Uᴍᴀ Sᴇɢᴜɴᴅᴀ Cʜᴀɴᴄᴇ.ʰᵃʳʳʸ ᵖᵒᵗᵗ...

By NOTURNA94

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[Livro 3/3] E os leitores ja estão na reta final da leitura dos sete livros. Muitas emoções e verdades serão... More

• 𝖱𝖾𝖼𝖺𝖽𝗈𝗌 & 𝖯𝖾𝗋𝗌𝗈𝗇𝖺𝗀𝖾𝗇𝗌 •
☽︎ • Etapa VI • ☾︎
☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 00 • ☾︎
☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 01 • ☾︎
☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 02 • ☾︎
☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 03 • ☾︎
☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 04 • ☾︎
☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 05 • ☾︎
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☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 17 • ☾︎

☽︎ • 𝖢𝗁𝖺𝗉𝗂𝗍𝗋𝖾 13 • ☾︎

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By NOTURNA94

Ajudinha
★ —— de Hermione —— ★


Meta: 100 comentários ou mais
E talvez o próximo capítulo
saia hoje hein heheh🤭

Boa leitura!


Ajudinha de Hermione — leu Stevan.

Tal como Hermione previra, os períodos livres do sexto ano não eram as horas de abençoada descontração imaginadas por Rony, mas aquelas em que se tentava dar conta da vasta quantidade de deveres que eram passados. Não somente eles estavam estudando como se tivessem exames diariamente, mas as aulas em si estavam exigindo mais do que nunca.

Harry mal entendia metade do que a professora McGonagall dizia ultimamente; até Hermione precisava lhe pedir para repetir as instruções uma ou duas vezes. Por incrível que pudesse parecer, e para a raiva crescente de Hermione, de repente Poções se tornara a matéria em que Harry se saía melhor, graças ao Príncipe Mestiço.

— Estou louco para saber quem é esse Príncipe — falou Almofadinhas.

— O pior é que não faço a mínima ideia de quem poderia ser — falou Lili, nervosa.

Severo reprimiu um sorriso de canto.

Agora esperavam que os alunos realizassem feitiços não verbais, não apenas em Defesa Contra as Artes das Trevas, mas em Feitiços e Transfiguração também. Era frequente Harry olhar para os colegas na sala comunal, ou à hora das refeições, e constatar que o esforço os deixava púrpura, como se tivessem exagerado em O-aperto-você-sabe-onde, embora ele soubesse que, na realidade, estavam tentando realizar feitiços sem pronunciar os encantamentos em voz alta.

O que era muito surpreendente era o fato de Harry estar conseguindo fazer os feitiços sem varinha com muito mais facilidade. E ultimamente, feitiços com a varinha andavam sendo difícil fazer.

Em um de seus treinamentos com Thayná, ele conseguiu conjurar uma bola de fogo do nada e arremessar em Klaus. Esse que se defendeu ao mudar a rota da bola de fogo com uma rajada de vento.

— Veja bem, quero que você faça essa pequena semente de girassol florescer sem dizer nada — falou Thayná, em uma de suas tarde de treinamento.

— Como vou fazer isso?

— Imagine.

Harry assentiu, tentando ignorar os olhos da Marshall em cada movimento que ele fazia.

Eles não falaram nada desde o dia na sala de Dumbledore. Isso fazia Harry ficar ansioso.

Tirou os pensamentos da cabeça e se direcionou para o vaso marrom cheio de terra que estava no meio da arena. Ficou olhando e imaginando como o girassol ficaria lindo se floresce. Imaginou ele desabrochar e suas pétalas amarela refletirem as luzes da arena.

Harry abriu um grande sorriso ao ver uma pequena muda sair e ir crescendo até se tornar um grande girassol, do mesmo jeito que Harry imaginou.

— Muito bem, Harry — falou Klaus, animado.

— Mata ela. — mandou Thayná.

Harry a olhou confuso.

— Você deu a vida através da terra. — disse ela. — Agora tire.

Harry olhou para o girassol. Estava tão bonito. Dava pena matar ele.

Respirou fundo e imaginou ele destratando. Depois ficando escuro. Suas pétalas murchando e caindo...

— Muito bom — elogiou Thayná. — Vocês dois andam aprendendo rápido.

— Ultimamente tem sido meio complicado fazer feitiços com a varinha — falou Klaus, estalando as costas.

— Percebi isso também. O que é estranho já que eu sempre fui muito bom com a varinha. — disse Harry.

— Bom, mas antes vocês eram bruxos — contou Thayná.

Ambos a olharam confusos.

— Como assim?

— Ora, vocês são feiticeiros agora. Não precisam de varinha — Thayná revirou os olhos. — Vocês agora tem a natureza como meio para a magia de vocês. A Varinha não passa de um acessório para nós.

— Mas você usa a varinha as vezes. — disse Harry.

— Porque em Hogwarts é nescessário. Mas eu não preciso fora daqui. Mas vocês dois precisam aqui e fora até essa guerra acabar.

— Por que? Somos fortes o suficiente para lidar com quem quer que venha nos peitar — falou Klaus, cruzando os braços.

Thayná soltou uma risadinha desdenhosa.

— Eu pensava a mesma coisa, até que me descontrolei porque me chamaram de orfãzinha dos Potter. Machuquei uma pessoa e Dumbledore teve que apagar a memória da pessoa para mim não ser presa pelo ministério. E vocês estão aprendendo agora. Qualquer coisa vai fazer Klaus invocar uma ventania ou um redondinho que derrube o castelo. Ou que uma tempestade surja de seja qual o elemento que venha de Harry. São riscos que não vou correr.

Klaus e Harry assentiram. Mesmo que não quisessem dar o braço a torcer.

— Sobre a varinha. Finjam que estão usando ela.

— Como vamos fingir? — perguntou Klaus.

— Veja, a magia de nós feiticeiros é igual a dos bruxos. Só não precisamos da varinha. Veja, Lumus — Thayná ergueu o dedo indicador e uma bolinha de luz surgir de ponta de seu dedo.

— Caralho — exclamou Klaus.

— Isso é incrível. — falou Harry. Então, ergueu o dedo e também disse: — Lumus.

E uma bolinha de luz também surgiu na ponta do dedo de Harry.

— Eu também quero! Lumus!

A luz também apareceu no dedo de Klaus.

— Viram? — disse Thayná, sorrindo. — Quando forem segurar a varinha, deixem o dedo indicador levantado. Vai parecer que vocês estão usando a varinha, mas na verdade não.

— Mas que pilantra — disse Marlenne. — Tá explicado porque no primeiro ano você era péssima nos feitiços.

— Péssima é uma palavra muito forte. — protestou Thayná.

— Thay, você era um desastre.

— Aluado!

Era um alívio ir para as estufas; em Herbologia estavam lidando com plantas mais perigosas que nunca, mas pelo menos tinham permissão de xingar em voz alta se um dos Tentáculos Venenosos os agarrasse inesperadamente pelas costas.

Um dos resultados da enorme carga de trabalho e das horas frenéticas em que praticavam feitiços não verbais foi que Harry, Rony, Hermione e Caryna não tinham arranjado tempo para visitar Hagrid até aquele momento. Ele parara de fazer refeições à mesa dos professores, um mau sinal, e, nas poucas ocasiões em que tinham se encontrado nos corredores ou nos jardins, misteriosamente ele não os vira nem ouvira seus cumprimentos.

— Ele ficou assim com a gente também ano passado — falou Enzo, quando ele, Klaus e Caryna subiram na mesa da Gryffindor escondido.

— Ele ficou dias sem olhar para a gente. — disse Klaus, roubando um bolinho de Rony.

Precisamos ir nos explicar – disse Hermione, olhando para a enorme cadeira vazia de Hagrid, à mesa dos professores, ao café da manhã do sábado seguinte.

– Hoje de manhã temos os testes de quadribol! – lembrou Rony. – E devíamos estar praticando o Feitiço Aguamenti para o Flitwick! Mas, afinal, explicar o quê? Como é que vamos dizer a ele que detestávamos aquela matéria idiota?

– Não detestávamos! – protestou Hermione.

– Fale por você, eu ainda não me esqueci dos explosivins – replicou Rony de mau humor. – E vou dizer uma coisa, escapamos por pouco. Você não ouviu Hagrid falando daquele irmão retardado dele: se tivéssemos ficado, íamos acabar ensinando o Grope a amarrar os cordões dos sapatos.

Retardado Ronald? — falou Caryna, friamente. — Você pare de ser preconceituoso e achar os outros menos importante só porque são diferentes de você!

— Concordo, não é porque ele é diferente que ele é retardado. Esqueceu que ele é um Gigante? — falou Klaus, olham sério para o ruivo.

Rony se encolheu e resmungou um pedido de desculpas.

– Odeio essa história de não falar com o Hagrid! – exclamou Hermione aborrecida.

– Iremos até lá depois dos testes de quadribol – Harry tranquilizou-a. Ele também sentia falta de Hagrid, embora, como Rony, achasse que estavam melhor sem o Grope em suas vidas. – Mas, pelo número de pessoas que se inscreveram, os testes podem levar a manhã toda. – Sentia-se ligeiramente nervoso com a ideia de enfrentar sua primeira tarefa como capitão. – Não sei por que de repente a equipe ficou tão popular.

– Ah, fala sério, Harry – impacientou-se Hermione. – Não foi o Quadribol que ficou popular, foi você! Você nunca foi tão interessante e, para ser sincera, nunca foi tão desejável.

Rony engasgou com um pedaço grande demais de peixe salgado. Hermione lançou-lhe um olhar de desprezo e retomou a conversa com Harry.

— Eu sou comprometido, Hermione! Desejável. Tá me estranhando? — falou Harry, fazendo careta. — Thayná pode estar puta comigo. Mas ainda sou fiel.

Klaus soltou uma gargalhada alta.

— Que exemplo de ex-namorado que não superou a ex.

— Encarnou o Almofadinhas me irritando — disse James.

— Também te amo, veado.

— É cervo!

— Por enquanto ela ainda é minha ex. — protestou Harry. — Mas espera a gente se resolver.

— Coitado. Tão iludido. — debochou Enzo.

Harry lhe mostrou o dedo do meio.

Em todo caso — continuou Hermione, sorrindo. — Não era no sentido romântico que eu disse. Agora todo o mundo sabe que você esteve dizendo a verdade, não é Harry? O mundo bruxo teve de admitir que você estava certo sobre o retorno de Voldemort e que realmente o enfrentou duas vezes nos últimos dois anos, e sobreviveu às duas. E agora estão chamando você de “O Eleito”: bem, fala sério, você não entende por que as pessoas estão fascinadas por você?

De repente Harry começou a achar o Salão Principal muito quente, embora o teto ainda se apresentasse frio e chuvoso.

– E sofreu toda aquela perseguição do Ministério que tentou passar a imagem de que você era instável e mentiroso. Ainda dá para ver as marcas das detenções em que aquela mulher maligna fez você escrever com o próprio sangue, mas você sustentou sua história...

— Ainda lembro da correria quando estávamos fugindo dos Comensais — falou Caryna.

— Nem me lembre. — resmungou Enzo.

– Ainda dá para ver as marcas deixadas pelos miolos que me agarraram no Ministério, olhe – disse Rony, sacudindo as mangas para cima.

– E não foi nada mal você ter crescido uns trinta centímetros no verão – concluiu Hermione, sem dar atenção a Rony.

– Eu sou alto – insistiu Rony ilogicamente.

O correio-coruja chegou, as aves mergulharam pelas janelas salpicadas de chuva, espalhando pingos de água em todo o mundo. A maioria dos alunos estava recebendo mais correspondência que o normal; pais ansiosos queriam saber notícias dos filhos e, por sua vez, tranquilizá-los de que tudo corria bem em casa. Harry não recebera nada desde o início do trimestre; Remus e Sirius deixaram avisado que as missões por parte da ordem tinham duplicado. E Sírius agora poderia participar sem receio. Então ficava difícil para eles mandarem cartas.

Ficou, portanto, muito surpreso, ao ver a alvíssima Edwiges circular entre as corujas castanhas e cinzentas. A ave pousou diante dele trazendo um embrulho grande e quadrado. Um instante depois, um embrulho idêntico foi deixado à frente de Rony, esmagando sob o seu peso sua coruja minúscula e exausta, Pichitinho.

– Ah! – exclamou Harry abrindo o embrulho e encontrando um exemplar novo de Estudos avançados no preparo de poções enviado pela Floreios e Borrões.

– Que bom – disse Hermione, satisfeita. – Agora você pode devolver aquele exemplar rabiscado.

– Ficou maluca? Não vou devolver nada! Olhe, um truque que vi em um dos livros da Liz...

Harry tirou o exemplar velho de dentro da mochila e deu um toque com a ponta do dedo na capa, murmurando: “Diffindo!” A capa se soltou. Ele fez o mesmo com o exemplar novo (Hermione ficou escandalizada. Caryna ameaçou bater em Harry). Trocou então as capas, deu um toque com a ponta do dedo em cada uma e disse: “Reparo!”

Ali estava o exemplar do Príncipe, disfarçado de livro novo, e o exemplar novo da Floreios e Borrões, parecendo de segunda mão.

— Genial. Vou aderir — falou James Sirius. — Levar os livros da mamãe para Hogwarts desse jeito vai ser moleza.

— Tá vendo o mal exemplo que você dá para o seu filho? — disse Thayná para Harry.

— Só eu que levo ele para o mal caminho né — debochou Harry, sorrindo de lado.

— Os dois puxaram você — resmungou Lili para James.

— Mas eu sou um anjo, Lírio — disse James, roubando um selinho de Lili.

– Vou devolver o novo a Slughorn. Ele não pode se queixar, custou nove galeões.

— Harry, você não era assim — disse Klaus, sorrindo de lado.

— Acho que fomos um mal exemplo para ele. — falou Enzo, rindo.

Hermione comprimiu os lábios, expressando sua raiva e desaprovação, mas foi distraída por uma terceira coruja que pousou à sua frente trazendo o exemplar do Profeta Diário. Abriu-o depressa e correu os olhos pela primeira página.

– Morreu alguém conhecido? – perguntou Rony num tom deliberadamente displicente; fazia a mesma pergunta toda vez que a amiga abria o jornal.

– Não, mas houve novos ataques de dementadores. E uma prisão.

– Excelente, de quem? – perguntou Harry, pensando em Belatriz Lestrange.

— Espero que tenha sido a Lestrange — falou Caryna, friamente.

– Stanislau Shunpike – informou Hermione.

O QUE!? — Exclamaram os maridos, pasmos.

– Quê?! – exclamou Harry pasmo.

— Lê esse negócio direito, Hermione — falou Enzo, de olhos arregalados.

– “Stanislau Shunpike, condutor do popular transporte bruxo Nôitibus, foi preso sob suspeita de atividades ligadas aos Comensais da Morte. O sr.
Shunpike, 21 anos, foi detido ontem à noite após uma blitz na casa dos Clapham...”

– O Lalau, Comensal da Morte? – admirou-se Harry lembrando o rapaz espinhento que conhecera três anos antes. – Nem pensar!

— Quem foi preso? — falou Thayná, surgindo ao lado de Klaus junto a Kevin.

— O Lalau! — exclamou Harry. Tentando ignorar como Kevin estava próximo da Marshall.

— Harry, eu gosto de rola — falou Kevin, rindo e tirando gargalhadas dos outros leitores.

— Eu sei — rosnou Harry. — Eu estava com inveja na época.

— Lalau não é o cara que dirige o Nôitibus? — perguntou Kevin, confuso.

— Esse mesmo. — falou Caryna. — Não consigo imaginar ele como comensal da morte.

– Ele podia estar dominado por uma Maldição Imperius – argumentou Rony. – Nunca se sabe.

— Eu posso ver? — Perguntou Kevin, para Hermione.

— Claro.

Hermione lhe entregou o jornal.

– Parece que não, Ronald – replicou Kevin, lendo o jornal de modo minucioso – Diz aqui que ele foi preso depois que o ouviram conversar sobre os planos secretos dos Comensais da Morte em um bar. – Ele ergueu a cabeça com uma expressão perturbada no rosto. – Se estivesse mesmo dominado por uma Maldição Imperius, ele jamais ficaria por aí fofocando sobre os planos deles, não é?

– Pelo jeito, ele estava tentando fingir que sabia mais do que realmente sabia – falou Rony. – Não foi ele que disse que ia ser ministro da Magia quando estava paquerando aquelas veelas?

– É, foi – respondeu Harry. – Não sei que brincadeira é essa de levarem o Lalau a sério.

– Provavelmente o Ministério quer mostrar serviço – comentou Caryna franzindo a testa. – As pessoas estão aterrorizadas: você soube que os pais das gêmeas Patil querem que elas voltem para casa? E já tiraram Heloísa Midgeon da escola. O pai a levou ontem à noite.

— Aconteceu o mesmo com Luca Connor do sexto ano da Ravenclaw. — disse Kevin. — A mãe dele é auror e resouvel tirar ele daqui. Ele foi embora a uma três dias.

— Estão dizendo que os filhos e parentes de autores estão sendo alvos interessantes do Ministério — contou Enzo. — Não vai demorar para mais alunos saírem daqui.

– Quê! – exclamou Rony arregalando os olhos para os amigos. – Mas Hogwarts é mais segura do que a casa dos alunos, tem de ser! Temos aurores e todos aqueles feitiços de proteção a mais, e temos Dumbledore!

– Acho que não temos Dumbledore o tempo todo – replicou Hermione muito baixinho, olhando para a mesa dos professores por cima do Profeta. – Você ainda não reparou? Na semana passada a cadeira dele esteve vazia tantas vezes quanto a de Hagrid.

— Também reparei que ele anda sumindo. E ele parece cada dia mais frágil — comentou Thayná, seria. E voltando a examinar o Profeta Diário com Kevin.

Harry, Rony, Caryna , Klaus e Enzo olharam para a mesa dos professores. A cadeira do diretor estava de fato desocupada. Agora que parava para pensar, Harry não via Dumbledore desde a aula particular da semana anterior.

– Acho que ele saiu para resolver algum assunto na Ordem – arriscou Hermione em voz baixa. – Quero dizer... as coisas parecem bem sérias, não é?

— Está sim. — falou Thayná. — Alguns membros da ordem tem demorado mais dias para voltarem de suas missões. E quando voltam estou vivos por um fio.

— A mãe da Ana Abbott foi morta semana passa em uma missão com os outros aurores. — falou Kevin, em voz baixa. — Ninguém vê ela desde então.

— Como sabe de tudo isso? — falou Caryna.

Kevin sorriu de lado.

— Eu tenho meus contatos.

Você vai mesmo ver o teste? — falou Thayná, para o novo amigo.

— Não vou perder a chance de ver você cair da vassoura. — debochou Kevin.

— Vai para o inferno, D'Marco!

Quando deixaram a mesa da Gryffindor, cinco minutos depois, para ir ao campo de quadribol, passaram por Lilá Brown e Parvati Patil. Harry, lembrando o comentário de Hermione de que os pais das gêmeas Patil queriam tirá-las de Hogwarts, não se surpreendeu ao ver as duas grandes amigas cochichando, aflitas. O que o surpreendeu foi ver Parvati de repente cutucar Lilá, quando Rony emparelhou com elas, e Lilá se virar e dar um enorme sorriso para o garoto. Rony piscou e, hesitante, retribuiu o sorriso. Instantaneamente, mudou o seu modo de andar, empertigando-se como um pavão.

— Você nem pense em me trair, Ronald Weasley! — exclamou Enzo em voz alta. Logo gargalhando quando Rony lhe deu um soco.

— Cala a boca, Enzo!

Harry resistiu à tentação de rir, lembrando que o amigo também se controlara quando Malfoy lhe quebrara o nariz; Diferente de Klaus, Kevin e Caryna, que faltavam morrer de rir; Hermione, no entanto, assumiu um ar frio e distante durante a descida para o estádio sob a chuva fria e nevoenta, e saiu para procurar um lugar nas arquibancadas, sem desejar boa sorte a Rony.

— Tá sentido esse cheiro, Pontas? — falou Almofadinhas, segurando o riso.

— Tô. Precisa tomar banho, amigo. Seu cabelo tá só o caiou — disse James, fazem careta.

— É o... Vai tomar no seu cu! — exclamou Almofadinhas, tirando gargalhadas dos leitores. — Meu cabelo tá bem cheiroso!

— Tá cheirando a cachorro molhado — disse Aluado, esfregando o nariz.

— Você não começa, Aluado!

Conforme Harry previra, os testes ocuparam a maior parte da manhã.

Metade dos alunos da Gryffindor parecia ter comparecido, desde os do primeiro ano, que seguravam nervosos uma seleção de horríveis vassouras velhas de escola, até os do sétimo, que, por serem muito mais altos que os demais, aparentavam um ar tranquilo e superior. Este último grupo incluía um rapaz robusto de cabelos duros que Harry imediatamente reconheceu do Expresso de Hogwarts.

– A gente se encontrou no trem, no compartimento do velho Slugue – disse ele, confiante, destacando-se da multidão para apertar a mão de Harry. – Córmaco McLaggen, goleiro.

– Você não fez teste o ano passado, fez? – perguntou Harry, notando a corpulência de McLaggen e considerando que ele provavelmente bloquearia os três aros de gol sem sequer se mexer.

– Eu estava na ala hospitalar quando fizeram os testes – disse McLaggen, expressando segurança. – Comi meio quilo de ovos de fada mordente para ganhar uma aposta.

– Certo – disse Harry. – Bem... se puder esperar lá...

Ele apontou para a lateral do campo, perto do lugar em que Hermione estava sentada. Pensou ter visto uma ligeira contrariedade perpassar a fisionomia de McLaggen, e ficou imaginando se o colega esperava um tratamento preferencial pelo fato de serem ambos favoritos do “velho Sluguinho”.

Harry resolveu começar por um teste básico, pedindo aos candidatos para se dividirem em grupos de dez e voarem uma vez em volta do campo. Foi uma boa decisão: os dez primeiros eram calouros e não poderia ter ficado mais claro que não estavam habituados a voar. Apenas um dos garotos conseguiu se manter no ar por mais de alguns segundos, e foi tal a sua surpresa que ele em seguida bateu em uma das balizas.

O segundo grupo era formado por dez das garotas mais bobas que Harry já encontrara na vida e que, quando ele apitou, simplesmente ficaram rindo demais e se agarrando umas nas outras.

Entre elas, Romilda Vane. Quando mandou-as sair do campo, obedeceram muito contentes e foram sentar nas arquibancadas, de onde ficaram perturbando todo o mundo. Menos Thayná, que estava sentada no canto com Gina, Enzo, Klaus e Kevin.

O terceiro grupo engavetou na metade da volta em torno do campo. A maior parte do quarto grupo não tinha trazido vassouras. O quinto grupo era formado por alunos da Hufflepuff.

– Se tiver mais alguém aqui que não seja da Gryffindor – berrou Harry, que estava começando a se sentir seriamente aborrecido –, por favor, se retire agora! Podem ver o teste mas nada alem disso!

Fez-se silêncio e logo dois aluninhos da Ravenclaw saíram correndo do campo, abafando risadinhas.

Depois de duas horas, muitas reclamações e vários acessos de raiva, um deles envolvendo uma Comet 260 acidentada e vários dentes partidos, Harry descobrira três artilheiros: Katie Bell, que voltava ao time após um excelente teste, Thayná Marshall, que obviamente foi mais do que perfeita, e Gina Weasley, que voara melhor que todos os candidatos e, de quebra, marcara dezessete gols. Harry, embora satisfeito com suas escolhas, ficara rouco de tanto gritar com os muitos descontentes, e agora estava enfrentando batalha semelhante com os batedores recusados.

– Esta é a minha decisão final, e se não desimpedirem o campo para os goleiros, vou azarar todos vocês – urrou ele.

Você dando ordens me deixa exitada — falou Thayná na mente de Harry.

Harry se mexeu no assento e olhou para Thayná, que estava deitada no colo de seu avô com a cara mais inocente do mundo.

Eu resolvo seu problema depois, Diaba.

A Marshall mordeu os lábios para reprimir um sorriso de canto.

Nenhum dos batedores selecionados possuía a antiga genialidade de Fred e Jorge, mas Harry ficou razoavelmente satisfeito: Jaquito Peakes, um terceiranista baixo, mas de peito largo que conseguira fazer um galo do tamanho de um ovo na nuca de Harry, que curou rapidamente, batendo um balaço com ferocidade, e Cadu Coote, que parecia franzino mas tinha boa pontaria. Eles agora tinham ido se reunir aos outros nas arquibancadas para acompanhar a seleção do último membro da equipe.

De propósito, Harry deixara o teste dos goleiros para o fim, na esperança de ter um estádio menos cheio e menos pressão sobre os envolvidos.

Infelizmente, porém, todos os candidatos recusados e um bom número de pessoas que aparecera para assistir aos testes depois de um demorado café da manhã tinham engrossado a multidão, agora maior que nunca.

— Você até que está sendo paciente. — disse James. — Eu geralmente jogo azaração em todos até ficarem só os candidatos no campo.

— Mas você é louco. Não tem como competir — disse Marlenne. James a olhou ofendido.

Quando um goleiro voava até as balizas, a multidão incentivava ou vaiava com igual disposição. Harry olhou para Rony, que não conseguia controlar seu nervosismo: tivera esperança de que a vitória na partida decisiva do semestre anterior o curasse, mas agora via que não: um delicado tom de verde coloria o rosto do amigo.

Nenhum dos primeiros cinco candidatos pegou mais de dois gols cada. Para grande desapontamento de Harry, Córmaco McLaggen defendeu quatro dos cinco lançamentos. No último, no entanto, voou exatamente na direção oposta; a multidão riu e vaiou, e o rapaz voltou para o chão rangendo os dentes.

Rony parecia prestes a desmaiar, quando montou a sua Cleansweep Onze.

– Boa sorte! – gritou uma voz das arquibancadas. Harry se virou esperando ver Hermione, mas era Lilá Brown.

Ele teria gostado muito de tapar o rosto com as mãos, como fez a garota pouco depois, mas achou que, como capitão, devia demonstrar um pouco mais de coragem, e preparou-se para assistir ao teste de Rony.

— VAI AMOR DA MINHA VIDA! — Ecoou o grito de Enzo.

— SE VOCÊ CONSEGUIR EU TE DOU UM PRESENTE DEPOIS, AMORZINHO! — Berrou Klaus.

— Vocês são muito idiotas — gargalhou Rony. — Até hoje não ganhei meu presente.

— Eu não posso trair a Gina.

— Eu também não posso trair a Caryna.

— Idiotas — disseram Caryna e Gina rindo junto a sala.

Harry, reprimiu uma gargalhada. Diferente de Hermione, Caryna, Klaus, Enzo e Kevin.

Harry viu Rony sorrindo um pouco e ficou mais tranquilo pelo amigo.

Não precisava ter se preocupado: o amigo defendeu uma, duas, três, quatro, cinco penalidades seguidas. Feliz e se contendo a custo para não fazer coro aos gritos da multidão, Harry se voltou para McLaggen para lhe comunicar que, infelizmente, Rony o vencera, mas deparou com a cara vermelha do rapaz a centímetros da sua. Recuou rápido.

– A irmã dele não se empenhou de verdade – disse McLaggen em tom de ameaça. Havia uma veia latejando em sua têmpora como a que Harry muitas vezes admirara no tio Válter. – Ela facilitou para o irmão.

– Besteira – replicou Harry friamente. – Esse foi o que ele quase perdeu.

McLaggen chegou mais perto de Harry, que desta vez enfrentou-o.

– Me dá outra chance.

– Não, você teve a sua chance. Defendeu quatro. Rony defendeu cinco. Rony é o goleiro, ele conquistou o lugar honestamente. Saia da minha frente.

— Escuta Potter...

— Por acaso você é surdo? — disse Thayná, parando ao lado de Harry. — Você ouviu o Capitão. Vaza.

— Se você vazar comigo, ficarem muito feliz de ir — McLaggen olhou Thayná de cima a baixo e tentou segurar sua mão.

Mas Harry foi mais rápido e torceu o pulso do garoto.

— Se ainda deseja continuar tendo mãos para jogar Quadribol. Sugiro que tome cuidado com o que fala para a minha namorada. E não a toque, porra!

— Harry... — Thayná passou a mão pelo pescoço de Harry. — Ele não vale a pena.

— Some da minha frente — rosnou Harry, jogando o idiota no chão.

Harry pensou por um momento que o rapaz fosse lhe dar um soco, mas ele se contentou em fazer uma careta e se afastou, enfurecido, aparentemente vociferando ameaças para o ar.

— Namorada? — perguntou Thayná, arqueando a sombrancelha.

— Desculpa, eu...

— Me encontra na comunal depois da sua detenção com o Ranhoso — disse ela.

— Não chama ele assim. — repreendeu Harry, tentando controlar a excitação que correu por seu corpo.

— Seboso então.

— Aí! — exclamou Thayná quando Elfhamea lhe deu um puxão de cabelos. — Desculpa!

Quando Harry se virou, encontrou a nova equipe sorrindo para ele.

– Parabéns – disse rouco, e sentindo falta do toque de Thayná em si. – Vocês voaram realmente bem...

– Você foi genial, Rony!

Desta vez era realmente Hermione que vinha correndo das arquibancadas;
Harry viu Lilá sair do campo com Parvati, com uma expressão mal-humorada no rosto. Rony parecia extremamente prosa e até mais alto do que o normal ao se virar sorrindo para a equipe e para Hermione.

— VOCÊ FOI INCRÍVEL, THAY! — Exclamou Kevin, pulando nas costas de Thayná.

— Me diga uma novidade. — riu Thayná, arrumando Kevin em suas costas e levando ele embora no cavalinho.

Isso porque ele era maior que ela.

— Tem como você ser modesta pelo menos uma vez na vida?

— Não. Só digo verdades.

— MARSHALL! O TREINO VAI SER NA QUINTA! — Gritou Harry.

— OK, CAPITÃO! — gritou ela de volta, se virando com um pequeno sorriso de lado.

Depois de marcar o primeiro treino para a quinta-feira seguinte, Harry, Rony, Hermione, Caryna, Klaus e Enzo se despediram do resto da equipe e se dirigiram à casa de Hagrid.

Um sol aguado tentava romper as nuvens, agora que finalmente parara de chuviscar.

Harry sentia muita fome; esperava que houvesse alguma coisa para comer na casa de Hagrid.

– Pensei que ia perder o quarto pênalti – comentou Rony contente. – Foi um arremesso esperto da Demelza, você viu, com um ligeiro efeito...

– Foi, foi, você foi magnífico – disse Hermione, parecendo achar graça.

Fui melhor que o McLaggen – disse ele em tom muito satisfeito. – Vocês viram ele saindo na direção oposta no quinto? Parecia que tinha sido confundido...

Para surpresa de Harry, Hermione ficou muito vermelha ao ouvir isso. Rony não notou; estava ocupado demais descrevendo carinhosamente cada uma das penalidades em detalhe.

Caryna deu uma cotovelada de leve em Mione que a mandou calar a boca. Klaus e Enzo riram baixo.

— Pilantra! — falaram os Marotos.

— Fala se essa mal-humorada não é perfeita — disse Rony, roubando um selinho de Hermione.

— Rony! — disse ela, corando. — Não foi nada de mais...

O enorme hipogrifo cinzento, Bicuço, estava amarrado à frente da cabana de Hagrid. Bateu o afiadíssimo bico quando os garotos se aproximaram virando a cabeçorra para eles.

– Nossa! – exclamou Hermione nervosa. – Ele ainda dá medo, não acham?

– Fala sério, você já montou nele! – disse Rony.

Harry se adiantou e fez uma profunda reverência para o hipogrifo, mantendo o contato visual com o animal, sem piscar. Segundos depois, Bicuço se curvou também.

– Como vai indo? – perguntou Harry em voz baixa, aproximando-se para acariciar as penas de sua cabeça. – Sente falta dele? Certeza Sirius vai ficar feliz em ver você de novo qualquer dia. Mas você está bem aqui com o Hagrid, não é verdade?

– Oi! – gritou uma voz.

Hagrid saíra de um canto da cabana usando um grande avental florido e trazendo um saco de batatas na mão. Seu enorme cão, Canino, que o acompanhava de perto, deu um tremendo latido e avançou para os garotos.

– Para trás! Ele vai comer seus dedos... ah, são vocês.

Canino cumprimentava Hermione, Rony, Caryna, Klaus e Enzo aos pulos, tentando lamber suas orelhas. Hagrid parou, olhou-os por uma fração de segundo, e depois virou as costas e entrou na cabana batendo a porta.

– Ah, não! – exclamou Hermione, apreensiva.

– Não se preocupem – disse Harry mal-humorado, indo até a porta e batendo com força.

– Hagrid! Abre, queremos falar com você!

Não houve resposta dentro da casa.

– Se você não abrir a porta, vamos arrombá-la! – ameaçou Harry, erguendo o punho.

– Harry! – exclamou Hermione chocada. – Não é possível...

– É, sim! – retrucou Harry. – Cheguem para trás...

Mas, antes que pudesse continuar a falar, a porta se escancarou e Hagrid surgiu com um ar agressivo e, apesar do avental florido, decididamente assustador.

– Sou um professor! – urrou para Harry. – Um professor, Potter! Como se atreve a ameaçar arrombar minha porta!

– Peço desculpas, senhor – disse Harry, sublinhando a última palavra enquanto abaixava o punho.

Hagrid pareceu confuso.

– Desde quando você me chama de “senhor”?

– Desde quando você me chama de “Potter”?

— Parecem um casal brigando — gargalhou Remus.

— Como que leva a sério? — riu Sirius.

– Ah, muito esperto – rosnou Hagrid. – Muito engraçado. Ganhou, não é?
Muito bem, então entrem, seus ingratinhos...

Resmungando sombriamente, ele recuou para deixá-los passar. Hermione entrou depressa atrás de Harry, muito assustada.

– Então – disse Hagrid rabugento, enquanto Harry, Rony, Hermione, Caryna, Klaus e Enzo se sentavam à sua enorme mesa de madeira. Canino descansou imediatamente a cabeça no joelho de Harry, babando-lhe as vestes. – Que foi? Sentiram pena de mim? Concluíram que eu estava solitário ou outra coisa qualquer?

– Não – retorquiu Harry. – Queríamos ver você.

– Sentimos saudades de você – disse Hermione, trêmula.

– Sentiram saudades, foi? – perguntou Hagrid, bufando. – Tá. Tá bem.

Ele andou pisando forte pela casa, preparando o chá em sua enorme chaleira de cobre, entre resmungos.

Klaus e Enzo tossiram risadinhas.

Por fim, bateu na mesa, diante dos garotos, seis canecas, verdadeiros baldes, cheias de chá escuro, e um prato de bolinhos duros com frutas secas. A fome de Harry era suficiente até para encarar a comida de Hagrid, e ele se serviu logo.

– Hagrid – arriscou Hermione timidamente, quando ele veio se sentar à mesa e começou a descascar batatas com uma violência tal que sugeria que cada uma lhe fizera uma grande afronta –, nós queríamos continuar a estudar Trato das Criaturas Mágicas, sabe.

Hagrid deu outro enorme bufo pelo nariz. Harry pensou ter visto algumas melecas irem parar nas batatas e intimamente agradeceu que não fosse ficar para jantar.

– Queríamos, sim! – insistiu Hermione. – Mas não conseguimos encaixar sua matéria nos nossos horários!

– É, sei – tornou a concordar Hagrid.

Houve um estranho ruído de sucção e todos se viraram para olhar: Hermione e Caryna deixaram escapar um gritinho, Klaus e Enzo fizeram caretas, e Rony saltou da cadeira, deu a volta à mesa e foi examinar uma barrica a um canto, em que tinham acabado de reparar.

Estava cheia de bichos que se contorciam e lembravam larvas de trinta centímetros de comprimento, brancas e viscosas.

– Que é isso, Hagrid? – perguntou Harry, tentando parecer interessado em vez de enojado, mas largando o seu bolinho.

– Vermes gigantes – respondeu ele.
– E quando eles crescem viram...? – indagou Rony, apreensivo.

– Não viram nada, comprei esses para alimentar Aragogue.

E, inesperadamente, ele caiu no choro.

– Hagrid! – exclamou Hermione, levantando-se e contornando a mesa para evitar a barrica e abraçar o amigo pelos ombros trêmulos. – Que aconteceu?

– Ele... – Hagrid engoliu em seco, seus olhos de besouro vertendo lágrimas ao mesmo tempo que enxugava o rosto com o avental. – ... Aragogue... acho que está morrendo... ficou doente no verão e não melhorou... Não sei o que vou fazer se ele... se ele... estamos juntos há tanto tempo...

— Graças a Merlin. Tava demorando já. Aí Lírio!

— Tenha mais respeito, Potter! — repreendeu Lili, batendo no braço de James.

Hermione deu palmadinhas carinhosas no ombro de Hagrid, parecendo completamente perdida, sem saber o que dizer. Harry sabia como ela estava se sentindo. Já tinha visto Hagrid presentear um dragão-bebê feroz com um ursinho de pelúcia, já o tinha visto ninar enormes escorpiões com sugadores e ferrões, tentar argumentar com o brutamontes estúpido que era seu irmão, mas esta agora talvez fosse a sua fantasia com monstros mais incompreensível: Aragogue, a gigantesca aranha falante que morava no âmago da Floresta Proibida e da qual ele e Rony tinham escapado por um triz fazia quatro anos.

Tem alguma... tem alguma coisa que a gente possa fazer? – perguntou Caryna, desconsiderando os frenéticos acenos de cabeça e caretas de Rony.

– Acho que não, Caryna – respondeu Hagrid com a voz sufocada, tentando conter o dilúvio de lágrimas. – Sabe, o resto da tribo... da família de Aragogue...
está ficando meio esquisita, agora que ele está doente... meio intratável...

– Sei, acho que conhecemos um pouco esse lado deles – insinuou Rony.

– ... acho que não seria seguro para ninguém, a não ser eu, se aproximar da colônia neste momento – concluiu Hagrid, assoando o nariz com força no avental e levantando a cabeça. – Mas obrigado pelo oferecimento, Caryna...
significa muito...

Depois disso a atmosfera ficou bem mais leve, porque ainda que Harry e Rony não tivessem manifestado a menor disposição de levar os gigantescos vermes para a aranha assassina e gargantuélica, Hagrid pareceu acreditar que teriam gostado de fazê-lo, e voltou ao seu natural.

Ãh, eu sempre soube que vocês teriam dificuldade em me encaixar nos seus horários – disse rouco, servindo-os de mais um pouco de chá. – Mesmo que requisitassem vira-tempos...

– O que não poderíamos ter feito – explicou Klaus. – Destruímos o estoque inteiro de vira-tempos do Ministério quando estivemos lá no verão. Deu no Profeta Diário.

– Ah, então. Não tinha jeito de encaixar... Desculpe eu ter sido... entendem...
andei muito preocupado com Aragogue... e me passou pela cabeça que se o professor fosse a Grubbly-Plank...

Ao que os seis afirmaram categórica e mentirosamente que a professora Grubbly-Plank, que substituíra Hagrid algumas vezes, era uma péssima professora; em consequência, quando se despediram, ao anoitecer, Hagrid parecia muito contente.

– Estou morto de fome – disse Harry depois que a porta se fechou e eles saíram apressados pelos jardins escuros e desertos; ele largara o bolinho duro quando ouviu um ruído agourento de rachadura em um dente molar. – E tenho aquela detenção com o Snape hoje à noite. Não vai sobrar muito tempo para jantar.

— Nos falamos amanhã. Tchau! — falaram Klaus, Caryna e Enzo indo para suas mesas.

Quando chegaram ao castelo viram Córmaco McLaggen entrando no Salão Principal. O garoto fez duas tentativas de passar pelas portas; na primeira, ricocheteou no portal. Rony meramente riu, pretensioso, e entrou no salão atrás do colega, mas Harry pegou Hermione pelo braço e a fez parar.

– Que foi?! – exclamou ela em tom defensivo.

– Se alguém me perguntasse – disse ele em voz baixa e zombeteiro –, eu diria que pelo visto McLaggen foi confundido. E ele estava bem diante do lugar em que você se sentou.

Hermione corou.

– Ah, tudo bem, fiz isso, sim – sussurrou ela. – Mas você devia ter ouvido o que ele estava falando de Rony e Gina! De qualquer modo, ele é genioso, você viu a reação dele quando não entrou para a equipe: você não ia querer um jogador assim.

– Não. Não, suponho que não. Mas não foi uma desonestidade, Hermione? Quero dizer, você é monitora, não é? Tem que dar o exemplo e tals.

– Ah, cala a boca Harry! – protestou ela, fazendo-o rir.

– Que é que vocês dois estão fazendo? – quis saber Rony, reaparecendo à porta do Salão Principal, desconfiado.

– Nada – responderam os dois juntos apressando-se a seguir Rony. O cheiro do rosbife fez o estômago de Harry doer de fome e seu lobo uivar animado, mas não tinham chegado a dar três passos em direção à mesa da Gryffindor quando o professor Slughorn apareceu, bloqueando o seu caminho.

– Harry, Harry, exatamente a pessoa que eu queria ver – cumprimentou o professor cordialmente com o seu vozeirão, enrolando as pontas dos bigodes de leão-marinho e empinando a enorme barriga. – Eu estava na esperança de encontrá-lo antes do jantar! Que é que você me diz de fazer uma pequena ceia nos meus aposentos? Vamos dar uma festinha com meia dúzia de astros e estrelas em ascensão. Estarão lá o McLaggen, o Zabini e a encantadora Melinda Bobbin, não sei se você a conhece. A família é proprietária de uma grande cadeia de farmácias; e, naturalmente, gostaria muito que a srta. Granger me desse o prazer de comparecer também.

Slughorn fez uma breve reverência para Hermione ao concluir. Era como se Rony não estivesse presente; o professor nem olhou para ele.

– Não posso ir – apressou-se a dizer Harry. – Tenho de cumprir uma detenção com o professor Snape.

– Ai, ai, ai! – exclamou Slughorn com uma cômica expressão de desapontamento. – Que pena, eu estava contando com você! Bom, então vou dar uma palavrinha com o Snape explicando a situação, tenho certeza de que conseguirei convencê-lo a adiar a detenção. É, vejo vocês dois mais tarde! Vocês viram a Srta. Marshall?

— Não, não a vejo desde hoje cedo. — disse Rony.

— Que pena.

E saiu rápido do salão.

– Ele não tem a menor chance de convencer Snape – comentou Harry, assim que o professor se afastou o suficiente para não ouvir. – Essa detenção já foi adiada uma vez; Snape fez um favor a Dumbledore, mas não fará a mais ninguém.

– Ah, eu gostaria que você fosse. Não quero ir sozinha! – disse Hermione ansiosa. Harry sabia que ela estava pensando em McLaggen. — Espero que Thayná vá.

– Duvido que você fique sozinha. Gina provavelmente será convidada – retorquiu Rony, que não aceitou de boa vontade o fato de ter sido ignorado por Slughorn.

Depois do jantar, os três voltaram à Torre da Gryffindor. A sala comunal estava apinhada, porque a maioria dos alunos já terminara o jantar, mas os garotos conseguiram arranjar uma mesa desocupada e se sentaram; Rony, que ficara mal-humorado desde o encontro com Slughorn, cruzou os braços e ficou olhando para o teto de testa franzida. Hermione apanhou um exemplar do Profeta Vespertino que alguém largara em uma cadeira.

– Alguma notícia nova? – perguntou Harry.

– Nova mesmo, não... – Hermione abriu o jornal e passou os olhos pelas páginas internas. – Ah, olhe, o seu pai está aqui, Rony, mas não é nada de ruim!
– acrescentou depressa, porque o garoto olhara assustado. – Só diz que ele foi visitar a casa dos Malfoy. “A segunda busca na residência dos Comensais da Morte aparentemente não produziu resultados. Arthur Weasley, da Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados diz que sua equipe agiu em função de uma informação confidencial.”

– Foi minha! – disse Harry. – Contei a ele na estação de King’s Cross sobre o Malfoy e aquela coisa que ele estava tentando fazer o Borgin consertar! Bom, se não está na casa deles, então o Malfoy deve ter trazido o tal objeto para Hogwarts...

– Mas como poderia ter feito isso, Harry? – perguntou Hermione, baixando o jornal, surpresa. – Todos fomos revistados quando chegamos, não é?

– Você foi? – admirou-se Harry. – Eu não!

– Claro que você não foi, esqueci que chegou mais tarde... bem, Filch fez uma varredura em todos nós com sensores de segredos quando pisamos no Saguão de Entrada. Qualquer objeto das Trevas teria sido encontrado, sei que ele confiscou uma cabeça mumificada do Crabbe. Então, Malfoy não pode ter trazido nada perigoso!

Momentaneamente desarmado, Harry ficou apreciando Thayná passar lendo um livro de capa preta com detalhes vermelhos até poder contornar aquela objeção.

– Então alguém mandou o objeto por correio-coruja. A mãe ou outra pessoa qualquer.

– Todas as corujas estão sendo verificadas também – replicou Hermione. – Foi o que Filch nos disse quando estava enfiando aqueles sensores em todo lugar ao seu alcance.

Realmente atordoado, Harry não encontrou o que dizer. Parecia não haver meios de Malfoy ter trazido um objeto perigoso ou das Trevas para a escola. Ele olhou esperançoso para Rony, que estava sentado de braços cruzados, olhando para Lilá Brown.

— Aí! — exclamou Rony, quando Rosy lhe deu um belisco.

— Se orienta, pai!

— Sim! O Senhor não pode ficar com outra pessoa sem ser a mamãe! — falou Hugo, fazendo bico.

— Eu realmente levei uma bronca dos meus futuros filhos? — perguntou Rony, sorrindo.

— Levou sim — disse Hermione, rindo.

– Você consegue pensar em algum meio de Malfoy...?

– Ah, esquece, Harry – disse Rony.

– Escute aqui, não é minha culpa que Slughorn só tenha convidado nós dois para essa festinha idiota, nem queríamos ir, sabe! – exclamou Harry se irritando.

– Bom, como não sou convidado para festa nenhuma – retrucou Rony se levantando –, acho que vou dormir.

E saiu mal-humorado em direção à porta do dormitório dos garotos, deixando Harry e Hermione de olhos arregalados.

– Harry? – chamou Demelza Robins, uma das candidatas para artilheira, aparecendo de repente ao seu lado. – Tenho um recado para você.

– Do professor Slughorn? – perguntou Harry, esticando-se esperançoso.

– Não. Do professor Snape. – Harry desapontou-se. – Ele manda dizer para você ir ao escritório dele às oito e meia para cumprir sua detenção... ah... não interessa quantos convites para festas você tenha recebido. E ele quer que você saiba que vai separar vermes bons dos podres para serem usados na aula de Poções, e... e diz também que não precisa levar luvas de proteção.

– Certo – disse Harry chateado. – Muito obrigado, Demelza.

Bom, pelo menos o encontro com Thayná estava mais próximo.

— Passa para cá, Stevan! — disse James Sirius. — Eu leio agora.

—— ☆゚⁠.⁠*⁠・⁠。゚.  ——

☆゚⁠.⁠*⁠・⁠。゚.  NOTA DA AUTORA

Oiê! Como vai gente? Espero que estejam bem :)

O que acharam do Harry todo ciumento? Confesso que fiquei bobinha. Acho que a Thay também hein kkkk

Será que eles vão se resolver no próximo cap? 👀

Me digam tudo que estão achando e oq acham que vai acontecer! Bjs e até mais<3

XOXO<3

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