EFEITO DO CAOS

By VRomancePlus

24.6K 3.1K 465

+18 DARK ROMANCE DE VROMANCEPLUS. S i n o p s e Everest Thomas volta para Seattle depois de anos morando com... More

avisos + personagens principais
s i n o p s e + p e r s o n a g e n s
c a p í t u l o 1 - S o r r i s o ☠︎
c a p i t u l o 2 - i n t u i t i o n
c a p í t u l o 4 - v o c ê
c a p í t u l o 5 - l o u c o ☠︎︎
c a p í t u l o 6 - b o g e y m a n
c a p i t u l o 6 (parte 2)
c a p i t u l o 7 - D e n a l i
c a p í t u l o 8 - o p a s s a d o
c a p í t u l o 9 - a m e a ç a
c a p i t u l o 1 0 - v i b r a ç o e s
c a p í t u l o 11 - U n i v e r s i d a d e
c a p í t u l o 12 - d j a v ú
c a p í t u l o 13 - F i q u e L o n g e
c a p í t u l o 1 4 - l o c a l i z a ç ã o
c a p i t u l o 1 5
c a p i t u l o 16
c a p i t u l o 17
c a p í t u l o 18
c a p í t u l o 19
c a p í t u l o 20
c a p í t u l o 21
c a p i t u l o 22

c a p í t u l o 3 - B i g (pai)

1.1K 147 17
By VRomancePlus

Everest

14 de julho em Seattle..

Ainda estava aérea quando desembarquei

Precisei parar e respirar fundo, ficar calma e não deixar transparecer que fiquei mais de cinco horas ao lado de alguém tão perigoso.

Soprei uma risada nervosa. Aquele tipo de situação estranha parecia só acontecer comigo, porque olha, sinceramente...

Quem fugiu do sanatório? Babaca!

— Você não pode deixar ele te intimidar, Eve, por favor né. — Falei comigo mesmo. — nem mesmo conhece o cara.

Um miserável. Era o que ele era.

Viu que eu estava sozinha e se aproveitou, típico. Além de me amendrontar ainda zombou do meu... Como alguém zomba do sorriso de outra pessoa? Grandíssimo filho de uma puta. Quem ele pensava que era? Quem diabos fala do sorriso de alguém sem nem mesmo conhecer?

Tentei respirar com calma.

Sim, fiquei chateada com aquela parte. Que fosse para o inferno! Sem contar como seus olhos estavam estranhos, como se ele estivesse fora de si. Inalei uma lufada de ar, deixando alguns segundos nos pulmões antes de soltar.

Estendi a mão aberta em frente ao corpo. Meus dedos tremelicavam. Estava nervosa, meu peito doendo com algumas pontadas de tão densa que minha respiração se encontrava.

Fechei os olhos na vã tentativa de ficar calma.

De qualquer maneira, o descontrole só durou até ver uma placa enorme adiante, escrita com letras maiúsculas e chamativas que dizia: EVEREST, ARRASTE SUA BUNDA ATÉ DENALI, AGORA!

Fechei os olhos, não acreditando que ela fez aquilo.

Reabrindo-os, confirmei. Deixei uma risada alta e sincera escapar. As pessoas encaravam-na como se não entendessem a piada. Balançei a cabeça.

Passei por entre o amontoado de gente; a maioria irradiando felicidade, talvez por reencontrar a família ou amigos em muito tempo, era suposto.

A ansiedade me dominou à medida que minhas passadas se tornaram cada vez mais largas. Já tinha um tempo que não nos víamos. Pouco menos de um ano. E mais de dois em que eu pus os pés em Seattle. Bom, isso era muito tempo.

A primeira coisa que vi foi sua roupa rosa chamativa. Ultimamente, ela estava adotando o estilo dos anos dois mil. Um óculos rosa no topo da cabeça chamava atenção para o seu rosto bonito e grande. Minha irmã era linda. Os lábios grossos brilharam de longe pintados com gloss; puxaram do meu pai.

A pele caramelo era uma mistura de sua mãe com ele.

Tinhamos à mesma altura no entanto. Mas visualmente, éramos bem diferentes; eu herdei tudo da minha mãe e nada do Big. Meus cabelos claros e cacheados combinavam com minha pele branca, um tanto bronzeada entretanto, devido ao clima em São Petersburgo. Já meus lábios eram finos, comparado aos seus.

Denali havia cortado o cabelo, percebi ao me aproximar ainda mais. Suas curvas chamavam atenção de todos que passavam. Tínhamos quase o mesmo peso, mas ser gorda nunca foi um problema pra ela. Pra mim foi um tanto difícil na adolescência e no internato, onde a comparação era inevitável. As crianças eram cruéis demais na maioria das vezes. Não tinha melhorado muito, eu que passei a não tolerar "opiniões" relacionados a minha aparência.

Desde que não afetasse a minha saúde e eu estivesse bem comigo mesma, aprendi com a minha mãe que devia mandar todos para o inferno.

— Você está realmente aqui! — ela gritou quando me viu e soltou o cartaz, lançando seus braços no meu pescoço assim que parei diante dela.

O sorriso não deixou meu rosto. Era bom finalmente estar ali. Relaxei. Seu cheiro era o mesmo de sempre e eu me senti em casa.

— Parece que sim — comentei divertida retribuindo seu abraço apertado.

Suspirei e a apertei ainda mais forte, ela soltou uma risadinha.

— Saudades?

— Sim. — Murmurei.

Nos abraçamos por mais tempo do que normalmente faríamos, mas sabia que era porque Denali estava feliz que finalmente estávamos juntas.E eu também.

Era uma nova fase pra mim e a euforia por ela fazer parte daquilo foi minha companheira.

— Quando suas coisas chegaram, eu surtei. — pegou minha mochila e cruzou nossos braços, me arrastando para fora. — Veio até uma poltrona, uma poltrona velha de couro, Everest! — reclamou indignada.

Eu ri, ela bufou.

— Muita coisa? — me desculpei com um olhar.  — Minha mãe sabe exagerar, você sabe. — Denali deu de ombros.

— Gaia me assusta — Confessou e riu — Mas se preocupa com você e é isso que importa. No entanto, eu me senti insultada com aquela poltrona. Minha casa tem poltrona e eu compraria pra você se quisesse. — reclamou e fez bico. — Não tinha a mínima necessidade de trazer de tão longe.

— Ela acha que ficarei melhor com algo familiar vindo de casa. — minha irmã arqueou sobrancelha, eu emendei: — e também pesquisou no google que um objeto familiar faria eu me adaptar mais rapidamente. Ela não viveria sem o google e confia nele.

— Ninguém compete com o sabe tudo.

Denali segurou a risada. A minha mãe era um tanto cuidadosa e eu me acostumei aquilo, eu não a culpava por ter se tornado daquela maneira. Acontecimentos colaboraram para tal coisa.

Minha irmã pôs a cabeça no meu ombro, murmurando o quanto sentiu minha falta enquanto íamos em direção à saída.

— Cadê o seu carro? — perguntei quando ela pegou o celular pra falar com o motorista do aplicativo.

— Eu bati com ele.

Ah...

ESPERA, O QUÊ?!

Arregalei os olhos e virei o pescoço para encará-la. Denali gesticulou fazendo pouco caso, como se fosse nada o fato dela bater o carro.

Bater. O. Carro!

— Como isso aconteceu?

— Esquece, nem foi nada demais. Olha, em dois minutos ele estará aqui — Balançou o celular em frente ao meu rosto.

Abaixei sua mão, esperando uma explicação. Ela ficou bem? Porque não fiquei sabendo?

— Denali...

— Foi uma batida besta. Fui buscar um conhecido que resolveu beber demais na festa e ele acabou se jogando em mim dentro do carro, aquele beberrão desgraçado. Ainda vomitou na minha calça nova. — fez uma careta — Perdi o controle e bati na arvore. Ficamos bem, relaxa.

Fiquei com um pé atrás, mas ela não me deu à chance de falar mais nada quando o carro parou à alguns metros e eu fui puxada.

No carro, percebendo meu silêncio, puxou o lenço rosa enrolado na alça da minha mochila, chamando minha atenção.

— Isso é meu agora. Combina com a minha roupa.

Dei risada e elá deitou a cabeça no meu ombro.

☠︎

O clima ali era algo com o qual teria que me acostumar. Estava adaptada para climas quentes, mas até gostava de chuva e frio, então não iria ser um desafio.

Saímos do elevador e avançamos parando em frente ao apartamento.

Denali enfiou a chave na fechadura e eu notei quando ela fez uma careta e recuou um passo.

— O que foi? — Perguntei.

— Estranho, eu tranquei a porta. — Disse e me olhou — Espera um segundo. Recua um pouco.

Me afastei da porta.

Ouvi minha pulsação acelerar à medida que imaginei vários cenários e todos eles me levavam à Big. Tudo de ruim que acontecia conosco era devido aquela vida desgraçada que ele levava; recheado de drogas, roubos e morte.

Denali pegou o celular, digitou rapidamente, levou a orelha e esperou...

— Quem está na minha casa? — Seu tom de voz mudou, e aquela voz brincalhona sumiu, dando lugar a uma séria e intimidadora. Parecia outra pessoa — Rone, eu não estou nem ai para o que você deve ou não deve falar. — sua voz era ameaçadora — Ele está aqui dentro? Foda-se o meu tom de voz! É a minha casa porra.

Fechei os olhos e suspirei ao mesmo tempo em que ela xingou.

Não precisei ouvir mais nada para entender o que estava acontecendo.

— Ele está aqui? — Perguntei, minha irmã desligou e se aproximou.

— Parece que sim. — levou dois dedos à ponte do nariz e apertou — Olha, me desculpa Everest, eu falei pra ele ficar longe... Que droga, pai.

Puxei uma lufada de ar e soltei devagar tentando manter a calma. Não era como se eu não fosse vê-lo uma hora ou outra.

Mas não esperava que fosse tão rápido.

— Tudo bem. Quer dizer, eu não esperava encontrá-lo hoje, mas sabia que teria que encará-lo em algum momento.

— Eu sinto muito. — Lamentou.

— Tudo bem, pode abrir.

Ela ainda me olhou e hesitou antes de enfim fazer.

Entramos. Meu pai estava de pé, ao lado do sofá. Ele segurava uma caixa vermelha e tinha um sorriso enorme em seus lábios. Ele não havia mudado muito apesar de não nos vermos por dois anos. Olhando-o ali, tão formal, de blusa gola alta, calça social e um sobretudo de couro, nem parecia que fazia o que fazia.

Não evitei uma careta.

— Vocês duas... — Suspirou emocionado dividindo o olhar entre eu e Denali. Ele não tirou o sorriso do rosto. Um sorriso de pai orgulhoso.

Pisquei repetidas vezes e desviei o olhar. Era difícil evitá-lo, porque o amava. Mas só amor não era suficiente, nunca era.

Segurando a respiração eu passei direto por ele e segui para a escada.

— Pai... — Minha irmã o chamou.

Entendia a sua posição e fiquei com pena dela.

— Everest! — Ele chamou alto, sério, ignorando-a. Eu parei no primeiro degrau, no entanto não me virei.

Meu coração bombeava rápido dentro do peito e eu fiz de tudo para controlar a respiração.

— Eu não quero vê-lo, Big. Achei que tinha ficado claro com as ligações que eu rejeitei todos os dias, em todos esses anos. Com as mensagens que ignoro... — deixei as palavras saírem frias e desdenhosas.

Suguei uma lufada silênciosa de ar. Meus olhos tremeram.

— Você é minha filha! Não pode me deixar de fora para sempre. E eu não sou Big, não para vocês.

Dei risada.

— Não quero você na minha vida. Não quero a sua vida, a que escolheu, colidindo comigo de novo. — cerrei os dentes, ignorando a pontada no peito, enfatizando bem a sua escolha — Saia daqui e fique longe, estou aqui por Denali e só. Você me mandou para longe uma vez, me trancando em um colégio, não me obrigue a fazer isso por conta própria agora. Eu só quero viver.  — Disse tudo de uma vez, sem respirar.

Ele ficou quieto, mas ouvi  atentamente quando grunhiu. Contudo, logo deixou escapar um riso baixo. Um riso que dizia : tudo bem, eu posso ser paciente.

— Pai, Everest prescisa descansar. Por favor, vá embora. — Denali pediu, sabendo que se ele forçasse mais alguma coisa, a decisão de ficar ali não significaria nada para mim, eu daria meia volta sem pensar.

Eu queria ficar, no entanto. E ela queria que eu ficasse.

Ouvi seus passos confiantes quando ele avançou em direção a saída. Minha irmã foi atrás dele e logo pude ouvir os murmúrios do outro lado da porta.

Subi a escada. Subitamente todo o cansaço resolvendo cair nas minhas costas assim que abri a porta do quarto que seria meu pelos próximos anos.

— Obrigada mãe. — Agradeci baixinho quando o cheiro familiar das minhas coisas invadiu meu nariz

Eu só precisava de um banho e um cochilo que durasse no mínimo cinco horas.

E foi o que fiz, tentando ignorar que aquele dia era só o primeiro e conhecendo-o como conhecia, ele não iria se manter longe.





Continue Reading

You'll Also Like

92.5K 6.9K 29
📍Sicília - Itália Gina Pellegrine é uma menina doce e inocente criada sob educação religiosa, que conquista os olhares de todos aonde quer que pass...
27K 1.4K 41
Shivani vai trabalhar na imprensa nosh , so que não imaginava que ia ser apaixonado pelos donos da imprensa o Noah é Josh E eles também ia ser apai...
109K 13.2K 26
Camila é uma jovem que depois de terminar seu relacionamento, resolve curtir a vida sem se importar com nada e após uma louca noite de curtição, sua...
411K 33.3K 49
Jenny Miller uma garota reservada e tímida devido às frequentes mudanças que enfrenta com seu querido pai. Mas ao ingressar para uma nova universidad...