Ódio.
Mas o que é ódio? É um substantivo masculino, de sentimento de intensa animosidade relativamente a algo ou alguém, geralmente motivado por antipatia, ofensa, ressentimento ou raiva. = AVERSÃO, REPULSA ≠ AMIZADE, AMOR
Origem etimológica:latim odium, -ii, ódio, aversão, ressentimento, má vontade, animosidade, irritação, desagrado, insolência.
Isso é o que estou sentindo nesse exato momento por Jeon Jungkook. Nada além de puro ódio.
"A mas Jimin, o ódio e o amor anda lado a lado."
Podem ter certeza, eu nunca mais irei amar ele de volta, nunca mais.
Mas voltando ao assunto do ódio, simplesmente esse garoto está fazendo o inferno na minha vida. Ele é o tipo de chefe que só vi em fanfic, e que tipo de chefe ele é? A simples: mandão, tirano e insuportável. Não sei como ainda estou aguentando.
Ele muda da água para o vinho, toda vez que ele me busca sempre está sorrindo, só uns dias para cá ele está mais carrancudo.
Se passaram três semanas que eu estou trabalhando para ele, me surpreende como ele é bipolar. Na hora que me busca é uma coisa e quando estamos na empresa é totalmente outra.
"A Jimin, para né, tá exagerando."
Não meus amigos, não estou, vou lhe contar o porquê não estou mentindo.
Ontem, exatamente ontem, aquele insuportável me pediu o café dele de sempre, só que quando fui entregar a ele, simplesmente ele tomou um gole e falou para mim voltar a cafeteria e pegar outro pois aquele estava ruim. Vocês acham que ele me pediu para voltar uma vez? Engano de vocês, ele me pediu para ir lá umas 6 a 7 vezes.
E ele não falava pedindo por favor, ele apenas mandava, mas saibam que eu tive vontade de cuspir naquele copo muitas vezes. Eu perdi mais de 40 minutos fazendo isso.
Esses 40 minutos podia ser usado para terminar de arrumar a agenda dele da semana.
E outra coisa, ele decidiu implicar até com as cores que eu faço os gráficos que ele me pede, falando: "Isso aqui não é uma bandeira LGBT, Park, mude agora". "Vermelho? Vermelho representa baixa de vendas, Park".
Também é um perfeccionista nato, se um espaço estiver a mais que os outros ele me manda refazer, até que tudo esteja alinhado do jeito que ele quer. Ele briga comigo se minha gravata estiver um pouco torta e assim por diante.
Ele é muito insuportável. Não sei porque ainda não parei de pegar carona com aquele narigudo.
Sei, é hipócrita da minha parte xingar ele horrores e pegar carona, porém é algo sustentável e econômico. A passagem está 6 conto, se está 6 conto significa que nessas 3 semanas eu economizei 126 reais.
Viu, está compensando ele gastar combustível do que eu gastar dinheiro.
Nesse exato momento, estava corrigindo alguns relatórios no computador, já que o chefe disse que esses relatórios estava ruim. Eu estava com os imprimidos na mão, jogando fora até que achei uma folha que não era de relatório.
Como ele não estava na sala, estava em outra sala, na de reunião, deixei o papel em cima da minha mesa separadamente, iria entregar a ele depois.
Bom, eu não tinha notado o que estava escrito até que estava procurando uma caneta e acabei lendo do que aquele papel se retratava.
Não era nada demais. Só uma lista do que ainda precisa ser feito para o casamento de Senhorita Kim Chaewon com o senhor Jeon Jungkook.
Básico. Só isso.
Para que vou mentir, estou abalado, não sei o que estou sentindo na verdade. Parece um sentimento egoísta, de tristeza...
Parece que simplesmente o tempo parou, só estava eu encarando aquela lista lendo várias vezes o nome dos noivos.
Eu sei que falei que nesse momento estou o odiando, mas olha isso, está na minha mão uma comprovação que Jeon Jungkook irá se casar, se casar com alguém que não é eu.
Não sou eu que vou me casar com ele, não sou eu que ele vai passar o resto dos dias de sua vida. O mesmo sentimento de abandono voltou para me assombrar é tão agonizante.
Todo aquele esforço para construir um muro em meu coração, para dizer que o superei foi destruído. Sem mais e sem menos.
Eu não o amo.
Mas dizer que superei nossos momentos isso é demais.
Estava tão desnorteado que nem vi alguém entrar na sala, só percebi quando escutei um barulho de roer a garganta, olhei para onde o som estava vindo e vi o desgraçado me encarar.
- O que leu que deixou você tão distraído? Eu estava te chamando quase dois minutos. - ele se aproximou de minha mesa e puxou o papel que estava em minha mão.
Desviei o olhar, abaixando minha cabeça, não queria o ver.
Escutei ele suspirar, passando a mão no rosto e colocou a lista em cima de minha mesa. - Jimin, preciso que procure um buffet e um estúdio de maquiagem. Marque tudo para o dia que está escrito nessa lista. Também preciso que arrume uma loja de vestidos e smoking para casamento.
Ao escutar suas ordens, fechei meus olhos puxando o ar com força. Ele quer que eu seja o organizador dessa merda? Ele deve ter perdido a noção mesmo.
- Vou receber quanto por isso? Pois parece que eu sou o organizador desse casamento. - levantei meu olhar encontrando o dele.
Ficamos assim, nos encarando como fosse a primeira vez, simplesmente eu não estava conseguindo desviar o olhar. O olhar dele estava com um brilho diferente que o costume. Parecia o mesmo brilho de quando nos se conheceu.
Ele desviou o olhar e foi para frente das vidraças observando a movimentação da cidade.
- Te ofereço 8 mil reais para fazer isso, fora mais um aumento de 20% no seu salário. - ele diz virado de costas para mim enquanto arrumava o botão de sua camisa social. - Não estou com tempo de procurar um profissional.
Pensei e pensei muito, eu precisava de dinheiro, todo dinheiro era bem vindo, puxei o ar com força, eu não estava certo da minha decisão, mas pensei em minha mãe, como esse dinheiro iria entrar bem em nossa vidas.
Então resolvi aceitar.
- Certo, senhor Jeon, irei fazer o que me pediu. Na escolha do vestido devo ir com a noiva? - Peguei um caderninho e comecei a anotar o que eu deveria fazer.
Ele virou para mim surpreso, ele achou que eu ia negar dinheiro?
- Obrigado Jimin, não sabe o peso que isso me tira, e respondendo sua pergunta é necessário, já que o vestido vai ser comprado com meu cartão e eu só posso confiar em você para que o carregue. - ele voltou até minha mesa e colocou o cartão em cima, era um cartão black.
Eu iria carregar um cartão black.
Essa porra pagaria minhas contas, minha casa e ainda daria para comprar um carro a vista! Ele era louco em deixar um cartão desse em meu poder.
E se eu perdesse? Se quebrasse, sei lá, algo acontecer????
- Meu Deus, parece que você nunca pegou num cartão desse...- ele riu, o encarei com a maior cara de tacho.
- Senhor Jeon, prefiro que o senhor fique com ele até o dia que eu e sua noiva ir a esta loja de roupas, acredito daqui uma semana. - empurrei o cartão até ele para que ele pegue o que é dele.
- Mas você irá precisar dos dados que está nele para fazer transações para o buffet e outros. - Jeon pega minha mão e coloca o cartão dele na minha palma. - Como eu disse, eu confio em você.
Como ele pode confiar em mim depois de tantos anos? Sei que eu nunca dei motivos para desconfiar. Mas vai saber né?
Suspirei e segurei o cartão.
- Ok... obrigado pela confiança, prometo não decepiciona-lo. - Iniciei meu trabalho, agora eu estava com o trabalho meio dobrado.
...
E assim foi o fim da nossa conversa pelo resto do dia, ele não ousava falar nada e eu menos ainda, únicas falas trocadas eram ele me mandando em algo e eu fazendo o que era mandado.
Nada de anormal.
Já estava passando das quatro horas da tarde quando resolvi ir no banheiro, estava apertado, não havia ido depois do almoço.
Ao chegar no banheiro vi um moreno alto e bonito, muito bonito, ele estava falando sozinho e quando entrei no local acabou levando um susto. Soltei um riso baixo.
— Me desculpe, não quis te assustar. — Falei indo para alguma das cabines me aliviar. Quando voltei para onde estava a pia, o moreno ainda estava ali.
Ele não parava de me encarar de cima a baixo, já estava estranhando, eu não fiz nada para esse cara, ele estava falando sozinho no banheiro que é PÚBLICO, o que ele queria?
— Tá, me achou bonito foi? — estava já sem paciência, com ele me encarando daquela forma.
— Você é o novo funcionário da empresa, certo? Secretário do Senhor Jeon. — olha só gente, um Albert Einstein entre nós.
— Sou sim. E você? — o encarei.
— Sou SeokJin, secretário do vice presidente, ainda não fomos apresentados. — ele até que fim suaviza seu olhar e abre um sorriso, soltei um ar de alívio, não estava afim de ter um inimigo.
Ainda mais quando esse homem é realmente inimigo da feiura, o cara tem a pele limpa e jovial, parece que nunca teve espinhas durante a adolescência.
— Sou Jimin, como sabe sou secretário de Jungkook. É um prazer conhecer você, hyung. — sorri e estendi a mão e ele apertou ela de volta.
— Garoto, dizem que o senhor presidente é o capeta na terra, é verdade?
Concordei com a cabeça sorrindo, que bom saber que chamam o Jungkook de capeta. — Aquele rascunho de Deus do inferno é insuportável, falando nisso eu tenho que arrumar essa roupa, ele odeia funcionários desleixados com a própria aparência. — olhei para frente me vendo no espelho enquanto arrumava minha roupa ficando mais impecável o possível.
— Estou sabendo que ele demitiu três pessoas na mesma semana por aparecer sem roupa formal, isso é real mesmo? — se encostou na pia de costas enquanto me observava a me arrumar.
Pior que aquela história era verdade, três pessoas demitidas por que estavam usando calça jeans.
O certo da empresa é usar calça de afaitetia. Como Jungkook tinha dito; "Pago todos muito bem para que consigam comprar uniforme que é pedido, isso aqui não é faculdade para que vocês venham como querem."
Um ditador eu diria, falei a vocês que essa praga é um tirano.
— É verdade, ele demitiu eles por estarem usando calça jeans, pelo visto a noiva dele deve ter dormido com uma, já que amanheceu putasso. — dei de ombros, acreditava fielmente nessa versão que eu acabei de contar.
— Para ter tanta raiva assim, eu acredito nisso mesmo.
Começamos a rir, até que ele olhou seu pulso que portava um relógio digital e viu que tinha que voltar para a sala do chefe dele. — Preciso ir... Nam- Senhor Kim está me esperando.
Balancei minha cabeça concordando, eu também tinha que ir, se não meu chefinho ditador manda as forças armadas atrás de mim.
— Nos vemos por aí Seokjin hyung. — me despedi dele e fui para a sala de Jungkook, indo direto para minha mesa me sentar.
...
Jungkook como sempre me deixou em casa, minha mãe estava vindo do trabalho ainda, ônibus em horário de pico é terrível, então cheguei uns 30 minutos mais cedo dela.
Peguei meu celular e com ele fui tomar banho, iria ligar para Taehyung enquanto banhava. Nada de anormal.
O celular chamou umas três vezes até que a voz grave de meu amigo saiu pelo autofalantes do celular.
— Oi..
Pelo visto ele estava já em casa, pois não tinha barulho de cliente e nem nada, só a voz cansada de meu amigo.
— Oi TaTa... tenho que te contar o que descobri. — logicamente o barulho da água do chuveiro iria sair, mas ele que lute.
— vem cá, você não tá me ligando enquanto banha não né? — eu comecei a rir. — Aí que nojo.
— Vai se foder. Mas continuando, jungkook vai se casar. — joguei água no meu rosto enquanto.
— Ah, mas isso aí eu já sabia.
Como é? Era apenas eu que não sabia não é? Que palhaçada é essa?
— E porque você não me contou? — estava indignado como meu melhor amigo não me contou isso? — porra taehyung!
Fiquei chateado real.
— Desculpa, mas em minha defesa você mesmo disse para mim não falar nada sobre Jungkook, o noivado deles foi anunciada a dois meses atrás, antes dele vim. — escutei um suspiro, merda, a dois meses?
A dois meses Jungkook está noivo...
— ... eu vou desligar Tae.
— Ji- — desliguei a chamada antes dele mesmo completar meu nome.
A dois meses Jungkook está noivo.
A dois meses Jungkook está seguindo a vida dele.
A dois anos eu não sabia nada dele além de informações dada por Yoongi.
Sai do banho e só pensei em dormir, dormir para esquecer que algum dia eu já amei aquele canalha, já que pelo visto não fiz muita coisa na vida dele, certeza que ele foi embora porque queria voltar a vida de gandaia dele.
Agora ele deve ter achado realmente alguém para amar. Amar de verdade.
...
> Eita que o jimin é cheio de paranoia coitado.