Vodoo riu sombriamente aproveitou a deixa me imobilizando com um mata Leão.

— Depois que eu fazer você engoli cada maldito dente — rosnou enquanto arfava e apertava cada vez mais meu pescoço, pontos pretos dançavam nos meus olhos — ,eu vou frequentar seu maldito território, comer cada boceta que...

A pressão na minha cabeça trazia um entopecimento bem vindo. Meus olhos pareciam quererem explodir e o maldito hálito de merda soprava enquanto ele cagava aquelas palavras.

Bogeyman! Ouvia o coro no fundo.

Era o meu nome que eles gritavam. Alto. Trazendo-me de volta e me lembrando do meu papel ali dentro. Meu cotovelo voou para trás uma e outra vez, eram golpes rápidos e eu não sabia onde pegava, só sabia que ele não tinha como se defender.

Ele não tinha o que fazer a não ser me soltar de uma vez e, quando fez, minha perna foi a próxima a encontrá-lo num chute circulado.

Ele não foi rápido o suficiente. As grades chacoalharam quando seu corpo bateu e eu avancei com raiva. Meus punhos dançaram na sua cara, socando uma e outra vez em uma sincronia perfeita.

Eu mirei a cicatriz, querendo abri-la de novo e de novo.

O barulho molhado foi música para os meus ouvidos, os uivos de todos foi o gás que me manteve concentrado.

Cada soco, a gaiola balançava.

Cada soco, eu sentia o sangue na minha mão.

Cada maldito soco, eu vía o rosto de Isaque, desfigurado, a carne estufando para fora das feridas que meus punhos abriam.

O sangue escorria, viscoso. Sangue e massa. Fazendo uma bela bagunça.

Fui arrancado do meu torpor ao sentir o cheiro forte de amônia e não pude acreditar. O desgraçado se mijou.

Patético.

— Você não é nada. — cuspir as palavras.

Ele usou o milésimo de distração foi o tempo que ele usou para acertar meu rosto.

Tudo a minha volta girou um instante. Balancei a cabeça. Ele mandou um chute frontal e eu senti meu corpo ser lançando longe. Cai com força no chão da gaiola.

Maldito erro.

Vodoo subiu em mim, prendendo-me com as pernas ao mesmo tempo em que os braços ágeis vinham para mim.

Sangue da sua cara banhava meu rosto, tive que fechar os olhos.

— Vou escolher com cuidado... — latiu e eu ouvi o eco da minha raiva rindo da minha cara. — Essa putinhas...

Você é um maldito fraco? Ele claramente tomou alguma coisa. Vai se deixar vencer mesmo assim?

Me desvencilhei, derrubando-o enquanto saia de baixo e montava. Seu rosto era o resultado do meu caos. A pele machucada e aberta era um presente e eu aproveitei...

Cada. Soco. Era. O. Meu. Paliativo.

Quando ele não se mexeu mais, eu parei.

Kaito abria o portão quando levantei e foi conferir a pulsação de Vodoo. Um cara que veio com eles também entrou em seguida e abaixou ao seu lado.

Meu peito retumbava. O sangue fervia, correndo pelas minhas veias e eu sabia que tinha que foder alguém para enfim ter um pouco de paz.

Era uma merda de ritual.

Meu braço foi suspenso, mostrando à todos o vencedor.

Gritos e mais gritos. Uivos e algumas calcinhas e sutiã jogados.

Já tinha saído da Catedral. Peguei o celular no console e disquei o número de Denali, a desgraçada não me atendeu.

— Filha da puta! — Xinguei e liguei outra vez, nada.

Eu deveria dar um crédito. Quando se tratava da família ela largava o foda-se para o resto. Por isso deixei o celular no banco e pisei no acelerador a caminho do Montari.

Contudo, antes de chegar ao meu destino, ela ligou de volta.

— Me fala que você não deixou o homem quase morto! — Ela esbravejou. — Eu estou vendo o vídeo agora.

— Pra que pergunta? Não o matei, é o que importa.

— Um cacete, caralho! — ouvi uma porta bater ao fundo e ela assumiu um tom sério — Henry, controle a sua merda, não a despeje na gaiola ou você acabará com todo mundo.

Apertei o volante e engoli a seco. Ela estava certa, mas eu não podia controlar.

— Estou indo para o hotel, dê a chave para uma das garotas.

Ele riu forçadamente.

— Tudo bem. — Ficou muda um instante — Na verdade, você precisa voltar para a Catedral, Kaito me mandou uma mensagem avisando que deu um pequeno bug no sistema devido ao acessos contínuos, pelo fato de ser em cima da hora, você sabe.

Olhei a tela do celular e de fato tinha uma notificação dele.

Fechei os olhos. Quando aquilo acontecia, tínhamos um aparelho que Kaito criou, onde precisava de biometria de nós três para que ele tivesse acesso e concertasse o maldito site.

Fiz o retorno visto que não tinha muitos carros na rodovia.

Pouco mais de uma hora depois, eu estava entrando no quarto do hotel. Com a adrenalina quase inexistente, meu corpo dava sinais e eu segurei o gemido dolorido...












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